Aozora No Namida



*** Capítulo 22 – Aozora No Namida

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“Sozinha na escuridão
Eu sabia o significado das suas lágrimas
Eu avancei ao lugar que desejava
Eu não quero machucar ninguém...

Qual será o destino que está por vir?
Eu não me arrependerei de ter nascido
Por dentro da tristeza está a coragem
Eu acredito que estou me aproximando daquela luz.”

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Hogwarts estava em festa!

Naquela manhã, durante o café, após quase duas semanas, Minerva McGonagall voltava ao colégio, onde era recebida com carinho por professores e alunos, sem exceção.

- ... Agradeço a todos! Sinceramente, eu não pensei que sentiria tanta falta desse lugar e de todos vocês. – Dizia a senhora emocionada, postada a frente das quatro mesas de Hogwarts no salão principal. – Fico lisonjeada com o afeto demonstrado e também por todas as lembranças e mensagens de melhoras que recebi enquanto estava no hospital. Depois de tudo, fica ainda mais difícil, vir até aqui e contar a vocês aquilo que decidi. – Suspirou. – Sei que podem não compreender, e eu não espero que façam isso agora crianças, mas um dia vocês vão entender que ás vezes, é preciso tomar decisões difíceis, no entanto necessárias...

Um inevitável burburinho se formou entre os alunos que acompanhavam o discurso da diretora, que se mantinha à frente de todos com sua tão conhecida, altiva postura, mesmo que interiormente estivesse ruindo, seja pelo cansaço da idade, ou pela tristeza.

- Por favor, silêncio. Vocês terão tempo para discutir isso depois, portanto deixem que eu conclua. – Falou ela, chamando a atenção dos alunos novamente para si. – Obrigada. – Sorriu ao reparar que agora todos olhavam-na novamente. – É com tristeza, que anuncio a vocês que ao final deste ano, eu estarei deixando a direção de Hogwarts.

Mais uma vez as vozes dos alunos se levantaram, para eles aquela notícia era por demais surpreendente, afinal os professores, que se mantinham quietos e aparentemente impassíveis, já estavam cientes de tais mudanças. Entretanto, as surpresas daquele dia ainda não haviam acabado...

- Á respeito do novo diretor. – Prosseguiu a senhora, após alguns breves segundos de faladeira dos estudantes. – Sei que todos esperavam que o meu diretor adjunto Remo Lupin, assumisse o cargo, mas infelizmente ele recusou. Por isso, anuncio a todos a indicação do professor Daniel Power, que afinal de contas se mostrou extremamente competente no período em que estive fora.

- Não... – Sussurrou Estelar, sentada à mesa da Grifinória.

Em contra partida, a notícia foi recebida com alegria pela maioria naquele salão, que prontamente direcionaram ao encabulado professor, aplausos entusiásticos. Restando somente algumas poucas pessoas adversas a indicação do homem, e dentre elas estava Draco Malfoy. “Essa idéia idiota só pode ter partido daquele projeto de ministro...” Pensava ele, sem esconder a sua insatisfação.

Ao mesmo tempo, Minerva continuava com o seu discurso de exaltação ao futuro diretor, mostrando-se realmente muito satisfeita por deixar a sua tão amada Hogwarts aos cuidados de alguém como ele, mesmo que não pudesse evitar sentir uma certa tristeza, afinal aquele havia sido o seu lar por anos, mas para ela era impossível continuar ali, onde as lembranças da sua filha de coração eram tão vivas!

Estelar surpreendeu a todos quando se levantou da cadeira onde estava, seguindo apressada até a diretora, abraçando-a com urgência.

- Diretora, a senhora não pode fazer isso... Não pode deixar o Power como diretor. Ele não é o que parece, acredite em mim. – Disse a menina em voz baixa, junto ao ouvido da senhora.

- Está tudo bem querida, não tem com o que se preocupar. – Sorriu, passando carinhosamente as mãos pelo rosto da garota, mirando-a nos olhos âmbares.

- Mas diretora... O cheiro que ele tem é...

A Grifinória não pode concluir o que dizia, já que seguindo o seu exemplo, outros alunos também se levantaram indo cumprimentar a diretora, que os recebia solicita, obrigando Estelar a se afastar.

- Merda... – Resmungou ela.

- Bela tentativa! – Comentou Sarah ao se aproximar. – Muito sutil.

- Eu não dou a mínima... Não gosto dele, e não faço questão nenhuma de esconder. – Tornou a menina exasperada, encarando o homem, que se dirigia para também cumprimentar a diretora, juntamente com os outros professores.

- Humpf... Que coisa. – Tornou indiferente, no entanto também dirigindo o seu olhar desconfiado ao professor de orientação profissional.

De uma forma surpreendente rápida, todo o salão se transformou em uma verdadeira confusão de vozes emocionadas e choraras, enquanto todos abraçavam Minerva, demonstrando pela primeira vez o quanto realmente gostavam da senhora, que por vezes sem conta era vista como uma mulher severa e autoritária demais pelos alunos. Kayla que estava em meio aos estudantes que se dirigiam até o local onde a diretora estava, também não conseguia acreditar que logo Daniel Power fosse escolhido como diretor, afinal ele era ainda tão novo, e ela tinha se acostumado a ver, mesmo que nos livros, senhores ou senhoras de cabelos grisalhos a frente do colégio, que tudo aquilo parecia meio fora de lugar. Entretanto, a Corvinal foi incapaz de continuar com o seu raciocínio, pois ela podia jurar que havia acabado de ver uma garota de cabelos extremamente claros, passar saltitando ao seu lado.

- Sophie... – Chamou intrigada. – É você?

Kayla se desviou de seu caminho, seguindo a direção que a outra menina havia tomado, saindo do salão, deixando de lado todo o resto, concentrando-se em sua procura pelos corredores vazios. Mas foi ao ouvir barulhos de passos, que a Corvinal sentiu o seu coração acelerar as batidas, e ela não pode deixar de olhar assustada para a sua mão, quando essa começou a arder, fazendo a cicatriz ali desenhada latejar.

