All Alone



*** Capítulo 17 – All Alone
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“Em meus olhos você não vê orgulho
Em meus olhos você não vê luz
Em meus olhos você vê uma lágrima
Em meus olhos você vê meu amor
Em meus olhos você não vê juramento
Em meus olhos você não vê ódio
Em meus olhos você vê meu fardo”

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O inverno estava chegando ao fim, e por mais que faltassem algumas semanas para a primavera, já era possível se notar alguma folhagem nova aqui ou ali, em meio à neve rala. Hogwarts, apesar de tudo, mantinha as suas portas abertas, com as aulas transcorrendo normalmente, mesmo que alguns alunos, principalmente os mais novos, tenham sido levados do colégio por seus pais. A verdade era que, mesmo depois de tantos anos, as pessoas ainda temiam uma guerra, por mais que ela parecesse improvável... Por isso, a escola de magia e bruxaria só conseguiu reaver todos os seus alunos, após o ministério liberar um grupo de aurores para fazer a segurança do castelo, até que as investigações se completassem, e os culpados fossem punidos.

De todas as perguntas que as pessoas se faziam a respeito do incidente, as que mais se repetiam eram aquelas que envolviam o aluno Peter Dragon. Não era segredo para mais ninguém que fora ele o responsável por executar uma maldição imperdoável, quase levando a morte quatro estudantes. O seu desaparecimento ainda era uma incógnita, mas na verdade o que mais incomodava algumas pessoas era o fato de Dragon ter sido eleito o estudante modelo de Hogwarts, na mesma noite em que mostrava a sua face mais cruel, o que fazia de todo o evento uma sádica ironia.

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- Me responda! Porque você fez aquilo?!

- Eu...

- Peter. Eu realmente achei que você fosse de confiança! Se deixou levar...

- Mas eu... Eu...

- Crucio!

Peter Dragon gritou desesperado. Estava sendo torturado por horas a fio, o orgulhoso rapaz, não agüentava mais, e finalmente havia sucumbido a dor, proporcionando o prazer de seu torturador, que sorria aos berros do jovem.

Mais ao longe, três pessoas observavam a cena, a única menina do grupo, uma jovem de cabelos muito claros, se pendurava aflita no braço do homem a sua esquerda, discretas lágrimas corriam por sua face.

- Esqueça isso Sophie. – Falou o homem em quem ela se apoiava.

- Mas ele é meu amigo... – Sua voz morreu em meio os gritos do outro.

Havia um brilho maligno no olhar do homem ao lado de Sophie, que se dividia em consolá-la e se deliciar com a tortura do menino.

O torturador, não deixava Peter sequer respirar direito, porém agora já não fazia uso da varinha, retirou de uma das paredes uma enorme espada, que reluzia somente com a precária iluminação do lugar. E foi com aquela espada que ele retomou o que havia começado, retalhando Peter de fora lenta, sorvendo a dor alheia, sorvendo o medo nos olhos dele. Estava recebendo muito mais do que devia pagar, porém não se importava, lacaios eram o que não lhe faltava.

- Sophie. – Chamou o homem que torturava Peter, com um gesto de mão.

- Eu.. Eu... – A menina caminhou a passos lentos, até o homem que lhe chamara. - Por favor! Dê uma outra chance para ele!

- Nem tente pequena, esse jovem só está recebendo o que pediu. – Respondeu de forma sádica, sorrindo para ela, lhe estendendo a mão, olhando em seus olhos.

Sophie sentiu o medo percorrer por toda sua espinha, o segundo que passou, olhando hipnotizada para aquele homem, se transformou em uma longa tortura, assim que sentiu-se invadida mentalmente.

Uma forte luz verde se formou ao redor do homem, para em seguida ir de encontro com o corpo da menina, sendo absorvida por sua pele.

Sophie não sentia mais seu corpo, sua consciência ainda estava ali, mas seu corpo era dominado por uma força externa.

Suas mãos mexiam sem que as quisesse mexer. Não dominava mais seus movimentos.

Dando início a uma dança macabra, onde nenhuma das partes era detentora do controle, dois jovens sofrendo pelas conseqüências de seus atos desmedidos.

