By Myself
*** Capítulo 24 – By Myself
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“O que eu faço para ignorar os que estão atrás de mim?
Sigo meus instintos cegamente?
Escondo meu orgulho desses sonhos ruins
E mergulho em pensamentos que são enlouquecedores?”
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Em algum ponto perdido, onde o tempo e o espaço não importavam, onde tudo e nada se encontravam, onde qualquer coisa poderia se achar e se perder, sempre seguindo de acordo com o bel prazer de um único ser... Ali, duas figuras, envoltas na fraca luz esverdeada, se encontravam. Uma pequena e simples, ajoelhada ao chão, outra imponente e poderosa, sentada em seu confortável divã, que mais parecia o trono de um grandioso rei de um passado perdido.
- Por que... Por que não termina logo com isso? – Esbravejava a menina com a sua voz estridente. – Por que não mata logo essas malditas?
- É melhor manter a calma criança, ou vai acabar se perdendo. – Tornou o homem com tranqüilidade enquanto se levantava.
- Mas senhor... Eu não consigo entender! Já poderia ter terminado com isso, por que insiste em... – Mesmo que quisesse, ela não poderia ter terminado aquela frase, agora que a mão fina e fria daquele com quem falava, lhe tocava os lábios com falsa gentileza. “Como foi que ele chegou perto de mim desse jeito sem que eu me desse conta? Ainda agora estava tão longe...” Pensava a garota confusa.
- Shiiiii... – Começou ele com amenidade. – Não desperdice o seu tempo tentando compreender algo que está além do seu alcance Sophie. – Sorriu enquanto afagava o rosto da ex-corvinal. – O que tem a fazer é esperar... Esperar até que eu decida quando tudo acaba. Por isso, até lá você precisa aprender a saborear o momento, a curtir o poder que tem em mãos, porque só assim será capaz de verdadeiramente compreender todo o sentido maravilhoso e poético que existe por trás da dor. Afinal, eu tenho certeza absoluta que compreende que existem coisas bem piores do que a morte.
- Mas e a profecia? Ela diz que a... – Tentou argumentar Sophie.
- Não, não se preocupe com isso querida. Eu...
- Mas o senhor está perdendo tempo! Acabe logo com isso. – Gritou ela.
- Basta! – Esbravejou o homem, acertando um sonoro e dolorido tapa no rosto de Sophie. – Não me interrompa! Saiba se colocar em seu lugar sua pirralha e não abuse da minha boa vontade, ouviu bem?
- Me desculpe senhor. – Choramingou. – Eu só quero ajudar...
- Oh minha querida, não chore. – Disse erguendo a menina do chão. – A sua lealdade e também o seu desejo de vingança, por certo serão devidamente recompensados, por isso não se precipite. Eu já disse, aproveite. – Sorriu mais uma vez, depositando logo em seguida um beijo carinhoso no alto da cabeça da menina. – Afinal, nós estamos nos divertindo não é mesmo!?
- Sim, estamos. – Respondeu ela, no entanto sem muita convicção.
- Agora me deixe sozinho e vá brincar criança. – Ordenou ele imperativo.
Rapidamente Sophie se afastou, logo ganhando o espaço aberto e arejado da floresta ao redor, recebendo no rosto o muito bem vindo ar da noite, enquanto esforçava-se em manter os pensamentos insatisfeitos sobre controle, para não correr o risco de ser castigada caso sua mente fosse invadida. No entanto, por mais que tentasse, ela não conseguia refrear a sua frustração pelo fato das garotas responsáveis pela morte de Peter, sofrerem apenas alguns pesadelos. Sophie não agüentava mais aquilo... Todo aquele jogo de terror psicológico não fazia o seu feitio, ela as queria mortas, sem joguinhos ou demora, ponto final.
Dentro de seu próprio mundo, o homem voltava a curtir a solidão, deixando-se embriagar com as lembranças do medo estampado nos rostos das garotas, com os gritos agudos e cheios de pânico liberados de suas gargantas, que o enchiam com prazer e o desejo de ouvi-las gritar outras vezes mais.
- Você pode ver, pode sentir? – Suspirou, enquanto dirigia as suas palavras para o porta retrato em suas mãos. – Não existe nada comparado a isso... O pavor, a dor. – Sorriu ele com sadismo. – Ouça o que eu digo meu amor, ninguém em todo mundo será tão temido quanto eu! Ninguém, nem mesmo ele. – Completou ao voltar para o divã, onde se deitou em posição fetal, abraçando possessivamente o objeto que segurava.
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O mês de junho chegou e prosseguia trazendo consigo a costumeira agitação e ansiedade que os alunos sempre sentiam ao se aproximarem do final do ano letivo, quando finalmente voltariam para casa, no entanto, trazia também uma certa tristeza, afinal se afastar dos amigos com quem passavam a maior parte do tempo desde os 11 anos de idade, era um tanto quanto desconfortável para a maioria das pessoas, que tinham Hogwarts como um verdadeiro lar, por mais que ultimamente esse mesmo local tenha sido palco dos mais variados incidentes... Incidentes esses que insistiam em envolver sempre um grupo seleto de alunos, quatro meninas mais especificamente, que agora, para o espanto dos demais, eram sempre vistas andando juntas de um lado a outro no castelo, assim como um animado grupo de grandes amigas. A única coisa que, aparentemente, as diferenciava das outras alunas daquele colégio, era o fato de estarem sempre acompanhadas dos quatro aurores responsáveis por elas, que mesmo agora, depois de algumas semanas de tranqüilidade, ainda mantinham a acirrada vigilância. Entretanto, na opinião leiga dos demais, aqueles aurores estavam ali na verdade para manter aquelas quatro causadores de problemas sobre controle, principalmente Estelar, afinal, de todas elas, era a Grifinória quem oferecia mais risco. Isso é claro, de acordo com a visão dos alunos mais novos, que insistiam em sair correndo toda vez que encontravam com a menina em algum corredor. “ Sabem, isso não é nada bom para os negócios... Tsc, eles costumavam ser os meus melhores compradores. A minha comissão das Gemialidades Weasley teve uma queda e tanto!” Costumava comentar Estelar, sempre que algo parecido acontecia.
Minerva, ainda responsável pela direção de Hogwarts, seguia com as investigações em parceria com o ministério, sempre querendo esclarecer o que realmente estava acontecendo, afinal da contas, nada ainda estava muito claro a respeito dos sonhos e outros fatos que envolviam as meninas. E por mais que a diretora pedisse, Draco se negava terminantemente a investigar as mentes delas, sempre dando explicações um tanto quanto incabíveis ou simplesmente sendo grosseiro, fazendo de tudo para manter em segredo a sua vergonha e o real motivo do seu humor insuportável: a rebeldia de Sarah.
- Isso é bem feito para você Draco! – Gargalhava Pansy, com sua cabeça suspensa em meio as chamas da lareira. – Acredite, você não faz idéia do quanto eu estou adorando ver essa sua cara derrotada, cheia de...
- Maldição mulher! – Esbravejou o professor em resposta, ao mesmo tempo em que caminhava de um canto a outro dos seus aposentos. – Chega de besteiras! Será que você não percebe a gravidade disso? A Sarah está andando por aí na companhia de um bando de inúteis, e você se diverte com isso!?
- É, eu me divirto sim! Essa menina nunca me enganou mesmo... Sempre soube que ela seria uma desgraça para a família, mas você se recusava a ver isso. Pois bem, aí está agora! A sua princesinha lhe virou as costas. – Debochou.
- Tudo isso é culpa sua. – Acusou o homem com veemência. – Você sempre foi um péssimo exemplo. Era de se esperar que a Sarah sendo a sua filha...
- Ah, então agora ela é minha filha!? – Cortou a senhora Malfoy, mantendo sempre o tom irônico de sua voz. – Não seja ridículo Draco! Você não pode jogar em cima de mim a sua incompetência como pai... Eu avisei pra você diversas vezes para não mimar essa garota. Mas você me ouvia? Não! Ficava igual um bobo correndo atrás dela, enquanto me deixava de lado... Bem feito! Agora você sabe como é ser abandonado.
- Me poupe dos seus dramas sentimentais Pansy... Tenho certeza de que você soube aproveitar muito bem, todos os seus momentos de solidão.
- De fato querido. – Sorriu. – Mas isso não muda em nada a minha satisfação de vê-lo agora, se lamentando desse jeito. É deprimente, sabe!? Eu seria capaz até de chorar, caso me importasse, é claro.
- Eu não estou me lamentando... – Sibilou.
- Mas vai, isso eu garanto a você. – Pontuou séria, logo em seguida desfazendo o feitiço que conectava as lareiras, deixando Malfoy novamente sozinho em sua sala.
- Merda... – Resmungou Draco cansado, deixando-se cair sobre uma cadeira.
Definitivamente aquela havia sido uma péssima idéia! Afinal, no que Pansy poderia ajudar? A mulher só sabia pensar em si mesma e mais ninguém, por isso era óbvio que não se importaria com o comportamento inapropriado de Sarah. Mas sinceramente, o professor de poções esperava que sim, por isso a chamou, afinal sua esposa ainda dava muito valor às aparências, entretanto não mais do que ao prazer de vê-lo daquela forma, sozinho e derrotado, agora ele sabia.
- Não importa! – Disse em voz alta. – Isso não vai ficar assim... A Sarah ainda é uma criança e querendo ou não, vai ter que me obedecer. – Concluiu de forma convicta, dirigindo-se até seu bar particular, onde se serviu de uma dose de Whisky, deixando que sua mente trabalhasse livremente em busca de uma solução.
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- Eu realmente estou falando sério, não é uma brincadeira... Você está começando a deixar isso afetar o seu trabalho! Será que por acaso já pensou no que aconteceria caso você se envolvesse com a...
- É melhor não terminar essa frase Jhones. – Cortou rispidamente o outro auror. – Esse tipo de coisa não vai acontecer. – Pontuou.
- Diga o que quiser cara, mas eu não acredito nisso, sinto muito. – Tornou com tranqüilidade. – Tenho reparado em como você olha para ela, e por mais que não goste disso, tem que admitir que a irmã do Lupin consegue tirar você do sério.
