A Mordem Myth



*** Capítulo 12 – A Mordern Myth

--

“...Para comprar a verdade você vende uma mentira
O último erro antes de morrer
Então, não se esqueça de tomar fôlego hoje à noite
Hoje é a última noite, então, diga adeus...”

--

O domingo amanheceu claro, por mais que um vento frio ainda soprasse pelo castelo. No campo de Quadribol, o gramado ainda apresentava os resquícios da neve caída durante a noite, mais isso não era um impedimento para o time da Corvinal, que se preparava para levantar vôo e começar seu treino. Enquanto isso algumas poucas pessoas estavam sentadas nas arquibancadas para assisti-los, entre elas estava a lufa-lufa Melanie, que por mais que sorrisse e acenasse feliz para o capitão do time, Peter Dragon, na realidade, estava completamente mal humorada. Do outro lado ela pôde ver quando Sarah Malfoy chegou e sentou-se na arquibancada, abrindo um pesado livro, que logo começou a ler.

- Melanie... – Alguém chamou em voz baixa.

A menina olhou para os lados, mas não viu ninguém, poderia até achar que era sua imaginação, mas ouviu quando chamaram novamente, e só então ela reconheceu a voz de Estelar, lembrando-se então do comunicador que recebera da Grifinória.

- O que foi Estelar? Não posso ficar conversando agora, eu... – Começou Melanie.

- Eu sei! Você tem que bancar a tiete do Peter... – Tornou a garota risonha. – Vi no mapa quando você veio para o campo.

- Onde você está?

- Olha para baixo.

A lufa-lufa se inclinou sobre a lateral da arquibancada e pode ver a garota lá em baixo no campo, com uma vassoura em suas mãos.

- Espera aí, o que você vai fazer?

- Relaxa, eu vou te dar uma forcinha... Depois dessa, você consegue qualquer resposta do nosso aspirante a bruxo das trevas.

- Eu não sei se gosto dessa idéia Estelar, talvez a gente...

A menina não pode completar a sua frase, pois a Grifinória tinha acabado de passar voando em sua vassoura, uns poucos metros à frente, indo na direção do capitão do time da Corvinal.

- O que você quer Lupin? Não deveria estar no campo... – Disse Dragon sério.

- Quantas vezes eu vou ter que repetir até que você entenda? Mulheres não gostam de tanta hostilidade, principalmente uma certa lufa-lufa... – Comentou a garota sorrindo.

- Isso não é da sua conta, agora dá o fora! – Falou de forma grosseira.

- Tsc, tudo bem... Já que é assim não vou te passar o recado que ela mandou. – Comentou simplesmente, manobrando para descer.

- Espera! – Ordenou o rapaz a segurando pelo braço. – O que a Melanie te disse?

- Muitas coisas! Mas o que realmente importa, no seu caso, é que ela realmente gosta de você. Está vendo como ela não para de te olhar?! – Concluiu indicando a outra menina com um movimento de cabeça.

“Ai céus, o que será que ela está dizendo para ele?!” Pensou a Luva-lufa, preocupada, mas tendo que sorrir ao reparar que o garoto a olhava.

- Eu não disse?! Ela está caidinha por você! Isso é fato! – Concluiu.

- Não seja tola Lupin! Isso já não é nenhum segredo... Agora me diga o que veio fazer aqui de verdade.

- Relaxa querido, não vou espionar vocês, o time da Grifinória não precisa disso! – Falou a garota empinando o nariz. “Moleque metido a besta!” Pensou. – Além do mais, esse goleiro de vocês é uma vergonha, comparado a Malfoy. Quer saber? Isso tudo é uma perda de tempo! Eu vou indo...

A garota virou-se e iniciou a sua descida ao solo, passando pelos outros jogadores, mas fora obrigada a parar quando um deles entrou em seu caminho.

- Oi meu bem! E então, está afim de...

- Pode parando por aí seu pirralho! Eu sou muita areia para o seu caminhãozinho! – Cortou a garota mal humorada passando pelo rapaz, lhe dando um encontrão violento que por pouco não o derrubou da vassoura.

- Realmente Lupin, mais uma vez a sua interferência no assunto se mostrou de vital importância para os nossos objetivos... – Debochou Sarah, usando o comunicador pela primeira vez.

- Não enche Malfoy! – Exasperou-se Estelar, respondendo também usando o objeto.

--

Ao término do treino, o jovem capitão da Corvinal, desceu até as arquibancadas, pomposo e cheio de orgulho, se sentando ao lado da menina que o olhava.

- Então... Gostou do que viu? – Disse sorrindo de um jeito que não combinava com ele.

- É... Você joga bem... – Falou Melanie, desviando o olhar. – Mas então...

- Mas então... – Peter interrompeu a fala da outra. – A sua amiga, me disse o que está acontecendo... – “ Meu Deus! Ele ta ficando assustador!” – Pensou a menina, forçando um sorriso. – Sabe, eu também me interesso por você... – O menino falou, acabando com a distância que havia entre eles.

- Mas então! – Disfarçou Melanie, desviando dele. – Você anda com bastante gente, aquilo é o que? Grupo de estudos? – Completou rápido, antes que ele se aproximasse novamente.

Peter olhou estranho para a garota, mas um segundo depois, sua expressão mudou.

- Não querida, não é grupo de estudos... – Ele sorriu como se ponderasse alguma coisa. – Sabe... A Sophie me disse que você é excelente em feitiços... – Seu sorriso aumentou mais. – Digamos que aquele grupo é mais que um mero grupo de estudos... Estamos planejando algo muito maior que isso...