“Veja minha querida...” – A tenebrosa voz do homem pairou sobre sua mente. Ele havia dominado seu corpo, nada lhe restava a fazer, não havia como resistir. “ A culpa é delas... Ele fez isso por culpa delas...” Aquelas palavras penetravam em sua alma. “ Ele vai pagar por elas...”

Com muita lástima, Sophie se viu erguendo a varinha e gesticulando. O som não proferido de bom grado, saindo de sua boca. Peter que já estava quase morto recebeu o golpe de misericórdia. O Avada Kedrava finalizou as longas horas de tortura que aquele rapaz sofrera nada mais havia para se fazer. A pequena corvinal sentiu que seu corpo não estava mais sobre o domínio daquele perverso homem, nada lhe restou a não ser chorar sobre o corpo daquele que um dia fora seu amigo.

- Não fique assim Sophie. Ainda há o que fazer. – Aquele que permanecera anteriormente ao seu lado, estava agora novamente lhe servindo de apoio. Com as mãos fechadas em seu ombro, o homem levou a menina para fora daquele lugar, deixando-a chorar. Deixando que a culpa e o rancor, tomassem conta de seu ser.

O outro homem, que permaneceu calado até o presente momento, riu, olhando satisfeito para aquele que havia coordenado todo o espetáculo tenebroso, ambos saíram da sala, deixando o corpo inerte do jovem Peter, caído sobre a mesa, sendo engolido pelas sombras.

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Duas semanas após darem entrada no hospital, as meninas retornavam a Hogwarts, onde foram recebidas com festa pelos seus colegas de casas, assim que entraram no salão comunal durante o café da manhã. Sarah não conseguia se lembrar de ter se sentido tão incomodada em toda sua vida, por isso se limitava em apenas dizer “Obrigada”, enquanto era cumprimentada pelos demais estudantes, ao mesmo tempo em que Estelar e Melanie sorriam satisfeitas e entravam nas brincadeiras dos Grifinórios, que insistiam em apelidá-las de “As garotas que sobrevirem”.

- Mel! – Chamou Gustavo aproximando-se do trio, tendo certa dificuldade em passar pelas pessoas que as cercavam.

- Gustavo. – Sorriu a Lufa-lufa indo de encontro ao rapaz.

- Você está bem? Eu fiquei tão preocupado... Queria ter ido até o hospital, mas ninguém deixou. Você recebeu as minhas flores? – Perguntava ele apressado.

- Calma... Uma pergunta de cada vez. Eu estou bem e sim, recebi as suas flores. Elas eram lindas! Obrigada. E você? Está bem? – Tornou ela agora séria. - Eu fiquei tão assustada em ver você ferido daquele jeito... – Lamentou-se. - Me promete que nunca mais vai fazer uma besteira daquelas! Você não podia ter se jogado na minha frente daquele jeito... E se algo de ruim te acontecesse, e se...

- Está tudo bem Mel! Nada de ruim aconteceu. – Interrompeu o rapaz enquanto abraçava a namorada. – Eu sinto muito em te deixar preocupada, mas eu nunca deixaria que te machucassem.

- Mas você quase...

- Não foi nada! – Sorriu. – Veja as coisas por um lado positivo. Agora eu posso realmente dizer que sou um Grifinório. Tenho até as cicatrizes para comprovar...

- Gustavo, você não deveria fazer piada com esse tipo de coisas. – Repreendeu Melanie sentida.

- Bobagem! Tudo está bem, quando acaba bem...

- Licença, com licença... – Fala Hagrid enquanto passava, abrindo caminho com facilidade entre o aglomerado de alunos. – Estelar! – Sorriu ao abraçar a Grifinória, levantando-a do chão.

- Olá Hagrid... – Gemeu a menina ao ser espremida pelo abraço do meio-gigante.

Após soltar a menina, o professor cumprimentou as outras duas com calorosos tapinhas em seus ombros, fazendo com que elas envergassem um pouco o corpo, ao sentirem o peso da mão do homem.