- Ora, isso acontece porque ela não passa de uma pirralha mimada e cheia de vontades... – Desdenhou.
- Pode até ser, mas uma coisa não tem nada haver uma com a outra. Presta atenção, eu só estou falando isso porque quero ajudar você... Entendo que qualquer homem poderia sim se sentir atraído por ela e tal, mas...
- Ah claro, isso até ela abrir a boca... Ela é uma criança Jhones, por Merlin! Que tipo de pessoa você acha que eu sou? – Exasperou-se Pietro. –Não preciso que você venha até aqui me dar conselhos ou algo do tipo, ok. Eu sou um profissional! Ao contrário do imprudente do Lupin, é claro.
- Ah sim, o Lupin... – Suspirou Jhones. – Certas pessoas tem sorte, fazer o que!?
- Sorte? – Rosnou o outro. - O cara é praticamente da família do ministro, e com certeza isso explica muita coisa. Ou você realmente acha que ele, com o pouco tempo de formação que tem, seria capaz de ser designado para uma missão de campo assim, sem nenhum tipo de interferência?
- Para falar a verdade eu não sei. – Deu de ombros. – Ma já ouvi dizer que o Lupin era sim um dos melhores da turma dele.
- Isso não quer dizer nada. Até agora eu não vi ele fazer nada de surpreendente além de se envolver com a filha do professor Malfoy. E até para isso ele deve ter alguém o acobertando muito bem...
- É, com isso eu sou obrigado a concordar. Se fosse qualquer um de nós, no mínimo já estaríamos afastados da missão. – Disse Jhones. – Isso sem contar as represálias que com certeza iriam durar pelo resto de nossas carreiras.
- Tsc... Eu odeio essas coisas. – Exclamou Pietro ao estalar a língua nos dentes de forma insatisfeita. – Enquanto nós damos um duro danado para ter o mínimo de reconhecimento, pessoas como o Lupin são agraciadas com carreiras bem sucedidas pelo simples fato serem filho, sobrinho ou afilhado de alguém importante.
- Realmente isso é um pouco frustrante. – Concordou o outro. – Até porque para nós que viemos de famílias sem renome e tal, tudo fica ainda mais difí...
- Olá rapazes. – Cumprimentou Kayla ao sair de seu quarto e atravessar o salão comunal onde a dupla de aurores estava, indo em direção ao outro quarto, que era dividido por Melanie e Estelar. – E então, tudo certinho? – Perguntou ela risonha.
- O que vocês estão aprontando, heim Drumond? – Quis saber Jhones desconfiado.
- Nada ué, eu só estou sendo educada.
- Sei... – Resmungou Pietro. – Diga para a Malfoy, que eu quero vocês duas no próprio quarto antes do Lupin e do Shaw voltarem da ronda, entendido!?
- Tá bom. – Respondeu a menina, enquanto entrava no quarto. “Credo, esses dois não são nenhum pouco simpáticos.” Pensava ela ao bater a porta.
- Caramba Kayla como você demorou... – Disse Melanie, deixando de lado o violão que dedilhava. – E então, você conseguiu? – Questionou em tom ansioso.
- Ai nem, foi moleza! – Sorriu a outra em resposta, enquanto retirava do bolso de seu sobre-tudo duas garrafas de cerveja amanteigada. – Esse feitiço para ampliar os bolsos e tal é muito legal... Valeu mesmo Malfoy, por nos ensinar como se faz.
- Hum, certo... – Tornou a Sonserina um tanto desconfortável, afinal para ela, esse lance de fazer parte de um grupo ainda era uma novidade. – É, então vamos logo começar a beber, não é mesmo!? – Desconversou, apresando-se em servir a bebida nos copos misturando a elas o conteúdo de um pequeno frasco retirado de seu bolso, para logo em seguida distribuí-los para as outras garotas.
- Ei Sarah, e eu!? – Reclamou Estelar, a reparar que todas já bebiam menos ela.
- Lupin, sejamos sinceras. Bebida e você não combinam... – Ironizou Sarah. – Para falar a verdade, chega até a ser um caso de saúde pública, já que você é incapaz de se controlar. Mas enfim, a questão aqui é que não queremos nenhum tipo de acidente, então eu não vou correr o risco de te dar algo alcoólico para beber, enquanto você está aí fazendo essa poção... Já pensou se você confunde os frascos e acaba bebendo um dos ingredientes ao invés da cerveja!? – Completou a menina com um sorriso sarcástico, ao mesmo tempo em que Kayla e Melanie gargalhavam abertamente.
- Ahá, muito engraçado Malfoy... – Falou a Grifinória torcendo o nariz, no entanto guardando silêncio logo em seguida, afinal ela seria mesmo capaz de confundir os frascos, depois de alguns goles da mistura feita por Sarah.“Eu definitivamente preciso aprender a beber”. Pensou.
- Ei Estelar... – Chamou Melanie após alguns segundos. – Afinal de contas, que poção é essa que você está fazendo?
Já fazia algum tempo, que a filha do professor Lupin estava sentada no chão do quarto, em frente a um caldeirão, onde remexia uma quantidade significativa de um líquido arroxeado, fruto da mistura dos mais variados ingredientes.
- Isso aqui não é nenhuma poção não, é um perfume. – Disse a menina, ao mesmo tempo em que, usando a varinha, dividia o conteúdo do caldeirão em inúmeros e pequenos recipientes de vidro.
- Perfume!? – Estranhou Sarah. – Pra que você está fazendo isso?
- É simples. – Suspirou a Grifinória. – Eu não agüento mais andar por aí e sentir aquele fedor horroroso que o Power tem, por isso estou fazendo esse perfume, assim toda vez que ele passar por perto, eu borrifo isso ar. – Explicou ela muito satisfeita consigo mesmo, estendendo as outras, alguns dos frascos. – Viram como é cheiroso? Com isso eu salvo o meu nariz daquela inhaca que ele tem. – Completou ela, fazendo uma careta.
- Mas isso aqui não tem cheiro de nada... – Comentou a Lufa-lufa sem entender.
- Como não!? É um cheiro até bem forte. Não estão sentindo? – Questionou Estelar.
- Bom, vai ver que só você consegue sentir o cheiro por causa dos seus sentidos aguçados. – Ponderou Malfoy. – Da mesma forma que só você percebe esse cheiro estranho do Power.
- É pode ser, isso com certeza faz sentido. – Juntou Melanie. – E pensar que eu achei que você estava fazendo mais uma de suas experiências para as “Gemialidades Weasley`s”... – Sorriu.
- Ah, por falar nisso... – Sobressaltou-se Kayla. – Estelar, tem um pessoal lá da Corvinal que estava querendo um Kit-Mata-Aula, você por acaso tem algum por aí?
- Hum... Eu acho que ainda tenho um sim. Dá uma olhada aí embaixo da cama. – Respondeu ela, servindo-se de uma dose da cerveja amanteigada “batizada”.
Enquanto Kayla se esgueirava por debaixo da cama da Grifinória, as outras meninas retornavam a conversa amena e divertida que vinham mantendo desde que haviam se reunido ali, naquele quarto. Entretanto, aquele clima descontraído foi interrompido quando a Corvinal saiu afoita debaixo da cama, após emitir um grito assustado, sacudindo nervosamente as mãos, ao mesmo tempo em que choramingava coisas desconexas.
- Calma Kayla, calma! – Falava Estelar, tentando tranqüilizar a garota. – Mas o que aconteceu?
- Não! – Encolheu-se ela. – Não encosta em mim... As suas mãos, elas estão sujas.
- Mas do que você está falando? – Impacientou-se Sarah.
- Tem sangue... Muito sangue. – Resmungou Kayla. – Vocês estão vendo? – Perguntou ela aflita, enquanto estendia diante das outras as suas mãos. – Eu tenho sangue nas minhas mãos... Vocês também, todas nós temos. Eu... Eu não quero machucar ninguém. – Fungou.
- Está tudo bem Kayla, não tem sangue nenhum, foi só impressão sua. – Disse a Lufa-lufa de forma paciente, abraçando a outra, tentando lhe passar confiança.
- É Kayla, a Mel tem razão. – Juntou Estelar. – Não existe nenhum sangue nas nossas...
A garota não pode terminar o que diria, pois foi interrompida por sonoras batidas na porta do quarto, o que acabou por sobressaltar ainda mais as quatro estudantes ainda não acostumadas a situações desconfortáveis como aquela, onde claramente tinham a sensação de que algo importante, ou até mesmo assustador estava para acontecer... Porém, elas puderam suspirar aliviadas ao escutarem a voz autoritária do auror Willians, dizendo:
- Drumond, Malfoy! Voltem já para o quarto de vocês, já passou do horário que estabelecemos. Andem depressa!
Imediatamente as duas saíram, deixando para Estelar e Melanie a função de se livrarem das bebidas que tomavam. Entretanto, para aquelas quatro foi impossível não trocarem olhares cúmplices de preocupação antes de se separarem, afinal, depois de tudo que já tinham passado, qualquer coisa era motivo para aflorar aquela estranha angústia, que agora mais uma vez, as rodeava.
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Sentada em uma das muitas cadeiras ao redor da mesa da cozinha, a Senhora Weasley deixava que seus pensamentos vagassem para os dias em que todos aqueles lugares vazios eram ocupados, quando o falatório em sua casa era tanto, que ela se via obrigada a gritar para que todos pudessem ouvi-la, enquanto os sons dos risos brincalhões e das implicâncias infantis se espalhavam, enchendo o ar, agora tão silencioso e até tristonho.
- Eu não vejo a hora das férias começarem. – Suspirou a mulher.
- Falando sozinha Moly!? – Sorriu Arthur ao chegar em casa e entrar na cozinha.
- Oh, boa noite querido! – Cumprimentou ela. – Como foi no trabalho?
- Bem, na verdade a mesma coisa de sempre. – Disse o homem sentando-se ao lado da esposa. – E você, com foram as coisas por aqui?
- Monótono... – Deu de ombros. – Sem ninguém em casa, eu não tenho muito o que fazer...