Melanie sorria abertamente, não podia acreditar que ele falaria o que elas queriam saber tão facilmente.

- Claro que, se você quiser saber mais, vai ter que se unir a nós... – Agora o sorriso que habitava o rosto dele, era assustador. – Vamos nos reunir amanhã de noite, na floresta...

- Me juntar? Você diz ir a uma reunião? – Disse a menina encolhendo os ombros, toda sua expectativa fora frustrada.

- Mais que isso, se você entrar, não vai poder sair...

Melanie olhou confusa para o garoto sentando ao seu lado... “Que espécie de maníaco você é?” Pensou, tendo que se segurar muito para não exteriorizar o pensamento...

- Peter... É... Eu não tenho certeza... Sabe... – Com os pensamentos rápidos surgindo em sua mente, ela tentou sair dali, sem de fato contrariá-lo, no entanto ao olhar ao redor, viu Gustavo, chegando à arquibancada, instintivamente ela se sobressaltou, sentindo uma espécie de culpa.

- Ora essa. – Peter amarrou a cara.

- Mas, eu... É, acho melhor eu ir, tenho que fazer uma coisa...

Melanie se levantou e desceu rapidamente a arquibancada, sendo observada pelo Corvinal, porém na pressa de fugir do rapaz, ela não pôde ver que também era observada por outra pessoa, Gustavo a olhava visivelmente decepcionado. Porém assim que sumiu completamente de seu campo de visão, ele se pôs a encarar Peter, e por um momento ambos poderiam ter se matado apenas com os olhares hostis que trocaram.

- Preciso falar com vocês! – Melanie anunciou no comunicador, urgente, enquanto voltava para dentro do castelo. – Agora, na sala precisa.

--

Passado um tempo, as duas atenderam o chamado e foram até o local marcado, onde encontraram a Lufa-lufa dando voltas e voltas pela sala.

- Qual é a urgência? – Perguntou a sonserina no habitual mau humor.

- Você descobriu alguma coisa sobre do Peter? – Completou a grifinória chegando um pouco depois da outra.

- Bem... Ele... Ele me chamou para a tal reunião... – A menina estava visivelmente nervosa.

- Mel? Aconteceu algo? – Quis saber uma preocupada Estelar.

- O Gustavo... – Começou a menina incerta.

- Nós não temos tempo pra isso! Se querem fazer fofoquinha, façam quando eu sair. Agora o assunto é a reunião. – Cortou de forma seca Sarah.

- Nossa Sarah, como você pode ser tão insensível? – Falou Estelar ressentida com a outra.

- A reunião?! – Pontuou a garota friamente, ignorando o comentário da outra.

- Vai ser amanhã. – Respondeu por fim Melanie, ela já estava farta de tudo aquilo, não queria presenciar mais uma discussão. – Eu disse a ele que ia pensar, mas eu não sei se é uma boa idéia nos enfiarmos nessa reunião... – Comentou receosa.

- E por que não? – Estelar a olhou despreocupada.

- Uma coisa que ele falou... Sei lá... Ele disse que se eu entrasse, não poderia mais sair...

- Nossa que maluco!

- Maluco ou não Lupin, isso é sério... Se a lufa-lufa está com medo, melhor não arriscar. – Concluiu sarcasticamente Sarah.

- Nossa Malfoy, eu sei que por detrás dessa cara de “não ligo”, isso tudo é preocupação comigo, fico chocada... – Respondeu ironicamente Melanie, sendo fulminada pelo olhar de Sarah.

- Tudo bem! Nós temos que dar outro jeito! – Pela primeira vez, a elétrica Estelar era quem separava uma possível briga.

- Alguma sugestão Lupin? – Retrucou a sonserina.

- É...

- Sabia que não... – Sarah a olhou sem expressão.

- Nós tínhamos que ir, mas sem que eles nos vissem! – Melanie falou mais como um pedido do que uma sugestão.

- Podíamos fazer um feitiço de invisibilidade! – Falou a Grifinória sorrindo.

- Não gosto dessa idéia...

- E por que não Malfoy?! – Esbravejou olhando a outra sem paciência.

- Não gosto e ponto. Se nós fizermos barulho, ou algo que nos denuncie eles podem nos pegar com um simples “Finite Incantatem”, não é seguro. – Pontuou séria.

- Larga de ser estraga prazeres Malfoy! Isso é frescura!

- Na verdade, eu até concordo com ela... Acho que ele deve ter algum feitiço que impeça a aproximação de estranhos, ele vai nos descobrir... – Concordou mais calma, a Lufa-lufa.

- A não ser que ele nos veja... – Um sorriso nasceu no rosto de Sarah.

- Aonde você quer chegar?

- Simples Belford, poção Polissuco... – Terminou alargando o sorriso ainda mais.

- Mas isso é ridículo! Esse poção demora muito tempo pra ficar pronta! A reunião é amanhã! – Cortou Estelar. A poção Polissuco, fora à única poção pela qual ela havia se interessado, mas ao ver que essa era trabalhosa demais e exigia muito empenho, logo tratou de esquecê-la.

- Vejo que você não ignora tanto assim as aulas do meu pai... – Concluiu Sarah com seu habitual sarcasmo. – Porém Lupin, o que você deveria pensar com mais calma, é que como professor de poções, meu pai tem um estoque de poções como essas, prontas. – Disse de forma simples.

As duas arregalaram os olhos.

- Isso é ótimo! Podemos pegar um pouco e usar! – Animou-se novamente a Grifinória.

