A Sombra Esquisita



Alvo sentiu seu corpo estremecer. Seu novo amigo, Daniel, entrou para a Grifinória com sua prima, Rosa. Ele, somente ele, entraria, sozinho, para a Sonserina? Se isso acontecesse, queria que o teto desabasse sobre a as cabeça.
Daniel deu um pulo pra frente e feliz, encaminhou-se a mesa da Grifinória. Alvo sabia que era a sua vez, e nem se quer, deixou que Minerva anunciasse seu nome. Quase caindo, deu passos a frente e se sentou no banco, nervosíssimo.
— Agora, selecionaremos, o mais esperado por vocês, Alvo Severo Weasley Potter! — Ela exclamou. Todos estavam ansiosos e nervosos para saber em que casa o filho do astro fi-caria. O mesmo havia acontecido a dois anos, quando Thiago Sirius havia se sentado naquele familiar banquinho para ser selecionado, e o chapéu exclamou claramente “Grfinória!”.
Alvo fechou seus olhos, e como o seu pai, repetia: “Sonserina não, Sonserina não, Sonserina não...”.
— Senhor Potter, eu passei por essa situação faz vinte e quatro anos. — O chapéu disse, gargalhando. — Mas garoto, havia uma parte Sonserina dentro dele, uma parte que o temido Lorde das Trevas colocou nele, um pedaço de sua alma! Você não é vítima disso. É valente e por isso, pelo tamanho de seu coração e pela bondade, garoto, siga os passos dele, bem vindo a Grifinória!
Alvo parecia estar sonhando. Deu uma imensa relaxa-da depois de dois meses de agonia, e limpou seu suor com a mão. Sorriu, mas Thiago estava na gargalhada na mesa. Sua voz era ouvida por toda a escola que estava em silêncio. Todos queriam Alvo em suas casas, mas ele, desde o começo, era Grifinória.
Alvo correu para a mesa da Grifinória, abraçando aper-tado o seu irmão.
— Bem vindo, mano. — Disse Thiago. Sua personali-dade mudou bastante. — Eu sabia que você era Grifinório!
— Não parecia.
Alvo se sentou ao lado de Rosa, e um sorriu para o outro.
— Mal posso esperar para aprender feitiços. — Disse Alvo, muito feliz.
— Eu sei um, daqui a pouco lhe mostro.
Filius Flitwick, o antigo baixinho professor de feitiços de Harry, assumiu a direção da escola. Ninguém o via, só o ouvia.
— Silêncio! — Ele exclamou, embora os alunos não estivessem fazendo barulho. — Acho que todos sabem as regras, mas vamos. A Floresta Negra é proibida! Ouviram alunos novos? Quem se interessou perca o interesse, principal-mente o sul, nas cavernas, coisas impressionantes, assustadoras e poderosas, fora do controle de vocês estão lá, o último reca-do vai para todos vocês, alunos! Gostaria de apresentar os professoras a vocês. Minerva McGonagall, Transfiguração. Eu, Filius Flitwick, Feitiços. Sibila Trelawney, Adivinhação. David Slughorn, Poções. Chris Bolton, Trato das Triaturas Mágicas.
Alvo parou de prestar atenção e virou-se para Daniel, fazendo-lhe uma pergunta.
— É seu parente?
— Tio paterno.
— Susana Lis, Astronomia. Julio Smithc, História da Magia/Aritmancia/Herbologia, Igor Malfoy, Runas Antigas e Harry Potter, Defesa Contra As Artes das Trevas.
Todos tomaram um susto. Ninguém contava com isso e Harry Potter não estava na mesa dos professores. De repente, as portas se abrem, e ele entra, passando entre as mesas das casas. Varinha em punho, vestes pretas com um enorme casaco mais escuro, e óculos bem encaixados. Não mudou muito desde os seus dezessete anos. Daniel, que tomava suco de abo-bora, engasgou.
— Desculpe o atraso, Diretor, eu tive um compromis-so. — Disse ele, sorrindo.
— Está tudo bem, Potter. — Disse Flitwick, cumpri-mentando-o. — Bem vindo a Hogwarts, desta vez, como um professor.
— Muito obrigado.
Agora sim, Daniel estava boquiaberto.
— Seu pai vai nos ensinar e você não me contou, Alvo? — Disse ele, desengasgando o gole de suco que havia tomado.
Alvo, também muito surpreso, virou para ele, fascinado e respondeu.
— Sinto muito, mas estou tão surpreso quando você. — Disse Alvo. Sua voz trêmula.
