CAPÍTULOS 18 E 19

CAPÍTULO 18: A FESTA - PARTE II
— Eu sei, mas não quero que nem eu nem você sejamos culpados pela morte de uma anta como esse aí. De qualquer forma, obrigada por... — então ele olhou para mim e pude ver quem era: — Malfoy?
Me espantei ao ver que Malfoy havia me defendido. Esse mundo está mesmo de pernas para o ar... Pensei em sai sem dizer mais nenhuma palavra, mas mudei de idéia ao ver um filete de sangue escorrer pela sua boca, onde, provavelmente Flint o acertou com um de sés socos. Fiquei preocupada nem sei por quê. Conjurei um pano em volta de um cubo de gelo.
Quando dei por mim, estava sentada sob uma das enormes árvores daquele local. A cabeça de Malfoy encontrava-se em meu colo e eu estava cuidando de seu ferimento. Ele mantinha os olhos fechados, eventualmente soltando leves suspiros quase imperceptíveis e mantinha um pequeno sorrisinho desenhado em seus lábios. Me senti estranha, como se tivesse violado alguma regra...
Como assim Malfoy me salvou do Flint (? Duplo: um ? para Malfoy ter me salvo e outro ? por  Flint estar a fim de mim. Merlin. A Sonserina não está com a cabeça no lugar) e agora eu estou aqui cuidando do meu “herói”? Não posso negar que Malfoy é um gato. Sem ele me fitar, percebi que ele tem feições perfeitas (não como um Edward Cullen da vida, mas chega próximo a um vampiro. Ai, não deveria ter dito isso. Uma lágrima quer cair de meu olho. Segurei o choro com sucesso), mas o que eu mais gosto naquele rosto são os olhos frios cinzentos, mas lindos.
Ele trajava o uniforme, mas sem a capa. A manga curta de sua camisa deixava a mostra seus músculos do braço (e que músculos! Jesus me abana... Não acredito que eu pude pensar isso). Ah, se ele não fosse tão estúpido... Se bem que ele me salvou...
O sangue dele finalmente coagulou. Notei que ele suava, por isso passei o pano em todo o seu rosto. Retirei algumas mechas que teimavam em cair em seus olhos fechados. Ele percebeu que eu parei de passar o gelo nele. Após abrir os olhos, ele se levantou e me ofereceu a mão para ajudar-me a levantar.
Flint marchou na nossa direção totalmente ensopado e furioso. Malfoy instintivamente me abraçou pela cintura e fitou-o ameaçadoramente. O bocó molhado mudou de idéia na hora e foi para o castelo com o rabo entre as pernas. Essa cena foi hilária. Ele tremia feito um pinto molhado, só não sei se era de medo ou de frio.
Começamos a rir da cara dele. Era a primeira vez que eu e Draco Malfoy riamos juntos de uma mesma coisa de verdade. Percebi que ele continuava com os braços em volta da minha cintura.
Ele trouxe seu rosto lentamente cada vez mais perto do meu. Meu coração baita tão forte que parecia que ia sair pela boca. Parou quando era uma questão de milímetros para nossos lábios se encostarem. Seu hálito fresco de menta invadiu minhas narinas. Como eu fiquei paralisada, ele selou nossos lábios. Sua língua pedia passagem, que eu dei. Uma de minhas mãos se encontrava em sua nuca e a outra enterrada em seus cabelos, fazendo uma espécie de cafuné bagunçando-os mais ainda. Ele me puxou mais para perto de si pela minha cintura. Puxei mais sua cabeça para perto da minha.
Eu tinha até pensado em resistir, mas ele tinha que beijar tãããããão bem? Seu beijo começava calmo e cauteloso e, aos poucos ia sendo aprofundado. Ele mantinha um braço firme em volta da minha cintura e a outra fazia carinho nas minhas costas.
Quando nos separamos sem fôlego e com os lábios inchados foi que eu me toquei no que eu havia feito: traído o Viktor! Ah, se bem que nem meu namorado ele era! Mas mesmo assim eu me senti culpada e comecei a me sentir tonta.
Me liguei que agora eu estava sentada na frente de Malfoy e seus braços em volta de mim. Seu rosto localizava-se no meu ponto fraco: a curva do meu pescoço, onde ele depositava beijos. O pior de tudo é que eu estava gostando! Isso era errado.