- Mas como? Nós temos dois problemas, um como vamos pegar a poção e outro, com quem vamos trocar de lugar...

- Poxa Melanie! Você cortou minha animação! – Reclamou Estelar.

- Trocamos com uns Sonserinos que andam com o Peter, isso é fácil. Já pegar a poção... Bom... Veremos... – Sarah findou a conversa de forma tranqüila.

--

Naquele mesmo dia, as garotas se empenharam para bolar algum plano de ação bom o suficiente para conseguir pegar a poção. Após horas de dedicação, elas conseguiram chegar a um consenso e por isso elas se reuniram novamente, para colocá-lo em prática.

- Merda! Maldita masmorra escura! – Falou Estelar ao tropeçar em algo que estava no chão do escuro corredor que levava a parte mais funda do lugar em questão.

- Vai Lupin, grita mais alto, quem sabe meu pai não te ouve lá da estufa e vem tomar chá com a gente? – Ironizou Sarah que estava mais à frente.

Elas caminhavam rapidamente pelo corredor, com o objetivo de chegar ao salão onde seu pai preparava poções e as guardava. Ficava na parte mais funda das masmorras, justamente para que os alunos não a encontrassem, e ainda, o cenário nem um pouco convidativo também afastava qualquer visitante curioso.

Melanie havia ficado mais atrás, vigiando os passos de Draco Malfoy com o mapa do maroto, já que ainda não tinha sido possível fazer outros, sendo também a encarregada de avisá-las caso acontecesse algo.

- Já chegamos.

- Finalmente! – Comemorou a Grifinória.

- Vamos, não temos muito tempo. – Completou Sarah abrindo a porta com três toquinhos da varinha na maçaneta, deixando a outra passar primeiro, para fechar a porta em seguida.

Antes do término do jantar, as três saíram sorrateiramente do salão comunal e se dirigiram para um corredor próximo à saída das masmorras, esperando que Draco Malfoy saísse para que elas entrassem. Como rotina, toda noite Malfoy saía após o jantar, para recolher algumas raízes frescas nas estufas, aquela era a brecha delas, ele ficava metodicamente 15 minutos nas estufas, e caminhava rápido para seu laboratório, porém se ele não encontrasse nada que lhe agradasse na coleção do professor Longbotton, voltaria em 5, o que não as deixava com muito tempo para agir.

- Sarah... Onde está? – A Grifinória estava visivelmente perdida. O lugar estava lotado de poções enfileiradas nas prateleiras, e com dezenas de caldeirões borbulhantes espalhados pelo recinto.

- Aqui. – Respondeu apontando um caldeirão que não estava borbulhando.

Estelar correu até ele e pegou uma boa quantidade, deixando visível a ausência do líquido.

- Droga! - Reclamou

- O que foi agora? – Perguntou a sonserina sem tirar os olhos do comunicador, ela estava aflita, esperando por qualquer sinal de que seu pai voltara.

- Sarah! Ele vai perceber! – Falou em um muxoxo, apontando para a marca que havia na borda do caldeirão, demarcando que faltava líquido.

A garota olhou para o caldeirão arregalando os olhos, não pensava que algo assim fosse ocorrer. Seu pai que era muito minimalista com certeza perceberia aquilo, e não havia mais ninguém com a qual ele associaria o ocorrido a não ser com ela.

- Mas que coisa Lupin! Joga água! – Gritou exasperada, sem pensar no que estava fazendo. Era fato que conviver com Lupin estava fazendo mal a ela.

- Mas...

- Vai logo!

Estelar fez o feitiço que conjurava água, completando o que faltava na poção, era claro que o conteúdo havia ficado mais ralo, porém a primeira vista era imperceptível. As duas saíram pelos corredores, muito mais rápido do que na ida, quando chegaram ao que deveria ser o posto de Melanie, a lufa-lufa já não estava mais lá. Ambas se olharam confusas, sem saber o que havia acontecido e sem entender porque a garota não havia usado o comunicador. Porém elas não tiveram muito tempo para pensar, pois passos foram ouvidos bem perto delas.

- Meu pai... – Sarah engoliu a saliva, pegando a poção das mãos da outra, para esconder em seu sobretudo. – Mas o que você acha que está fazendo Lupin?! – Falou alto para que seu pai ouvisse.

- Isso não é da sua conta Malfoy! – Respondeu, não era preciso meias palavras para que Estelar entendesse o que Sarah queria.

Draco Malfoy parou olhando a aparente discussão com uma sobrancelha erguida.

- Pai? – A Sonserina falou com uma expressão surpresa.

- Lupin. A senhorita está bem longe de seu salão comunal, o que faz aqui? – Disse Draco com um tom ameaçador. Sabia que nada que vinha daquela garota era boa coisa.

- Ah... Professor eu, eu estou... – Começou a menina atrapalhada “É hoje que sou expulsa desse colégio.” Pensava ela preocupada.

- Ahá! Achei você Estelar! – Gritou Melanie saindo de um dos corredores adjacentes, correndo até a grifinória. – Pronto te peguei, agora está com você. – Falou batendo no ombro da outra, virando-se em seguida, para sair correndo das masmorras, enquanto o professor erguia mais ainda sua sobrancelha, descrente para com a situação que presenciava ali.

- Mas o que significa isso? – Perguntou Malfoy exasperado.

- Ah... Pique - esconde! – Respondeu a grifinória alterada. – É uma brincadeira trouxa, sabe como é!? – Falou, tentando forçar um sorriso. – Bom, eu preciso ir... Está comigo, vocês ouviram né!? Então, tchau...