Thiago jogou uma bola de papel nele, tentando chamar sua atenção.
— Al, você sabia que o papai iria ensinar aqui na escola? — Pergunta, assustado, Thiago Sirius Potter. Uma sobrancelha estava erguida, e a outra não.
Alvo estava extremamente assustado.
— Não, sinceramente.
— Bom, alunos novos e não-novos, bem vindos, repassando ao professor Harry, que o sul da Floresta está proibido, então, Harry, um aluno que você souber estar lá, tire cinqüenta pontos da casa, e dê uma imediata detenção. Que o ano em Hogwarts tenha paz, e que se inicie o banquete! — Falou o diretor, voltando para sua cadeira.
As comidas misteriosamente aparecem na mesa, se oferecendo a todos, que ficaram felizes.
Mas um relâmpago ilumina mais ainda o local, e alvo nota uma misteriosa sombra de um homem na janela. Não comenta nada com ninguém, mas fica bastante aflito com o que viu.
— Está uma delícia! — Exclama Daniel, mas Alvo ainda está perplexo com o que viu.
Todos acabaram o banquete, e se encaminharam as torres de suas casas. Daniel, Alvo e Rosa não se desgrudaram. O monitor era Lucas Grabbel, um jovem alto, loiro, elegante, mas sego de um olho. Era um garoto muito responsável e talentoso, e recebia muito bem os alunos novos.
— Olá, eu sou o Lucas Grabbel, sou monitor da Grifinória, e queria avisá-los que não costumamos sair das regras, por isso, não desrespeitem as regras, ou eu ficarei muito bravo! O dormitório masculino do primeiro ano a esquerda, e meninas a direita, encaminhem-se, por favor, até lá, e durmam, amanhã começam as aulas, a propósito — Ele disse, olhando principalmente para Alvo. — Todos copiaram o horário de aulas de amanhã?
Os Grifinórios acenam que sim com a cabeça.
— Certo, encaminhem-se ao dormitório. O quarto dos meninos é dividido em Alvo, Daniel, Arthur e Victor, e o feminino, Rosa Weasley, Gabriella Evans, Bruna Patil e Bella Rock.
Todos sobem empolgadamente as escadas, para a primeira noite em Hogwarts, mas o nervoso de Alvo não acabou. Ele não tira da cabeça a sombra do homem que apare-ceu misteriosamente na janela do colégio, era algum tipo de fantasma que foi assustá-lo? Não podia ser, o rancor estava dentro dele, era realmente alguém que estava ali mas ele não conseguiu decifrar quem era, o corpo não era exatamente conhecido, não por ele.
Era de noite, ouviram um enorme barulho. Todos na escola acordaram, e ficaram sem saber o que realmente tinha acontecido.
— Daniel, o que foi isso? — Perguntou Alvo, olhando para as paredes do quarto. Os cabelos de Daniel estavam extre-mamente bagunçados, e não parecia estar consciente.
— Olha, seja lá o que for, eu odiei.
— Alguma coisa aconteceu, vamos sair e verificar. — Disse Victor, outro Grifinório. O jovem tinha cabelos loiros, e os olhos castanhos. Sua pele era meio morena, e era o mais alto entre os quatro garotos que dividiam o dormitório masculi-no.
Saíram correndo, Lucas tentou manter a ordem mas não conseguiu, os alunos saíram correndo e se encaminharam em direção a diretoria, onde os professores estavam reunidos. Ninguém entendia exatamente o motivo do estrondoso barulho. A porta estava quebrada, e por feitiço. Alvo começou a achar que aquilo tinha alguma coisa a ver com a sombra que ele viu no banquete de estréia do ano.
— Está tudo sob controle, voltem a seus dormitórios!
Alvo não queria voltar, mas foi obrigado. Só que uma idéia surgiu em sua cabeça, e correndo ele foi falar com Rosa e Daniel.
— Rosa, eu preciso lhe falar uma coisa. — Ele disse, enquanto andavam. Daniel correu e os acompanhou.
— Então diga, primo. — Rosa disse, enquanto balançava seus belos cachos. Ela adorava chamar atenção.
— Eu tenho uma capa de invisibilidade. — Alvo falou, com sede de aventura. — Meu pai me deu quando eu era me-nor e eu trouxe, e eu quero descobrir o que aconteceu aqui, aquela porta estava quebrada por feitiços.