- Entendo. É por isso que está tão ansiosa pelas férias não é mesmo!? Assim a casa fica cheia e você vai ter a oportunidade de bajular todos os seus netos e netas. – Brincou. – Bom, só não reclame depois, quando eles começarem a destruir o jardim fazendo corrida de vassouras.
- Nem me lembre disso Arthur... Eu fico com o coração na mão só de pensar que um deles pode cair e se machucar. – Tornou ela com seriedade. – E pensar que foram o Fred e Jorge que começaram com essa história de racha... Às vezes eu acho que o Remo e a Tonks cometeram um grande erro em darem a Estelar para eles batizarem, afinal por conta disso, esses dois parecem não querer crescer nunca! Já está mais do que na hora deles encontrarem alguma moça descente, se casarem e terem filhos, você não acha? Até porque eu não concordo nenhum pouco com essa postura que eles tem de trocar de namoradas a cada semana...
- Ora, deixe os garotos Moly... Eles vão formar uma família quando estiverem prontos, não se preocupe com isso.
- Mas pai, os anos estão passando e nada! – Protestou a senhora, chamando o marido pelo apelido. – Além do mais, todos os nossos netos já estão crescidos... A Estelar é a mais nova de todos e já está com quase dezesseis anos. Nós precisamos de crianças correndo por aqui, essa casa é grande demais para ficar assim, vazia. – Completou com uma certa tristeza na voz.
- Ah, não fique assim querida. – Suspirou o ministro ao abraçar Moly. – Logo, logo você estará implorando para ficar sozinha e ter um pouco de paz, por conta de toda a confusão que eles aprontam. – Completou risonho, esforçando-se em distrair a esposa, pois ele sabia que a Senhora Weasley buscava em cada um de seus netos, uma forma de suprir toda a falta que os filhos que eles perderam causava.
- Você tem razão Arthur. – Fungou. – Bom, é melhor eu colocar o seu jantar, você deve estar com fome, já são sete horas da noite. – Falou a senhora ao se levantar, indo em direção ao fogão. – E então, para você chegar a essa hora, é porque a sua secretária está fazendo falta não é mesmo senhor ministro!? – Brincou. – Quando ela volta de férias?
- Para falar a verdade ela já devia ter voltado a trabalhar essa semana, mas até agora não apareceu ou deu notícias. – Explicou. – Tsc, eu não gosto disso... Essa falta de justificativa vinda de alguém tão responsável quanto ela me preocupa. Sabe, amanhã mesmo eu vou pedir para alguém ir até a casa da senhorita Miller, afinal ela não respondeu a minha carta... É, é isso que eu vou fazer, essa falta de informação não é normal, e isso me faz lembrar dos tempos de você-sabe-quem, quando as pessoas sumiam sem deixar vestígios, e eu com certeza não me sinto a vontade com essa sensação. – Falou o Senhor Weasley com amargura.
- Sabe querido, eu estava pensado, o que você acha de nós mandarmos fazer mais um banheiro? – Disse ela se referindo a primeira coisa que lhe veio em mente, desejando muito poder mudar de assunto, não queria se lembrar do passado desse jeito, era doloroso demais. - Afinal, você sabe como é com todas aquelas meninas brigando para usar os banheiros sempre ao mesmo tempo.
Com sinceridade esse tipo de obra nem era tão necessária assim, já que desde que o Senhor Weasley havia sido indicado como ministro da magia, que a “Toca” tinha deixando de ser uma casa torta e desajeitada, embora mantivesse o mesmo aconchego de anos atrás, com seus muitos cômodos sempre bem organizados e limpos, isso sem contar com o espaçoso jardim do lado de fora, onde Moly mantinha uma pequena plantação de flores silvestres, agora que tinha tempo livre, o que só contribuía para tornar tudo ainda mais perfeito, na visão de todos os freqüentadores daquele lar.
- Você quem manda minha velha, faça o que quiser. – Brincou ele fazendo a mulher torcer o nariz ao escutar as palavras “minha velha”, embora ela também o acompanhasse nas risadas que se seguiram, enquanto ambos se sentavam para jantar juntos, assim como faziam todas as noites, afinal Moly sempre fazia questão de esperar o marido, por mais que ele dissesse que não precisava.
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Naquela manhã, pesadas nuvens encobriam o céu, e ainda agora à tarde, o dia permanecia com um aspecto cinzento, que por mais que deixasse evidente a tempestade que viria, não era o suficiente para minguar a animação dos estudantes em aproveitar, da melhor maneira possível, mais um sábado, totalmente isento de trabalhos e tarefas, devido à proximidade do fim do ano letivo.
Estelar e Kayla seguiam caminhando juntas pelos corredores, enquanto mantinham uma animada conversa repleta de muitas risadas, afinal ambas insistiam em direcionar aos seus “aurores particulares” as mais diversas piadas, sempre com o objetivo de irritá-los, sendo esse, já á alguns dias, o passa-tempo favorito das garotas, que adoravam ver como Willians e Jhones perdiam facilmente a paciência.
- É sério, vocês dois tem problemas! – Sorriu Estelar. – Estão sempre com essas caras cheias de rugas de tão sérias... Quer saber, eu acho que vocês dois precisam de namoradas.
- Ai nem, eu concordo! – Disse a outra. – Afinal tanto mal humor só pode ser falta de carinho.
- Eu sugiro senhoritas, que tenham mais respeito. – Sibilou Jhones. – Casa contrário, eu serie obrigado a...
- Ah, tá bom... Que seja! – Cortou a Grifinória. – Vem Kayla. – Chamou ela, puxando a outra menina.
- Onde pensa que vai Lupin? – Quis saber Pietro, se colocando no caminho das duas.
- No banheiro. – Respondeu ela com simplicidade. – Relaxa Querido! – Sorriu. – Nada e nem ninguém vai os atacar lá dentro. Mas caso isso aconteça, eu grito... Aí você vai poder entrar e bancar o herói, salvando a donzela em perigo. – Concluiu com uma piscadela.
Virando-se depressa, a Grifinória abriu a porta do banheiro, por onde passou rapidamente, arrastando atrás de si a Corvinal, que quase não conseguia se agüentar em pé, devido as constantes risadas. Do lado de fora, Pietro se manteve parado, ainda sem reação diante da postura um tanto quanto insinuante da filha do professor Lupin. O auror só voltou a realidade, ao ouvir o pigarrear do seu colega de trabalho, que lhe direcionava um olhar repleto de reprovação.
- É melhor nem falar nada. – Pontuou Willians com convicção, ao ver o outro abrir a boca, em uma nítida tentativa de criticá-lo.
- Eu não acredito que você fez isso Estelar! – Falou Kayla dividida entre a diversão e a surpresa, assim que a porta se fechou atrás dela.
- Você viu só a cara dele? – Gargalhava a outra. – Parecia até que tinha visto um... Ah, eu sei lá o que, eu só sei que ele ficou completamente branco!
- É, eu reparei. – Suspirou. – Ai nem, isso foi muita maldade, você não deveria brincar assim com ele...
- E por que não!? – Quis saber Estelar sem entender. – Eu só o assustei um pouco, nada demais.
- Poxa, você ainda não percebeu!? Ah, deixa pra lá. – Disse a Corvinal ao ver a expressão de dúvida da outra garota.
- Vocês estão atrasadas! – Exclamou uma voz feminina. – Eu não agüentava mais esperar aqui nessa porcaria de banheiro...
- Está tudo bem. Elas já estão aqui, e é isso que importa. – Disse um rapaz, se juntando ao trio. – E então Estelar, você conseguiu o que pedimos?
- É claro que sim. – Respondeu a Grifinória. – Aqui está, esse é o meu melhor carregamento de fogos, tenho certeza que a espera de vocês valerá a pena. – Concluiu ela com um sarcástico sorriso, enquanto balançava em suas mãos um pacote de tamanho mediano, retirado dos bolsos, magicamente ampliados, de Kayla.
- Eu espero que sim. – Respondeu a Sonserina de cabelos avermelhados, entregando a Estelar o dinheiro, para logo em seguida pegar o pacote. – Foi um prazer fazer negócios com você, querida. – Debochou. – Até.
- Igualmente, meu bem. – Respondeu, acompanhando atenta a outra se retirar do banheiro, fazendo uso de uma passagem secreta.
- Caramba, ela realmente ficou chateada... – Comentou Kayla.
- Não esquentem. – Sorriu o jovem, também da Sonserina. – Ela é só uma filhinha de papai mimada, que não suporta esperar pelas coisas que quer.
- Humpf, patricinha metida! – Resmungou Estelar cruzando os braços impaciente.
- Então... Você não se preocupa com o que podemos fazer com esses fogos? – Perguntou o rapaz, aproximando-se da Grifinória a passos lentos.
- Para falar a verdade não. – Respondeu a menina séria. – Esses fogos são inofensivos, não podem machucar ninguém, por isso, por mim vocês podem até soltá-los nas sala do meu pai, porque eu não ligo!
- Não liga!? – Tornou, dedicando a menina o seu melhor sorriso galanteador. – E o que faria se descobrissem que esses fogos foram fornecidos por você?
“Como a Estelar tem sorte!” Pensava Kayla enquanto observava toda a situação a sua frente, atenta em como o Sonserino parecia querer engolir com os olhos a sua amiga.
- Não vão descobrir... Ou você realmente acredita que eu não me previno à respeito dessas coisas?
- Eu tenho certeza de que sim... Estava apenas curioso. – Falou ele, levando uma de suas mãos até a cintura da garota, atento as suas reações. Incrédula, Estelar se limitou a erguer uma das sobrancelhas, em um gesto tipicamente Malfoy, assim como havia aprendido com Sarah. – Então Lupin, durante todos esses anos, eu sempre fiquei me perguntando, o que você tem nessa sua cabecinha para fazer essas coisas... Causar tanta confusão. E quer saber!? – Perguntou ele se aproximando ainda mais, inclinando o rosto a medida que falava. – Não importa, porque de todas as garotas que eu conheço, você é a mais...
- Se der mais um passo, mordo você. – Ameaçou Estelar.
