I Bilieve - Ato 2: Inferno



*** Capítulo 15 – I Believe - Ato.2 - Inferno.

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“Eu acredito, eu acredito
Em cada momento que respiro
Que você e eu podemos transformar
Um sussurro em um grito
Eu acredito, eu acredito”

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A noite antes estrelada, agora era escura e fria, tão fria que até mesmo as mentes das garotas poderiam sentir, e sentiam... Era como se a alegria da noite, da vida, estivesse se extinguido, como se nada mais fosse possível, restando apenas o escuro e o receio dele. “Mas, o que está acontecendo? Por que eu sinto que nunca mais vou poder sorrir?” Pensou a grifinória.

- Sarah, nós precisamos voltar para dentro castelo. – Falou de forma urgente, movida apenas pelo instinto.

Estelar procurou não dar tempo para a outra questioná-la, por isso virou-se rápida e segurou a sonserina pelo braço, que não protestou como de costume, pelo contrário, estava agradecida pela outra estar lhe puxando, pois não sabia se seria capaz de sair dali sozinha. Mas nem bem as garotas deram dois passos, e alguns ruídos lhes chamaram a atenção. Estelar puxou a varinha, que estava escondida em seu decote, bem na hora em que Sophie surgia, saída detrás de algumas árvores, parecendo assustada.

- Porra Sophie! Ta maluca? – Disse a menina sem paciência, abaixando a varinha.

- O que vocês ainda estão fazendo aqui fora? Precisam entrar antes que...

A Corvinal foi interrompida por um jato de luz que atingiu uma das árvores, partindo seus galhos, que caíram próximos às garotas, assustando-as.

- Corram! – Gritou Sophie alarmada.

E mesmo sem ver alguém, ou qualquer coisa, as três alunas dispararam em uma corrida desenfreada, sentindo em seus corações o perigo que se aproximava, enchendo-as de tristeza e apatia. E de repente tudo ficou em silêncio, cortado apenas pelas respirações descompassadas das meninas, que tiveram todo e qualquer sentimento substituído por medo, puro e simples medo, quando ao longe elas puderam escutar gritos desesperados, que às impeliram ainda mais na corrida, pois agora cada uma temia não por si, mas pelos seus.

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A festa dentro do salão transcorria normalmente, com música, dança e muita alegria. Alegria essa que aos poucos foi minguando, e quase sem ninguém perceber, se perdeu, dando lugar ao vazio, e posteriormente ao pânico, quando todas as velas e tochas apagaram, mergulhando Hogwarts na escuridão.

- Acalmem-se! – Pediu a diretora, usando o feitiço “Sonorus” para ampliar o som da própria voz. – Não há motivo para se preocuparem, tudo logo será resolvido. – Disse, também tentando se manter tranqüila. “Por que não consigo reacender as velas?” Pensou a senhora.

No entanto, logo o salão se encheu de pequenos pontos de luminosos, todos provenientes do “Lumus”, conjurados pelos bruxos reunidos ali.

- Sarah! – Chamou Malfoy, procurando pela menina entre os alunos, que demonstravam no olhar, o medo que ele próprio também sentia, apesar de não demonstrá-lo. E nunca antes, o professor tivera tanta urgência em encontrar a filha, para mantê-la segura ao seu lado.

- Ei, Draco! – Disse a Senhora Lupin aproximando-se. – Você viu a Estelar por aí?

- Não seja ridícula! A filha é sua, portanto quem tem que saber dela é você, Ninfadora. – Tornou ele de maneira grosseira.

- Hum... – Resmungou ela, torcendo o nariz ao ouvir o som do próprio nome. – Me parece que você também não...

A mulher interrompeu o que dizia ao sentir seu coração pesar, trazendo à tona uma insegurança só sentida em tempos de guerra... Ao olhar para os lados, usando a luz da varinha para conseguir enxergar, ela notou uma pequena camada de gelo fino, que se formava nos vidros das janelas. Mas antes que qualquer pensamento se formasse em sua mente, Ninfa ouviu a voz do Senhor Weasley ribombar pelo salão, ordenando que todos se dirigissem à saída, e imediatamente a mulher caminhou apressada, em direção aos portões do castelo, que davam acesso aos jardins, juntamente com as demais pessoas.