- Mas o que está acontecendo? – Perguntou-se alarmada, enquanto sacudia a própria mão.

- Drumond!? – Chamou, postando sobre um dos ombros da garota a sua pesada mão, sobressaltando-a.

- Ahhh... – Gritou ela. – Poxa nem, você me assustou. – Concluiu ela, arfando.

- Todos os outros estão se dirigindo para as salas de aula, é melhor você fazer o mesmo. – Disse o auror, mantendo a sua expressão séria.

- Mas eu acho que vi a Sophie... E olha só. – Falou mostrando sua mão para Jhones. – A minha mão estava ardendo e também...

- Me poupe dessas histórias que você e as suas amiguinhas ficam inventando para chamar a atenção. Eu não estou aqui para isso! Agora, para a aula. – Ordenou.

- Tá bom, tá bom... Já to indo nem. – Choramingou, se virando na direção de onde ficavam as salas, porém não sem antes, olhar mais uma vez para onde ela achava que havia visto a sua amiga se dirigir. É, aquilo com certeza tinha sido muito estranho...

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Mais um mês estava chegando ao seu final, fazendo com que as férias de fim do ano letivo se aproximassem, deixando os alunos eufóricos com a idéia de tempo livre e diversão.

Entretanto, ao contrario dos animados estudantes, professores, autoridades e muitas outras pessoas fora dos muros de Hogwarts, recebiam através do profeta diário a perturbadora notícia da morte do avô e da mãe do ex-aluno Peter Dragon, encontrados degolados em suas respectivas celas em Azkaban, naquela madrugada.

- Como algo assim pode ser possível? – Exasperou-se o professor Lupin. – Como com todos aqueles feitiços de segurança uma coisa dessas pode acontecer, e ninguém tenha visto ou desconfiado de nada!?

- Eu não sei Remo... – Suspirou Ninfadora, enquanto observava o marido caminhar de um lado a outro dentro do quarto. – Quando os seguranças foram fazer a ronda, já os encontraram assim. Os peritos já investigaram os corpos e garantiram que feitiço nenhum foi realizado, eles morreram mesmo por causa do corte no pescoço.

- E vocês acreditam que eles fizeram aquilo consigo mesmos!? Não estão trabalhando com a possibilidade de assassinato?

- É claro que estamos! Mas suicídio também é uma opção. Olha... – Suspirou a mulher. – Sei o quanto isso o preocupa, e a mim também, mas eu tenho certeza que a Estelar e as outras meninas estão seguras aqui.

- Eu não sei Ninfa. Aqueles sonhos, as marcas que ficaram... – Começou aproximando-se da esposa. – Eu tenho tanto medo de onde tudo isso possa levar.

- Eu também... Mas nós precisamos acreditar que seja lá o que for que tudo isso signifique, a nossa filha é forte o suficiente para aquentar. – Afirmou ela com a voz segura.

- Não diga isso. Assim você faz parecer que essas meninas vão ter nas mãos uma responsabilidade que não vão ser capazes de...

- Não se faça de cego Remo. Está tudo bem na nossa frente e não há como negar... Acredite nas meninas, assim como acreditou no Harry, e eu tenho certeza que tudo acabará bem. – Sorriu.

- Que Merlin me permita ter a mesmo força de espírito que você querida. – Falou em um sussurro, enquanto abraçava-a.

- Você terá.

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Sentado à mesa da Grifinória, no horário de almoço, Gustavo observava as pessoas ao redor, transitando de um lado a outro do salão de forma despreocupada, conversando e brincando com se nada de importante estivesse de fato acontecendo... Com um suspiro pesado, o rapaz voltou a olhar para o jornal, onde estava estampada a notícia da morte dos integrantes da família Dragon, presos em Azkaban. Ele simplesmente não conseguia ficar tranqüilo com esse tipo de notícia, afinal ainda era capaz de lembrar da agonia de ver Melanie sob perigo, e posteriormente no hospital, isso sem contar todos os outros incidentes sem explicação, que até hoje ainda o assombram. “Como eu queria creditar que essas garotas vão ficar quietas... Mas eu duvido muito que elas já não estejam pensando em algo. É impressionante a capacidade que elas tem de procurar encrenca.” Pensava ele resignado, já preparando-se para o que quer que as garotas viessem a inventar, afinal, o Grifinório não tinha muita escolha. Deixar Melanie sozinha não era uma opção.

Saindo de seus pensamentos, o rapaz desviou a sua atenção para a entrada do salão, por onde passavam as quatro meninas, juntamente com os aurores responsáveis por sua segurança. Todos com semblantes divididos entre o mau humor, e a quase indiferença, concedendo ao grupo uma pesada atmosfera de contrariedade. Ainda assim, Gustavo decidiu se aproximar, entretanto sem fazer questão de cumprimentar as outras meninas, que passaram direto por ele, cada uma se dirigindo a sua respectiva mesa, dando ao rapaz a oportunidade de logo chegar até a Lufa-lufa.

- Oi Mel. – Sorriu.

- Oi... – Cumprimentou a menina sem muita empolgação.

- O que aconteceu? Por que tá todo mundo com essa cara de derrota?

- Nós acabamos de sair da sala da diretora. – Suspirou. – E as notícias lá não foram muitos animadoras...

- Pois é. – Cortou Andrew. – Tava todo mundo esperando que esse nosso trabalho acabasse essa semana, mas com o que aconteceu em Azkaban, o ministério resolveu prorrogar por mais algum tempo.

- Ah... – Foi a única resposta que o Grifinório conseguiu dar. Era evidente a sua decepção, afinal, contava com o fato de finalmente se ver livre do inconveniente “segurança” de sua namorada.