- O que!? – Surpreendeu-se.
- Tire as suas mãos de mim seu moleque, ou eu te dou uma surra que nunca mais vai esquecer. – Disse ela com rispidez, acertando na mão do rapaz um sonoro tapa, afastando-a de sua cintura. - Dá o fora! – Completou alteando ameaçadoramente a voz, deixando que um rosnado baixo escapasse de sua garganta propositalmente.
Aos tropeços, o Sonserino assustado saiu do banheiro, esgueirando-se o mais rápido possível pela passagem, sem nem ao menos olhar para trás.
- É, ter a fama de um lobsomem cruel e sanguinário tem as suas vantagens. – Riu a menina.
- Você é doida Estelar... Por que fez isso? Ele era tão gatinho, não acredito que deu um fora assim no coitado.
- Ah dá um tempo Kayla. Ele pode até ser bonitinho, mas também é só... Eu não vejo a mínima graça nesse pirralho.
- Pirralho!? Mas ele já está no sétimo ano! – Protestou a Corvinal inconformada.
- E daí... – Deu de ombros. – Isso não muda nada.
- Ahhh... Entendi. – Sorriu Kayla, após algum tempo observando a outra menina.
- Como assim? Entendeu o que? – Perguntou ela desconfiada, ao mesmo tempo em que retirava do bolso da calça, um pequeno e dourado objeto, muito parecido com um pomo-de-ouro.
- Eu já sei porque você afasta todo e qualquer garoto que chega perto de você. É por causa do Pie... – A garota interrompeu o que diria ao ver a outra estender para ela uma das mãos com veemência, em um claro sinal para que fizesse silêncio.
- Em nome da nossa amizade Kayla, eu vou fingir que essa conversa não existiu, ok. Ótimo! – Pontuou ela séria, após não receber nenhum tipo de protesto da Corvinal. – Oi Mel, sou eu, Estelar. – Disse, contatando a outra através do comunicador, fornecido pelos seus padrinhos no início daquele ano.
- Estelar... O que aconteceu? Por que tá falando comigo assim? E o Pietro? – Estranhou a outra.
- Está tudo bem, não esquenta... Eu estou dentro de um dos banheiros femininos com a Kayla, o Pietro não pode entrar aqui. Escuta, nós temos que fazer uma coisa hoje. Não é nada muito sério, mas mesmo assim, acha a Sarah e fala para ela que todas nós vamos nos encontrar no salão de entrada do castelo daqui a trinta minutos. Tudo bem!?
- E os aurores?
- Não temos como nos livrar deles, então eu acho que não temos escolha... Eles vão ter que ir também.
- Tá! Eu aviso a Sarah, mas já que você ligou pra mim, por que também não ligou pra ela? – Perguntou Melanie. – Vocês brigaram?
- Não, não brigamos. É só que toda vez que eu vou usar essa coisa, tenho que fazer escondida, e logo logo o Pietro vai começar a ...
- Lupin, Drumond! Por que estão tanto tempo aí dentro? Saiam logo de uma vez! – Gritou o auror, batendo na porta do banheiro.
- Viu só! É disso que eu estou falando. – Explicou a Grifinória.
- Tudo bem. Vou ligar para a Sarah. – Respondeu. – Nos vemos daqui a pouco. – Despediu-se a menina, desligando o comunicador.
- O que nós vamos fazer? – Quis saber Kayla – Não é nada que vai nos causar problemas depois, não é mesmo!? – Preocupou-se.
- Credo! Mas que tipo de delinqüente vocês pensam que eu sou heim!? – Brincou a outra, dirigindo-se até a saída.
Ainda sorrindo, Estelar passou pela porta, fazendo questão de ignorar o modo reprovativo que Pietro lhe encarava, reparando apenas em como o outro auror se esforçava em vasculhar com um olhar apressado, se tudo estava em ordem dentro do banheiro. Aparentemente, não havia nada de errado, mas inda assim, os dois rapazes trocaram olhares desconfiados antes de voltarem a caminhar atrás das meninas, que agora retomavam a animada conversa, enquanto seguiam até salão.
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Parados diante do portão principal de Hogwarts, no horário marcado, Ted Lupin e Andrew Shaw com suas respectivas “protegidas”, aguardavam pela chegada dos outros. E embora todos eles soubessem que aqueles dias haviam seguido com tranqüilidade, ainda assim não podiam deixar de se dividir entra a curiosidade e a preocupação por aquele tipo de reunião de última hora. “O que será que está acontecendo?” Era o que todos se perguntavam.
- E aí gente! – Cumprimentou a Grifinória ao se aproximar. – Vocês estão prontos?
- Prontos? Como assim, prontos para o que? – Quis saber Melanie confusa.
- O que está acontecendo Estalar? – Indagou Lupin em tom imperativo, já preocupado de antemão pelo o que sua irmã estaria armando.
- Ei, calma aí galera! Uma pergunta de cada vez, ok... – Falou a menina, observando as pessoas reunidas ao seu redor. – Não aconteceu nada, está tudo bem. E eu também não fiz nada de errado tá! – Explicou ao reparar na expressão acusadora de Ted. – Eu só chamei vocês aqui, porque o professor Hagrid me convidou para tomar um chá, e eu queria que vocês fossem comigo. – Sorriu.
- Isso só pode ser brincadeira! – Exasperou-se Sarah. – Você nos chama aqui dizendo que é algo importante, e por conta disso todo mundo larga o que tá fazendo, e vem correndo pra cá... Aí agora você vem me dizer que é para tomar chá!? Droga, o que você tem na cabeça Estelar!?
- Nossa Malfoy, eu estou emocionada... Não sabia que você se importava tanto assim comigo. – Provocou a menina.
- Não seja ridícula Lupin! Eu não dou a míni...
- É, tá legal! – Cortou Estelar. – Agora vamos, vai ser divertido. – Completou, arrastando a Sonserina pelo braço, não lhe dando outra opção a não ser seguí-la, embora ainda protestasse.
Logo atrás da dupla, seguiam os demais, alguns animados com a idéia da Grifinória, outros nenhum pouco, mas ainda assim, todos iniciaram a descida do vale que levava até a casa do meio-gigante.
- Por que o Gustavo não veio com você Mel? – Perguntou Kayla durante a caminhada.
- Bom, eu não sabia o que a Estelar queria, por isso não o trouxe. Achei que era algo sério, sabe!?
- Mas isso é sério! – Protestou. – Afinal, nós estamos indo fazer companhia para alguém sozinho. Ou você nunca reparou em como o professor Hagrid parece triste às vezes?
- Para falar a verdade não Kayla. – Tornou a outra um tanto sem graça, pensando em como eles, alunos, não sabiam nada a respeito de seus professores. – É, então é melhor a gente se apressar não é mesmo!? – Sorriu.
- Legal! Que apostar corrida? – Indagou a Corvinal animadamente.
- Hum, tá...
- Quem chegar por último vai ter que beijar um elfo doméstico. – Gritou a menina, já iniciando a corrida.
- Ei, isso não vale! – Reclamou a outra, indo logo depois.
A pequena aposta que as garotas começaram, logo se tornou uma verdadeira prova de velocidade, com todo o grupo correndo ladeira abaixo, por mais que nem todos participassem da brincadeira. “Eu definitivamente preciso de um emprego novo.” Pensava Ryan Jhones insatisfeito. Ao alcançarem o descampado, onde ficava a moradia do professor, Estelar, sendo a primeira a chegar, se encarregou de fazer barulho o suficiente ao comemorar a sua vitória. “E viva a superioridade lupina!” Gritava ela feliz, enquanto saltitava em frente à porta da cabana, sem se importar com os protestos dos demais. “Isso é trapaça.” Foi o que Andrew disse, expressando em palavras o pensamento da maioria. Afinal, era óbvio que a menina venceria, já que ela contava com os seus reflexos aprimorados de lobsomem.
- Estelar... – Chamou Hagrid, abrindo a porta, atraído pelo falatório do lado de fora.
Assim que a porta se abriu, uma massa de pelos amarronzados passou ligeiro pelos batentes, quase derrubando o meio-gigante, indo saltar com tudo sobre a Grifinória, jogando-a com estrépito no chão, sobressaltando a todos.
- Oh não... Sai já daí Canino. Menino malvado, muito malvado. – Ralhava o professor, tentando retirar o cachorro de cima da garota.
- Ah qual é!? Alguém faz alguma coisa! Esse cachorro maluco tá babando no meu cabelo! – Gritava ela, esforçando-se para proteger o rosto das insistentes lambidas do animal.
- Hunpf... Bem feito, quem mandou ser tão convencida. – Debochou Sarah, com um sorriso torto desenhado em seus lábios.
Quando finalmente Hagrid conseguiu afastar o grande cachorro, Ted ajudou a sua irmã a se levantar, tentando ao máximo parecer solidário, mas falhando miseravelmente ao se deixar dominar pelas gargalhadas assim que mirou os cabelos desgrenhados da menina.
- Ahá, muito engraçado... – Resmungou ela.
- Me desculpe Estelar, mas você sabe, o Canino é apaixonado por você. – Falou o meio-gigante apontando para o animal sentado em frente a Grifinória, lhe abanando o rabo animadamente.
- Bicho bobo. – Disse Estelar, bagunçando os pelos da cabeça de Canino, ao afagá-lo. – Eu vim tomar o chá que prometi a você Hagrid, espero que não se importe de eu ter trazido alguns amigos. – Explicou ela, ignorando as risadas divertidas que ainda persistiam, enquanto usava sua varinha para conjurar um feitiço de limpeza em si mesma.
- De forma alguma. Eu adoro ter a casa cheia. – Sorriu o professor. – Seus amigos são muito bem vindos. Vamos entrem, entrem. Vocês vão adorar os biscoitos que eu fiz. – Completou satisfeito, ao passar pela porta, voltando para o interior da casa.
- Haja o que houver, não comam os tais biscoitos... Eles são terríveis. – Avisou a garota aos outros antes de entrar.
- Lupin, Willians! – Chamou Jhones. – Eu não vou entrar, vou ficar aqui fora e dar uma olhada ao redor. – Informou.