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Ainda correndo, as garotas seguiam chegando agora na metade do caminho, quando o frio se intensificou de forma absurda, a Grifinória acelerava cada vez mais o passo, sem se cansar, querendo chegar logo ao castelo, porém o caminho parecia estar muito mais longo do que na ida.

- Lupin... – Sarah falou em tom baixo, diminuindo um pouco o passo.

- O que foi? – Perguntou exasperada.

A sonserina não precisou responder, pois Estelar já havia focado o local que ela também olhava. “Por Merlin...” Sussurrou Sophie chocada. Alguns dos alunos que estavam do lado de fora, nos jardins, se encontravam agora desmaiados, jogados pelos arredores dos portões que davam acesso ao interior do castelo, cuja passagem estava lacrada. Os portões de Hogwarts estavam fechados...

- O que aconteceu? – As duas se viraram e se depararam com Melanie e Gustavo, igualmente assustados.

- Vocês também...

- Eu disse que vocês tinham de sair daqui! – Lamentou-se Sophie aflita.

- Sophie? O que está acontecendo? – Questionou Melanie.

Não houve tempo de responder à pergunta, pois as meninas de frente à lufa-lufa e ao grifinório olharam assustadas para o céu, fazendo com que o casal também se virasse para descobrir o motivo do terror estampa nas faces das outras meninas. Uma horda de Dementadores pairava ao longe, avançando cada vez mais em direção ao castelo, como uma nuvem negra, que morbidamente planou até se dividir em duas partes. Uma delas seguiu direto até o castelo, atravessando as suas paredes e causando terror nas pessoas trancadas lá dentro, cuja gritaria poderia ser ouvida a quilômetros de distância. A segunda parte das sombrias criaturas desceu dos céus rapidamente, investindo sobre o quinteto de alunos, que ainda se mantinha ali, em pé. Inutilmente, eles tentaram correr, mas foram rapidamente cercados pelos seres, que os rodeavam, assim como uma fera que espreita a sua presa antes do ataque fulminante.

- Fiquem calmas! – Disse Gustavo ao tirar do bolso a varinha. – Não podemos ter medo... Se agirmos juntos, vamos conseguir. - Incentivou.

- Mas são Dementadores... – Resmungou Sophie alarmada.

- Tudo bem, nós sabemos o que fazer. – Tranqüilizou o rapaz.

- Não sabemos não... – Interferiu Melanie segurando ainda mais forte a mão do namorado.

- Estelar, ao menos você conhece o feitiço!? – Quis saber ele.

- Hum... – Gemeu a garota. – Acontece que fica bem difícil ter pensamentos felizes, quando se está prestes a ser morta por algo que nem vivo ta... – Exaltou-se.

- Ótimo, vamos todos morrer aqui então. – Exasperou-se a sonserina.

- Não... Não podemos morrer, não assim... – Choramingou Sophie.

Foi então que, como se seguissem um comando superior, os Dementadores atacaram todos juntos, preparados para ceifar toda a alma dos aflitos jovens encurralados.

- EXPECTRUM PATRONO!! – Gritou Gustavo com confiança.

Da varinha do rapaz, foi liberado um imenso leão prateado que rugiu feroz, precipitando-se sobre os Dementadores, que se espalharam aturdidos, voltando à subir até os céus, planando sobre as cabeças dos estudantes, apenas deixando no ar a atmosfera de medo e o incômodo frio, mas sem voltarem à atacar de fato.

- Isso não está certo, foi fácil demais. – Concluiu Sarah desconfiada.

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As primeiras pessoas ao chegarem aos portões, descobriram que estes estavam trancados, espalhando assim, uma áurea de pavor, pela óbvia constatação, que muitos ali se negavam a ter, Hogwarts estava sendo atacada! Alguns professores tomaram a frente na tentativa de abrir os portões com feitiços, o que se mostrou inútil, gerando ainda mais medo, que foi intensificado quando um número incalculável de Dementadores passou pelas paredes, atacando sem piedade toda e qualquer pessoa pela frente. O pânico foi geral, e uma correria infantil se iniciou, enquanto os mais velhos conjuravam patronos, que prontamente tentavam conter o avanço impiedoso das criaturas mágicas. Algumas pessoas, aurores ou antigos combatentes dos tempos de guerra, ainda tentaram organizar algum tipo eficiente de defesa, mas todas as ordens eram suprimidas pelos gritos e choros. O caos estava instalado.