- Você precisava ter visto Gustavo, foi uma discussão e tanto!

- Discussão? – Perguntou o rapaz sem entender.

- É, discussão. Primeiro a Estelar arrumou encrenca com o Willians, depois ela e a Sarah acusaram o professor Power e no final, a Kayla só sabia chorar e perguntar se a mão dela ia continuar com aquela marca... Credo! Estou com dor de cabeça até agora. – Reclamou Melanie. – Isso está começando a ficar fora de controle!

- Também não é para tanto... – Falou o auror de cabelos loiros. – Tudo isso aí que você falou acontece quase todos os dias, claro que em um tom bem mais baixo. Mas mesmo assim, você já deveria estar acostumada.

- Acontece que eu não...

- Vem Mel. – Chamou Gustavo, impedindo a menina de cometer qualquer tipo de grosseria. – Vamos almoçar. – Completou, puxando-a pela mão de forma gentil.

- Ué, você ainda não almoçou? – Quis saber a Lufa-lufa, seguindo de mãos dadas com o rapaz.

- Não. Estava esperando por você.

- Humpf... – Sorriu. – Não precisava ter feito isso... Ah, que coisa Gustavo! Você aí com fome, e eu reclamando sem parar. Por que você não me fala para ficar quieta nessas horas!?

- Porque você com certeza não ficaria, ora essa. – Brincou.

- Certo, não ficaria mesmo... – Concordou a menina, fazendo uma careta. – Tsc, é que toda essa história me deixa nervosa. Ninguém sabe direito o que está acontecendo, quer dizer... Sabem sim! Mas a questão, é que estão nos tratando feito crianças! Nesse ponto a Estelar tem razão, eles sabem de alguma coisa importante, e estão escondendo de nós. Isso é ridículo! Sem contar que é...

- Hei, Mel! Escuta... – Cortou. – Eu imagino como esteja se sentindo, mas se deixar levar assim não ajudar em nada! Além do mais... – Falou mexendo no cabelo azulado da garota. – Seja lá o que for que estejam escondendo, se é que é isso que está acontecendo, os professores só estão pensando no bem de vocês.

- Você está falando igualzinho a diretora. – Resmungou ela.

- Pode até ser. – Sorriu o rapaz. – Mas você sabe que estamos certos. Não adianta nada tentarem entender essas coisas agora. Tenho certeza que tudo virá ao seu tempo, então... – Suspirou. – Não fica esquentando a sua cabecinha com isso, tá bom!?

A garota não respondeu, muito menos encarou seu namorado, apenas se limitou a olhar para os lados, como se realmente existisse algo de interessante a ser observado por ali. O que deixou claro para o Grifinório, seu primeiro pensamento sobre o assunto estava correto. Melanie e as outras iriam fazer de tudo para entender aquela séria de acontecimentos estranhos que as envolviam... No entanto, decidido a parar de pensar nisso, ao menos por enquanto, o rapaz arrastou a Lufa-lufa até a mesa da Grifinória, para que pudessem em fim almoçar.

- Oba! Tem pudim. – Comemorou Andrew, ao também chegar à mesa, fazendo o casal sorrir. “Pelo menos alguém está se divertindo...” Pensou Gustavo.

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- Fico muito feliz que tenha aceitado o meu convite professora Granger. - Dizia Érick Mendes. – Confesso que estava ansioso por ter esse tipo de momento com a Senhorita. Sei que pode não parecer muita coisa, afinal é um simples passeio pelas estufas, mas devo ressaltar o quanto essa noite está gloriosa, e eu realmente fico lisonjeado por...

Já faziam alguns bons minutos que Hermione fingia ouvir todo aquela blábláblá interminável do estagiário, apenas balançando a cabeça em concordância uma vez ou outra, amaldiçoando-se internamente por aceitar aquele convite. “Maldita seja a hora em que fiz aquela promessa para o Neville...” Pensava a mulher, já sem a mínima paciência de aturar toda a auto promoção que Érick vinha fazendo, com suas palavras tão irritantemente polidas. “Como se isso fosse me convencer a de te dar uma chance. Não mesmo! Eu é que não...”

- A senhorita não concorda? – Perguntou o homem, interrompendo os seus pensamentos.

- O que!? – Sobressaltou-se. – Ah, quer dizer. Eu, hum...

- Está tudo bem. – Sorriu. – Sei que esse tipo de assunto deve ser um tanto quanto constrangedor para a senhorita, mas entenda. – Continuou, levando sua mão até o rosto da mulher á sua frente, forçando-a a se afastar alguns passos, para evitar o contato. – Desde de que coloquei os meus olhos em você, que não consigo evitar em pensar o quanto...

- Senhor Mendes, por favor. – Cortou ela, segurando a mão do aspirante a professor . – Eu aceitei o seu convite para darmos uma volta após o jantar e não para... Mas o que é isso? – Quis saber a mulher intrigada, ao reparar no estranho desenho marcado no pulso de Érick.

- Não é nada! – Taxou, recolhendo rapidamente a mão, escondendo-a no bolso de sua calça. – Apenas uma besteira sem importância. Bom, veja só a hora, já está tarde! – Desconversou ele, visivelmente desconfortável com a situação. – Mais uma vez senhorita Granger, foi um prazer. Quem sabe não façamos disso um hábito. Então, boa noite. – Completou, fazendo uma leve mesura, para em seguida se afastar, rumando para a saída da estufa de forma apressada.

- Boa noite... – Tornou Hermione aérea, com os seus pensamentos trabalhando a mil por hora. “Aquele desenho... Era uma runa, uma runa muito antiga. Mas onde foi que eu...” – Por Merlin! – Exclamou, alteando a voz, sem conseguir se conter.

Tomada pela urgência, a professora de transfiguração se virou e começou uma corrida desenfreada dirigindo-se a saída, virando os corredores o mais depressa que conseguia, sem nem ao menos prestar atenção ao seu redor.