- Certo. Qualquer coisa, eu vou estar lá dentro. – Respondeu Pietro, seguindo para casa acompanhando os demais.
- Shaw, você vem comigo. – Ordenou, impedido-o de prosseguir.
- Mas Ryan, eu...
- Sem reclamações, você está a trabalho. Lembre-se disso! – Taxou.
Sem esconder a frustração, Andrew voltou, juntando-se a Jhones, para logo em seguida se afastarem, indo em direção a parte traseira da casa, na intenção de contorná-la algumas vezes. E durante algum tempo, foi isso que fizeram, indo e voltando, enquanto podiam ouvir as risadas que vinham de dentro da casa, proveniente da conversa despreocupada e cheia de futilidades, que Jhones sabia que estariam tendo. Em contra partida, a única coisa que Andrew conseguia fazer era se lamentar. “Poxa vida, eu queria tanto estar lá dentro... O Pietro nem gosta dessas coisas, por que ele entrou? Eu podia ter ido no lugar dele... Isso não é justo.” Pensava ele distraído.
- Ei Shaw, você ouviu isso? – Falou Jhones, chamando o outro de volta a realidade.
- Hum... o que?
- Esse barulho... Você ouviu? Ah, deixa pra lá! – Impacientou-se ao reparar na expressão desentendida do outro. – Pegue a sua varinha, vamos investigar.
Resoluto, o rapaz rumou, com sua varinha em punho, para um pouco mais além da orla da floresta, passando em maio as árvores atento a tudo ao seu redor. “Tenho certeza de que ouvi passos! Não me enganaria com algo assim... Tem alguma coisa errada por aqui.” Pensava ele, enquanto Shaw, sem a menor vontade, o seguia na inconveniente investigação, afastando-se cada vez mais do descampado, onde ficava a casa do professor... Por algum tempo a dupla de aurores caminhou pela floresta, sendo Ryan o único a estar realmente atento a qualquer movimentação suspeita, no entanto, ele não encontrou nada, e sem opção, se viu obrigado a voltar.
Ao mesmo tempo, dentro da cabana, a conversa seguia animada, sendo acompanhada de muito chá e grandes biscoitos, por mais que esses últimos, ninguém se atrevesse a provar... As únicas pessoas que não pareciam a vontades naquele ambiente eram Sarah e Pietro, que insistiam em torcer o nariz toda vez que seus olhos capturavam mais um detalhe do interior da residência. “Por Merlin! Como alguém consegue viver nessa desordem!?” Perguntou-se Malfoy em pensamento, trocando vez ou outra, um olhar cúmplice com o auror, que aparentemente parecia ter as mesmas idéias que ela a respeito daquele lugar. Entretanto, com o tempo, a Sonserina pareceu se acostumar, principalmente depois que Hagrid começou uma série de relatos sobre a infância de Ted e Estelar. É, com certeza aquilo estava sendo divertido, ao menos para Sarah, que estava adorando ver as caretas de constrangimento do dois.
- Eu não acredito que você fez isso Estelar, que gracinha! – Sorria Melanie, ao se levantar para levar sua xícara vazia até a pia.
- As coisas não foram exatamente assim... – Resmungou a menina em resposta.
- Como não!? – Provocou Ted. – Eu me lembro até hoje da choradeira que você arrumou lá na estação 9 ¾, quando eu embarguei para Hogwarts... Tudo porque você não queria ficar longe do seu irmãozão aqui!
- Pra você ver como são as coisas... Hoje em dia em rezo é para ficar longe de você. – Alfinetou Estelar. – Ainda bem que as pessoas mudam...
- Ai gente, são nessas horas que eu fico triste por ser filha única... Eu acho esse lance de amor fraternal tão bonito. – Comentou Kayla de forma risonha.
- Ah é, o amor fraternal desses dois, é mesmo... Caramba! – Exaltou-se a Lufa-lufa, derrubando algumas das xícaras que estavam em cima da pia, partindo-as em vários pedaços, porém sem se importar, seguindo apressada até a janela que dava vista para a floresta proibida.
- O que ouve? – Quis saber Ted, se levantando e indo até a menina.
- Eu... É, não foi nada. – Desconversou ela. – Eu pensei ter visto um centauro, só isso. - Explicou, tentando ao máximo parecer convincente, enquanto lutava a todo custo com seus próprios pensamentos, na tentativa de refreá-los. “Aquilo que eu vi não pode ter sido a Sophie, não mesmo... Não existe a menor chance!”.
O auror encarou Belford durante algum tempo, e logo em seguida dirigiu sua atenção para o lado de fora, tentando enxergar ali alguma resposta para a aflição que ele via estampado na face da menina, que ainda com uma estranha sensação de medo, remexia as mãos, sentindo-as suar frio. A lufa-lufa obrigando-se a manter a calma e a controlar tremedeira que lhe acometera, enviou as mãos nos bolsos, entretanto foi nesse momento que sentiu seu estômago dar um salto, ao mesmo tempo em que todo o ar de seu pulmão lhe faltava.
- Mel... – Chamou Estelar ao se levantar, afastando de si a cabeça de Canino, que estava apoiada em seu colo. – Você está pálida. O que está acontecendo? – Perguntou tão logo assim se aproximou.
Sem responder, Melanie retirou a mão esquerda do bolso, erguendo-a no ar com movimentos lentos, exibindo diante de todos um majestoso envelope de cor vermelho sangue... Aquele, ela sabia, era o mesmo envelope que aparecera em seu sonho a meses atrás, o mesmo envelope responsável por marcá-la tão dolorosa e definitivamente.
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Dentre todas as salas do castelo de Hogwarts, aquela era a única que ano após ano, mantinha a mesma áurea imutável, alheia ao constante vai-e-vem dos diferentes alunos que ali circularam, ou que ainda circulam. O ambiente fechado e abafado da sala mantinha no ar o marcante cheiro dos incensos que ajudavam também a enevoar o lugar com as suas nuvens de fumaça, tornando tudo ainda mais místico.
Sentada a um canto, Sibila se mantinha imóvel, perdida em seus pensamentos, alheia a tudo, assim como vinha se mantendo durante anos, com medo de fazer parte de um lugar o qual podia ver, mas nunca entender... Por isso ela havia feito essa escolha, a de se manter fora do mundo, à salva em sua torre. Entretanto, já faziam alguns dias que a professora de adivinhação sentia-se irrequieta, com aquela incômoda e persistente sensação de medo, que só piora toda vez que encontrava o olhar especulativo da aluna Kayla Drumond durante as suas aulas, de quem vinha se esquivando desde que havia lido sua sorte na borra de chá... Por isso agora, Sibila estava ali, sentada sozinha em frente a um jogo de cartas, que embora montado, ainda permanecia virado, enquanto ela se enchia da coragem necessária para tentar enxergar através daquele artifício, a resposta para a pergunta que vinha se fazendo desde então: “O que tão cruel de fato estava reservado para o futuro de Kayla?”. Com um suspiro longo e cheio de apreensão, a mulher começou a desvirar as cartas, uma a uma, até que por fim pode visualizar o jogo completo.
- Mas o que significa isso? – Perguntou-se ela surpresa, ao encarar as cartas postas a sua frente. – Ô céus, céus... O que está acontecendo? Por que não falam comigo? Por que? – Completou, alterando a voz.
Incapaz de compreender o porque de não conseguir ler as cartas, mesmo com seus vários anos de experiência, a senhora se deixou levar pela frustração, enquanto desfazia o jogo e voltava a misturar as cartas, distribuindo-as mais uma vez sobre a mesa... Com os olhos arregalados, sobressaindo-se ainda mais através das grossas lentes de seus óculos, Sibila levou a mão trêmula até as cartas, embaralhando-as e arrumando-as, repetindo por várias vezes o processo, até que por fim, se deu por vencida. Nada seria revelado ali! Entretanto, existiam muitas outras formas de se prever o futuro, ela sabia disso melhor do que ninguém, por isso se levantou decidida, sem se importar quando esbarrou em um dos incensários, derrubando-o no chão, ao virar bruscamente o próprio corpo, mas parando logo em seguida... Por alguns instantes, Sibila teve a certeza que o chão sob os seus pés haviam sumido, enquanto sentia as batidas de seu coração alcançarem um ritmo frenético, dando-lhe a nítida sensação de que seu peito explodiria a qualquer momento, ao se deparar com a figura bizarra de um enorme cão negro a observando com os seus olhos injetados, lhe rangendo os dentes de forma ameaçadora.
- Um sinistro... – Balbuciou a professora com a voz falha.
Com um estrondoso latido, o cachorro avançou, indo direto até a mesa onde as cartas, que há segundos atrás Trelawney tentava ler, ainda estavam dispostas, jogando-as no chão, ao mesmo tempo em que um poderoso trovão estourava do lado de fora. Apavorada, a mulher olhou pela janela, por onde pode ver um majestoso relâmpago cruzar o céu, iluminando por alguns segundos o interior da sala, agora novamente vazia... Olhando ao redor em busca do sinistro, ainda sentindo calafrios por todo o seu corpo, a professora demorou para notar as cartas, agora espalhadas pelo chão, todas viradas, exceto uma.
- Morte! – Gritou ela ao ver a carta.
E pela primeira vez em anos, Sibila saiu de sua torre, descendo as escadas em uma louca corrida contra o tempo... Ela tinha que avisar! Precisava fazer alguma coisa, antes que fosse tarde demais.
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O silêncio que tomou conta daquela cabana, só durou alguns poucos segundos, enquanto as pessoas reunidas ali tentavam assimilar o real significado do estranho envelope escarlate, até que de repente, preenchendo o vazio do ar, o grito dolorido de Kayla ecoou, ao mesmo tempo em que do lado de fora ressoava um poderoso trovão.
- Ahhh... Minha mão, minha mão... Ela está queimando! – Gritava a menina apavorada balançando freneticamente sua mão direita.
- Fica quieta Kayla... Deixa eu ver. – Pediu Malfoy, segurando firma a mão da outra. – Por Merlin... – Sussurrou ela, ao reparar na cicatriz antes seca e sarada, pulsar visivelmente.