Longbotton empunhava habilmente a varinha, tentando com bravura, defender aqueles que ainda eram muito novos para realizar o feitiço necessário. E no meio de todo aquele pandemônio, um grito agudo chamou a atenção do professor, fazendo com que um arrepio incômodo percorresse a sua espinha. No chão, estava uma criança, ainda do primeiro ano, com um dementador debruçado sobre ela, que foi afastado assim que o patrono do homem o alcançou, largando para trás o corpinho imóvel da menina. Com o coração aos saltos, Neville se aproximou, e só de olhar para os olhos daquela criança ele soube, já era tarde demais, o beijo havia sido dado. Pesaroso, ele se abaixou, pegando no colo a pobre menina, e apertando-a em seus braços, se perguntandp que tipo de inferno era aquele.

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“Fácil ou não, nós não vamos ficar aqui para reclamar!” Disse Estelar incitando os outros, a continuarem a corrida, mas assim que a garota deu alguns passos, à sua frete se abriu uma cratera no chão, assim que um feitiço o atingiu, fazendo com que grama e terra voassem pelos ares.

- Tsc, tsc, tsc... Não tão rápido Lupin. – Falou Peter em tom sarcástico, saindo de trás de uma árvore próxima.

- Seu babaca, o que pensa que está fazendo? – Gritou ela em resposta.

- O que eu estou fazendo!? Estou me vingando! – Berrou descontrolado.

- Peter, por favor, pare com isso. – Implorou Sophie com voz chorosa. – Por favor, você não tem que...

- Fique fora disso Sophie! – Cortou o rapaz rispidamente. – Saia do meu caminho ou eu juro que passo por cima de você também.

- Escuta cara... – Tentou argumentar Gustavo. – Entendo que esteja chateado, mas se fizer alguma coisa agora, só vai ficar ruim para você mesmo.

- Não se eu matar vocês antes...

- Ah, já chega seu maluco, ninguém vai matar ninguém! – Disse Estelar exaltada virando-se para prosseguir seu caminho.

- Avada Kedrava. – Bradou o Corvinal.

- NÃO! – Gritou Malfatini.

Sarah, ao ver o rapaz levantar a varinha, puxou a grifinória, salvando sua vida, quando o feitiço da morte que passou a centímetros de sua cabeça.

- Eu vou acabar com você, seu bruxo de merda! – Falou a sonserina com mordacidade.

- Primeiro você vai ter que me alcançar Malfoy... – Respondeu o rapaz sorrindo sadicamente. – Ataquem! – Ordenou.

Saídos praticamente de todos os lados, homens encapuzados e vestidos totalmente de preto, apareceram brandindo as suas varinhas, investindo sem piedade sobre o grupo, enquanto Peter se deliciava com a batalha desleal que se iniciou, e até mesmo Sophie, se viu obrigada a duelar, lutando pela própria vida.

- Espalhem-se! – Berrou Gustavo.

A batalha que se seguiu não foi a execução sumária que os homens imaginaram a princípio, pelo contrário, a estratégia do grifinório se mostrava bastante eficiente, uma vez que ficava muito mais difícil acertar alvos separados e móveis, dando assim tempo de reação aos estudantes, que de qualquer forma ainda estava com dificuldades para combater de igual para igual. A alternativa encontrada por eles foi utilizar o terreno em que lutavam, ao próprio favor, por isso corriam de um lado para o outro, escondendo-se entre árvores e pedras, atacando quando possível.

Estelar jogou-se no chão, rolando para o lado, até se proteger atrás de uma enorme pedra, que teve um considerável pedaço arrancado assim que um feitiço a atingiu, lançando fagulhas coloridas para todos os lados.