- Ah, olá meninas! Como estão se sentindo? – Quis saber Kayla.

- Estamos bem. – Disse Melanie ao mesmo tempo em que massageava o próprio ombro.

- Ué... Onde está a Sophie? Pensei que estaria aqui com vocês, ela ainda não saiu do hospital? – Perguntou.

Imediatamente o professor de trato das criaturas mágicas, soluçou alto, enquanto retirava do bolso um lenço, que mais parecia uma toalha, para assuar o nariz de forma audível.

- Me desculpem! É que eu... Bom, eu tenho que ir...Com licença. – Disse ele com a voz embargada.

- Mas o que foi que aconteceu? – Questionou a Corvinal sem entender, enquanto observava o homem sair apressado do salão.

Sarah, Melanie e Estelar trocaram olhares cúmplices, sabiam exatamente o porquê do meio-gigante estar chorando. Sophie havia desaparecido do hospital no dia anterior, sem deixar vestígios, causando ainda mais euforia, nos já atarefados aurores.

- Então... – Chamou Gustavo, interrompendo o estranho clima que tinha se instalado. – Hoje de noite vamos dar uma festa na torre da Grifinória, para comemorar sabe. – Informou.

- Sério!? – Empolgou-se Estelar. – Que máximo, eu adoro festas.

- Sabia que iria gostar da idéia. – Disse o Grifinório satisfeito. – A idéia foi das meninas do seu dormitório, aí todo mundo aderiu, sabe como é!? Ninguém dispensa uma oportunidade de fazer uma boa festa. – Completou sendo apoiado pelas pessoas ao redor.

- Com certeza que não! – Afirmou a menina.

- Você vai estar lá, não é Mel!?

- Eu!? Mas é na torre de vocês e eu...

- E qual é o problema? – Interferiu Gustavo. – Eu te levo. Vai como minha convidada.

- É Mel! Isso não tem nada haver... Você vai e pronto! – Pontuou a Grifinória.

- Ai gente que legal! Eu também adoro festas. – Sorriu Kayla. – Que horas vai ser? – Perguntou.

Nenhum dos três teve coragem de cortar a empolgação da menina, dizendo que ela não havia sido convidada, por isso apenas marcaram o horário, permitindo que ela também fosse à festa.

- E você Sarah? – Questionou Estelar, surpreendendo os Grifinórios ao redor.

- Só se estivesse louca... – Sibilou a menina afastando-se, inda na direção de seu pai, sentado à mesa dos professores.

- É... O mau humor dela voltou. – Comentou Melanie.

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Sarah Malfoy simplesmente não conseguia entender... Como era possível que só ela se preocupasse com tudo o que tinha acontecido? Será que mais ninguém achava o sumiço do Dragon e também da Malfatini, um mau presságio? Como as outras duas podiam agir como se nada tivesse acontecido? Andando por aí dando risinhos felizes, e pelo que a Sonserina sabia, participando de festas e arruaças durante a noite, enquanto ela se empenhava em descobrir qualquer coisa que pudesse sanar sua dúvida. Cada vez mais ela se arrependia de não ter arrancado as respostas que queria a força de Sophie quando teve a oportunidade, mas não, teve que dar ouvidos a chantagem emocional da Grifinória...

- Maldição! – Resmungou a menina sem paciência, enquanto fechava seu livro com força.

Ela se levantou insatisfeita, dirigindo a Estelar um olhar fulminante que foi prontamente ignorado, já que a menina estava completamente distraída, cercada por um grupo de pessoas, relatando mais uma vez os acontecimentos da noite do baile. “Por Merlin, ela não se cansa disso?” Se perguntou Sarah. “Fica fazendo tudo isso só para aparecer... Nunca conheci alguém que gostasse tanto de chamar a atenção!” Recriminava ela em pensamento. Distraída e de péssimo humor, a garota se dirigiu à saída da biblioteca, e não percebeu quando alguém passou pela porta, fazendo o caminho contrário.

- Ei, tudo bem? – Perguntou Ted ao esbarrar com a Sonserina.

- Hum... Olá.

- Então... Como você está? – Disse sorrindo.