À medida que falava Estelar ia se afastando, até concluir a sua explicação e sair em disparada pelo corredor, sem nem olhar para trás. Deixando os Malfoy´s parados no corredor, sem a menor idéia do que ela tinha acabado de dizer.

Sarah gastou algum tempo com seu pai, falando mal dos trouxas e do comportamento inadequado da Lupin e Belford. Mas assim que teve uma brecha, se retirou e seguiu direto para o local onde saberia que as outras meninas estariam. Nem bem Sarah tinha passado pela porta da sala precisa, e já era possível ouvir as gargalhadas das outras duas, que estavam sentadas no chão, já cansadas de tanto rir.

- Realmente muito engraçado. – Comentou Malfoy apática. – Eu agradeceria se vocês duas começassem a levar as coisas mais a sério! - Ralhou ela. – Mas afinal de contas o que aconteceu Belford? Por que não nos avisou que meu pai estava voltando, como tínhamos combinado?

- Eu tentei! – Respondeu a lufa-lufa. – Mas vocês não responderam... Acho que o seu pai deve ter algum feitiço naquela sala que não deixou o comunicador funcionar.

- É possível. – Tornou Sarah.

- Qual é gente!? – Interferiu Estelar. – O que importa é conseguimos a poção e ninguém nos pegou! Considerando os riscos, até que fomos muito bem! – Completou sorrindo.

- Bom, isso é verdade! – Concordou Melanie. – Agora só falta pegar os cabelos...

- Quanto a isso não precisamos nos preocupar. – Tranqüilizou a sonserina. – É só seguirmos o planejado que tudo vai dar certo, tenho certeza.

Depois de repassarem os planos do dia seguinte mais uma vez, as garotas se retiram separadamente da sala, voltando para os seus respectivos salões comunais, com a expectativa a cerca de tudo o que estava acontecendo e do que poderia acontecer.

--

- Atenção! – McGonagall falou sendo auxiliada pelo “sonorus”.

Todos fizeram silêncio para ouvir o que a diretora iria anunciar durante o café da manhã daquele dia.

- Quero comunicar a todos vocês, que esse ano, teremos a honra de celebrar o baile anual de inverno, de um modo diferente. – Todos a olhavam sorrindo, a simples menção do baile deixava-os eufóricos. – Mais do que um simples baile, esse ano vamos comemorar a vitória obtida na guerra há vinte anos atrás... Há vinte anos, queridos amigos se foram, porém uma grande esperança foi alcançada. Perante isso, iremos permitir que todos os alunos da escola participem, para que todos possam desfrutar desse momento de glória. Inclusive, existirão também convidados em Hogwarts cuja participação nos eventos passados foi de vital importância para que estivéssemos aqui hoje. – A emoção com que a senhora falava, tornava suas palavras profundas. Muitos dos professores ali entediam perfeitamente o sentido daquele sentimento. – Como eu ia dizendo. – Fez uma pausa pra se recompor em sua habitual postura altiva. – Em virtude disso, todos os alunos participarão da aula complementar oferecida, que é obrigatória, afinal, como representantes de Hogwarts e da futura sociedade bruxa, vocês não podem cometer gafes como não saber de que forma se portar perante uma simples dança. – Pontuou a mulher séria, ao ver alguns muxoxos e protestos vindos dos alunos, principalmente dos meninos. – Portanto peguem os horários com os monitores de suas casas e, por favor, esforcem-se para fazer o melhor possível.

Durante o café, muitos alunos conversavam animados sobre o baile, aquele seria o maior acontecimento social do mundo bruxo, e como era de se esperar, era visível a agitação que aquele simples comunicado causara aos jovens. No entanto de todos os presentes, o que mais se destacava em sua animação era Estelar Lupin, cuja voz poderia ser ouvida do outro lado do salão.

--

As aulas do dia seguiram o curso normal, enquanto os alunos se esforçavam em manter a atenção adequada durante a última semana antes do feriado. A verdade é que tudo ficava ainda mais difícil, com todo o colégio decorado com enfeites natalinos e também com a expectativa causada pelo baile. No final do dia, quando os alunos tinham algum tempo livre antes da janta, o trio de meninas já se reunia, as escondidas, prontas para colocarem em ação os seus passos tão bem planejados.

Malfoy com um livro em mãos, caminhava tranqüilamente por uma parte afastada do pátio, onde um grupo pequeno de alunos da Sonserina conversava. Assim que a menina passou perto, os quatro rapazes fizeram questão de cumprimentá-la educadamente, ao que ela respondeu de forma polida, como de costume.

- Malfoy! – Alguém gritou, interrompendo o momento de cortesia.

- O que você quer Lupin? – Perguntou a menina, vendo a outra se aproximar rapidamente.

- Não se faça de idiota Malfoy! – Exasperou-se a menina, jogando aos pés da outra os restos de um pergaminho destruído. – Eu sei muito bem que foi você quem fez isso. Qual é o seu problema?

- Eu não sei por que está tão chateada... Aposto que esse trabalho estava uma porcaria, afinal de contas inteligência não é uma de suas virtudes, se é que você tem alguma. – Disse Sarah de forma altiva, ao mesmo tempo, os outros Sonserinos soltavam risinhos de deboche.

- Com certeza tenho mais virtudes que você! Afinal não sou eu quem se mantém o tempo inteiro agarrada as calças do papai, ou escondida atrás de um livro, com medinho eu sei lá do que! Você é uma covarde Malfoy, e nada do que fizer vai mudar isso.