— Um tampinha como você não vai descobrir nada. — Rosa disse. — E aliás, eu não vou com você, não quero ser expulsa justo em meu primeiro dia de aula, quer dizer, nem primeiro, ainda não senti cheiro de sala de aula.
— Então está certo, vá dormir. — Alvo disse, e se virou para Daniel, que se assustou.
— Que foi?
— Gosta de aventuras?
— Claro!
— Então vem comigo.
Os dois correram para o dormitório, e entraram no quarto.
— Meu pai me deu uma capa de invisibilidade dele, basta ficarmos embaixo dela e sumimos, então, vamos vesti-las e descobrir o que aconteceu aqui no colégio.
— Alvo...
— Esta com medo?
— Não.
— Então venha.
Os dois correram para o quarto, abriram a mala de Alvo e puxaram uma capa, meio preta, e vestiram. Correram para o quadro, mas esqueceram a senha.
— E agora, o que vamos fazer? — Perguntou Daniel.
— Infelizmente, eu não sei. — Alvo respondeu.
— Nossa, nos temos que sair, pelo amor de Deus, quadro, deixe a gente passar! — Exclamou Daniel, mas a mulher gorda insistia em não deixar os garotos passarem.
— Não sem a senha!
— Incompetente. — Disse Alvo.
— Você é outro, pois também não lembra a senha. — Daniel disse, e os dois riram.
— Eu quebro o galho de vocês.
Rosa Weasley apareceu ali. Vestida em uma camisa vermelha com pequenos detalhes, e uma calça “jeans”. Nin-guém contava com a presença dela naquele momento.
— Rosa, não foi você quem disse que não queria ser expulsa no primeiro dia? — Perguntou Alvo, rindo.
— Mudei de idéia, e sabia que vocês iriam precisar de mim. — Exclamou ela, dando alguns passos para frente, e com a varinha em mãos, falou: — Coruja Negra!
Mulher gorda rapidamente deixou a passagem livre. Os três jovens passaram por ela rapidamente, cobertos pela capa de invisibilidade. No caminho, conversavam sobre qual o verdadeiro objetivo der Alvo.
— Por que você quer ir ver o que aconteceu, não é exatamente da sua conta. — Disse Rosa, e Daniel acenou que sim com a cabeça.
— Eu tenho que lhes contar uma coisa, essa noite, eu vi a sombra de um homem na janela, quando relampejou, justo na hora em que o diretor Flitwick disse que o sul da floresta estava proibido, e eu acho que esse barulho tem a ver com essa sombra misteriosa. — Disse Alvo, com a varinha nas mãos embora não soubesse feitiço nenhum. Sua voz estava meio rouca, até pelo nervosismo. — Se não viu, a porta da sala dos professores estava destruída, mas ali não foi exatamente uma porrada, um chute ou um soco que a destruiu, foi um feitiço.
As palavras de Alvo deixaram Rosa e Daniel em dúvi-da. Aquilo estaria realmente certo? Rosa realmente achou que aquilo tinha sentido. Daniel estava perplexo. Uma sombra mis-teriosa, em Hogwarts?
— Mas como você acha que a sombra se relaciona a tal explosão da porta? — Perguntou Rosa, meio em dúvida.
Alvo então, ergueu a sobrancelha, perdendo a paciên-cia.
— Estou indo lá para descobrir, Rosa!
Rosa abaixou a cabeça.
— Foi mal, desculpa. — Ela falou, morrendo de vergonha. Alvo havia dado uma resposta agressiva.
— Tá desculpada.
Os três caíram na gargalhada.
— Ô ironia. — Disse Daniel, ainda rindo. — Parem de rir, estamos fazendo barulho. A sala dos professores fica a direita, vamos rápido antes que sintam nossa ausência.
Os três garotos, debaixo da capa de invisibilidade, seguiram pelo caminho dito por Daniel, e enfim, chegaram a porta da sala dos professores. Ali os professores não mais esta-vam, com exceção de Harry, que conversava com o diretor/professor Filius Flitwick.
— Flitwick, o que você queria falar em particular comigo? — Perguntou Harry, totalmente fora do assunto.
— É uma coisa extremamente preocupante, Harry. — Disse o diretor, preocupado. — A porta foi explodida esta noite, e aqui dentro dessa sala havia um documento muito importante, que sumiu.
Harry ergueu as sobrancelhas. Alvo, Rosa e Daniel estavam ouvindo aquilo extremamente preocupados, e ansiosos para descobrir o que era aquilo.