- É... Bem... E você? – Respondeu a menina sem graça.

- Hum... Bem! O que está lendo? – Perguntou interessado, indicando o livro que a menina tinha em mãos.

- Não é nada... Só uma pesquisa.

- É algum trabalho para o colégio, ou você está fazendo isso pelo simples prazer de estudar?

- Hã... Prazer de estudar? – Debochou erguendo uma sobrancelha. – Você acha que eu sou o que? A Mcgonagall? De qualquer forma, não, não é escolar e nem prazeroso, é só uma pesquisa para esclarecer umas coisas.

- Calma, não precisa ficar tão nervosa... – Sorriu o rapaz. – Foi só uma pergunta. Além do mais, é essa a imagem que você passa. A de menina estudiosa e dedicada.

- Hum... Que coisa. – Ponderou olhando ao rapaz. – De qualquer forma, as aparências enganam.

- Quase sempre na verdade... – Concordou. – Mas a graça está justamente nas surpresas que nós...

- Por Merlin Ted! – Falou alto Estelar, ao se aproximar do casal. – Eu não acredito que você está jogando para cima da Sarah essa sua cantada barata!

O rapaz sobressaltou-se e imediatamente seus cabelos mudaram do castanho habitual, para um tom avermelhado.

- Com vergonha irmãozinho? – Debochou a grifinória.

- Eu não... Quer dizer... – Você não deveria estar aqui Estelar! – Disse sem ter muita certeza de onde queria chegar. – Vai já terminar o seu trabalho. – Ordenou antes de se retirar apressado do local.

- Você viu a cara dele? – Falou a grifinória em meio as gargalhadas. – Isso só pode ser brincadeira...

Sarah não respondeu, simplesmente se virou e sumiu por meio as estantes.

- Ué... Qual foi? – Tornou a menina sem entender. – Ah, quer saber? Deixa pra lá...

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- Isso é inaceitável! – Esbravejou Malfoy. – Que tipo de profissionais trabalham para o ministério!? Como alguém pode simplesmente desaparecer desse jeito?

- Por favor, mantenha a calma Malfoy... – Pediu o Senhor Weasley. – Estamos fazendo todo o possível para encontrar o Senhor Dragon. Os aurores estão trabalhando noite e dia para...

- O que é óbvio, não está servindo para nada! – Tornou a falar o professor de poções.

- O que eu não consigo entender, é como ele pode ter sumido assim, de uma hora para outra... – Falou Lupin.

- Bom, com certeza ele não aparatou. – Ponderou Hermione. – Mas todos nós aqui sabemos que existem outras maneiras.

- Hum... Talvez ele tenha simplesmente lançado um feitiço de invisibilidade em si mesmo e... – Começou Longbotton.

- Isso não interessa! – Cortou Draco. – Ficar aqui pensando no que esse moleque fez para sumir não vai servir para nada. Vocês precisam pegá-lo! – Ordenou dirigindo-se ao Ministro. - Porque se a tal Malfatini sumiu do hospital, isso com certeza também foi culpa dele.

- Pobrezinha da Sophie... – Choramingou Hagrid. – O que será que aconteceu com ela?

- Não se preocupe... Nós vamos encontrá-la! – Afirmou Minerva ao colocar sua mão sobre os ombros do meio gingante, em um gesto de conforto.

No entanto, a diretora de Hogwarts sentia o seu coração pesar toda vez que pensava na menina que criou com tanto carinho, e por mais que quisesse acreditar que tudo acabaria bem, no fundo, de algum modo ela sabia que aquela série de acontecimentos eram só o início de mais uma grande epopéia.

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- Caramba Estelar! O que aconteceu com os seus olhos? – Quis saber Melanie assim que entrou na sala precisa e reparou na outra.

- Ah, isso!? – Falou a Grifinória apontando para o próprio rosto. – Legal não é!? – Sorriu. – Eu adoro essa cor, é tão diferente! Mas enfim... Hoje é noite de lua cheia, por isso vou ficar com os olhos até a lua mudar.