- Bem se vê o quanto você é esperta Lupin... Malditos Grifinórios, tão cheios de si que ainda não aprenderam a diferenciar coragem de burrice. Quando você aprender que gente assim só serve de escudo em uma guerra, enquanto os que são realmente inteligentes ficam a salvos!? Olhe ao seu redor, será que ainda não percebeu? Vou te dar um conselho, querida. – Falou sarcasticamente. – Vá até o salão principal e dê uma olhada nos nomes que estão nas placas.

- Cala a boca! Você não tem porque falar deles. – Tornou Estelar alterada.

- E por que não? A verdade é que são todos Grifinórios metidos a heróis, então me diz, onde está a glória disso? Porque eu acho bem difícil ser glorioso, quando se está a sete palmos abaixo da terra! – Concluiu a Sonserina, tão exaltada quanto à outra.

Os outros Sonserinos não tiveram muito tempo para rir de Estelar, pois nem bem Malfoy tinha acabado de proferir as suas palavras, a outra já estava se lançando com tudo sobre ela, levando-as ao chão onde se estapearam enquanto trocavam ofensas, em meio aos gritos. Demorou algum tempo até que os outros alunos interferissem e separassem as duas, que ainda tentavam se atingir, mesmo estando bem seguras pelos rapazes que antes conversavam com Sarah, acertando ocasionalmente um ou outro. Por fim, elas se acalmaram e pararam de gritar.

- Já chega, pode me soltar. – Falou a garota de olhos azuis. – Isso tudo é ridículo! Definitivamente eu tenho que me manter o mais longe possível de você Lupin. – Completou olhando a outra com desdém. – A sua falta de educação está começando a me contaminar...

A sonserina saiu andando apressada enquanto serrava os punhos, sendo ignorada por Estelar que se mantinha distraída arrumando suas vestes que estavam fora do lugar, mostrando suas pernas mais do que o habitual, o que atraiu o olhar curioso dos sonserinos. Sarah não precisou olhar uma segunda vez para trás, para que os rapazes se retirassem de perto da Grifinória, que dedicou a cada um deles o seu melhor sorriso, chamando a atenção de pelo menos um que insistia em andar olhando para trás, fazendo com que por pouco, não acertasse uma parede próxima. “Por isso que eu odeio pirralhos! Ficaram todos empolgadinhos só porque viram os meus joelhos...” Pensava a garota, que assim que se viu sozinha, chamou por Melanie, que até então se mantinha escondida do outro lado da fonte.

- E então, conseguiram? – Perguntou ao se aproximar o suficiente.

- Quase... – Respondeu a outra. – Só consegui pegar o cabelo de um deles no meio de toda aquela confusão, e tenho certeza de que a Sarah também. Aqui... – Disse estendendo para a Lufa-lufa uns poucos fios de cabelos. – Guarda isso com você, eu vou dar um jeito de pegar o que está faltando.

- O que você vai fazer?

- Relaxa Melanie, já sei exatamente o que fazer. – Tornou a menina com um sorriso travesso em seus lábios.

As garotas se separaram, com Melanie voltando ao lugar de costume para se encontrar com Sarah, e Estelar encaminhando-se na direção que os sonserinos haviam tomado. Não demorou muito tempo, e a grifinória passou por eles em um dos corredores do primeiro andar, chamando-lhes a atenção, piscando significativamente para o mais novo, o mesmo que não conseguia parar de olhá-la, para em seguida continuar o seu caminho, com a certeza de que havia conseguido o que queria. Nem bem a menina parou no corredor seguinte, e o rapaz já vinha atrás dela, exibindo um bobo sorriso, que não se manteve por muito tempo, pois assim que chegou perto o bastante, Estelar se jogou em seus braços, recebendo-o com um beijo arrebatador. O pobre menino, não teve muito tempo para raciocinar, uma vez que a Grifinória dominava a situação por completo, restando a ele apenas a opção de se deixar levar, o que também não durou muito tempo, já que em meio ao beijo, a garota o segurou firmemente pelos cabelos, puxando-os em seguida, para depois se afastar sorrindo marotamente.

- Nossa, isso foi tão... – Começou o sonserino com a voz mole.

- É, é... Eu sei. – Cortou ela sem paciência. – Então querido, depois agente se fala, ok? Eu tenho que ir. – Pontuou já se afastando.

- Espera, quando nós vamos nos ver de novo? – Perguntou ansioso.

- Hum... Um dia desses. – Disse evasiva, indo embora rapidamente, deixando o sonhador menino, meio abobalhado ainda estático no corredor.

A garota correu o mais rápido que pode até a sala precisa, onde se encontraria com as outras garotas, segurando firmemente em suas mãos o tufo de cabelo que conseguira. Assim que entrou na sala, se jogou no chão, cobrindo o rosto com um dos braços, enquanto resmungava com sigo mesma.

- Conseguiu Lupin? – Perguntou Sarah sem olhá-la.

- É claro que sim! – Falou sentando-se depressa. – Olha aqui, acho que isso é o suficiente, não é mesmo!? – Falou mostrando o punhado de cabelo ruivo em sua mão. – Se não for, eu não ligo. Vocês não fazem idéia do que tive que fazer para conseguir isso. To chocada comigo mesma até agora...

- Hum... – Suspirou a Sonserina. – Como se eu ligasse... Esses cabelos são o de menos... Agora o pior está por vir. – Completou séria.

“Eu me atraco com um pirralho no corredor e elas nem ligam para o meu sacrifício... Se bem que elas não sabem... Quer saber, é melhor assim! Desse jeito ninguém fica sabendo dessa loucura. Credo, que vergonha!” Pensou Estelar chateada.