Eu já estava bem. Merlin! Eu, Hermione Jane Granger, não posso estar sendo abraçada por Draco Malfoy e gostar! Santa consciência voltou. Desvencilhei-me de seus braços e sai caminhando rapidamente. Sua mão grande segurou meu pulso. Olhei para trás no mesmo instante.
— Hermione, o que eu fiz? Eu sei o que você deve estar pensando: como um cara como o Malfoy pode me beijar assim sem mais nem menos? — eu ia abrir a boca, mas ele selou meus lábios com o dedo como sinal de silêncio. — Deixe-me terminar, por favor. A verdade é que depois daquele soco que você me deu no 3º ano, eu não sinto a mesma coisa. Eu não paro de pensar em você. A cada momento que te vejo, meu coração dispara, eu suo frio e tento tomar coragem para ir falar com você, mas seus amigos olham feio para mim e não posso deixar meu pai saber que eu... que eu... Bem. No começo eu pensava “eu, um Malfoy não posso estar sentindo nada a mais pela Granger”. Mas agora, as horas que passo longe de ti se arrastam lentamente. Quando te vejo sorrir, sinto a felicidade percorrer meu corpo e quando o Weasley está perto de ti, a raiva e a inveja me dominam. Eu precisava sentir teu toque de novo, nem que fosse a mais um soco. Por isso que, quando eu te provoco, encosto-me a ti. Sei que já errei muito, mas nunca é tarde para recomeçar. Sei que você também deve estar pensando em como eu penso sobre aquele negócio de sangue. Não ligo mais para isso, já que é vermelho e corre pelas nossas veias mesmo. A verdade é que...que eu te amo. — ao terminar de dizer isso, ele me puxou para um beijo quase igual ao anterior, mas um pouco mais calmo e duradouro.
Me separei dele com muito esforço (por mim, ficava beijando-o a vida inteira. Ai credo! O que eu estou pensando?) e disse:
— Olha, Malfoy. Isso não é certo. Acho melhor não te dar esperanças.
— Tudo bem. Eu espero. Eu espero o tempo que for, pois sei que, quando eu tiver você ao meu lado e olhar para trás, vou saber que a minha espera valeu à pena. — ele soltou meu pulso. Fitei-o por dois segundo e fui em direção ao castelo. — Ah, e obrigado.
— Digo o mesmo.
O grupo de sonserinos continuava lá. Notei que Flint tinha um olho roxo, o nariz com sangue seco e estava parcialmente molhado, o que me deu vontade de rir, mas eu me segurei e disfarcei. Ele me encarava com ódio. Quando passei pó eles, o retardado murmurou algo como um “já volto” para os outros. Recebeu vários avisos, mas não deu bola e veio caminhando atrás de mim.
Eu estava a poucos metros da porta da Sala Precisa e fui jogada violentamente na parece. A dor nas minhas costelas era insuportável. Dei um grito de dor. Ele ficou de frente para mim, com um raço de cada lado dos meus ombros, encurralando-me totalmente.
— Granger, Granger. Não adianta nada berrar, que não vai mudar nada.
— Seu idiota. Eu estou com costelas quebradas do jogo de Quadribol! — a expressão dele mudou um pouco para culpada, mas foi por pouco tempo. Logo, ela mudou para dor devido ao meu chute muito bem dado em suas partes sensíveis. Ele se ajoelhou no chão e deu um berro de dor.
— Flint, Flint. Gritar não mudará nada. — disse a ele e fui em direção à festa.
Mal fiquei 5min e já me entediei. Perguntas metralhavam minha cabeça. Pensei em avisar os outros, mas eles estavam se divertindo tanto e eu não queria estragar o momento.
Fui para o meu quarto então. Tomei banho e me preparei para dormir. As palavras de Malfoy rodeavam furiosamente a minha cabeça. Não sei por que, mas chorei muito na cama até pegar no sono. Como eu podia ser tão suja? Tem um “rolo” com Krum, mas beijo o Malfoy? Ele me beijou, mas eu gostei e deixei ele me beijar!