- Hum... Então quando você disse lá no hospital, que era um lobo, estava falando no sentido real da coisa? – Perguntou receosa.

- É, eu tava sim... – Disse distraída.

- Mas, Estelar... Eu sempre achei que esse tipo de coisa não tivesse controle. Como você consegue?

- Sei lá... – Deu de ombros. – Acho que é porque eu nunca fui mordida... Na verdade, isso tudo é uma espécie de herança bizarra de família. – Disse fazendo uma careta. – Mas até que não é tão ruim assim, sabe!? Tem até algumas vantagens... – Sorriu. – Tipo, eu consigo sentir cheiros e ouvir as coisas á quilômetros de distância, sem contar que dá para me transformar num lobo preto enorme, a hora que eu quiser. – Concluiu tentando parecer empolgada.

- É... Você está certa, tem as suas vantagens. – Falou Melanie solidária. – Hum, já pensou em como teria sido prático no dia do baile!? Era só você se transformar em um lobo do jeito que falou e comer o Peter... – Sorriu.

- Hahaha... Verdade. – Concordou em meio às gargalhadas. – Ele não teria tido a menor chance.

- Por falar nisso, o que você acha que aconteceu com ele?

- Não faço a menor idéia... Mas eu só consigo pensar que ele tem haver com a Sophie ter sumido também. – Afirmou.

- Pode ser... Mas, deixando isso pra lá. – Desconversou. – Você já viu o novo professor? – Perguntou empolgada.

- Ta falando daquele que vai dar aula de eu-sei-lá-o-que profissional?

- Orientação profissional. – Corrigiu. – Esse mesmo. Ele é um gato, já reparou?

- Hum... Ainda não tive essa aula. Mas passei por ele hoje no corredor... Sei lá, eu não gostei dele. Tem um cheiro estranho. – Comentou Estelar.

- Cheiro estranho!? – Riu. – De onde você tirou isso?

- Deixa pra lá, é besteira...

O barulho da porta as fez parar, Sarah entrara na sala sem cumprimentá-las, indo direto para uma poltrona.

- Ô Sarah! O que aconteceu? – Quis saber Estelar – Você tá atrasada...

A única resposta que a sonserina deu foi seu silêncio, que gerou uma certa apreensão em Melanie, que olhava de uma para a outra, já percebendo que era exatamente assim que as brigas entre elas começavam.

- Qual foi? Diz logo alguma coisa... – Insistiu a grifinória.

Sarah permaneceu em silêncio.

- Mas que merda! Ô Sarah!

- Deixa ela Estelar... – Interferiu a lufa-lufa.

- Como assim deixar?! Se ela vem pra cá, ficar quieta num canto, sem nem olhar para a nossa cara, então por que veio? – Exasperou-se. – Se tá de mau humor, ficasse no seu salão comunal então. – Completou se dirigindo a sonserina.

A sonserina sequer olhou para Estelar, permaneceu imóvel e em silêncio.

- Então estamos aqui para falar da Sophie e do Peter, foi por isso que chamei vocês. Foi tanta confusão esses dias que nem tivemos tempo de saber de nada direito. Acho que seria bom se a gente...

- Não adianta Mel! Não sei por que está se esforçando tanto... - Disse Estelar um tanto quanto indiferente, cortando a outra. - É melhor deixar pra lá.

- Que ótimo, isso quer dizer que eu já posso ir? - Falou a sonserina com extrema antipatia, olhando a lufa-lufa.

- Hum... Mas eu achei que nós poderíamos...
- Melanie já chega! – Cortou a Grifinória. – A Sarah não quer estar aqui, então é melhor que ela vá embora.

- Lupin, essa é a primeira vez, desde o dia em que eu tive a infelicidade de te conhecer, que eu vejo você dizendo algo sensato. - Respondeu já se virando para a saída.

- Ah, qual é gente!? Não temos motivos para esse tipo de coisa... – Tentou mais uma vez a menina de cabelos coloridos. – Se alguma coisa está te chateando Sarah, eu acho melhor você falar, de repente a gente pode te ajudar.

