You´re Crazy



*** Capítulo 11 – You´re Crazy
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“Diz onde você está indo?
O que você vai fazer?
Eu tenho procurado por todo lugar
Eu irei procurar você.”

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O inverno estava rigoroso naquele ano, do lado de fora do castelo uma nevasca caia, fazendo com que os alunos de Hogwarts optassem por ficar em seus dormitórios, os mais aquecidos possível. Os pobres monitores, no entanto, ainda tinham que cumprir com a sua obrigação de vigiar os corredores durante a noite, para se certificarem de que nenhum estudante estava fora do salão comunal, após o horário de recolher. “Como se algum louco fosse sair nesse frio!” Pensava o mal humorado monitor da Corvinal, enquanto caminhava pelos corredores desertos do castelo. O vento frio, somado à má vontade do monitor, fizeram com que ele não percebesse quando um vulto passou apressado as suas costas. Assim que o Corvinal sumiu de vista, ao virar em um dos corredores, uma sombra, pequena e magra, saiu de trás de uma das estátuas do corredor, revelando ser um aventureiro aluno da Lufa-lufa.

- Caramba! Achei que ele não fosse embora nunca! – Reclamou Melanie, seguindo o seu rumo, agora livre.

Ela se dirigiu por um caminho conhecido, percorrido muitas vezes durante aquele ano. Ao chegar onde queria, passou três vezes em frente a um quadro, para em seguida entrar pela porta que surgiu na sua frente.

- Finalmente Melanie! Onde você estava? – Perguntou Estelar.

- Onde eu estava !? – Era visível a irritação da garota. – Eu estava escondida atrás de uma porcaria de estátua, morrendo de frio, para me esconder de um monitor! Isso não está nem um pouco certo, sabia!? Você é sempre a primeira a chegar, e nunca ninguém te vê... Esse seu mapa só tem ajudado a você mesma! Enquanto isso, eu e a Malfoy, temos que arriscar o pescoço para chegar aqui.

- Relaxa Melanie... – Acalmou a Grifinória. – Eu estou pensando em algo para resolver esse problema. – Concluiu ela sorrindo.

- Você pensando? – Debochou Malfoy, que estava sentada a um canto, lendo um livro. – Isso é novidade! De qualquer forma, eu não preciso desse mapa mais. Já conheço todo o castelo, incluindo as passagens secretas.

- Como é que você pode conhecer tudo Sarah?- Falou Melanie. - Nem mesmo os Weasley´s sabiam que...

- Eu memorizei os caminhos que vi no mapa. – Respondeu a Sonserina de forma superior. – Foi bem fácil para falar a verdade...

- Ah dá um tempo Malfoy! – Interferiu Estelar. – Não seja tão metida, ok? Sei que é difícil, mas se esforce enquanto estivermos aqui na sala precisa.

- Olha, é melhor agente começar a treinar logo, porque eu não estou com paciência para ficar apartando briga de vocês duas. – Falou a Lufa-lufa sem paciência.

- Depois... Antes tem outra coisa que eu quero falar. Existe outra coisa em que o mapa pode nos ajudar.

- Como assim Estelar?

- Se liga Melanie, o tal Peter Dragon, aquele carinha estranho que fica correndo atrás de você. – Explicou ao ver a expressão confusa da outra. – Então, eu e a Sarah o vimos com um livro estranho, alguma coisa haver com a arte das trevas... Aí eu estava pensando que agente podia usar o mapa para vigiar ele, então assim podemos descobrir o que o Peter está aprontando. – Terminou ela empolgada.

- Ah minha nossa! Como eu não tinha pensado nisso antes!? – Disse Sarah em tom sarcástico. – Me diz Lupin, eu estou curiosa. Como você pretende vigiar, sozinha, os passos do Dragon? Você não mantém a sua atenção em nada por mais de cinco minutos! E depois disso, o máximo que vai saber é por onde e com quem ele andou, a ser que você pretenda segui-lo...

- Exatamente! – Respondeu ela sorrindo.

“Agora sim você perdeu o juízo de vez... Se é que em algum dia teve algum!” – Pensou Sarah.

- Tá de brincadeira!? – Surpreendeu-se Melanie. – Não pode fazer isso, se ele descobrir, estranho do jeito que é, sabe-se lá o que pode fazer...