Com tudo acertado, as garotas voltaram, separadamente, para o salão principal, onde estava sendo servido o jantar, que transcorria como de costume. Ao término da refeição, alguns alunos ainda permaneciam as mesas conversando, enquanto outros preferiam retornar aos salões comunais, para estudar ou passar o tempo de forma mais interessante. Já um seleto grupo de alunos saía do castelo, sorrateiramente, de forma esporádica sem chamar a atenção, indo em direção à floresta proibida. Quando um trio de sonserinos passou conversando aos cochichos, por entre os vãos de algumas pilastras, todos eles foram atacados e apagados ao mesmo tempo, tendo como última lembrança a palavra “Estupefaça” proferida por vozes femininas. Estelar, Sarah e Melanie saíram de seus esconderijos e apresaram-se em levitar os rapazes, levando-os para o banheiro da Murta, sendo esse o local mais perto de onde estavam.

- Hihi... Isso é engraçado! – Alguém falou, surgindo de uma das portas, assustando as outras garotas.

- Merda Sophie! – Reclamou Estelar. – Odeio essa sua mania de chegar assim, do nada.

- Por que vocês estão levitando eles? Sabem, não deviam se dar ao trabalho... Seja lá o que for que pretendem fazer, não vai dar certo. Os astros estão desfavoráveis para vocês essa noite! – Comentou a Corvinal distraidamente, retirando do seu bolso a varinha, para levitar o garoto que Melanie levava. – Não pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo. – Disse simpática. – Olha o seu pergaminho, que eu levo ele para você.

A Grifinória a teria mandado ir embora, mas Sarah aceitou a ajuda de bom grado, afinal de contas, se não a viram se aproximar, mesmo usando o mapa, talvez fosse realmente mais seguro ter alguém só para monitorar o caminho até onde precisavam chegar. Então, dessa forma as quatro estudantes adentraram ao banheiro, trancando-se em seguida. Os sonserinos foram todos colocados dentro de um dos boxes, que foi devidamente lacrado, tendo como guardiã a própria Murta, que ajudaria as garotas com a promessa de que elas se livrariam do Pirraça.

- Hum... Vocês prometem que podem fazer isso? Prometem para a Murta? – Choramingou a fantasma.

- Não se preocupe Murta, prometo pra você que faço um exorcismo no Pirraça, assim ele nunca mais vai te perturbar, ok! – Disse a Grifinória paciente.

Murta sentou-se sobre uma das pias, onde ficou se lamento a respeito de toda a perseguição que sofria do Poltergeist. Ao mesmo tempo, as garotas tratavam de beber a poção previamente preparada, enquanto Sophie se debruçava em uma das janelas para observar as estralas no céu. “É melhor que elas fiquem bem espertas, ou realmente vão se encrencar...” Pensava ela concentrada, agora olhando as meninas que se dobravam sobre o próprio corpo, com dores no estômago, enquanto assumiam as formas dos sonserinos.

- Minha nossa! Que gosto horrível... – Reclamou Melanie, agora já com a aparência do garoto ruivo e sardento que Estelar beijara.

- Hum... Com certeza isso não é muito confortável. – Comentou Sarah, sendo agora um rapaz de altura mediana e magrelo, um tanto quanto desengonçado.

- Vocês vão mesmo seguir em frete com isso, não é!? – Falou Sophie.

- O que você acha? – Tornou Estelar, que até então estava distraída, trocando suas vestes, como as outras duas já haviam feito. – Agora que chegamos aqui, vamos até o final!

- É bobeira... Eu já disse que não vai dar certo! Os astros mostram que...

- Escuta Malfatini, se você continuar com essa palhaçada de astros, eu juro que te azaro! – Cortou Sarah sem paciência. – Agora, se o que nós vamos fazer vai dar certo ou não, isso não te interessa. Por isso, trate de voltar para o seu mundinho imaginário e desaparece daqui! – Pontuou ela.

- Mundinho imaginário? – Falou a Corvinal sem entender.

- Ela está te chamando de autista Sophie. – Respondeu Melanie rindo nervosa. – De qualquer forma é mesmo melhor que você vá embora... Não é uma boa idéia você ficar conosco, somos péssimas influências para qualquer um! Por que você não volta para o salão e vai sei lá, ver as estrelas com aquela menina que anda com você de vez em quando!? – Completou tentando ser paciente.

- Hum, pode ser... Ah, mas eu não posso! – Desanimou-se a menina. – Preciso ir para uma reunião na floresta agora... – Comentou Sophie de forma simples, enquanto saia saltitando do banheiro, deixando para trás as três garotas totalmente surpresas.

- Espera aí, ela disse reunião na floresta? – Quis saber Estelar ainda chocada.

- Ótimo! Ta explicado porque o nosso plano não vai dar certo. Ela vai nos entregar! – Exasperou-se a Lufa-lufa.

- Maldição! Deveria ter desconfiado... Ela está sempre com o Peter, era de se esperar que também participasse dessa coisa toda. – Disse Sarah irritada consigo mesma.

- O que nós vamos fazer agora?

- Vamos manter o plano! – Taxou a Grifinória. – Não dá para voltar atrás agora... Vamos até lá e se ela realmente nos entregar, partimos para o ataque. Nenhuma menininha aloprada vai me parar agora. – Concluiu ela decidida encaminhando-se para a saída.

- Oh Estelar... – Chamou. – Agora você é um carinha com quase 1,70 de altura, que fala grosso, sabe como é né!? Então eu acho que seria uma boa se você parasse de andar rebolando... – Concluiu Melanie rindo abertamente.