- Ah, ô lufa-lufa, corta essa... Não vem dar uma de boazinha, salvadora de todos os problemas pra cima de mim! - Falou a menina de forma ríspida. - Não haja como se fossemos amigas! - Seu tom de voz havia se alterado. - Pois nós não somos!

- Não seja grossa Malfoy! – Alterou-se Estelar de certa forma ofendida com as palavras da Sonserina. – Ela só está tentando de ajudar... Se você está de mau humor, ótimo. Mas não tem o direito de descontar isso nos outros.

- Oh, você tem toda a razão Lupin, me desculpe Belford. - Falou com um tom sereno, como se de fato estivesse pedindo desculpas. - Vá à merda Lupin! - Completou, olhando Estelar furiosamente, não sabia explicar o porquê, mas estava com raiva daquela situação. Estava achando hipócrita essa situação amistosa entre elas. Principalmente com Lupin.

- Mas que porra! – Gritou a Grifinória em resposta. – Qual é o seu problema heim?
- Gente! – Chamou Melanie.
- Me conta? O que foi que eu te fiz, para ficar recebendo patada? – Quis saber a menina, ignorando totalmente a Lufa-lufa. – Porque até onde eu sei, nada aconteceu... Estava tudo bem até algumas horas atrás.

- Não se faça de idiota Lupin, é difícil, mas faça um esforço... Como você pode achar que tá tudo bem? Onde está tudo bem? Só se for no seu mundinho imaginário e feliz! Não existe isso de tudo bem! Nós não somos nada uma da outra, não tenho que ficar aqui aturando nenhuma de vocês! - Internamente a sonserina sabia o que estava acontecendo. Havia se deixado levar, estava se aproximando demais das duas, essa proximidade, a estava assustando. Talvez se desse um fim naquilo, se sentisse melhor.

- Como assim? O que te deu, pra agir assim tão de repente? – Estelar insistiu na pergunta, desapontada, pois não conseguia crer nas palavras da outra, realmente considerava Sarah, pois ela e Melanie eram as pessoas mais próximas que tinha de uma amizade verdadeira, afinal, com mais ninguém ela conseguia ser tão autêntica, deixando que conhecessem os seus medos e defeitos. – Como você pode falar essas coisas depois de tudo o que aconteceu? Eu pensei que nós... Merda Sarah! Fala o que está te incomodando e...

- Para de perguntar isso! Não haja como se você, se importasse! – Gritou furiosa.

- Mas que coisa! Vocês duas! Eu já cansei disso! – O grito da lufa-lufa sobrepôs os da sonserina. – Eu já cansei de vocês sempre brigando! Fazendo essas ceninhas infundadas! Vocês não sabem de nada! Já chega dessa merda! – Melanie esbravejou, já estava farta daquelas brigas! As duas faziam um grande circo, para não chegar a lugar nenhum e no fim voltavam ao normal. Elas já estavam grandes para isso.

- Cala a boca! Você não é ninguém para falar comigo assim sua mestiçazinha! Não ache que pode mandar em mim! – Gritou, fazendo cara de nojo.

- Não fala assim com ela Malfoy! Não finja que é melhor que os outros! Você não é nada! Só fica se escondendo nessa sua aparência de riquinha filhinha de papai! – Gritou Estelar à Sarah, em defesa da outra.

- Grande merda Lupin! Tu é tão filinha de papai quanto diz que eu sou! Pinta uma de ser a boazona, mas é uma fraca, medrosa e complexada! Morre de medo de ficar igual ao papai! Uma fera! Uma aberração! – Gritou Sarah, agindo assim como vira seu pai fazer certa vez.

Por um momento, Lupin não conseguiu ter reação, ficou parada de boca aberta, apenas remoendo todo o peso das palavras de Malfoy... Foi uma dor quase física, afinal, ela nunca imaginou que a Sonserina diria tais coisas, logo ela, que sabia exatamente como tudo aquilo, era por demais assustador.