- Fala sério, ele não vai fazer nada! Além do mais, se ele realmente estiver aprontando alguma merdinha por aí a gente tem que interferir e...

- Não tente bancar a heroína Lupin... O mundo já teve a sua cota por todo um século!

- Qual é o seu problema hoje Malfoy!? Credo, que mau humor! – Reclamou a menina chateada.

- Então, me diz, o que você pretende fazer Estelar? – Interferiu a Lufa-lufa, antes que uma discussão tivesse início.

- É mais ou menos isso aí que a Sarah disse... A gente o segue, espiona, descobre o que está acontecendo e depois... Bom, depois a gente decide o que faz. – Explicou a Grifinória.

- Realmente é um plano brilhante... E você acha realmente que nós três vamos andar juntas por aí, bancando as inomináveis?

- A Sarah tem razão, se nos virem juntas, principalmente vocês duas, vão achar que tem algo errado. E se o Peter estiver realmente fazendo o que não deve, vai ser o primeiro a desconfiar...

- Não esquentam a cabeça, se alguma coisa der errado, agente usa você Melanie, para distrair o garoto, afinal de contas ele vive babando em você mesmo... – Riu Estelar, sendo acompanha pela sonserina, que não conseguiu se segurar.

- Isso não teve a menor graça... – Resmungou a menina.

- Tudo bem, eu posso dar um jeito nisso. – Disse Estelar encaminhando-se para uma das muitas caixas guardadas naquela sala. – Aqui! – Ela mostrou três disquinhos dourados, muito parecidos com um pomo de ouro. – Essa é a mais nova invenção das “Gemialidades Weasley”. Ainda não tem um nome, mas é uma espécie de comunicador, o que você disser aqui sai aqui. – Explicou mostrando os acessórios. – Assim agente pode se falar a vontade sem se preocupar que alguém veja.

- Sei, tipo um Walk-tok. – Sorriu a Lufa-lufa.

- O que!? – Disseram as outras duas em uníssono.

- Deixa pra lá! Às vezes me esqueço que vocês não sabem nada de tecnologia trouxa... – As meninas continuaram olhando-a com expressões confusas. – Então, é uma idéia bem legal esses comunicadores! - Disse mudando de assunto. – Mas ainda assim, temos aulas diferentes e nem sempre vamos estar livres para seguir o cara! Posso ficar de olho durante as nossas aulas conjuntas, mas não é o suficiente. Sem contar que não vai dar para ficar passando o mapa de mão em mão, o ideal mesmo seria ter, pelo menos um mapa para cada uma, assim sempre teria alguém vigiando os passos do Peter.

- Mas não dá para duplicar o mapa, eu já tentei... – Comentou a Grifinória.

As três ainda ficaram algum tempo pensando no assunto, mas não conseguiram resolver a questão do mapa, por isso optaram por iniciar logo a cessão de treinos ao qual estavam acostumadas. Depois de algumas horas, as garotas estavam deitadas nas almofadas espalhadas pela sala, olhando para o teto, em silêncio. Na verdade, elas já deveriam ter saído dali, afinal a madrugada já estava alta, mas a sensação de um assunto não resolvido ainda as incomodava.

- Ah que saco! – Exasperou-se Estelar. – Odeio quando não consigo...

- Reclama baixo Lupin! Está atrapalhando a minha linha de raciocínio.

- Você está insuportável hoje Malfoy, eu não vou ficar mais aqui te aturando. To indo embora... – Falou a menina se levantando.

- É, eu também vou indo, já está muito tarde. – Disse Melanie. - Não vamos conseguir achar um jeito de copiar o mapa mesmo, a menos é claro, que eu importe uma multifuncional para dentro de Hogwarts. – Completou sorrido, já próxima a porta.

- Do que você está falando? – Quis saber a Grifinória.

- Deixa para lá, não faz a menor...

- Lupin! – Interferiu Sarah. – Você disse que o seu pai fazia parte desses tais marotos, certo!? – Ao ver a outra confirmar a informação, com um sinal de cabeça, ela continuou. – Ora, a solução é tão óbvia! – Disse ela com um meio sorriso. – Vamos direto a fonte então! Se ele ajudou a fazer o mapa, deve ter algum tipo de anotação, ou algo parecido... Qualquer informação seria válida, assim saberíamos por onde começar, depois é fácil. Afinal, se um grupo de garotos arruaceiros conseguiu fazer algo assim, agente também consegue. – Concluiu satisfeita consigo mesma.