- Cacete! Isso não ta nada fácil! – Reclamou. – Sophie!? Você está bem? – Perguntou, ao reparar na garota, encolhida próxima a ela.

- Lupin... – Resmungou – Isso não é brincadeira, eles estão mesmo tentando nos matar.

- E você só reparou agora!? – Riu nervosamente a grifinória. – Escuta... – Continuou enquanto retirava os próprios sapatos. – Não vai adiantar nada ficar aqui se lamentando, assim o máximo que vai conseguir, é ir chorar nos braços de Merlin! Por isso se levanta, e me cobre. – Concluiu a menina, saindo ligeira de trás da pedra, seguida por Sophie, para estuporarem o homem que às atacava.

A alguns metros de distância Melanie duelava, tentando ao máximo não deixar que o seu nervosismo a atrapalhasse.

- Expelliarmus! – Gritou desarmando o adversário.

- Estupefaça! – Também atacou Sarah, derrubando o comensal. – Francamente Belford... Não dá para ficar usando esse tipo de feitiço quando estão tentando te matar. Apaga logo os caras ou você não vai viver para contar isso. – Criticou a menina. – Anda, vai lo...

- Protego! – A lufa-lufa conjurou o escudo, protegendo Malfoy de um ataque traiçoeiro. – Eu faço o que posso... – Disse dando de ombros, fazendo a outra revirar os olhos.

Surpreendido, o homem que tentara atacar Sarah, foi levitado do chão pela grifinória, que se aproximava das outras, enquanto arremessava o comensal sobre uma das árvores espalhadas pelo jardim.

Os Dementadores ainda sobrevoando o local, vez ou outra desciam em vôos rasantes, obrigando os alunos à pararem os combates para se protegerem, ou ainda, as criaturas investiam contra alguns casais desavisados, que apareciam saídos de algum canto escuro. Assim, as meninas se viram mais uma vez, obrigadas a se separarem, para não atraírem demasiada atenção.

Gustavo era de longe o melhor dentre os cinco, duelando sem dificuldades com dois adversários ao mesmo tempo, sem nem ao menos se preocupar com os Dementadores. Após alguns minutos de combate, o rapaz conseguiu derrubar os seus oponentes.

- Você está bem? – Perguntou a lufa-lufa ao se aproximar.

- Ta tudo certo... – Respondeu apressado, novamente se concentrando na briga quando um terceiro homem apareceu em seu campo de visão.

O grifinório estava levando a vantagem no embate, mas se viu obrigado a recuar quando um dementador o atacou, e sem tempo de conjurar o patrono, o rapaz apenas se jogou no chão, desviando da criatura, mas perdendo a sua varinha. Melanie se apressou em chegar até ele, que já se levantava, e por isso não viu quando o homem, que antes duelava com o rapaz, ergueu a varinha e gritou “Sectusempra” lançando em sua direção o feitiço. Sem nem pensar, Gustavo se lançou na frente da menina, recebendo feitiço em seu lugar. Aturdida, a lufa-lufa assistiu o namorado ser lançado com violência para trás, enquanto o seu peito se abria, vertendo uma quantidade assustadora de sangue, para em seguida cair no chão imóvel.

- Gustavo!! – Desesperou-se a menina.

Tomada pela raiva, a garota atacou com tudo o que tinha o comensal à sua frente, não deixando para ele uma oportunidade de reação, por isso, em questões de segundos o algoz do grifinório estava também no chão, atingido pelo mesmo feitiço.

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Aos poucos as pessoas dentro do castelo conseguiam conter os Dementadores, que agora pareciam estar em bem menos número. Os que ainda restavam, se alimentavam dos medos e receios daqueles que não eram capazes de conjurar um patrono, e dentre essas pessoas estava Draco Malfoy, cujo único pensamento era encontrar a filha, sem se importar com o restante das pessoas ao seu redor, por isso, o homem seguia atordoado, alheio a toda a gritaria. Mas foi quando passou por uma das pilastras do hall, que o professor se viu obrigado a sacar a varinha, para se defender do dementador que o surpreendera, no entanto, ele não foi bem sucedido na tentativa e para o seu desespero, reviveu ali, os tempos em que ainda era um estudante, enquanto a criatura esticava as mãos pútridas e frias para segurar o seu rosto pálido. Malfoy foi capaz de sentir o hálito agourento do dementador, e chegou a pensar que talvez não conseguisse escapar, mas nesse momento uma lontra prateada veio em seu socorro, expulsando o animal mágico. Ao olhar para os lados, procurando quem havia realizado o feitiço, ele cruzou o seu olhar com Hermione Granger, que por um momento também o encarou, apenas desviando a atenção quando chamaram por ela.