- Ai! – Reclamou, assim que sentiu o seu corpo ir de encontro a algo sólido e posteriormente ao chão.

- Você por acaso ficou louca Granger!? – Falou Malfoy contrariado, com sua voz sibilante.

- Malfoy!? – Surpreendeu-se. – Mas o que você... Deixa pra lá, isso não importa. – Concluiu já em pé, pronta para continuar seu caminho, ignorando por completo o outro professor.

- Espera! – Ordenou Draco, segurando firmemente um dos braços da mulher. De jeito nenhum perderia a oportunidade de importuná-la. – Não que eu esteja preocupado, eu diria apenas curioso... Afinal, o que poderia ser tão grave a ponto de fazer a irritante sabe-tudo de Hogwarts perder a compostura!? – Debochou, exibindo o seu tão conhecido sorriso de escárnio.

- Eu não estou com tempo para as suas crises de infantilidade Malfoy! – Gritou. – Me solta, ou eu juro que azaro você.

- Com se você fosse capaz de... – Começou ele, no entanto interrompendo o que diria ao focar os olhos da mulher e enxergar através deles o motivo para tanta presa. – Você tem certeza disso? – Sussurrou. – Tem certeza que era a mesma runa que estava na capa do tal livro e marcada na mão daquela aluna?

- Eu não dei permissão para você ler a minha mente... – Resmungou, soltando-se sem dificuldades das mãos de Malfoy. – Mas sim, eu tenho certeza. Jamais me enganaria com algo assim. – Suspirou. – Pesquisei o significado dela durante algum tempo, por isso estou te garantindo. A runa tatuada no pulso do Mendes é exatamente a mesma.

- Inominável... – Balbuciou o homem, deixando seus olhos azuis refletirem por alguns instantes um sádico brilho.

- Eu sei exatamente o que aquela runa significa! – Exasperou-se. – Nós precisamos ir atrás dele. Falar com os aurores, acionar o ministério. Não podemos deixar que ele fuja.

- Controle-se Granger! – Berrou segurando e sacudindo a professora pelos ombros.

- Mas ele vai...

- Escuta! – Cortou rudemente, fazendo-a se calar. – Ele não vai fugir. Portanto não coloque tudo a perder fazendo um escândalo desnecessário...

Por alguns segundos Draco e Hermione se encararam, mantendo entre eles uma curta distância, o que prontamente incomodou a ambos, obrigando-os a se afastarem.

- Então, o que vamos fazer? – Quis saber a ex-grifinória, dizendo a primeira coisa que lhe veio em mente.

- Por enquanto nada. – Respondeu após alguns instantes de silêncio. – Por hora vamos deixá-lo pensar que você não percebeu nada. Vou ficar de olho nele enquanto isso... E depois, sem que perceba, ele mesmo vai me dizer exatamente tudo que preciso saber. – Concluiu seriamente.

- O que você vai fazer? – Preocupou-se.

- Nada que vá feri-lo, muito...

Vendo o professor de poções se afastar, Hermione não pode deixar de concordar com a sua atitude, mesmo que tivesse um certo receio dos métodos nada ortodoxos utilizados por ele, mas ainda assim, tinha que convir que se manter na espreita era realmente a melhor opção. E mesmo agora, com essa descoberta surpreendente, a mulher ainda era capaz de se sentir em paz, já que ao que parecia, tudo estava mais próximo do fim do que poderia imaginar. “Como pude ter sido tão boba, por me deixar levar por aquela profecia fajuta?” Perguntou-se em pensamento, se lembrando de todas as especulações feitas em uma das muitas reuniões acontecidas no castelo.

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Um vento frio, atípico aquela época do ano, fazia as folhas e galhos das árvores balançarem ao seu bel prazer, conferindo ao local um ruído muito parecido com um estranho uivar ou até mesmo um lamento, como se a própria noite, estivesse pesarosa pelo que viria a seguir...

- Quatro vão ser as marcas... – Falava Sophie.

Sentada sobre um galho caído, a garota riscava o chão de terra, usando um graveto, desenhando ali o nome de quatro jovens, cujas quais ela mesma havia condenado.

- Eu gosto de você Kayla. – Disse a ex-corvinal, agora escrevendo o nome da amiga. – Por isso te escolhi... Só três não dava, tinham que ser quatro, como na profecia. Você deveria ficar lisonjeada por fazer parte disso...

Com um suspiro, Sophie concluiu o que fazia, voltando o seu olhar para as estrelas, lembrando-se da noite em que viu desenhada no céu a foice da morte. “Peter...” Lamentou-se. Se ao menos soubesse que aquela foice era para ele, poderia ter feito algo, mas agora já era tarde... Nada mais lhe restava além da vingança! Deixando que um sorriso macabro se formasse em seus lábios finos, a garota voltou a riscar o chão.

- Que as brincadeiras comecem! Hihihihihi... – Sorriu.

Com animação a menina se levantou, e saltitando se afastou, adentrando a floresta, deixando para trás o seu bizarro desenho, com os nomes de Sarah, Kayla, Melanie e Estelar, riscados por uma linha que formava um meio círculo, assim como a lâmina trazida pela morte.

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Andando em círculos dentro do próprio quarto, Estelar sentia uma ansiedade sem sentido, uma estranheza e sufocamento, com as paredes incomodando-a de tal forma, a ponto de fazê-la parecer um animal encurralado dentro de uma jaula.

- Que saco... – Resmungou ela, olhando mais uma vez para o relógio, onde marcava exatamente meia note.

Ela observou Melanie, que dormia calmamente, e não pode deixar de sentir uma ponta de inveja, afinal a sensação de querer dormir e não conseguir, sempre é péssima. Mas isso não era tudo... Existia algo de errado aquela noite, ela podia sentir, e por mais que parecesse loucura, era isso que a estava impedindo de dormir, a expectativa e o medo por algo que ela sequer sabia se realmente viria.

