CAPÍTULOS 32 E 33



CAPÍTULO 32: LEMBRANÇAS
Devo ter pegado no sono enquanto Cedrico me consolava, porque acordei na minha cama. Ele dormia na cama de baixo da minha bicama. Levantei silenciosamente, peguei uma bermuda jeans branca, uma regata preta e uma rasteirinha prateada e me fui para o banheiro.
Uma ducha rápida serviu para me relaxar. Vesti-me e prendi os cabelos com uma piranha. Estava tudo muito bem, tudo muito legal (na medida do possível) até meu pulso direito começar a latejar muito forte. Doía tanto que eu não conseguia nem mexer o braço. Ignorando a dor o quanto podia, saí do banheiro e uma tontura tomou conta de mim. Cedrico, que estava deitado olhando para o teto, quando me viu, levantou-se e correu até mim. Segurou-me bem na hora em que perdi o equilíbrio e desmaiei.
— Merlin! Hermione, mana, você está bem? Fale comigo, por favor. Hermione!
— Eu... Estou bem. Foi só uma tontura. — respondi lenta e fracamente. Levantei-me da cama e fiquei de frente para ele — Já estou bem... Obrigada.
— Mas o que é isso na sua bermuda? — ele me puxou mais para perto para analisá-la. — É sangue? Merlin, você está bem?
Uma mancha vermelha alastrava-se no meio do branco do jeans da minha roupa. De onde ela vinha?
— Mas que droga! — vi que aquele sangue todo provinha do meu pulso que doía. Merlin! Aquele pulso... — Cedrico! Esse é o pulso o qual James me mordeu! Isso é um sinal ou algo do tipo, não?
— Você não está tonta nem nada?
— Eu estou bem! Isso quer dizer que eu tenho que fazer ou saber de alguma coisa! — “Forks”, uma voz distante e desconhecida veio à minha mente. — Eu tenho que, tenho que ir à Forks!
— Não! Você não vai! Hermione, os Cullens e os Quileutes devem estar extremamente furiosos com você! Será que não entende?
— Mas eu sinto que devo fazer algo relativo àquela cidade! O mais óbvio seria ir até lá!
— Você não vai!
— Mas...
— Não! — nunca o vi tão alterado em toda a minha vida.
Odeio quando perco uma discussão. Principalmente se perco para meu irmão. O pior de tudo é que ele está com a razão e sabe disso, e sabe também, que eu sou covarde o suficiente para não ir até lá. Depois dessa breve discussão, começamos a agir como se nada tivesse acontecido.
Ele fez um curativo apertado em mim e tudo voltou ao normal (? Ainda não sei o que significa esse adjetivo, já que nunca o usaria para me descrever).


— O que houve com o seu pulso? — perguntaram um ruivo e um moreno estupefatos quando me sentei à mesa.
— Nada, só... Machuquei.
— Como assim? — mas que ruivo curioso!
— Eu estava tomando banho e... Bati na ponta da janela. É, é isso.
— Hmm.
A minha frente, localizava-se a mesa da Sonserina. Draco fazia movimentos discretos para chamar a minha atenção. Levantei-me e sai com a desculpa de que havia esquecido mus livros no quarto.
— Mas os seus livros estão aqui...
— Não o de Poções.
— Está sim. — ah, esse ruivo tirou o dia para me encher o saco.
— Mas eu quero o meu outro, Ronald. Posso? — respondi com a voz alterada.
— Da próxima vez que estiver com TPM avisa primeiro, viu?
Bufei e sai daquele local. Minutos depois, Draco me puxou para um corredor escuro e me deu um beijo. Não preciso nem comentar que foi muito bom, preciso? Só que... A pele de Draco era tão fria (como a de Edward), ele me envolvia de um jeito de me fazer segura e esquecer o mundo (como Edward), ele beijava tão bem (como Edward) e ele fazia de tudo para me agradar (como Edward). Preciso dizer mais? Apesar de o beijo ser ótimo, não obteve o mesmo efeito sobre mim. Apenas retribui para não machucar os sentimentos do meu loiro. Nós já havíamos brigado demais e a culpa sempre fora minha.
— Saudades? Não sei você, mas eu estava com muita vontade de te beijar de novo... — sussurrou ele em meu ouvido, e desceu uma trilha de beijos até a curva do meu pescoço. Sorri e ele também contra minha pele. — Merlin, o que aconteceu com você? Olha esse curativo!
— Ah... Eu machuquei. Estava tomando banho e bati na ponta da janela.
— Hmm... Hermione, você está mais triste... O que aconteceu?
— Nada, só... Uma notícia ruim, que eu quero esquecer.
— Posso te ajudar nisso... — propôs ele sorrindo malicioso. Ele me puxou para um beijo otimamente ótimo ;D. Entreguei-me totalmente aos seus braços. Ele me ficou com a coluna reta e me levou junto. Draco me abraçava forte, como se tivesse medo que eu virasse fumaça e me esvaísse por aí.
Só agora vi que ele me prensava na parede e nos beijávamos com volúpia. Minhas mãos estavam enterradas em seus cabelos platinados e ele mantinha uma mão em meus quadris e a outra na parede fria e empoeirada de Hogwarts. Interrompi a perfeição para retomar o fôlego e me lembrei:
— Aula... Aula... Vamos...