Com estrondo, Ryan e Andrew adentraram a casa, chutando a porta ao passarem, atraídos pelos gritos da Corvinal.
- O que está acontecendo? – Perguntou Ryan Jhones assim que entrou, mantendo em punho a sua varinha, estando ele preparado para qualquer coisa.
- Esse cheiro... – Rosnou Estelar ao aspirar o ar que invadiu a casa pela porta aberta. – Dessa vez eu pego você. – Completou a menina, já se virando e correndo em direção a saída.
- Parada aí Lupin. – Ordenou Pietro a segurando pelo braço. – Você não vai a lugar nenhum sozinha.
- Mas esse cheiro estranho é o mesmo que... – Começou a protestar ela.
- Alguém me ajuda, por favor... A minha mão está doendo muito. – Choramingou Kayla, interrompendo a outra.
- Nós precisamos voltar para o castelo. – Disse Ted convicto, ainda parado ao lado de Melanie, que permanecia estática, mantendo o tal envelope seguro em suas mãos.
- Certo. Vamos fazer isso. – Concordou o auror. – Jhones saia na frente e verifique se está tudo bem, ao seu sinal, nós saímos também. Nós precisamos ser rápidos.
Sem questionar, Ryan saiu para o quintal, verificando o perímetro atentamente, seguro de que alguma coisa estava errada. “Essa sensação de perigo... Mas o que está acontecendo?” Perguntava-se ele.
- Limpo! – Informou assim que terminou de averiguar o espaço ao redor da cabana.
Imediatamente, todas as pessoas reunidas dentro da casa, incluindo Hagrid, vieram para o lado de fora, ao mesmo tempo em que uma chuva pesada começava a cair, com seus grossos pingos machucando a face desprotegida daqueles que corriam através da tempestade. Com raios e trovões estourando sobre as suas cabeças, o grupo seguia apressado, enquanto os aurores se mantinham atentos a tudo ao redor, preocupados em levar as garotas em segurança para dentro do castelo. Após alguns minutos de uma desenfreada corrida, eles alcançaram os portões principais de Hogwarts, por onde passaram sem fôlego e encharcados, juntamente com alguns outros alunos que fugiam da chuva repentina.
- Fiquem juntos... Nós vamos direto para a enfermaria. – Falou Willians aos demais.
- Eu vou avisar a diretora sobre o que aconteceu. – Informou o professor de trato de criaturas mágicas.
Entretanto, assim que eles deram alguns passos em direção as escadarias, um grito estridente se vez ouvir, chamando a atenção de todas as pessoas reunidas no salão... No patamar da escada, Trelawney se mantinha estática, com seu dedo indicador apontado em riste, na direção das quatro meninas.
- Vocês... São vocês. As quatro casas... – Gritava a mulher descontrolada.
- Sibila!? – Estranhou Hagrid ao ver a professora fora de sua torre após tantos anos de reclusão.
- Vocês... – Voltou ela a gritar, apontando cada uma delas.
E como em um passe de uma tenebrosa mágica, uma a uma, as garotas foram deixando que gritos dolorosos escapassem, aos sentirem as marcas em seus corpos voltarem a abrir, vertendo uma quantia assustadora de sangue. Alarmados, os aurores ampararam-nas da forma que puderam, por mais que não conseguissem compreender o que estava se passando ali, enquanto os gritos de dor das meninas se misturavam aos gritos assustados dos outros estudantes, que presenciavam a bizarra cena que se desenrolava. E de toda a gritaria que tomava conta do recinto, uma única voz conseguiu sobrepor todas as outras, calando-as, com o som de um urro gutural...
- As casas... – Resmungou Trelawney de forma falha, em meio ao seu estrondoso berro, seguido de um suspiro profundo. – “Aquele-que-não-deve-ser-nomeado e a criança marcada, encontraram seu destino... Longos serão os dias de paz! A roda dos anos irá girar e girar...” – Começou a recitar a senhora, com sua voz tão estranhamente áspera, perdida em seu transe.
Sentindo o ombro doer absurdamente, Estelar buscou em seu íntimo a força que precisava para manter uma linha decente de raciocino, tentando ao máximo não ceder ao desespero, calando em sua garganta o grito que adoraria soltar... Por isso, tomada por uma determinação tão tipicamente sua, a garota retirou do bolso a própria varinha, e para falar a verdade, ela não saberia dizer no que exatamente estava pensando quando conjurou um pergaminho e uma pena de repetição rápida, que ao se comando, imediatamente começaram a transcrever as palavras ditas pela professora de adivinhação.
- “... E as casas irão voltar... Quatro vão ser as marcas que vão mostrar aqueles que podem vencer as trevas... Quatro vão ser as forças da aliança que juntas serão testadas; longo será o caminho e grande o sofrimento! Nada será o que parece... As trevas irão enganar e se enfeitar...A verdadeira batalha irá começar, quando no céu a escuridão de formar... Luz e Trevas irão se enfrentar, em uma chuva de sangue, e dessa batalha derradeira só um conseguirá se salvar...” – Concluiu, urrando mais uma vez ao voltar do transe, sentindo todo o seu corpo ser acometido por uma intensa tremedeira. – Merlin... – Clamou ela com lágrimas nos olhos, sentindo-se fraca.
- Oh, Sibila... – Sussurrou Minerva ao chegar no salão atraída pelos gritos, presenciando o exato momento em que a professora cambaleou, indo de encontro ao chão, onde bateu com força.
E da mesma forma inexplicável que começou, terminou... As quatro garotas não sentiam agora nada além de uma estranha sensação de dormência, onde carregavam as marcas adquiridas á meses atrás, em seus sonhos. Nem mesmo o sangue que manchava o chão parecia ter vertido de seus ferimentos, agora novamente fechados. Apressados, os aurores se adiantaram em retirá-las dali, carregando-as para a enfermaria, assim como tinham planejado a princípio.
- Mel, Mel... – Chamou Gustavo preocupado, tentando alcançar a namorada, que ainda se mantinha entorpecida pelo susto e pela dor, enquanto era amparada por Shaw.
- Não se aproxime rapaz. – Advertiu Pietro, afastando o Grifinório ao passar, arrastando consigo Estelar, que seguia sem protestar, preocupada apenas em manter seguro em suas mãos o pergaminho preenchido pelos dizeres de Trelawney. – Andem depressa, não parem por nada. Rápido! – Ordenou o auror, abrindo caminho em meio aos outros estudantes.
- Eu sinto muito... – Disse Andrew em voz baixa, olhando de forma desconcertada para Gustavo, deixando-o para trás, enquanto se afastava com Melanie.
Intempestivamente, Draco alcançou o grupo, seguindo direto até sua filha, ignorando por completo o escândalo que Kayla fazia, chorando à plenos pulmões ao ser carregada por Jhones.
- Sarah! – Chamou alarmado o professor de poções. – Me dê ela... – Gritou ao arrancar a menina dos braços de Ted, segurando-a firmemente em seu colo, se certificando de que ela estava realmente bem. Esquecendo-se imediatamente e toda a rebeldia da Sonserina ao desobedecer as suas ordens.
- Eu estou bem pai... – Sussurrou ela, recebendo de bom grado o carinho paterno, fechando ainda mais os braços ao redor do pescoço do homem, sentindo-o suspirar aliviado.
Em meio a um turbilhão de sentimentos, exteriorizados pela confusão de cores em seus cabelos, Ted continuou a seguir com o grupo até a enfermaria, deixando que os outros professores que agora chegavam ao salão, se encarregassem de afastar os assustados alunos, levando-os para os seus salões comunais, enquanto a diretora ditava diferentes ordens, tentando desfazer o caos que se formara, ao mesmo tempo em que seguia ao socorro de Sibila, ainda estirada ao chão. Entretanto, antes que McGonagall a alcançasse, Hermione chegou, se abaixando ao lado da professora, verificando se ela estava bem.
- Ah, céus... – Lamentou-se Granger, levando suas mãos até a boca, em um gesto de incredulidade.
- Hermione!? – Chamou Minerva preocupada, ao se aproximar da ex-grifinória.
- Ela está bem? – Perguntou Hagrid, parado ao lado da diretora.
- A professora Trelawney... Ela está morta. – Informou Hermione com a voz pesarosa, já sentindo as lágrimas começarem a correr livremente por sua face.
Mais uma vez o salão principal de Hogwarts foi iluminado por um clarão, proveniente dos relâmpagos que riscavam o céu do lado de fora, deixando visível a expressão aterrorizada, com a qual a professora de adivinhação, deparou-se com seu destino... Sibila estava tão preocupada em encontrar as respostas que queria à respeito de Kayla, que foi incapaz de perceber, que o sinistro e a carta da morte, símbolos de agouro, os quais havia visto mais cedo, eram na verdade, o anúncio de sua própria morte.
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Sentindo-se em frangalhos, Minerva McGonagall adentrou a enfermaria acompanhada de Hagrid e Hermione, trazendo consigo uma maca conjurada, onde coberto por um lençol de cor branca, estava disposto o corpo da professora Trelawney, que imediatamente foi encaminhado para uma parte restrita da ala, causando ainda mais histeria, nas já agitadas alunas.
- Por favor... Alguém faz alguma coisa. O que está acontecendo? – Chorava Kayla. – Professora Trelawney... O que aconteceu com ela?
- O que foi aquilo? – Indagou Sarah de forma impaciente. – O que significa tudo isso? O que aquelas palavras querem dizer? – Prosseguia a menina com suas diversas perguntas, sendo apoiada pelas demais, todas tão curiosas quanto ela.
- Meninas... Meninas, por favor mantenham a calma. – Pediu a diretora tentando se mostrar paciente.
- Acontece que não dá para manter a calma depois de tudo isso! – Exasperou-se Estelar. – Vocês estão nos tratando feito crianças, nos escondendo as coisas... Mas que merda está acontecendo? Por que não nos contam a verdade?
- Estelar! – Chamou Lupin de forma severa, ao entrar na enfermaria. – Fique quieta mocinha! Deixe que nós resolvemos isso.