- Isso é ridículo! Até parece que eu tenho cinco anos de novo... – Comentou consigo em voz alta, lembrando-se de quando era pequena e corria para a cama dos pais quando sentia medo de algo. – Ah, quer saber!? Que se dane, pedir colo uma vez ou outra na vida não é vergonha para ninguém.

Decidida ela saiu do quarto, atravessando a grande sala, onde o auror Pietro Willians jogava xadrez bruxo consigo mesmo. Entretanto, assim que o rapaz viu a Grifinória, imediatamente deixou de lado o que fazia.

- Você não deveria estar dormindo? – Disse ele. – Volte para o seu quarto Lupin, isso não é hora para criança estar fora da cama.

- Eu estou ignorando a sua presença Pietro. – Tornou a garota com a voz calma, enquanto batia na porta do quarto onde seu irmão dormia.

- Não seja malcriada menina. É melhor você...

- Estelar. O que houve? – Quis saber Ted ao abrir a porta. – Está tudo bem?

- É... Ted. – Falou ela de forma manhosa. – Eu posso ficar aqui com você? – Perguntou baixo, para que somente o irmão escutasse o que dizia.

- Ficar aqui? – Estranhou o rapaz. – Por que está me pedindo isso? Já faz anos que você não faz algo assim... Está mesmo tudo bem?

- Eu estou bem, só não quero ficar sozinha.

- Mas você não está sozinha. – Riu ele, achando graça da manha da irmã. – A Melanie está lá com você. Além do mais, eu divido o quarto com o Jhones, e por isso eu não acho apropriado que você fique aqui.

- Poxa Ted... Eu só estou pedindo para ficar com você. E não tem nada demais, é só fechar a cortina da cama que o outro nem vai me ver. Qual é!? Por favor...

- Tudo bem Estelar, entra! – Suspirou, finalmente cedendo a já tão conhecida chantagem emocional da garota.

O auror abriu espaço, deixando a irmã passar, fechando a porta em seguida rapidamente, sem se importar com a careta de reprovação que Willians direcionava a ele. “O Lupin não deveria permitir esse tipo de coisa... Isso é totalmente contra o protocolo!” Resmungou o homem em pensamento, no entanto sem conseguir apagar da memória, o quanto a impetuosa Estelar, parecia realmente frágil a poucos instantes atrás. Ao mesmo tempo, Melanie deitada em sua cama, deu início a um sono penoso e agitado...

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Caminhando por um extenso corredor, a Lufa-lufa tinha a nítida impressão de que jamais chegaria a lugar algum... Já havia perdido a noção do tempo em que estava ali, apenas seguindo em frente, com a incômoda sensação de que as paredes ao seu redor pareciam afunilar cada vez mais, conferindo ao local uma aparência claustrofóbica. No entanto, o que mais incomodava a garota, não era o ambiente fechado ou o completo silêncio, e sim a precária e mórbida iluminação, que deixava tudo em um tom estranhamente esverdeado.

De súbito, um barulho alto se fez ouvir, como se diversos vidros tivessem acabado de se estilhaçarem, o que provocou uma descarga de adrenalina no corpo de Melanie, que assustada, iniciou uma louca corrida com o único objetivo de sair daquele lugar... Sentindo o próprio coração bater com violência dentro do peito, sabendo que não poderia contar com sua varinha para se defender, pois essa não estava consigo, a garota seguia com urgência, virando nos diversos corredores, que agora surgiam a sua frente, lhe dando a sensação de estar perdida em um grande labirinto, onde à cada curva poderia encontrar algo terrível. E foi justamente ao virar a direita, em uma das muitas encruzilhadas, que a Lufa-lufa sentiu que poderia desmaiar, ao perceber, alarmada, que algo havia segurado o seu braço, puxando-a em seguida.

- Ahhhh... – Gritou ela, sem sequer ver o que a detinha.

- Mel! – Berrou alguém. – Melanie! - Sacudiu-a.

- Gustavo... – Resmungou a menina, aliviada, ao abrir os olhos.

- Ei, o que aconteceu? Você está gelada...

- Graças aos céus é você! Eu fiquei tão assustada... – Falou, agarrando-se ao rapaz.

- Está tudo bem. – Suspirou Gustavo, retribuindo o abraço. – Eu estou com você agora. Nada pode te machucar.

Ainda nos braços do Grifinório, Melanie olhou ao redor e percebeu que já não havia mais um sombrio corredor ou labirinto, eles estavam agora em uma das conhecidas salas de Hogwarts, devidamente iluminada e arejada, o que lhe devolveu a tranqüilidade, por isso, com uma certa expectativa, voltou a encarar o rapaz, que mantinha no rosto o seu tão encantador sorriso.

- Mel... – Sussurrou ele, passando uma de suas mãos pelo rosto da menina.

- O que? – Tornou no mesmo tom.

- Eu amo você. – Falou.

Logo em seguida, sem dar tempo de resposta à Lufa-lufa, Gustavo a beijou, apertando-a firmemente de encontro a ele, e sem protestar, Melanie retribuiu o beijo com a mesma intensidade, sentindo tudo esquentar rapidamente. Entretanto, da mesma forma tudo ficou frio, e uma perturbadora tristeza a invadiu, sendo possível até que sentisse a dor se espalhar por seu corpo... Algo estava errado!

Com desespero a garota lutou para se livrar daqueles braços, brigando pela sua vida, que ela podia sentir, estava se extinguindo através daquele mórbido beijo... Ao conseguir se afastar o suficiente, a ponto de finalmente entender o que era aquilo que a prendia, Melanie se viu obrigada a gritar, ao reconhecer a horripilante figura de um dementador.

- Não! – Disse ela ofegante sentando-se na cama.