— Aqui, nesta sala, estava escondida a carta que Dumbledore deixou para mim, ele sabia que eu iria assumir a direção da escola. — Disse Filius Flitwick. Harry estava sen-tado, mas ele estava de pé, rodeando a sala com o dedo na testa.
— E eu posso saber o que havia de importante escrito nesse documento, diretor?
Filius fechou os olhos, e parecia muito nervoso.
— Há muitos anos atrás, bruxos reuniram seus poderes, deram a vida, para reuni-las em um minério, em um diamante, que passou vinte anos sendo procurado pelo Ministério. Só Dumbledore conhecia e sabia onde estava a pedra, e...
Alvo tropeçou e caiu, fazendo barulho. Harry ficou desconfiado e pediu licença ao Flitwick. Fechou a porta, e com a varinha, retirou a capa de cima dos três garotos.
— Bonito, Alvo Severo Weasley Potter, está muito encrencado. — Harry falou, bem bravo. — Menos 10 pontos para a Grifinória, por estarem fora da cama a este horário.
Alvo ficou surpreso com a atitude do pai. Rosa ficou mais assustada ainda, e Daniel triste.
— Rosa, agradeça a Deus por eu não contar ao Rony, ele ia lhe cortar a cabeça, menina, crie e juízo, e você também, Alvo. — Exclamou Harry, de braços cruzados. Suas sobrance-lhas baixas, insinuando muita raiva.
— Pai... Nem pontos nós temos. — Disse Alvo. Flitwick estava esperando Harry irritado na sala.
— Desculpa, Tio. — Pediu Rosa.
Harry descruzou os braços e deu uma grande e demorada suspirada de impaciência.
— Vão logo pro dormitório antes que eu me irrite ou o Flitwick apareça aqui, vão logo. — Disse Harry, devolvendo a capa de invisibilidade para os garotos. — E se eu souber que voltaram, eu vou contar ao Flitwick e cumprirão detenção. Não é só por que sou seu pai que vou pegar leve com você, Al.
— Ah pai, a propósito, por que não me contou que vinha lecionar aqui no colégio? — Perguntou Alvo, de certa forma feliz, de certa forma bastante irritado.
Harry riu.
— Al, nem eu sabia, o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas faleceu hoje mesmo, e de última hora eu fui chamado pelo diretor. — Explicou Harry, levando as mãos à cintura. — Pare de me tapear e vá logo para a torre da Grifinória!
Alvo, Rosa e Daniel abaixaram as cabeças e vestiram a capa de invisibilidade. Harry voltou à sala dos professores, e os três garotos começaram a ter idéia do que estava realmente acontecendo. Alvo viu a chance de se tornar famoso como seu pai.
— Vejam, um diamante! — Exclamou Alvo.
— E daí? — Perguntou Daniel. — Não descobri nada ouvindo a conversa dos dois.
— Concordo com o Daniel, Al, não descobrimos extre-mamente nada! — Disse Rosa. Alvo respirou com impaciência totalmente igual a seu pai há instantes atrás.
— Presta atenção, o diretor estava falando com preo-cupação de um documento que sumiu, depois ele mudou pra e-xistência de um diamante que possui poder o suficiente de vá-rios bruxos, e meu pai falou que a junção de poderes bruxos em uma coisa só dá a vida a outro. — Disse Alvo, dando lógica ao assunto. Rosa e Daniel começaram a entender. Estavam longe da torre da Grifinória. Viram então, um vulto passar. Todos se assustaram.
— Que-que foi i-i-sso? — Perguntou Daniel, tremendo de medo. Gaguejava de temor.
Alvo arregalou seus olhos e Rosa franziu a testa.
— Deve ter sido um fantasma das casas, vamos. — Disse Rosa, achando o medo de Daniel ridículo. Ela deu conti-nuidade aos passos, e sorrindo, pediu para que o seu primo continuasse ao falar.
— Então, a sombra que eu vi deve ser alguém, que invadiu o castelo em busca desse documento, que provavelmente fala desse tal diamante. — Alvo falou, empol-gado no assunto.
— Faz sentido. — Disse Rosa.
Já estavam se aproximando da torre, quando viram outra sombra passar pela parede.
— Tá começando a ficar estranho. — Rosa agora sim se assustou. — Essas sombras... Quer dizer que tem alguém aqui, junto com a gente. Vamos rápido para a torre.
Subiram correndo as escadas, passaram pela Mulher Gorda, e adentraram seus dormitórios. Alvo não estava sem sono, e sim pensando no que eles tinham suposto de noite.

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