As outras duas se animaram imediatamente com a idéia, e logo começaram a planejar a melhor maneira de distrair o professor Lupin, para poderem procurar o que precisavam. Já estava amanhecendo quando as meninas saíram da sala precisa, mas ao menos o plano de ação delas estava todo arquitetado, nos seus menores detalhes, já que Malfoy fez questão de deixar tudo bem planejado ao invés de improvisar como sugerira Estelar, pois, estava muito interessada em ter o mapa do maroto para ela também, afinal por mais que decorasse as passagens secretas do castelo, jamais poderia saber onde se encontravam as outras pessoas, e essa era uma vantagem da qual a menina não queria abrir mão. Mas francamente estava começando a ficar preocupada, porque no fim das contas estava começando a passar tempo demais com a Lufa-lufa e a Grifinória.

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Faltavam poucos dias para o feriado do natal, no entanto os ansiosos alunos tinham a sensação de que os dias se arrastavam o que tornava cada aula um martírio, já que a maioria deles estava louca para tirar férias das matérias, dos professores enfim, das responsabilidades...

- Muito bem, ouçam com atenção! – Disse Neville Longbotton aos seus alunos. – Eu quero que vocês se dividam em duplas, para trabalharem na aula de hoje, na qual vamos falar de...

O professor teve que interromper a sua explicação, pois assim que mencionou a formação de duplas, imediatamente os alunos começaram a se agitar, cada qual procurando alguém por quem mais lhe agradasse. Era sempre assim, o professor tinha o costume de esperar os estudantes fazerem silêncio para poder continuar com a aula, ou na maioria das vezes ele falava sozinho, já que na prática ninguém dava muita atenção ao que ele costumava dizer.

- Ei Sophie, faz dupla comigo, por favor, por favor, por favor... – Dizia Kayla apressada, pulando ao redor da outra menina.

- Tudo bem! – Respondeu ela sorridente esquecendo-se do rapaz já parado ao seu lado.

- Oba! Obrigada. – Disse também sorrindo, pegando a outra pelo braço, arrastando-a em seguida, para longe do outro Corvinal.

Peter fez uma careta em desaprovação visivelmente irritado por ter que procurar outra pessoa. “Eu não suporto essa garota” Pensava ele, olhando para Kayla com desprezo. No entanto, o seu mau humor se desfez ao ver Melanie parada junto a uma das bancadas, sozinha, olhando para os lados distraidamente. Mais do que depressa, ele caminhou até a garota, fazendo uso do seu melhor sorriso.

- Oi... – Disse ele com a voz arrastada.

- Hum... Oi. – Respondeu ela desconfiada.

- Então, Melanie. Você está sozinha, eu também... Acredito que podemos trabalhar juntos na aula de hoje, o que você acha? – O garoto se debruçou sobre a bancada, visivelmente jogando todo o seu charme para a Lufa-lufa.

- Escuta Dragon, acho que eu não... – Melanie parou de falar, deixando que uma linha de raciocínio se formasse em sua mente. – Tudo bem! Eu vou adorar trabalhar com você. – Respondeu ela sorrindo abertamente, mudando totalmente a sua postura diante do rapaz. “Não acredito que estou fazendo isso! Mas se eu puder descobrir qualquer coisa, vai valer o esforço.” Pensava a menina.

O professor mais uma vez começou a sua explicação sobre a aula do dia, tentando ao máximo sobrepor a sua voz a dos alunos da Lufa-lufa e da Corvinal. Os alunos se dividiam entre as conversas e brincadeiras e a prestar atenção ao trabalho de replantar as mandrágoras. Melanie fazia de tudo para dar atenção às coisas que o Peter dizia, e também fingia se impressionar toda vez que ele contava uma vantagem. “Eu acho muito bom você está aprontando uma merda muito grande! Dominação global no mínimo...” Pensava a garota, enquanto dedicava ao rapaz mais um dos seus sorrisos forçados.

Sophie e Kayla estavam arrastando o vaso com o qual trabalhavam para o canto da estufa, era engraçado, mas as duas meninas sempre preferiam fazer esse tipo de coisa manualmente, elas costumavam usar magia realmente só quando necessário.