O dia transcorreu lentamente. Toda vez que nos encontrávamos, Draco e eu tínhamos que trocar um beijinho ou outro. Isso já estava virando regra. As aulas passavam lentamente e eu nem prestava atenção nelas. A única coisa que me passava pela cabeça era aquela cena horrorosa dos vampiros e lobisomens contra os Comensais da Morte, exceto pelas aulas conjuntas com a Sonserina, quando Draco ficava me passando bilhetes. O legal é que ele enfeitiçou o papel para ele passar por baixo dos pés, mesas e cadeiras mudando de cor de acordo com a coloração do chão, como se fosse um camaleão.


Contra quem é o próximo jogo da Sonserina? Com certeza darei um jeito de ir assisti-lo J


Contra a Lufa-lufa e o da Grifinória é contra Corvinal. Acho que não jogaremos mais contra a Grifinória até Flint parar de paquerar a melhor Artilheira do time...


Ele não tem mais chegado mais em mim.


É bom mesmo. Depois de sair mal daquela briga, ele nunca mais me dirigiu nem o olhar, nem a palavra. Espero que ele tenha aprendido a lição. Ninguém se mete com a minha morena e sai assim na boa.


Fico até lisonjeada com tudo isso. Sinto-me mais segura sabia? — sorri ao mandar esse bilhete.


Ah, esse sorriso... Quantas vezes já me perdi nele? O seu sorriso me transmite felicidade. Dá-me forças para enfrentar os problemas. Ele é o que me faz continuar quando estou prestes a desistir, porque sei que no fim do túnel você estará lá, só a minha espera. Como diria Johann Wolfgang Von Goethe, o amor e o desejo são as asas do espírito das grandes ações. Eu te amo, te desejo, te venero, te idolatro... Eu poderia fazer uma lista de uma quantidade imensa de pergaminhos.


Isso foi lindo, Draco. Não sabia que era ligado à cultura trouxa... E quais seriam as grandes ações? Beijar-me?

Hermione, eu sou lindo, você não precisa dizer que foi lindo porque eu continuo sendo... XD Existem coisas que nem eu sei da onde tirei... Beijar-te me parece ser uma grande ação, sim, mas me declarar para você, brigar por você, sonhar com você, namorar escondido com você... Essas são maiores.


Eu não sei se já disse, mas eu amo muito esse loiro. Ele me fez sentir tão leve, e fez declarações lindas para mim. Descobri que, além de lindo, exibido, gostoso, perfeito, fotogênico, atlético, convencido, esperto, sonserino, ele é romântico! Derreti-me total! Agora só de pensar nele, eu suspiro muito. Merlin estava de muito bom humor quando o criou, e ainda mais quando o colocou no meu caminho. Ele é o meu anjo da guarda.


 
Quando a noite caiu, eu não tinha fome. Nem compareci ao jantar. Eu estava morta de cansaço, não sei do quê. Por mais que eu me remexesse na cama, não havia como eu conseguir dormir. Imagens daquela pequena guerra passavam como se fossem filmes que, quando terminava, começava tudo novamente.
Senti-me tentada a abrir o armário e pegar um daqueles frascos de veneno. Foi o que eu pretendia fazer, mas eles estavam atrás de uma caixa de veludo azul marinho. Fiquei curiosa, porque não me lembrava daquela caixa.
A curiosidade me venceu e a abri. O que encontrei lá dentro me fez desistir de me envenenar: fotos minhas com Draco, declarações, a letra da música “Heaven is a Place on Earth” (ele faz mesmo o céu ser um lugar na Terra para mim) e uma rosa negra. Aquela rosa...