- Rápido Hermione! – Disse Jorge.

- Nós vamos estourar os portões. – Informou Fred.

Assim, a mulher seguiu com os gêmeos Weasley´s, rumo ao portão, onde outras pessoas também lançavam alguns feitiços, ainda tentando abri-lo.

- Temos que fazer isso todos juntos, só assim vamos ter força o suficiente para derrubar ao portão. – Falou ela logo que chegou.

- Certo, então vamos todos juntos, no três. – Comandou Percy.

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Cansadas e sujas, as quatro garotas ainda se mantinham bravamente em pé, buscando forças e coragem para saírem dali vivas. Elas estavam umas de costas para as outras, formando um circulo, onde no centro estava Gustavo, deitado sobre uma poça do próprio sangue, e ao mesmo tempo, um pouco mais afastado, estava Peter, que gargalhava satisfeito ao perceber o grifinório respirar cada vez mais precariamente, deliciando-se com a expressão de tristeza e raiva estampada nas feições de Melanie, que junto com as outras meninas, duelavam contra os atacantes remanescentes.

Agora a desvantagem numérica não era mais um problema, o que realmente estava pesando naquele momento era a experiência, afinal, elas ainda eram meninas em idade escolar, combatendo contra homens adultos. Parecia que tudo era uma questão de tempo até que sucumbissem...

- Entreguem-se! Vocês já estão derrotadas. – Disse Peter enquanto assistia a luta desleal.

- Vai para o inferno! – Respondeu a lufa-lufa transtornada.

- Esse é o meu último aviso Sophie. – Voltou a falar o corvinal. – Saia já daí, ou sofra as conseqüências.

- Você é um bobo! Não podia fazer esse tipo de coisa... Como pode ser tão cruel? – Falou Sophie sentida, irritando o rapaz.

- Essa merda toda já me encheu... – Resmungou Sarah.

A menina virou às costas para o seu adversário, deixando-o por conta de Estelar, que ficou ainda mais aborrecida com a situação, por isso, a grifinória parou de proferir os feitiços em voz alta, para dar lugar aos diversos xingamentos, enquanto duelava, descontando toda a rua raiva nos seus adversários.

- ESTUPEFAÇA! – Atacou Sarah, direcionando o feitiço para Peter.

Por pouco o rapaz não foi atingido, desviando-se no último momento, ao mesmo tempo, Melanie inutilizava o homem com quem duelava, para em seguida, ir ao socorro de Sophie, que ainda parecia abalada demais para fazer um feitiço eficiente.

- Já que você quer tanto nos matar, venha e faça você mesmo! Quero ver até onde você é capaz com as próprias mãos! – Provocou Malfoy.

- Garota tola... – Debochou. – Você não está em condições de manter essa maldita posse. Dê uma olhada em si mesma, você está acabada!

Sarah teria respondido, mas se assustou, quando mais dois dos seguidores do corvinal, caíram próximos à ela. “Foi mal!” Disse Estelar com tranquilidade, fazendo-a torcer o nariz, enquanto a lufa-lufa também concluía o seu duelo.

- É Dragon... Parece que agora somos só nós. – Sorriu a sonserina. – Acabaram os seus peões. O que vai fazer agora, fugir?

- Sem tempo para blá, blá, blá... – Interveio Lupin. – BOMBARDA! – Gritou, lançando o feitiço no rapaz, que o rebateu, fazendo com que acertasse uma árvore, que se repartiu ao meio, devido à intensidade da magia.

- Já chega! – Esbravejou Peter. – Essa brincadeira acaba agora!