- Nossa nem, Que cordão bonito! – Disse Kayla empolgada, vendo o cordão dependurado no pescoço da outra menina, enquanto se debruçavam para arrastar o vaso, com a mandrágora já replantada.

- Hum, obrigada! – Respondeu simplesmente.

- Deixa eu ver!?. – Completou, já estendendo a mão.

- Agora não Kayla... Ainda não é a hora. – Falou Sophie séria, guardando o cordão dentro do seu sobretudo.

- Mas tem uma pedra tão bonita... – Comentou a menina decepcionada.

Sophie teria respondido, mas a professora Granger entrou na estufa, dirigindo-se até o professor de Herbologia. A Garota ficou observando os dois conversarem durante algum tempo, até que Neville se dirigiu aos alunos, dispensando a classe, pedindo desculpas por ter passado do horário mais uma vez. Era sempre assim, o homem perdia a noção do tempo quando falava das suas tão adoradas plantas. Os alunos começaram a se dispersar imediatamente, enquanto os professores continuavam a conversar amigavelmente.

-... Mandou uma carta ontem. Pediu para eu te convidar também, vai ser nesse sábado, você vai não é mesmo!? Sabe como a senhora Weasley é... Vai ficar muito chateada se agente não aparecer por lá.

- Eu vou sim Hermione, adoro as reuniões na Toca, sabe disso! – Respondeu ele sorrindo.

- Ótimo, podemos sair daqui juntos. – Tornou também sorrindo. – Depois nós acertamos os...

- Longbotton! – Chamou alguém da porta da estufa.

Hermione sentiu o seu coração saltar ao reconhecer a voz, não precisava se virar para saber que era Malfoy que estava ali. Essa era a primeira vez que dividiam o mesmo ambiente desde a briga após o ataque a Hogsmeade... A mulher tinha feito de tudo para evitá-lo, para falar a verdade adoraria não vê-lo nunca mais! Mas isso ela sabia ser impossível, já que trabalhava no mesmo lugar. Era tão conflitante para ela ter que passar por algo assim, preferia muito mais quando simplesmente só o odiava, mas agora também sentia pena, o que fazia com a sensação de culpa por ter dito algumas coisas só piorasse.

- Pode dizer Malfoy. – Respondeu Neville.

- A diretora está te chamando na sala dela, falou par ir o mais rápido possível. E você também Granger – Disse ele seco, sem olhar para a mulher.

- Você sabe o que ela quer?

- Escuta, já estou te fazendo um favor absurdo em vir te avisar, sinta-se grato por isso Longbotton, e não espere por mais... – Tornou o professor de poções sem paciência.

- Tudo bem, eu agradeço. Hermione eu vou ver o que a McGonagall quer e depois agente se fala, certo!? – Falou ele já se dirigindo para a saída.

- Eu vou com você Neville. – Apressou-se ela o seguindo.

Ao passar pela porta, por um momento o olhar da mulher se encontrou com o de Malfoy, parado próximo à entrada, no entanto esse instante foi curto porque ambos desviaram o olhar. Draco ainda ficou parado no mesmo lugar, até ser a certeza que Hermione já tinha se afastado o suficiente junto com o imprestável do Longbotton. “Mulher irritante” pensava mal humorado, voltando a caminhar. Desde quando um Malfoy se arrependia de ter feito qualquer coisa? Se ele chegou a tal ponto, ela com certeza tinha merecido, disso ele tinha certeza, jamais levantara a mão para uma mulher dessa forma, mas então porque aquela sensação de culpa permanecia lá? Porque simplesmente não esquecia o que tinha acontecido entre eles naquele corredor? “Maldita sangue ruim!” Tornou a pensar o homem, se odiando por estar tão arrependido.

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Há muito tempo que já desconfiava do comportamento de Peter Dragon, mas nunca de fato teve um motivo realmente sério, isso até ver o estranho livro nas mãos do rapaz. O que mais a preocupava na verdade, era a presença das artes das trevas e por isso havia decidido investigar, afinal agora tinha por onde começar. Existia um nome: Ben Servolo. Havia alguns dias que Sarah estava dedicando o seu horário livre para fazer pesquisas na biblioteca, o que não era muito diferente do habitual, porém o seu alvo de leitura havia modificado. A fixação com o que Peter estava tramando a estava deixando em polvorosa, por isso existia a necessidade para ela, de descobrir quem era Ben Servolo. A princípio fora até a bibliotecária e pediu o registro de alunos, que conseguiu acesso após uma certa insistência, porém nada encontrou então, começou a procurar nos livros de referência aos grandes bruxos, em edições antigas do Profeta Diário enfim, em tudo que lhe veio em mente e por mais que se esforçasse nada conseguia achar. Até parar ali, na maldita seção de biografia e mesmo odiando esse tipo de leitura, olhara pacientemente todos os livros, numa ânsia quase paranóica de achar o tal nome.