Flashback


Andávamos pelo jardim de Hogwarts no fim de uma tarde fria. Só eu e ele. Os outros alunos preferiam o aconchego de suas salas comunais quentinhas. Já nós, poderíamos passar por uma nevasca para permanecermos juntos.
— Eu ainda fico estupefata em ver-nos juntos. Somos como água e vinho. Nunca se misturam.
— Isso é a visão de fora, que os outros possuem. Nós vamos mais ao fundo. — paramos em frente a um canteiro de rosas vermelhas. — Não adianta querermos ser iguais aos outros, pois eles são todos iguais. Vê? Essas rosas podem ser lindas, mas nunca vão se diferenciar, são todas iguais. Mas, se observar, sempre existe a ovelha negra, a pessoa diferente, a que os outros acham que não devia estar ali. — ele inclinou-se para pegar uma rosa negra que estava perdida no meio das vermelhas.
— É, você tem razão.
— É a minha garota. Hermione — ele ajoelhou-se diante de mim. —, você é a garota mais incrível que eu já tive o prazer de conhecer e tenho o orgulho de te chamar de minha namorada. Como hoje completamos dois meses de namoro e no nosso primeiro mês, não me lembrei de te dar um presente, resolvi te dar dois. Aceite sem choro nem vela, pois eu não aceito devoluções. — ele abriu uma caixinha de veludo verde-musgo. Lá dentro, encontravam-se duas alianças prata. Lágrimas se formaram em meus olhos quando li o escrito na parte interna das mesmas: Draco e Hermione.
— Ai, Draco. São lindas. Obrigada.
Ele se levantou e colocou uma aliança no meu dedo, dizendo “Hermione Granger, eu te amo de todo o meu coração e essa é uma das minhas inúmeras provas de amor por você” e outra eu coloquei em seu dedo dizendo “Draco Malfoy, eu te amo como jamais amei ninguém. Você foi um anjo que Merlin e Morgana enviaram para me ajudar a enfrentar os inúmeros problemas que aparecem na minha vida. Nunca me esquecerei de você”.
— Agora o segundo...
— Não precisa...
— Precisa sim. — ele tirou outra caixa verde-musgo do bolso. Essa era um pouco maior, do tamanho de um palmo, mais ou menos. Ele abriu e lá se encontrava um colar prata com um pingente enorme com os dizeres “MINHA NAMORADA”. — Você vai usar né?
Como dizer não quando ele foi super fofo comigo, me deu uma aliança e tudo, mas eu não vou usar esse colar? É brega e, além do mais, nós namoramos escondidos.
— Ahn, Draco... Receio que... — ele começou a rir muito. — O que foi?
— Toque... Na... Caixa... — dizia ele entre risadas. Peguei a caixa e o pingente transformou-se em um singelo e delicado com as letras D e H entrelaçadas. Há essas horas ele já havia parado de rir da minha cara e estava colocando o colar em mim. — Isso é para você se lembrar de mim, porque eu não paro de pensar em você nunca.
— Ai, Draco. É tudo tão lindo. Obrigada mesmo. Te amo.
E selei nosso encontro com um beijo.


Fim do Flashback


Toquei no colar que ele havia me dado. Desde que ganhara, não tirei nem a aliança nem o colar. Assim eu sinto que é como se ele estivesse presente ao meu lado o tempo todo. Enfeiticei a rosa para ela não murchar. Assim, posso guardar ela por um bom tempo.
Sinceramente, não senti mais nenhuma vontade de me matar e o sono e o cansaço dominaram cada célula do meu corpo. Guardei a caixa com todo cuidado, fechei o armário, deitei-me na cama e me entreguei a um sono profundo e, como eu espero, sem sonhos.