- Mas professor... – Manifestou-se Melanie. – Tem alguma coisa muito errada! Eu vi a Sophie na floresta e logo depois esse envelope estava no meu bolso. Eu não sei o que isso significa, mas eu tenho certeza de que esse é o mesmo envelope com que eu sonhei.
- Merlin... – Suspirou Minerva aflita, ao ouvir o nome de sua filha de criação ser mencionado.
- Ela está certa! – Exclamou Hermione. – Lembro com detalhes do dia em que essas meninas foram marcadas. Reconheceria esse envelope em qualquer lugar.
- O que fazemos com ele então? – Quis saber Neville. – Talvez algum tipo de feitiço possa nos dizer o que esse envelope é. – Ponderou.
- Eu não ligo para o que vão fazer, eu só não quero ficar com essa coisa. – Falou a Lufa-lufa, estendendo o item que segurava para a diretora.
- Senhorita Belford, eu não acho que... – Começou a senhora, dando um passo atrás.
- Eu não vou ficar com isso! – Cortou a menina, louca para se ver livre daquele pedaço de papel.
- Deixa comigo. Talvez eu possa descobrir algo. – Interferiu Érick, pegando o envelope das mãos da garota.
O aspirante a professor não perdeu tempo e logo assim que pôs as mãos no envelope, o desdobrou, revelando um pergaminho, igualmente vermelho de ambos os lados, no entanto vazio. Não havia nada escrito ali, sequer um traço, nada!
- Mas o que... – Tentou se expressar o homem, entretanto sendo interrompido quando subitamente suas mãos foram envolvidas por chamas esverdeadas, embora sem queimá-las, dando fim somente ao pergaminho, que se desfez em cinzas.
E novamente o falatório desenfreado das quatro meninas recomeçou, sendo agora acompanhado pelas falas surpresas das diversas outras pessoas reunidas ali, enchendo a sala de palavras gritadas, enquanto mais uma vez Sarah, Estelar, Kayla e Melanie narravam as coisas que tinham acontecido aquele dia, e por horas exigindo também uma explicação descente à cerca de todos os acontecimentos inusitados daquele ano, sempre todas ao mesmo tempo, gerando uma barulheira ensurdecedora dentro do recinto.
- Isso é verdade. – Ajuntou Ryan, sobrepondo a voz, chamando atenção para si. – Tinha realmente alguma coisa suspeita na floreta, ou alguém, eu não sei dizer ao certo...
- Viu, viu só!? Eu falei que tinha visto alguém lá! – Disse Melanie alarmada.
- Mas isso não faz sentido... – Ponderou Daniel, falando pela primeira vez, desde que havia chegado ali, junto de Neville e Érick. – O que alguém na floresta proibida pode ter haver com a morte da Sibila? Isso foi uma fatalidade, e nós não...
- Ah, dá um tempo seu mentiroso! – Esbravejou Estelar. – Você não quer é que ninguém vá até lá pra...
- Senhorita Lupin! – Chamou a diretora com rispidez na voz, já cansada da implicância infundada que a Grifinória tinha para com o seu substituto. – Prestem atenção todos vocês! Eu quero uma busca minuciosa na floresta, não deixem escapara nenhum detalhe ouviram bem!? Certo... Hagrid, Granger, Power, Willians, Malfoy, Jhones e Mendes. – Apontou ela. – Vão até lá e vejam o que conseguem encontrar, os outros ficam aqui, precisamos manter a ordem nesse castelo.
- Diretora... – Falou Érick Mendes. – E quanto a essas meninas, alguém precisa escutar com calma o que elas tem a dizer...Pode ser importante. – Afirmou.
- Tudo bem, vamos nos dividir. – Tornou a senhora, deixando o outro satisfeito. – Assim seremos mais rápidos, e poderemos logo colocar um ponto final em tudo isso.
- Está decidido então. – Pontuou Pietro. – Rápido, vamos logo até a floresta, não podemos perder tempo e deixar que seja o que for que esteja lá desapareça. – Concluiu ele já se retirando, sendo imediatamente seguido pelas outras pessoas também designadas para a busca.
- McGonagall... Eu estou indo, mas deixo a Sarah aos seus cuidados. Toma conta dela pra mim. – Pediu Draco ao passar pela mulher.
- Não se preocupe Malfoy. – Tornou com gentileza, observando o professor se afastar decidido, junto com os demais. – Meninas por favor! – Voltou ela a altear a voz, fazendo com que Melanie e companhia se calassem, assim que tentaram iniciar mais uma vez, as reclamações e os relatos desencontrados. – Senhorita Malfoy, você vem comigo, vou levá-la até o meu escritório. Lá poderá me contar exatamente o que viu. E quanto a vocês... – Disse se referindo aos professores Lupin e Longbotton, que continuavam na sala. – Estou contando que se encarreguem de ouvir as outras. Tudo bem?
- Pode deixar diretora, nós cuidamos disso. – Sorriu o professor de Herbologia.
Agradecida, a senhora também se retirou da enfermaria, levando Sarah pela mão junto consigo, sem, no entanto, reparar na agitação de Lupin, caminhando de um lado para o outro, passando nervosamente as mãos pelo rosto suado.
- Pai... Pai! – Chamou Ted, estranhando o comportamento do professor de DCAT. – Está tudo bem?
- Sim, sim... Eu só estou pensando, só isso! – Respondeu rapidamente o homem.
- Ok. Eu preciso acompanhar a Sarah, tudo bem? O senhor toma conta da Estelar? – Perguntou o rapaz, dividido entre as duas garotas.
- Vai, pode ir... É o seu trabalho! Não se preocupe com a sua irmã, eu fico de olho nela. – Garantiu Lupin.
Ainda dividido, o jovem auror saiu da ala hospitalar, seguindo apressado pelo corredor, na intenção de alcançar Sarah e Minerva, antes que essas se fechassem na sala da direção.
- Estelar, você vem comigo! – Taxou Remo, segurando a filha firmemente por um dos braços.
- Não pai, espera! Para ode está me levando? – Alarmou-se. Ela de forma alguma concordava com aquela idéia de dividi-las.
- Está decidido! Você não vai ficar aqui nem mais um minuto, me entendeu!? – Gritou ele descontrolado. – Eu não vou deixar! Nós vamos embora, quero você o mais longe possível disso tudo!
- Professor, por favor, controle-se. – Pediu a enfermeira.
- Não! Eu não vou me controlar... Não vou permitir que a minha filha se envolva em algo assim... Ela definitivamente não vai fazer parte dessa profecia...
- Lupin! – Alertou Neville. – Já chega, você não pode decidir isso.
- É claro que posso! – Berrou em resposta. – Ela é a minha filha e eu decido o que é melhor para ela. E a Estelar não vai ficar aqui, eu vou levá-la embora. – Completou, esforçando-se em arrastar a menina para fora.
- Não! Eu não quero ir. – Gritou ela. – Pai, me larga! Não pode me tirar daqui, eu preciso ficar.
- Cala a boca Estelar! – Ordenou o homem, sacudindo-a. – Você não tem escolha, está me entendendo!? Eu não vou arriscar te perder de jeito nenhum... Você vai embora comigo, agora!
- Me larga! – Exasperou-se a Grifinória, se soltando das mãos do pai. – Eu não vou a lugar algum... Pai, não pode fazer isso. Eu não sei o que está acontecendo, mas eu não vou fugir, me recuso a fazer isso!
- Não seja tola, você não sabe o que está dizendo...- Sibilou ele impaciente.
- Não importa. – Pontuou a menina. – Eu não vou embora, não vou deixar as outras sozinhas.
- Maldição Estelar! Será que você não entende!? – Esbravejou.
- É o senhor que não entende pai! Eu não sou covarde como você!
Instantes depois da garota berrar tais palavras, um estalar alto foi ouvido dentro da sala, assim que ela teve o seu rosto atingido por um doloroso tapa desferido por seu pai.
- Por Merlin, Remo... – Sussurrou Longbotton chocado, segurando o outro pelos ombros, colocando-se entre pai e filha.
- Estelar... – Balbuciou Lupin com as mãos trêmulas, sentindo-se ainda mais arrependido ao reparar na expressão cheia de decepção e estarrecimento da menina, que o encarava enquanto segurava o próprio rosto avermelhado pelo golpe. – Estelar, minha filha... – Voltou ele a chamá-la.
Ao repara na tentativa de aproximação de seu pai, a Grifinória se afastou, atravessando a enfermaria apressada, sentindo a sua face queimar não só pelo tapa, mais também por suas lágrimas que transbordavam por seus olhos abundantemente. Por isso, ela não percebeu quando quase derrubou Andrew ao passar por ele, seguindo até a saída, sem dar a chance que o auror precisava para impedi-la.
- O que foi que eu fiz? – Lamentou-se o professor, deixando-se cair escorado a parede, entretanto sendo prontamente apoiado por Neville.
- Vai ficar tudo bem... – Disse ele.
Enquanto Estelar ganhava os corredores de Hogwarts, ansiosa por se ver livre daquelas paredes, sentindo-se sufocada diante tantos acontecimentos, Gustavo seguia o caminho contrário, ainda decidido em conseguir chegar até sua namorada, entretanto, ao avistar a Grifinória passar por ele daquela forma transtornada, o rapaz se viu obrigado a seguí-la, afinal, talvez, ele pudesse ajudá-la de alguma forma. “Mel gostaria que eu fizesse isso... Além do mais, eu estou devendo muito pra ela”. Pensou.
Ao mesmo tempo, na ala hospitalar, Melanie, Kayla e a enfermeira, trocavam olhares surpresos, todas chocadas demais perante a atitude agressiva do professor de DCAT, para que pudessem ter qualquer outro tipo de reação, a não ser a de acompanhar a tudo em silêncio. “Isso não está certo... Ela não pode sair daqui sozinha, é perigoso.” Raciocinava a Corvinal, tomada por uma desconfortável sensação de medo, deixando-a incapaz de refrear os próprios pensamentos, que a levavam por um caminho sombrio, onde podia se lembrar claramente de suas mãos manchadas de sangue...