Umas menininhas soltaram risadinhas em um canto das prateleiras, próximas a Malfoy, que as olhou irritada. “É por isso que eu odeio essa seção.” Pensou, as duas Lufas-lufas cochicharam e riram de algo, com um livro de capa nada discreta nas mãos. Tudo que Sarah queria era que as garotas fossem embora, e como num passe de mágica, atendendo ao seu pedido, a bibliotecária apareceu no corredor, mandando que as meninas parassem de fazer barulho. “Finalmente” Sorriu satisfeita a Sonserina. Constrangidas as garotas se apressaram para sair, ao passarem, a que tinha em mãos o livro acabou esbarrando em Sarah, fazendo com que os livros que ambas seguravam caíssem no chão, imediatamente a Lufa-lufa foi fulminada pelo olhar da outra, que se abaixou para pegar o livro, porém a sonserina parou estática ao ler escrito no livro aberto da Lufa-lufa, o nome que tanto procurava nos últimos dias. Abismada, a menina largou de lado o livro que estava lendo antes, e pegou o outro, levantando-se devagar, sem dar atenção ao que as outras garotas diziam. Surpreendeu a todos quando saiu correndo da biblioteca, mantendo o seu achado bem seguro em seus braços, deixando para trás duas Lufas-lufas perplexas e uma bibliotecária escandalizada, por ter um de seus livros “roubados” pela aluna modelo de Hogwarts.

Sarah correu por um tempo olhando dentre as multidões, muitos alunos olhavam para a sonserina estranhando seu ato, mas a adrenalina fazia com que ela sequer notasse. A menina terminou sua procura, ao ver Estelar Lupin nos jardins, cercada de alunos, conversando animadamente. “Maldição” Pensou, tinha que dar um jeito de falar com ela, e tinha que ser agora, por isso a sonserina não pensou duas vezes e caminhou apressada até o grupo de alunos, passando entre eles, chegando até Estelar, dando nessa um belo encontrão, olhando-a significativamente, para continuar caminhando em frente logo depois.
Estelar ficou confusa, mas entendeu a atitude da outra menina, soltou alguns comentários bobos sobre ela, como de costume, fazendo com que as pessoas ao seu redor rissem, e assim que achou ter deixado passar tempo o suficiente, deu uma desculpa qualquer e seguiu na mesma direção que a outra, achando-a na lateral do castelo.

- Você ficou doida Malfoy? O que foi aquilo? Se queria falar comigo, por que não usou o comunicador que eu te dei?

Sarah não se deu ao trabalho de responder, o que ela tinha para falar era muito mais importante.

- Fica quieta e olha... – Disse a sonserina, abrindo o livro na página que continha o nome.

- Ih, é o livro que fala do Voldemort. - Disse a menina surpresa. – Foi aquela doida da Rita Sketer que escreveu, não foi!? Desde quando você lê esse tipo de coisa Sarah? - Completou com um meio sorriso, era engraçado que alguém como a sonserina lesse algo tão sensacionalista.

- Maldição Lupin! Você não percebe?! Servolo! É o nome que estava no livro do Peter! Só que era Ben Servolo, Voldemort era Tom Servolo. – Sarah falou exasperada.

- E daí!? Isso não quer dizer nada! Deve ser só mais um maluco... Sabe que ainda tem gente que aprova as idéias do Voldemort. Isso deve ser, sei lá, algum tipo de homenagem bizarra, ou uma referência... Vai saber. O que não rola é existir uma versão atualizada do carinha por aí. Ainda mais usando estudantes como o Peter para fazer eu sei lá o que. Olha, vamos seguir ele e aí agente descobre o que está acontecendo, antes disso não vale a pena esquentar a cabeça. Relaxa!