- Verdade! Eu tenho que agir feito um homem burro e mal educado... – Começou endireitando sua postura. – Bem machão, que cospe no chão e coça o saco. – À medida que a garota ia falando, gesticulava da forma mais masculina possível, até realmente levar as mãos à genitália, para fazer o que acabara de dizer. – Ahhhhhhhhhhh... Que nojo!! Nojoooooo... Eu peguei no negocinho dele! – Assustou-se a menina, fazendo um escândalo enquanto balançava as mãos no ar com cara de asco.

- Acho melhor você parar com o escândalo... - Disse Sarah com tom de voz letal. - Se nós formos descobertas por conta das suas frescuras, te garanto que corto o "seu negocinho" e você nunca mais vai se preocupar em botar a mão nele...

- Quanto barulho só por causa disso aí! – Reclamou Murta apontando para as calças de Estelar.

- Mas isso é nojento... Eu quero voltar a ser menina, quero o meu corpo de volta! – Protestou a Grifinória choramingando.

- Só você mesmo para fazer esse tipo coisas... – Comentou a lufa-lufa em meio às gargalhadas. – Vem, vamos logo embora antes que mais algum incidente desses aconteça. – Falou pegando a outra pelo braço.

- Mas e se eu sentir vontade de ir ao banheiro? Vocês por acaso já pensaram nisso? – Questionou a menina, sendo arrastada para fora do banheiro. – Espera Mel! Eu quero lavar a mão...

- Definitivamente esse é o pior grupo para se ter em uma situação como essa...- Murmurou Sarah mal humorada, seguindo as outras duas.

As três garotas, ou melhor, rapazes, fizeram o trajeto até a saída do castelo da forma mais natural possível, treinando no caminho, como agirem feito homens, sendo a Grifinória a que mais tinha dificuldades para fazer tal coisa.

- Finalmente! Onde vocês estavam? – Perguntou alguém, assim que o trio terminou de descer as escadas do castelo, sobressaltando os garotos(as).

- Credo cara, você nos assustou. – Disse o mais alto dos três.

- É, eu percebi... – Tornou Peter. – Vocês estão atrasados! Sabem que eu odeio esse tipo de coisa, vamos logo para a floresta. – Ordenou.

Sem demora Dragon adiantou-se, se dirigindo a floresta proibida, com mais algumas pessoas junto com ele, incluindo Sophie Malfatini, que sorriu abertamente para os outros três ao passar. De forma silenciosa, o grupo caminhou até o limiar da floresta, onde Peter parou.

- O que você está esperando? – Falou ele sem paciência, olhando para o rapaz que era Sarah, que visivelmente ficou sem saber o que fazer.

- Tudo bem Peter eu faço o feitiço. – Interferiu Sophie, puxando a sua varinha para em seguida proferir as palavras mágicas. – Prontinho, agora o Hagrid não vai saber que estivemos aqui. – Concluiu risonha.

O líder do grupo olhou ao redor, encarando por algum tempo o trio, antes de adentrar a floresta, sendo imediatamente seguido por sua amiga e os demais. Sarah, Estelar e Melanie trocaram olhares preocupados antes de também entrarem, sendo elas as últimas. “Isso com certeza não vai acabar bem.” Pensou a Lufa-lufa.

Eles caminharam por um tipo de corredor de árvores, permitindo-as observar um certo clima sinistro no lugar, onde pequenas chamas oscilavam no ar, indicando o caminho, que fora feito em absoluto silêncio, com Peter a frente.

Após uns minutos de caminhada, eles finalmente chegaram ao que seria a clareira, alguns participantes já os esperavam.

As três meninas tiveram que se conter para não transparecer toda a incredulidade perante as coisas ali presentes, eles haviam feito uma espécie de sala de reuniões em meio à floresta proibida, havia cadeiras, livros e uma mesa no centro.

- Esse lugar... – Cochichou Sarah não se contendo. Ela não podia crer que Peter fizera aquilo sozinho, de fato como suspeitavam, havia feitiços de monitoramento, além do que Sophie proferira, que o menino fez questão de verificar antes de começar, porém além disso, a quantidade de artefatos e livros presentes ali, era incrível.

Estelar olhou desinteressada para os cantos, reparando nas tranqueiras ao redor.

Todos estavam acomodados em algum lugar, o tempo começou a passar e nada da reunião começar. A sonserina estava ficando preocupada, o efeito da poção passaria logo e nesse ritmo elas seriam descobertas.

- Vocês. – Falou o corvinal se aproximando do trio.

Sarah e Estelar olharam de supetão, porém Melanie estava distraia olhando para Sophie que cantarolava uma música indecifrável apoiada em um poleiro vazio, fazia questão de observar os passos da garota para se certificar de que ela não as entregaria.

- VOCÊS! – Peter gritou, chamando definitivamente a atenção da menina. – O que ouve com vocês? Não estão fazendo nada certo hoje! Trouxeram o combinado?

- Claro Dragon, vai demorar muito pra isso começar? – Disse Sarah imitando a voz do garoto que supostamente deveria ser, fingindo tédio.

O corvinal a observou por um tempo, Sarah manteve o olhar firme.

- Você sabia que a reunião demoraria, devido aos fatos correntes... Ou por acaso está com amnésia?

- Olha. – Falou Melanie ao seu lado, sem disfarçar muito a voz. Quando Peter a encarou, a menina tratou de pigarrear apontando para o poleiro.