Ainda com calafrios, a menina passou a mão no rosto suado e frio ao mesmo tempo, tentando afastar de sua mente a lembrança bizarra do sonho que acabara de ter. Suspirando pesadamente, a Lufa-lufa se levantou, indo até o banheiro onde lavou a face com água gelada. “Credo! Que sensação horrível...” Lamentou-se.

Desistindo de dormir, afinal não conseguiria, além do que agora faltavam apenas alguns poucos minutos para amanhecer, Melanie decidiu sair e ir para o salão comunal que dividia com as garotas, onde com certeza encontraria algo para ocupar a mente. Não queria de jeito nenhum pensar em seu pesadelo...

- Kayla!? – Surpreendeu-se ela, ao sair e dar de frente com a Corvinal, sentada de forma desleixada em um dos sofás. – O que está fazendo aqui a essa hora? – Quis saber a garota curiosa.

- Ai nem... Eu não estou conseguindo dormir. – Choramingou. – A minha mão não para de arder. Olha só, está até vermelha! – Explicou, mostrando a outra sua mão marcada pela queimadura mágica.

- Caramba! Mas isso está muito vermelho... Você já falou com um dos aurores?

- Eu não acho que...

- Já falei várias fezes para você não ficar mexendo nessa cicatriz, por isso está desse jeito. – Ralhou o auror responsável pela Corvinal. – Me dá isso aqui. – Disse pegando a mão da garota, manuseando a varinha sobre ela em seguida, fazendo um feitiço não verbal. – Pronto. Agora eu acho melhor você parar de catucar isso, ou da próxima vez, juro que deixo a sua mão cair.

- Tá bom, eu não mexo mais... – Gemeu Kayla.

Com uma expressão de incredulidade Jhones se afastou, voltando para a sua leitura, sem se importar com a forma desconfiada que Melanie o olhava.

- Ô Kayla... Essa é a primeira vez que ele faz isso?

- Não, por que?

- Isso é estranho... – Cochichou, aproximando-se da outra menina. – Eu lembro que a enfermeira ficou desesperada tentando várias coisas para melhorar isso, e o Jhones vem aqui e age desse jeito, sem nem ao menos titubear, já sabendo o que fazer... Aliais, não é de hoje que esse cara me parece estranho.

- Ai nem, não diz isso. Ele até que é legal de vez em quando... – Sorriu. – E é sério, é melhor você relaxar, ou vai acabar ficando tão maluquinha quanto a Sarah e a Estelar. É sério, eu não sei como vocês conseguem viver assim, desconfiando de todo mundo.

- Olha, nós temos os nosso motivos, tá legal! – Protestou a menina alteando a voz. – E sinceramente eu acho que você também deveria ficar esperta. – Continuou, voltando ao tom baixo de voz. – Porque caso não tenha reparado, tem algo sério acontecendo aqui, e a gente só não descobre nada porque esses aurores não saem do nosso pé, aí fica complicado!

- Como assim não descobrem nada!? – Estranhou. – Isso não faz sentido. Vocês ficam por aí, inventando mil e uma coisas para fazer, mas não sabem nem por onde começar a investigar. Essas coisas são para aurores Mel! Não para nós, somos só adolescentes, poxa vida.

- Que seja Kayla, que seja... – Bufou a Lufa-lufa, incapaz de aceitar que a outra mantivesse uma postura tão despreocupada o tempo inteiro. – Ah, você por acaso viu a Estelar? Ela não está no quarto. – Voltou a falar após alguns instantes de silêncio.

- Não, não vi. – Tornou aérea, já mexendo mais uma vez em sua mão machucada.

- Ela está no quarto do irmão. – Informou Pietro com sua voz grossa, assustando Melanie, que não havia reparado em sua presença até então.

- É... Hum, obrigada. – Respondeu a menina. – Mas de onde ele saiu? – Sussurrou ela para a Corvinal.

- Ele está aí, jogando xadrez desde que chequei. – Tornou Kayla, falando baixo. – Essa não é a primeira vez que o vejo aqui durante a madrugada. Sabe, eu acho que o bonitão aí não dorme. – Completou com seriedade.

- Não diz besteira Kayla. É impossível uma pessoa não dormir. – Afirmou.

- Mas ele não dorme, to te falando. É estranho né!? Tsc, tadinha da Estelar.

- Por que você tá falando isso? – Questionou sem entender.

- Porque ela gosta dele ué! É por isso que ficam brigando o tempo todo. – Explicou ela, muito convicta do que falava.

- Tá né... – Riu a outra.

- Vem cá Mel. – Chamou, puxando a menina. – Quer saber de uma coisa!? Dele sim eu desconfio. – Completou, falando no ouvido da Lufa-lufa.

- É, pode ser...

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No horário de costume, as garotas começaram a se arrumar para as aulas do dia, ambas desanimadas e sonolentas, esperando ansiosamente pelo fim das aulas, quando elas nem ao menos ainda tinham começado...

- Hum... Bom dia! – Cumprimentou Estelar se espreguiçando, ao sair do quarto do irmão.

- É oi. – Disse Melanie de má vontade.

- Eita, o que aconteceu com vocês? As duas estão com umas caras péssimas... – Falou a Grifinória.

- Ai nem... – Começou Kayla. – Essa noite foi terrível! Nem eu nem a Mel conseguimos dormir direito. É sério. Eu nunca pensei que uma noite mal dormida pudesse ser tão ruim... Eu estou um caco! – Completou de forma manhosa.

- Isso é engraçado... Quer dizer, de um ponto de vista nada cômico. – Corrigiu-se Estelar ao reparar a expressão nada amistosa da Lufa-lufa. – Tipo, eu também não estava conseguindo dormir essa noite... Era estranho, mas eu estava com uma sensação esquisita sabem!? Sei lá, eu não sei explicar, mas pelo menos passou quando eu fui para o quarto do Ted. – Deu de ombros. – Para falar a verdade, eu dormi feito um bebê, e olha que... Ah, oi Sarah. Bom dia! – Sorriu.