- Caramba Lupin! O que você tem dentro da cabeça?! Você acha que esse é o único livro que tem o nome do Voldemort? – A garota estava perdendo a paciência, era tão simples, como a outra não podia ver. – Existem milhares, minha cara, porém em poucos existe a referência ao nome Riddle, afinal, Lord Voldemort fez questão de sumir com seu nome original, adotando esse nome fictício. Servolo então é ainda mais difícil de achar... Quem escreveu aquele nome, ou é muito fã dele, ou o conheceu em vida... – Ela levantou o livro para que a outra visse. – Esse livro tosco só é lido por gente boba, que quer rir... Rita Sketer não pode ser levada a sério, nem você que é você dá crédito para ela! Alguém que possuía o livro antes do Dragon também não a levaria, por isso, posso afirmar com convicção que ele não leu esse livro... E nem adotou o nome Servolo apenas por brincadeira...

- Ta. Tudo bem, tudo bem... Eu já entendi! A coisa é séria. Pronto, ta aí mais um motivo pra gente investigar o Peter! - Respondeu a outra, ainda sem demonstrar qualquer tipo de preocupação.

Sarah olhou séria para a outra, bufando, saiu andando em direção ao castelo, pisando duro, sem dizer nada.

- Ei Sarah, espera! - Disse a Grifinória correndo atrás da outra. - Não precisa ficar tão irritada, ok. Nós vamos descobrir o que o Peter está armando, aí resolvemos isso. Se tiver qualquer coisa haver com o Voldemort nós vamos saber.

- Eu não acho que o Dragon tenha algo haver com Voldemort... – Falou baixo, parando, como se ponderasse algo. – Se bem que... O Peter já havia falado algo do tipo... Montar um grupo, pra fazer sei lá o quê...

- Como assim, do que você está falando? - Perguntou Estelar confusa. - Você não está dizendo que... Não! Espera um pouco, o Voldemort está morto! Não tem o menor cabimento esse tipo de idéia... - Concluiu a garota.

- Lord Voldemort nunca morrerá enquanto houver fiéis a ele... – Falou a Sonserina séria, desviando o olhar em seguida...

- Credo Sarah! E para de chamar ele de Lord...

- Meu avô sempre dizia aquilo quando tocavam nesse assunto... – Disse ela em um tom rancoroso, continuando a andar...

- Ah, Sarah! Eu andei observando o Peter com o mapa do maroto, sabe!? Eu vi uma vez ele junto com uma galera, em uma das salas vazias do castelo, tinham até dois carinhas da minha casa... O estranho é que antes eles eram bem legais e agora, na maioria das vezes ficam afastados em um canto cochichando e disfarçando...

– Hum... Avisa a Belford que nós vamos colocar o plano em prática nesse fim de semana. O quanto mais rápido resolvermos esse assunto do mapa, melhor vai ficar para saber o que está acontecendo...

- Mas nesse fim de semana tem um almoço nas casa da Vó Molly, e eu...

- Não quero saber Lupin, vire-se e dê um jeito! – Cortou a Sonserina com convicção.

- Ta, tudo bem, eu vou pensar em alguma coisa... – Respondeu um tanto quanto contrariada.

- Ótimo! Tenho que devolver esse livro... Não é meu... – Disse acelerando o passo. Deixando uma confusa Estelar parada no meio do caminho.

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Era o último fim de semana no colégio, antes das férias de natal, o que só deixava os alunos ainda mais agitados e ansiosos, lá fora continuava a nevar, obrigando-os a permanecem dentro do castelo. O salão comunal da Grifinória estava lotado, com os estudantes realizando as mais variadas atividades, dando ao lugar uma aparência bastante confortável e familiar. No entanto a paz foi perturbada quando o poltergeist do castelo invadiu a sala, arremessando bombas de bosta para todos os lados e ainda estourando alguns fogos, fazendo com que um verdadeiro caos se instalasse no lugar, com gente gritando e correndo para todos os lados, enquanto o fantasma cantarolava e gargalhava muito satisfeito com o seu trabalho. O confuso e agora fedorento monitor da Grifinória, saiu apressado do salão comunal, indo buscar o professor representante da casa para resolver a situação.

O garoto passou correndo pelos corredores do castelo, indo direto para a sala do professor Remo Lupin, ignorando totalmente a presença de três garotas escondidas atrás das últimas estátuas pela qual passou.