CAPÍTULO 33: A CARTA
Período de História da Magia. Rony dormia profundamente ao lado de Harry, que fazia de tudo para ficar acordado, já que deveria dar cobertura para os eventuais roncos do ruivo. Eu rabiscava em meu caderno coisas como “Idiota! Sem coração!” e “H e D” e “A leoa e a serpente”. Eu sei, eu sei. Meu cérebro uma hora me lembrava de Edward e outra de Draco. Não estava raciocinando normalmente.
Meus dedos seguravam o pingente do meu colar o tempo todo. O estranho é que eu estava com a aliança e a corrente de Draco, mas a pulseira de Edward. Eu não tinha coragem de tirar nenhum desses itens.
Ah não! O professor desligou as luzes e fechou as cortinas. Ah, ele finalmente se tocou que a aula dele é muito chata e, por isso, vai liberar esse período para dormirmos! Infelizmente esse desejo não se realizou.
Ele ligou a câmera de luz para reproduzir imagens de Merlin, Morgana e outros bruxos da História bruxa. Admito. Dei uma cochilada nessa parte. Sinceramente, eu estava morrendo de sono. Havia me acordado inúmeras vezes durante a noite.
O sinal tocou e as luzes se acenderam. Sem nem pensar no que estava fazendo, peguei meus materiais e comecei a acompanhar meus amigos. Colin veio correndo ofegante na minha direção:
— Srta. Granger, Srta. Granger!
— Calma Colin! O que houve?
— Srta. Granger...
— Me chame de Hermione, Colin. — ele enrubesceu rapidamente e ficou mais vermelho que os cabelos de Rony. Sorri. Era engraçado ver como ele ficava totalmente envergonhado com a minha presença. “Nossa, como ela está bonita hoje. Ela sabe o meu nome! Ela sabe o meu nome!”, preciso dizer que esse era o pensamento predominante na cabeça dele?
— Ah... Essas cartas aqui são para a senhorita. — ele me entregou os envelopes e saiu correndo sem nem eu terminar de dizer “Obrigada”. Nunca sei se aquele garoto tem medo de mim ou me admira...
Um envelope azul marinho com escritos em prata “Para Isabella Swan” em uma letra desconhecida por mim e outro verde-musgo com os dizeres em dourado “Para Hermione Granger” com uma letra caprichada e rebuscada de certa pessoa que tem meu coração nas mãos. Logo que vi o meu nome de trouxa, meu coração começou a palpitar tão forte que pensei que fosse sai pelos meus olhos, assim que eles saltassem das órbitas.
— Quem é Isabella Swan? — perguntou Harry.
— Não sei. — respondi friamente. — Colin deve ter se enganado...
— Sim. Ele fica mais preocupado em suas respostas. Percebeu como ele ficou vermelho quando pediu para ele ser mais informal? Quase toda a ala masculina do terceiro ano é apaixonada por você, Hermione. — disse Rony.
— Mentira... — disse corando de leve.
— Por que você acha que todos os seus alunos da aula de Runas Antigas são garotos, nunca faltam uma aula, sempre levantam a mão para ver quem responde mais para chamar a sua atenção e suspiram quando você passa? — por que será que, enquanto ele falava isso, as pontas de suas orelhas difundiam-se em seu cabelo.
— O quê?
— Fala sério, Hermione! Até eu já percebi isso! — falou Harry.
Bem, eu dei umas três aulas de Runas a pedido da professora, já que, segundo ela, estava desesperada, pois os alunos não estavam nem um pouco interessados e estavam indo de mal a pior. Então, a melhor aluna dela aqui resolveu ajudar a pobre mulher. Coitada, não despertava o interesse deles mesmo.
Fiquei bem vermelha. Aquilo não era possível. Eu nunca teria pensado naquilo.
— Fala sério vocês dois! Até parece que isso é possível. Alou! Eles são alunos do terceiro ano e eu só dei uma mãozinha para a professora!
— Pois é! Hormônios e mais hormônios começando a florescer!
— Como se vocês agora comparados há um ano fizesse uma grande diferença... — murmurei.
— O quê?
— Nada. Só que... Preciso ir até o dormitório... Ahn... Pra guardar esses livros.
— Guarde depois. Agora é o horário do almoço! Depois de três períodos seguidos de História da Magia, finalmente o almoço! E eu estou com fome! Vem.
— Não. Eu quero ir agora. Está muito pesado...
— Mas...
— Tudo bem, Mione. Vá. Encontramos-nos depois então. — Santo Harry.
— Tá, Harry. Tchau! — e saí rapidamente antes que Rony tivesse tempo para protestar algo.
Joguei minhas coisas em qualquer lugar, sentei na cama e peguei o envelope azul. Meus dedos tremiam, a palma da mão suava e meu coração parecia uma metralhadora. “Coragem, Hermione. Seja grifinória uma vez na vida!”, pensei comigo mesma.
Abri o tal envelope. A carta dizia assim:

Bella,
Não sei se você sabe o que aconteceu, mas um grupo grande de bruxos encapuzados por vestes negras nos atacou. Eles eram numerosos e mais fortes que o nosso clã. Os Quileutes nos ajudaram de bom grado, mas em toda guerra, sempre um lado sai sem alguém. Infelizmente esse alguém foi Edward. Sei que é um choque para você, mas eu não agüento mais fingir que não aconteceu nada para você.
Emmet e Esme não queriam que eu lhe contasse, mas acho que isso seria um insulto à memória dele e você tem o direito de saber. O bruxo que parecia ser o líder do grupo disse para nos afastarmos de uma tal de Princesa, que ela pertencia ao Lorde das Trevas, mas não podia ser dele enquanto o coração dela ainda pertencesse a Edward. Será que pode nos explicar isso direito?
O enterro de Edward será na quinta-feira. Se a carta chegar a tempo, sinta-se convidada. Entenderemos se não quiser ir.
Sinto saudades,
Alice. ”
 
Lágrimas escorriam pelo meu rosto rapidamente. O enterro de Edward foi realizado dois dias atrás. Eu não compareci, nem isso. Ele havia morrido por minha causa e agora Alice quer saber por que ele fora morto assim. O pior é que ela não pode ter visões sobre bruxos.
Peguei um papel de carta e comecei a escrever a resposta: 

Querida Alice,
Sinto muito pela morte de Edward. Vocês se juntaram aos Quileutes para lutar contra os Comensais da Morte e isso mostra que, apesar das diferenças, vocês estão prontos para se ajudar e isso me deixa muito orgulhosa de vocês.
Sinceramente, você não vai querer saber quem é a Princesa, mas, como sei que você realmente quer saber que é, vou te contar.
No começo do ano letivo, descobri que eu era um ser terrível, um monstro. Tudo o que Edward achava que era ruim em ser vampiro eu era cinco vezes pior, porque eu ameaçava a vida de todos a minha volta de morte: eu estava condenada a uma vida horrorosa.
Há muito tempo, eu vivi como Princesa Amélia Renaldi. Casei-me com o Lorde das Trevas antes de ele virar essa criatura maligna. Ocorreram várias coisas e eu acabei morrendo até reencarnar em nada mais, nada menos que em Isabella Swan. Desde então, o meu ex-marido me persegue, pois eu tenho o poder que ele deseja.
Desculpe, mas eu causei tanto transtorno a vocês. A minha existência causou uma dor em quem é próximo a mim. Culpo-me todos os dias desde a morte dele por existir e causar morte e sofrimento aos outros.
Espero que me compreenda,
Para você, sempre Bella.”
 
Guardei para depois ir até o corujal. A outra carta era do meu lindo. Só de ele escrever para mim, já me faz ficar com um sorriso nos lábios.

“Minha linda,
Passar um dia longe de ti e com aquele Cenoura Ambulante e o Santo Potter te rodeando é tortura! Ele fica te olhando como se você fosse um filé e ele estivesse morrendo de fome. Tenho vontade  de me levantar de onde estou, ir até você, dar um soco na cara dele, te roubar um beijo e te trazer para os meus braços, de onde você nunca deveria ter saído.
Vamos nos encontrar hoje? Vá até a estufa às 20h.
Não se esqueça que eu te amo.
Para sempre seu,
Draco Malfoy.”
 
Só Draco mesmo para me fazer ficar feliz. Tinha que ser o meu anjinho da guarda mesmo... Ai, Merlin! Eu preciso ir para a aula! Snape não vai me perdoar por chegar atrasada na aula. Peguei meus livros e sai correndo em direção às masmorras.
Para variar, o morcegão velho e ranhoso estava na porta.
— Atrasada Srta. Granger.
— Na verdade, professor, não estou, já que o segundo sinal ainda não tocou. — assim que coloquei os pés na sala, o sinal tocou. Sorri debochadamente. — Agora sim, se eu estivesse ali fora, o senhor poderia dizer que estou atrasada.
Ele me fuzilou com os olhos e eu caminhei triunfante até a mesa na frente de Rony e Harry. Eles sorriam para mim de modo que queriam me dizer algo do tipo “É isso aí, Mione. Fecha a boca do Seboso!”.
Do outro lado da sala, olhos cinza levemente tapados por cabelos louros, dando um charme e tanto me observavam atentamente e o dono dava um sorriso torto para mim. Olhei para ele e dei um meio sorriso. Virei-me para frente e, durante a aula inteira, fiquei brincando com minha corrente.

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