- Sua vaca! Cala a boca! Cala a boca! – Gritou Estelar depois de um tempo, enraivecida indo até Malfoy, levantando a mão, na intenção de desferir um tapa no rosto da outra, mas Sarah avançou para cima dela, antes mesmo da Grifinória completar sua ação. As duas tentaram se estapear, porém a lufa-lufa se meteu no meio, tentando separa-las. Tão rápido a briga começou, quanto terminou, assim que num gesto sem querer, Estelar bofeteou o rosto de Melanie, o som as fez parar.

- Mel... – Estelar olhou a outra, arrependida.

- Já chega! Não quero mais saber! Vocês duas agem como se não tivessem nada a perder! – Falou muito irritada, com a mão no rosto. – Não é porque vocês duas sempre se safam, que podem achar que o mundo é de vocês! Mas adivinhem! Não é!

- Mel eu... – A grifinória tentou mais uma vez.

- Esquece! Enquanto vocês duas não se tocarem, não quero mais ficar no meio disso!

- Que se dane lufa-lufa! Não há nada para que você fique no meio! Quem cansou de vocês duas fui eu! – Terminou a sonserina, se virando para sair da sala precisa.

Melanie bufou, olhando de uma para a outra, com o passo apressado, passou por Sarah lhe dando um encontrão no ombro. Em seguida saiu a sonserina, batendo a porta, deixando Estelar sozinha na sala, olhando para o vazio, sentindo o coração pesado e uma quase que incontrolável vontade de chorar.

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- O que você quer Sophie?

- Ela tem uma informação para o senhor.

- Jura? E o que seria?

- Vai lá, diz Sophie.

A menina olhou para os dois homens, um ao seu lado, lhe instigava a continuar, o outro a sua frente, a olhava com pose superior, ponderou, mas por fim suspirou e encarou aquele que lhe era superior.

- Existe uma profecia. Eu presenciei um conversa dos professores, sobre uma profecia que a prof.ª Trelawney, fez...

- E do que se trata?

Sophie relatou para um curioso homem, tudo o que ouvira sobre a profecia, nada mais lhe importava, estava ali, e iria levar até o fim, o que Peter havia começado, devia isso a ele. E claro, iria se vingar daquelas que levaram a ruína, uma das pessoas mais importantes para ela. As três garotas receberiam aquilo que mereciam... Essa era sua única meta de vida agora.

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N/A(A): Bom, o que eu posso dizer sobre esse capítulo!? O.o Ah, fala sério! Macabro né não!? Viram, também sabemos fazer maldades, e com estilo... Hahahahahahahaha... Para aqueles que estavam acostumados a morrer de rir com as presepadas de Estelar e cia, de agora em diante ficarão um pouco mais apreensivos, já que o clima de bagunça e amenidade foi completamente alterado. As coisas agora ganham um rumo mais sério e cheio de conseqüências (Super du mal), onde nada acontece por acaso...

N/A(B): Ai, ai... Adoro caps assim, são bem mais legais... E praticamente se escrevem sozinhos... Adoro isso... Mas devo dizer que ja estava de saco cheio desse clima ameno que estava rolando na fic... Maldade é mais legal!

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All Alone (The Sins Of Thy Beloved)

Eu olho para o céu
O Sol se põe
O luar brilha sobre mim
Os deuses tocam as suas sinfonias
Eu me sinto sozinha e caio aos joelhos
Eu penso em tempos que já se foram
Quando nós dançavamos só você e eu
Eu não consigo encontrar as palavras certas para dizer,
Eu não sei como dizer adeus...

"Aqui, onde estou...
A vida é branca...
...Não há sofrimento...
Nada pode nos deter...
...Nos mostre esperança...
Anjo da minha floresta...
...Me viu perfeitamente...
Em minha alma...
A morte não é justa...
Ela é a dor real...
...Relembro de ti...
Estou quase morta..
Eu perdi minha esperança...
Minha vontade de viver...
Meu último adeus...
Para sempre...Sempre sozinha..."

Em meus olhos você não vê orgulho
Em meus olhos você não vê luz
Em meus olhos você vê uma lágrima
Em meus olhos você vê meu amor
Em meus olhos você não vê juramento
Em meus olhos você não vê ódio
Em meus olhos você vê meu fardo

Todos sozinhos para sempre...

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