- Professor Lupin! Professor! – Gritava ao mesmo tempo em que esmurrava afoito, a porta a sua frente.

- O que foi rapaz!? – Perguntou Remo abrindo a porta.

- Professor, o pirraça, ele... Ele está fazendo a maior confusão lá no salão comunal, tem bomba de bosta para...

- É, eu já percebi... – Tornou o professor torcendo o nariz. – Vem, vamos logo dar um jeito nesse fantasma. – Concluiu, saindo junto com o monitor na direção do salão.

Assim que ambos viraram no corredor, as meninas saíram de seus esconderijos, correndo apressadas para a sala de Remo Lupin.

- Vocês viram as condições do monitor!? Dava para sentir o fedor dele a quilômetros de distância... – Disse Estelar rindo.

- Sem tempo para brincadeiras Lupin, vai logo, temos que ser rápidas! – Cortou Malfoy já verificando as gavetas do professor, enquanto a Lufa-lufa fazia um feitiço para trancar a porta.

- Tá, tudo bem. Eu já vou... – Falou Estelar dirigindo-se para a lareira. – Se acharem alguma coisa, usem os comunicadores para me avisar, se não, usem a lareira para ir até a minha casa.

- Nós sabemos o que fazer Estelar, vai logo, o Pirraça não vai segurar o seu pai por muito tempo. – Falou Melanie, agora ajudando a Sonserina.

Estelar retirou de dentro de um botinho, que estava em cima da lareira, um punhado de pó de flú, entrando em seguida no vão da mesma, onde jogou o pó falando “Alcateia”, sumindo em seguida em meia a chamas verdes. Assim que chegou a casa, a menina correu para o quarto dos pais, sabia que a mãe e o irmão estariam na Toca, para o tal almoço em família, por isso não se preocupou em fazer silêncio. Ela perdeu algum tempo procurando onde pode, bagunçando ainda mais a já confusa “arrumação” da sua mãe. Sem sucesso, a garota desceu as escadas indo para o escritório do seu pai, mas parou assustada quando duas pessoas, uma seguida da outra, irromperam pela lareira.

- E então? – Quis saber.

- Nada! E você? – Respondeu a Lufa-lufa.

- Também não. Já olhei no quarto, estou indo para o escritório agora. – Informou dirigindo-se para a porta.

- Nossa Lupin, a sua casa é tão...

- Psicodélica, eu sei! – Cortou a menina.

- Eu gostei! – Disse Melanie sorrindo.

- Não sei para quê tantas cores, isso chega a incomodar os olhos... – Reclamou a sonserina.

- Se você quiser Sarah, eu posso te levar no quarto do meu irmão, - Comentou Estelar, enquanto abria a porta e entrava no cômodo, sendo seguida de perto pelas outras duas. – Tenho certeza de que vai adorar, é o cúmulo da organização! – Falou já começando a sua procura. – Se antes você já era caidinha por ele, depois dessa se apaixona de vez...

Sarah teria respondido, e pela cara que estava fazendo não seria nada muito educado, mas a garota parou ao ouvir algo muito parecido com um “POP”, o barulho tão característico de uma aparatação.

- Vocês ouviram isso? – Sussurrou ela preocupada.

- Não. – Respondeu a Lufa-lufa enquanto remexia em um baú.

- Vai ver foi só a sua ima... – Começou a Grifinória sem desviar o olhar do que fazia.

- Estelar! – Chamou alguém parado a porta.

A garota deu um salto da cadeira onde estava sentada, ao ver a sua mãe parada ali.

- Eu disse que tinha ouvido alguma coisa. - Resmungou Sarah de cara feia.

- Mãe! O que está fazendo aqui? Por que voltou tão cedo? – Alterou-se a menina.

- O feitiço de proteção da casa foi acionado, sabia que estava aqui, por isso eu vim. – Respondeu caminhando calmamente, para dentro da sala.

- Ah é... Os feitiços. Eu tinha esquecido esse detalhe. – Resmungou a menina.

- Só você mesmo para esquecer algo desse tipo. – Alfinetou Sarah, em voz baixa.

A mulher parou ao centro do cômodo, olhando para as garotas estudando-as seriamente, no entanto quando o seu olhar parou sobre a filha do professor Malfoy, sua expressão modificou-se.

- São as suas coleguinhas Estelar? – Perguntou satisfeita.