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Ao comando de Percy Weasley, as pessoas reunidas diante dos portões do castelo, apontaram as suas varinhas, proferindo um único feitiço, todas ao mesmo tempo. Os “Bombardas” atingiram a madeira, causando um estrondo ensurdecedor concomitante à explosão, que levou consigo as grandes portas do castelo, que se partiram em diversos pedaços, espalhando pelos ares uma nuvem de poeira e destroços.

Os primeiros a passarem pela cratera aberta foram os Dementadores, que debandaram de forma desordenada, sendo seguidos de perto pelos patronos, agora bem mais fortes devido ao fio de esperança e liberdade, que as pessoas adquiriram assim que os portões foram abertos. Em meio às criaturas negras e prateadas, que se emaranhavam ao passar pelo vão, um grito proferindo o feitiço “Sectusempra” foi ouvido, seguido de outro, cujo fleches de luz adentraram o portal, um atingindo uma das pilastras internas, e outro acertando uma senhora, que só não caiu ao chão, porque teve a sua queda amparada por Ninfadora, que ainda aturdida, só percebeu o que estava acontecendo, quando Neville e Hermione passaram apressados ao seu lado, para derrubarem com facilidade os três homens de negro, prostrados diante da entrada.

As pessoas, agora livres da influência negativa dos Dementadores, saíram do castelo e alcançaram os jardins, onde alguns alunos se levantavam do chão, ainda um pouco zonzos, enquanto a calmaria voltava se instalar, deixando para trás os gritos e o medo, o choro e a dor, restando apenas o silêncio, o incômodo silencio.

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Peter avançou, enquanto o ar se enchia com o barulho de uma explosão, deixando as garotas preocupadas, mas que ainda assim mantinham-se firmes, preparadas para mais um embate que viria, porém, pela segunda vez naquela noite, a tristeza e a incerteza, voltaram a dominar os corações das meninas, que assustadas, viram uma camada de gelo se formar no gramado, ao mesmo tempo, mais Dementadores surgiam, vindos da floresta em direção a elas, passando direto pelo rapaz, que se perdeu em meio aos mantos negros e sem vida. Desesperadas as quatro tentaram, inutilmente, se proteger, quando as criaturas às atacaram, jogando-as com violência no chão, fazendo com que perdessem as varinhas, que rolaram de suas mãos, deixando-as ainda mais indefesas frente a criaturas.

Estelar ainda tentou se levantar, e por mais que sua mente desejasse, seu corpo não obedecia, era capaz de sentir o frio sobrenatural invadindo os seus ossos, tornando difícil até mesmo o simples ato de respirar. Buscando forças, a garota se arrastou até onde havia caído a sua varinha, mas antes de alcançá-la, o seu corpo foi içado pelos Dementadores, que a carregaram pelos ares, junto com as outras meninas, que assim como ela, sentiam que toda a felicidade e esperança se perdia, enquanto tudo ao redor parecia ruir, deixando apenas o nada. E mesmo ali, tão perto da morte, a única coisa que Melanie conseguia pensar, era se Gustavo ficaria bem no final de tudo, quando o pesadelo acabasse.

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E como a calmaria que antes da tempestade, o silêncio mórbido dos jardins, foi cortado por gritos agudos, surpreendendo e assustando todos aqueles em frente aos portões. No céu, vindo na direção do castelo, mais um grupo de Dementadores foi avistado, enchendo Minerva de desespero, quando percebeu que em meio às criaturas, havia alguns estudantes, que eram jogados de um lado para o outro, passando de mão em mão entre o aglomerado de vultos negros. Com urgência, patronos foram conjurados, e imediatamente incitados na direção dos seres malignos, que se espalharam, largando no ar as garotas, que despencaram indo de encontro ao chão de forma dolorosa, enquanto a maioria das criaturas fugia apressada dos terrenos de Hogwarts. Aturdidas e machucadas, as garotas não tiveram forças para se levantarem, e por isso permaneceram no chão, agora protegidas pelos patronos e longe do alcance de alguns Dementadores, que ainda insistiam em permanecer, ao mesmo tempo, se destacavam da multidão dois homens, que reconheciam entre os estudantes caídos, suas filhas.