CAPÍTULO 19: PENSAR, PENSAR, PENSAR
Acordei com o sol invadindo meu quarto e tocando meu rosto. Eram 10h30min. Fui dormir por volta das 5h, pois durante 2h fiquei pensando no que havia acontecido, as minhas reações e se deveria contar para os outros sobre o beijo. Uma hora eu me peguei pensando em como Malfoy era gato... ONDE EU ESTAVA COM A CABEÇA QUANDO DEIXEI ELE ME BEIJAR? Também me peguei passando a ponta dos dedos nos lábios onde os dele haviam se encontrado, onde ele havia deixado o gosto de menta dos lábios dele... “Hermione! Pára com isso! Ele é o MALFOY, lembra?”, santa consciência... “Lembro sim. É o Malfoy... Ô se lembro...”, consciência duma figa...
Decidi que agiria normalmente, como se nada tivesse acontecido. Afinal, ninguém sabe, nem vai saber, mesmo. Ignorar Malfoy parece ser a melhor opção, já que ele deve ter planejado tudo aquilo com aquela cambada da Sonserina, (senão eles não estariam lá) para se vingar de Harry ou algo do tipo. Mas ele pareceu tão sincero... Estou ficando completamente confusa, pra variar...
Eu não poderia ir à aula de qualquer jeito, nem se eu quisesse. E, para falar a verdade, eu não estou nem um pouco a fim de comparecer às aulas. Merlin! Me internem no Sto. Mungus, por favor! Eu só posso estar muito doente para não querer ter aulas e por ficar vagando minha mente o tempo todo em certo Sonserino de cabelos loros e olhos cinza. O que? Eu não estava pensando nele... Quer dizer...
Aaaaaaaaaah! Eu não consigo parar de pensar nele nem naquele beijo! Como um cara como o MALFOY pode me deixar desse jeito? Como aquela Barbie loira pode beijar tão bem? Como aquela doninha saltitante e arrogante consegue dizer coisas tão românticas assim? Como aquele filhote de Comensal consegue não me deixar para de pensar nele?
Tomei um longo e relaxante banho de espuma na banheira com hidromassagem. Nem assim eu consegui tirar aquele mimado filhinho de papai da cabeça.
Depois da tentativa inútil de relaxar, resolvi descer. Não agüentava mais ficar no meu quarto. Enfiei um jeans qualquer e uma blusa branca de manga curta, meus all-stars brancos nos pés. Trança embutida no cabelo, rímel e gloss transparente como maquiagem.
Aparatei no primeiro andar. E eu nem precisei ir até a Torre do Relógio! Acho que para aparatar dentro da escola, não tem problema. Demorei um pouco, pois precisava me concentrar. E concentração estava difícil de alcançar hoje...
Mal cheguei lá em baixo e Gina já me encontrou e me puxou para a mesa da Grifinória no Dalão Principal. Era hora do almoço. Eu estava com fome e, por isso, comi tudo o que tinha direito.
Ao término da refeição, meus amigos iriam para suas aulas e eu teria que voltar para o meu quarto. A próxima aula de Harry e Rony era de História da Magia. Devo admitir que é uma matéria fascinante, mas o Professor explica de uma forma tão chata... Rony já estava com seu travesseiro em baixo do braço. Segundo ele, se sentar na última fileira, o Professor não consegue ver que ele está dormindo. Hoje era dia de Rony tirar uma soneca na aula, já que a aula passada foi a vez de Harry. O pior de tudo é que eles estavam podres da festa de ontem.
— Sortudo — murmurou ele enquanto Rony exibia um sorriso de orelha a orelha.
Na verdade, enquanto um dormia, o outro fazia anotações e dava cobertura (leia-se: Harry tinha que disfarçar os roncos de Rony. Até hoje não sei como ele faz isso).
Acabei voltando para o meu quarto. Olho pela janela e eis que vejo Cho e Cedrico MATANDO AULA para NAMORAR! Como assim?
Fechei a cortina com raiva. Comecei a pensar em tudo que comi no almoço. Minha barriga estava mais do que cheia. Olhei-me no espelho. Eu estava absolutamente enorme! Senti-me culpada por comer tanto. Fui direto para o banheiro, enfiei o dedo na goela e vomitei tudo no vaso sanitário.

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