- Bom dia. – Tornou a Sonserina com educação, dirigindo-se a todos na sala.

- Ei Malfoy, você por caso sentiu alguma coisa estranha essa noite?

- O que!? – Disse a menina sem entender, ao mesmo tempo em que erguia uma das sobrancelhas.

- O que a Kayla está te perguntando Sarah, é se por acaso você teve algum problema para dormir essa noite!? – Explicou Melanie de forma apressada, afinal também estava curiosa.

- Não, nenhum. Por que?

- Mas o que vocês estão fazendo aqui paradas de papo furado? – Indagou Pietro ao entrar no salão, antes que qualquer uma delas explicasse algo para Malfoy. – Rápido, ou vão acabar se atrasando. E Lupin, quantas vezes eu vou ter que dizer para não andar com roupas de dormir pela sala comunal!? – Repreendeu.

- Tá bom, tá bom... Já to indo trocar. – Resmungou a Grifinória, se dirigindo para o seu quarto.

- Ei, Lupin, Malfoy!

- Que foi? – Perguntou Estelar de cara amarrada, enquanto as outras meninas recolhiam o material para as aulas daquele dia, fingindo não prestar atenção no que o auror dizia.

- Vocês duas vão ajudar o professor Daniel hoje à tarde. – Pontuou Pietro, olhando-as sério.

- Por que isso? – Questionou Sarah, que estava arrumando seus livros.


- Ele requisitou isso, para mostrar que não há nenhum ressentimento da parte dele.

- E porque deveria haver? Foi ele quem nos atacou! – Esbravejou a Grifinória se direcionando para o quarto.


- Nem vem Lupin! Você vai fazer isso! Para mostrar que vocês não são os monstros que aparentam ser! – Repreendeu o auror.

- Não exagere Willians. – Ponderou Ted ao também entrar no salão. – O professor Daniel está tentando manter uma boa aparência. Não custa nada, vocês irem lá e fingirem ser meninas boazinhas. – Concluiu o ex-grifinório olhando para as duas.

- Hahaha... A Estelar e a Sarah vão ter que passar a tarde com aquele professor bonitão. Eu não me importaria...

- Eu concordo com o Pietro. Vocês deviam agradecer ao diretor Power. – Falou Ryan Jhones que estava perto da porta, interrompendo Kayla, antes que essa dissesse mais besteiras.

- Você não se meta no que não é da sua conta! – Estelar gritou em resposta. – E ele não é o diretor!

- Deixa pra lá Lupin... O Pietro não está de todo errado... Vamos lá, fazemos uma média e esquecemos isso. – Concluiu Sarah sem muita emoção, saindo da sala.

- Pra você é muito fácil falar... Não é você que fica sentido aquele cheiro horroroso... – Resmungou a menina finalmente entrando no quarto para trocar de roupa.

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E como é de costume em momentos como esse, as horas passaram voando, para o completo desgosto das duas garotas, que logo se viram obrigadas a se dirigirem para a sala do professor, onde adentraram no horário em que Daniel havia marcado, sendo acompanhadas dos aurores Willians e Lupin.


- Oh, vocês vieram. Que bom! – Sorriu Daniel que estava sentado na mesa ao centro.

- É...

- Pois é diretor. Elas se sentiram lisonjeadas para com a atitude do senhor. – Pietro interrompeu Estelar, antes que a menina falasse algo inadequado.

- Que bom. – Sorriu amavelmente, olhando as meninas.

- E não é!? Eu também acho isso ótimo... – Debochou a Grifinória. - Então, o que a gente tem que fazer? – Estelar queria acabar logo com aquilo.


- Ah sim, é simples, eu queria uma ajuda em organizar esses livros, a própria bibliotecária me disse que vocês são boas nisso... Então... – Comentou, olhando-as com interesse.

- Nós já entendemos. – Sarah respondeu se direcionando até os livros na estante ao lado da mesa.

- Humpf... Isso só pode ser brincadeira. – Resmungou Estelar, no entanto seguindo os passos da outra.

- Quanto a vocês, podem ir dar uma volta. Elas não correm perigo aqui. – O professor se levantou andando até os dois aurores que ainda estavam parados perto da porta.

Ted e Pietro se olharam, como se discutissem silenciosamente de deviam ou não deixá-las a sós com o professor.

- Podem ir. – Incentivou Power.

- Acho que não tem problema, afinal o diretor é perfeitamente capaz de olhá-las por um tempo. – Concluiu Willians.

- Eu não sei se é adequado que nós...

- Eu entendo vocês... Se quiserem ficar aqui, olhando as meninas organizando os livros tudo bem.

- Ok, acho que realmente não tem problema algum, então nós voltamos depois. – Falou Ted se dando por vencido. – Comportem-se.

Willians saiu logo da sala, deixando Ted para trás, que ainda dirigiu as meninas um olhar preocupado, afinal elas realmente não estavam nada satisfeitas, e ele sabia que essas duas, juntas e zangadas, eram a mistura exata para uma confusão... Mas por fim ele também se retirou, deixando Daniel parado perto da porta, ainda no interior da sala.

- Meninas, eu vou sair por um segundo para pegar mais uns livros que eu deixei na diretoria. – Comentou, saindo também.

- Que ótimo. Ele vai ficar por ai, enquanto nós ficamos aqui organizando essa droga! – Reclamou a Grifinória.

- Não os chame de droga! Livros são marcos históricos e culturais de valor imprescindível para a sociedade! – Sarah repreendeu com dois livros grossos na mão. Indo até a mesa do futuro diretor. – Porém o Daniel é um babaca! – Completou fazendo a outra rir em concordância.

A Sonserina sentou na cadeira e abriu um dos livros, logo começando a ler suas paginas de forma interessada.