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- Lupin! – Chamou a voz feminina.
Ted que seguia apressado até a sala da direção foi obrigado a parar, voltando a sua atenção para a mulher que o chamara.
- Pois não professora Moore!? – Perguntou educado, no entanto sem fazer questão de esconder uma certa impaciência.
- Ah querido, eu queria saber se poderia me ajudar... – Tornou ela com a voz gentil. – Eu tenho que levar esses alunos de volta para a torre da Corvinal, mas ainda tenho alguns Grifinórios do primeiro aqui também. – Explicou, indicando as crianças que a acompanhavam. - Será que você poderia levá-los pra mim?
- Até a torre da Grifinória!? Professora eu não acho que... – Suspirou. – Certo, eu levo as crianças.
- Obrigada Lupin. – Sorriu. – Venham, vamos andando, depressa. – Falou a professora de runas, se adiantando em sair dali com os alunos da Corvinal.
Resignado, o auror guiou os pequenos Grifinórios o mais rápido que pode até a torre, onde sabia que estariam seguros, certificando-se pessoalmente de que todos eles se manteriam por lá, afinal, não queria arriscar qualquer escapada das valentes, porém inconseqüentes crianças.
Enquanto isso, Sarah, que já estava na diretoria juntamente com Minerva, mantinha-se sentada na cadeira diante da senhora, olhando inquieta para todos os lados. Não era a primeira vez que pisava naquela sala, mas naquele dia havia algo diferente. Talvez fosse a tensão da situação, ou coisa de sua cabeça, mas ela sentia algo rondar por aquelas paredes. Os próprios quadros pareciam diferentes... Remexendo-se incomodada com aquele ar pesado, a menina era incapaz de ouvir qualquer coisa que a diretora dizia, se esquecendo até dos estranhos acontecimentos que a levaram até ali, preocupada apenas em compreender o que de fato estava errado naquele lugar. Seu olhar parou no quadro acima da cabeça de Mcgonagall, Dumbledore estava lá, e ele a olhava fixamente, havia algo no olhar daquele senhor, um olhar penoso e ao mesmo tempo analisador. A garota se desviou para o quadro mais abaixo, não querendo encarar bruxo. A esquerda estava o quadro do homem que ela tanto ouvira falar, Severo Snape, esse a olhou tão fixamente quanto o primeiro, inquieta ela se questionou o que havia de errado com ela. Porém, com curiosidade a Sonserina o encarou de volta, era a primeira vez que se deparava com o alguém que seu pai sempre tomava como exemplo. Por longos segundos houve uma conversa silenciosa entre eles, até que a atenção de Sarah se desviou ao ouvir a voz da diretora se alterando. Por um segundo olhou para a senhora, que procurava algo em sua mesa e ao se voltar para o quadro de Snape, esse já não estava mais lá, intrigada olhou para o quadro de Dumbledore, e esse também não estava, aliás, ao olhar ao redor constatou que não havia nenhum ex-diretor nos quadros, todos haviam sumido...
Uma luz esverdeada pairava ao fundo de um dos quadros, bem ao centro, era algo hipnótico. O quadro vazio de Alvo Dumbledore. Aquela luz verde era idêntica às chamas que ela via em seu sonho... Sentindo um súbito mal estar, Sarah se levantou, alarmada.
- Direto.... – A menina não conseguiu terminar a frase, a luz que antes era um pequeno brilho, invadiu a sala, envolvendo-a.
- Senhorita Malfoy? – Estranhou Mcgonagall, olhando para a menina, que parecia ter dito algo, porém não terminara. - Senhorita Malfoy? – Chamou novamente, vendo a aluna estática, como se estivesse em choque.
Sarah abaixou a cabeça com um movimento brusco, fazendo seu cabelo cair sobre o rosto, cobrindo-o, para logo em seguida, voltar lentamente a sua posição, encarando a diretora. Com muitos fios de cabelos jogados ao rosto, desordenados e misturados ao suor que brotava em sua face, a menina sorriu.
A senhora não reconhecia ali a aluna Sarah Malfoy, parecia outra pessoa... Com seu olhar baixo, encarando-a, como se ela fosse uma presa. “Por Merlin! O que significa isso? O que aconteceu com a Malfoy?” Perguntava-se a diretora de Hogwarts, deixando que a sua incredulidade aumentasse ainda mais, ao perceber o sorriso sádico que se alargou nas feições da garota, quando ela recuou um passo instantaneamente, apreensiva. Minerva não soube o porquê de ter recuado, mas a verdade era que nunca antes em sua vida, havia sentindo algo como aquilo.
Estalando ruidosamente o pescoço, Sarah foi erguendo a cabeça até encarar o teto da sala. Deixando que uma estranha gargalhada saísse de sua boca.
- Malfoy! – Alteou a voz a mulher, decidida a parar a aluna, projetando-se em sua direção.
Entretanto, McGonagall se viu obrigada a interromper sua investida, ao ouvir um estalo vindo do quadro de Alvo. Ela olhou para o quadro e depois de volta para a aluna, que também olhava atentamente para o quadro vazio.
Enfiando a mão em seu bolso, a Sonserina retirou sua varinha de lá, mantendo-a fixa em sua mão esquerda, com a qual habitualmente a utilizava. Minerva observou confusa, a menina quebrar a própria varinha, apertando-a entre seus dedos, ao mesmo tempo em que erguia no ar a sua mão direita, na direção do quadro, que chacoalhou algumas vezes, até que com um flash luminescente, algo saiu de dentro dele indo direto para a mão da menina.
De imediato, Minerva soube que aquela varinha se tratava da que ela havia escondido anos atrás... A varinha mais velha! Na época trazida até ali por Draco Malfoy, e que agora estava na posse de Sarah. Com um passo a frente, a senhora tentou chegar até a outra, porém um raio esverdeado percorreu todo o corpo da garota, obrigando-a a recuar, enquanto percebia alarmada a estranha expressão de satisfação estampada nas feições da filha do professor de poções, vendo-a se remexer, sorvendo o poder que emanava da varinha, agora passeando por suas veias.
- Sarah... – Sussurrou a diretora, com esperança de que pudesse ser ouvida. – Me entregue a varinha, querida. - Pediu, estendendo sua mão em um movimento ansioso. Ela tinha que recuperar a relíquia e voltar a escondê-la. Não poderia permitir que outras tragédias acontecessem por causa de um simples objeto. – Sarah, por favor... – Suspirou ao ver a menina retroceder alguns passos, sorrindo, divertindo-se com a situação. – Certo, já que é assim... Eu mesma a tiro de você. - Pontuou convicta, sacando sua varinha, decidida a impedir a aluna, antes que ela fizesse alguma besteira.
Tudo o que Sarah fez, foi encarar a senhora a sua frente, mantendo a cabeça inclinada e o sorriso sádico em seu rosto, sem se importar com o movimento rápido, porém inseguro da diretora ao puxar a própria varinha. Ela não seria uma ameaça...
- Acho que não. – A voz de Sarah estava alterada... Diferente. – AVADA KEDRAVA!
CONTINUA...
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N/A (Ariene): Então... O que eu posso dizer depois de todos esses acontecimentos absurdos!? Foram tantas coisas nesse capítulo, que a princípio parecia só mais um, onde as meninas aprontariam mais algumas das suas, e no entanto terminou assim, de um jeito tão trágico! Aff... E por falar em terminar, que momento mais inoportuno foi esse que resolvemos concluir mais esse capítulo heim!?
N/A(Bárbara²): Yeahh....Pois é, acabamos na pior hora para isso... Relax People! Estamos passando por momentos críticos e finais da primeira fase! Só faltam 4 capítulos... E aposto que até o final do 27 haverão muitos acontecimentos de descabelar muita gente, então fiquem ligados!
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By Myself (Marilyn Manson)
O que eu faço para ignorar os que estão atrás de mim?
Sigo meus instintos cegamente?
Escondo meu orgulho desses sonhos ruins
E mergulho em pesamentos que são enlouquecedores?
Devo sentar aqui e ficar parado?
Ou devo pagar a eles uma rodada vermelha?
Devo acreditar em algo e ser enganado pela falsidade?
Ou só devo não confiar em ninguém e viver na solidão?
Porque eu não posso aguentar ser tão esticado
Eu faço os movimentos certos mas estou perdido neles
Eu dou minha tacada diária de novo
Mas termino me ferindo de novo
Por mim mesmo (mim mesmo)
Eu pergunto por quê
Eu não posso confiar em mim mesmo 2x
Eu não posso aguentar
(por qualquer coisa, assistindo cada rotação)
É demais pra se ter
Eu não posso aguentar
(por qualquer coisa, assistindo cada rotação)
Com pensamentos de fracasso se afundando em mim
Se eu der as costas fico na defensiva
E ficar cego parece insensato
Se eu esconder meu orgulho e deixar isso tudo passar (então eles irão)
Tirar de mim até que tudo tenha passado
Se eu os deixar ir, então serei ultapassado (mas se eu...)
Tentar pegá-los aí eu estarei na frente
Se eu for morto por questões como câncer
Então eu serei enterrado no silêncio da resposta
Por mim mesmo (mim mesmo)
Eu pergunto por quê
Eu não posso confiar em mim mesmo 2x
Eu não posso agüentar
(por qualquer coisa, assistindo cada rotação)
É demais pra se ter
Eu não posso aguentar
(por qualquer coisa, assistindo cada rotação)
Com pensamentos de fracasso se afundando em mim
Como você pensa
Que eu tenho perdido muito
Estou com tanto medo
Estou tão fora de alcance
Como você espera
Que eu saiba o que fazer
Quando tudo o que eu sei
É o que você me diz
Você não (sabe)
Eu posso te dizer como fazer(ir)
Não importa o que eu faça, o quão duro eu (tente)
Eu não pareço convencer a mim mesmo (por quê?)
Eu estou orgulhoso do lado de fora
Eu não posso aguentar
(por qualquer coisa, assistindo cada rotação)
É demais pra se ter
Eu não posso aguentar
(por qualquer coisa, assistindo cada rotação) 2x
Com pensamentos de fracasso se afundando em mim.
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