Um corvo havia pousado no tal poleiro. O Corvinal sorriu, olhando para a ave. No segundo em que o garoto desviou o olhar, a Sonserina se virou para as duas ao seu lado, porém ao pairar o seu olhar sobre Estelar, viu as feições dela oscilarem com as do Sonserino que substituía, os olhos estavam negros, ao invés de castanhos.

- Maldição! – O baixo sussurro da Sonserina chamou a atenção de Estelar que estava mais próxima, quando se dirigiu a ela, também se surpreendeu ao ver o cabelo antes mais claro do Sonserino ao seu lado, escurecendo gradativamente e do ruivo mais ao lado ficando perigosamente maior.

- O que... – Antes que Peter se virasse por completo, Estelar já estava puxando Sarah e Melanie pelo braço.

- Burro! Você é burro! Como pode esquecer! – Estelar andava gritando isso, se dirigindo ao sonserino cada vez mais parecido com Sarah.

- É, eu esqueci! Mas a culpa foi sua! – Gritou de volta, nenhuma das três parou.

- Esperem! O que aconteceu com vocês? – Peter gritou indo atrás deles.

O corvo no poleiro fez um barulho estridente, levantando vôo, que distraiu o garoto por um segundo.

- Nós esquecemos! Mas já voltamos ta? – Melanie gritou, sumindo por entre o corredor de árvores.

- Voltem! – O garoto ia continuar atrás delas, mas Sophie colocou a mão gentilmente no ombro dele, sorrindo.

- Deixa, eles esqueceram de algo... Hi hi hi. – Completou com sua habitual risadinha.

--

As três só pararam de correr quando de fato chegaram ao banheiro da murta, arfavam, buscando com urgência todo o oxigênio possível.

- Essa foi quase... – Falou Estelar cansada.

- Quase?! – Sarah falou em um grunhido. – Por que raios aquela maldita reunião não começou?

- Sei lá... Mas vocês viram o lugar? Aquilo era muito sinistro! E ainda tinha aquele corvo!

- Corvo? Que corvo? – Quis saber Estelar, já com seu corpo, retirando as roupas do Sonserino.

- Você não viu? – Respondeu incrédula.

- Parem com isso! Belford, o Peter te chamou pra reunião... Ainda dá tempo de você ir! A noite não vai estar de todo perdida! – Falou Sarah com certa urgência.

- Espera Malfoy! Ela não queria ir! – Gritou a grifinória em defesa da outra.

- Mas é nossa única chance!

- Chega! Eu vou! – Interferiu a Lufa-lufa se sentindo pressionada. Ela terminou de ajeitar seu uniforme e caminhou decidida para a saída. – Levem os sonserinos de volta, e me encontrem na sala precisa. – A menina saiu decidia.

Estelar olhou com o rosto afetado, mas Sarah não fez nada além de erguer uma sobrancelha e iniciar sua troca de roupa. As duas levitaram os três até o local combinado previamente e os largaram lá, desmaiados e desmemoriados, indo em seguida para a sala precisa esperar a menina.

Porém quando elas adentraram a sala, Melanie já estava lá, esperando-as.

- Ué Mel, já voltou? – Perguntou Estelar fechando a porta.

- Humpf... Nem fui... Quando eu cheguei lá, o Peter me olhou todo desconfiado, e disse que a reunião havia sido cancelada...

- Como assim? Será que o que eles iam levar era tão importante assim? – Estelar falou olhando de uma pra outra.

- Não sei... – Sarah falou meio desanimada. – Mas não estava na roupa dele...

- Hum... – Respondeu Estelar.

- É... – Concordou a Sonserina.

Melanie olhou de uma para a outra, confusa, “Que raios de conversa maluca é essa?!” pensou a Lufa-lufa achando aquilo mais do que inusitado, porém também entrando no clima desanimado das duas.

--

N/A(Bárbara): Ai ai... Nossa, como é complicado escrever essa fic... Caramba, as coisas são muito mais fáceis no RPG... Onde é só dizer que fulano é assim, estamos num lugar assado, e assim por diante... Escrever fic não.. Tem que detalhar, descrever e fazer vocês que lêem, visualizarem as coisas do jeito que nós vemos... É difícil, mas no fim compensa quando as pessoas de forma muito educada dizem que estão gostando da fic! Essa é a melhor parte.

Esse capítulo dos três, (11, 12 e 13) é o meu preferido... Adoro ele pela dose de adrenalina que rola nele! Dos três, pra mim, foi o mais fácil de fazer...

N/A(Ariene): Apesar dos bloqueios de criatividade, eu ri bastante fazendo esse capítulo, que na minha opinião tem umas cenas realmente engraçadas. Mas confesso que estou ansiosa por postar os capítulos mais cheios de ação... E sim, concordo plenamente com a Bárbara, jogar é mil vezes mais fácil do que escrever.¬¬ Ás vezes dá uma preguiça que vocês nem imaginam... Mas aí vem as pessoas que jogaram conosco, e cobram a fic, o que somando com os comentários, nos empolga de novo. Que bom que tem gente que gosta

--

A Mordern Myth (30 Secons to Mars)

Mito Moderno

Nós criamos um mito moderno?
Nós imaginamos metade disso?
O que aconteceu, então, um pensamento agora
Se salve, se salve

Um segredo se foi
Um segredo se foi

Para comprar a verdade você vende uma mentira
O último erro antes de morrer
Então, não se esqueça de tomar fôlego hoje à noite
Hoje é a última noite, então, diga adeus

O segredo se foi
O segredo se foi
Um segredo se foi
Um segredo se foi

Adeus, adeus
Adeus, adeus
Adeus, adeus

Adeus, adeus

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.