Draco e Remo se adiantaram, correndo na direção das meninas, porém, antes de realmente conseguirem se aproximar, Peter, como um vulto saído do meio dos Dementadores remanescentes, ergueu a sua varinha, apontando-a para as garotas, e só então, nesse momento, Sophie soube que não haviam mais esperanças, pois no céu ela podia ver a foice da morte desenhada nas estrelas.

- AVADA KEDRAVA!!

Três vozes gritaram ao mesmo tempo, fazendo com que a noite se tingisse de verde, enquanto os feitiços se chocavam sobre as cabeças das garotas, gerando uma grande explosão de luz, obrigando que todos os presentes cobrissem os olhos, até que as fagulhas esverdeadas lançadas no ar se dissipassem.

E então, quando o feitiço se desfez, e a noite voltou ao normal, Peter já não estava mais ali, haviam restado somente as meninas, Grifinória, Corvinal, Sonserina e Lufa-lufa, uma de cada casa, as quatro caídas e imóveis, uma ao lado da outra, no chão dos terrenos de Hogwarts, o antigo palco de uma batalha sangrenta, que ironicamente, era relembrada naquela noite, que agora era mergulhada no mais absoluto silêncio.

Ver as próprias filhas de tal forma, fez com que Malfoy e Lupin, pela primeira vez na vida, compartilhassem o mesmo tipo de sentimento. Um sentimento que os sufocava, impedindo que tivessem coragem para seguir até elas, com medo do que poderiam constatar, e ali parados em choque, eles souberam que nem mesmo um Cruciatus seria capaz de causar tanta dor quanto aquilo.

- NÃO!! – Um grito dolorido cortou a noite, interrompendo de vez o triste silêncio.

Molly, amparada pelo marido, caiu em um choro dolorido, enquanto ainda repetia a sua negação, agora acompanhada por outras pessoas, que também pareciam ter se dado conta dos acontecimentos. Para aquela mulher em especial, era doloroso demais testemunhar, uma segunda vez, vidas ainda tão jovens serem perdidas de maneira tão cruel e impiedosa.

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( Continua... ?)

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N/A(Bárbara): Bom... O que dizer? Honestamente, o capítulo do baile é meu preferido! (Tanto que vim correndo da faculdade só para atualizá-lo!!) Mesmo com todas essas situações... Adoro o baile...

N/A(Ariene): Eu Simplesmente AMO esse capítulo, aliás, todo o baile. Afinal, esse clima céu/inferno é tão legal! Ah, mais uma coisa: Eu ODEIO o Peter!

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I Believe (Bon Jovi)

Tudo que eu sei é que fui vendido
Você pode ler minha vida como uma sina
Eu vi o sonho, não há nenhuma terra de Oz
Mas eu tenho o meu cérebro e tenho um coração
E a coragem conquistada não deixarei ir embora
O que precisamos agora é... alma

Eu não posso fazer isso, você não pode fazer aquilo
Eles nos alimentam com roteiros, mas eu não engulo
E todas as coisas boas passarão
Mas a verdade é tudo que você tem de ter
Você mentiria por isso ?
(Você) choraria por isso ?
(Você) morreria por isso ?
Você faria isso ?

Eu acredito, eu acredito
Com cada momento que eu respiro
Que você e eu podemos transformar
um sussurro em um grito
Eu acredito, eu acredito

Você deu tudo, ai deu mais
Você sabe porque está aqui
Você pagará o preço
Como sua cruz à carregar
Somos nós que criamos esta situação ?
Você tramaria isso ?
Gritaria por isso, sangraria por isso?
Você faria isso ?

Eu acredito, eu acredito
Acredito que ainda temos valor
A luta você verá
Há esperança para o mundo esta noite
Eu acredito, eu acredito

Não olhe para a tela do cinema
Em lojas de discos ou revistas
Feche seus olhos e você verá
Que você é tudo de que realmente precisa

Eu acredito, eu acredito
Em cada momento que respiro
Que você e eu podemos transformar
Um sussurro em um grito

Eu acredito, eu acredito

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