- Legal, agora ela vai ler e eu vou ter que... – Estelar interrompeu seu raciocínio, por um segundo, perdeu o chão, e viu a sala rodar. Sua cabeça latejou fortemente e tudo ficou escuro.

Sarah só se deu conta, quando a outra desabou com estrondo no chão, levando consigo os livros que estava segurando, e mais alguns outros que estavam empilhados por perto. A Sonserina, assustada, se levantou e correu com urgência até a outra.

Quando Estelar abriu os olhos, se viu em um lugar escuro, vertiginoso, como se tudo se movesse ao mesmo tempo ao seu redor. O cheiro de cachorro molhado impregnava suas narinas, deixando-a apreensiva, pois mais uma vez ela se sentia encurralada por aqueles seres, que insistiam em perseguí-la.

Haviam muitos, muitos lobos, ela sabia disso. Mas esses eram diferentes... Todos eles tinham uma aparência deformada, como se tivessem arrancado partes de seus pêlos, o que só os tornava ainda mais apavorantes, enquanto a cercavam, rosnando raivosos. Havia também alguém mais à frente, olhando diretamente para a menina, deixando-a ainda mais apreensiva, sem saber pelo que esperar... A tal pessoa ergueu a mão, e dois dos lobos, seguindo o seu comando, finalmente atacaram, forçando a menina a se desviar de forma desajeitada, na tentativa de se virar e correr, no entanto, um dos lobos pulou sobre a Grifinória, derrubando-a no chão. Estelar rolou para o lado, tentando se livrar do animal, mas sentiu quando um outro mordeu sua perna, prendendo-a, tentando chutá-lo a menina se movimentava com brusquidão, mas toda a sua luta se tornou infundada, quando todos os lobos avançaram ao mesmo tempo sobre ela... Entrando em desespero, ela começou a perder as forças, achando que não teria mais como sair dali, e se entregando finalmente a derrota, ela sentiu a antes tão repudiada luz da lua, banhar seu corpo. Quase que como uma injeção de adrenalina... O enorme lobo negro urrou ferozmente, jogando os outros lobos para longe, ganindo. Esses que pareciam tão ameaçadores anteriormente, agora não passavam de meros animais acuados, que fugiram com medo.

O grande lobo sentiu a fúria invadir suas veias, olhando para aquele que comandava o ataque, enquanto corria até ele, querendo vingança, desejando vê-lo sofrer. E foi o que fez, atacou! A investida contra o pequeno corpo humano que não ofereceu resistência só lhe deixou anda com mais sede se sangue, o liquido que jorrava do braço usado como escudo não era o suficiente. Por isso, de forma ágil, com uma patada o lobo retirou a mão que sua vítima usava para tentar se proteger, deixando agora seu caminho livre. Permitindo que mirasse o espaço entre o pescoço e o ombro, para logo em seguida, cravar ali as suas presas.

A sensação que lhe invadiu, foi de estremo prazer, era por demais realizador se sentir assim...

- Estelar...

Aquela voz a fez parar, ela a reconhecia de algum lugar. Por um segundo sua vista ficou embaçada e quando voltou ao normal, seus olhos se arregalaram de medo ao ver, Sarah em seus braços, desmaiada com o ombro e o braço feridos.

- Sarah! – Gritou estridente, não acreditando que aquilo estava acontecendo.

- Mas o que está acontecendo? – Questionou Daniel ao adentrar a sala, e se deparar com a bizarra cena.


CONTINUA...

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N/A (Ariene): E aí pessoas! Que capítulo bizarro foi esse não!? Ah, mas era de se esperar não é verdade... Afinal, o anterior foi tão traquilinho. (Vocês já deveriam estar acostumados com as nossa inclinação para acabar com a alegria alheia...) Enfim, muitas coisas foram reveladas aqui, como: A saída da Minerva, a morte da família do Peter e também a indicação do Daniel para a diretoria do colégio. E olha que essas foram as coisas mais “ligth´s”... Sonhos e sensações bizarras, tatuagens suspeitas, Sophie sorrindo daquele jeito e por fim, Estelar atacando a Sarah. Ufa! Quanta maldade junta! E pensar que a tendência é piorar... HAHAHAHAHAHAHA...(Risada maléfica) Sim, as coisas vão piorar, portanto se preparem.

N/A(Bárbara): Concordo com o que a Ariene falou. Duas vezes...

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Aozora No Namida (Hitomi Takahashi)

Sozinha na escuridão
Eu sabia o significado das suas lágrimas
Eu avancei ao lugar que desejava
Eu não quero machucar ninguém

O vento está soprando sobre o oceano
Rumo ao amanhã sem hesitar
Por que meu coração não se move?

Qual será o destino que está por vir?
Eu não me arrependerei de ter nascido
Por dentro da tristeza está a coragem
Eu acredito que estou me aproximando daquela luz

As lágrimas jorram do céu azul
Algum dia se tornarão um sorriso

O vento segue um ritmo rápido
Soprar através de meus dedos
As coisas nas quais eu acredito ainda assustam mas...
Eu não vou desistir

A lua toca suavemente meus ombros
Sobre o reflexo da lua na estrada
Eu nunca esquecerei como me perdi

Se eu esperar pelo amanhã e nada acontecer
Uma mão me dará um impulso
E a minha escolha mudará
Esses fortes sentimentos, agora são maiores

As lágrimas que jorram pelo céu azul
Certamente clarearão amanhã

Para onde eu olho
Aquele é o local onde eu começarei
Eu posso ir a qualquer lugar
Se eu não desistir de mim mesmo

Qual será o destino que está por vir?
Eu não me arrependerei de ter nascido
Por dentro da tristeza está a coragem
Eu acredito que estou me aproximando

As lágrimas jorram do céu azul
Algum dia se tornarão um sorriso.

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