- Ah... É mãe, são sim. – Tornou a Grifinória tentando parecer natural. – Essa é a Melanie e a outra é a Sarah.

- Olá, podem me chamar de Tonks, fica bem melhor do que “a mãe da Estrelar”. – Disse sorridente.“Ta explicado de onde a Estelar puxou o sorriso” Pensou a Lufa-lufa. – É bom conhecer vocês, a Estelar nunca trouxe nenhuma amiga aqui em casa, essa é a primeira vez... Então, meninas, o que estão fazendo? Brincando?

- Mais ou menos isso. – Falou Melanie sonsamente.

- Mas Estelar, você não disse que ia ficar no colégio estudando!? Bem que eu desconfiei... – Tornou sabiamente. - Só fico com pena da Sra. Weasley coitada! Você tinha que ver, ela ficou toda emocionada por saber que você estava se esforçando para melhorar as notas. Ta bom... Só acreditaria nisso se não te conhecesse, bobo é o seu pai que fica...

- Mãe! - Interrompeu a Grifinória. – Olha só, agente ta com um pouco de pressa... Temos que voltar para o castelo antes que descubram que nós saímos. – Falou a garota, recebendo de imediato um olhar perplexo de Melanie e um furioso de Malfoy.

- Ah minha nossa! – Gritou a Sra. Lupin assustando as outras – Você mal humorada fica ainda mais parecida com o seu pai, sabia!? – Falou dirigindo-se para Sarah. – Uma menina tão bonita não deveria ficar tão séria assim, vai ficar com rugas de expressão... E você é uma gracinha! – Concluiu simpática, enquanto apertava as bochechas de uma estática Sonserina.

“Que mulher desequilibrada, ta explicado por que a Lupin é do jeito que é!” Pensou a garota, ao mesmo tempo em que as outras duas seguravam-se para não caírem na gargalhada.

- Ah, tia... – Chamou a Lufa-lufa, tentando interceder por Sarah, mas falhando por não conseguir falar ao mesmo tempo em que tinha que se concentrar para não rir.

- Mãe! – Interveio a outra, puxando as mãos da mulher. – Você vai acabar deixando ela com as bochechas moles... Olha, isso é sério! Nós precisamos de ajuda, e só você pode fazer isso. Temos que encontrar umas anotações antigas do papai, da época em que ele ainda estudava...

- Ih, mas vocês não vão achar nada disso por aqui! Essas coisas antigas estão todas lá no sótão, vamos, eu mostro para vocês. – Disse Tonks, saindo da sala, sendo seguida de perto pelas estudantes. – Me diz Estelar, pra quê vocês querem essas coisas? – Perguntou enquanto subia as escadas.

- Pesquisa de campo! – Respondeu Estelar apressada, falando a primeira coisa que lhe veio em mente.

- Sei... – Sorriu a Auror. – Só procure não exagerar minha filha e por Merlin, tente não ser pega, se o seu pai descobrir...

- Relaxa mãe, ele não vai nem desconfiar...

- É tia, pode acreditar, nesse quesito somos um time e tanto! – Completou a Lufa-lufa.

- Se vocês estão dizendo. – Concordou a mulher satisfeita.

“Porcaria de família maluca!” Pensava Sarah totalmente mal humorada, enquanto esfregava suas bochechas avermelhas. “Definitivamente preciso me afastar o mais rápido possível dessas pessoas. Se não fosse pelo mapa...”

No sótão, elas ainda perderam algum tempo vasculhando e revirando todas aquelas antiguidades, sendo que para cada objeto encontrado pela mãe de Estelar, uma nova história era narrada por ela. O entusiasmo da mulher era contagiante, o que tornava a busca das garotas muito mais divertida, e até mesmo Sarah Malfoy se viu obrigada a sorrir abertamente quando a mulher lhes mostrou o coelhinho de pelúcia, velho e rasgado, que pertenceu ao Ted quando era criança, seguida da história de como o menino se recusava a comer se não houvesse na mesa comida para o Sr. Coelho também.

Melanie dividia a sua atenção entra as histórias de Tonks e a observação do mapa do maroto, para ter a certeza de que o professor Lupin, não estava voltando para a sua sala, não queria nem pensar no que aconteceria, caso fossem pegas... Bom, talvez a Sra. Lupin pudesse interceder por elas, caso fosse necessário, já que ela estava demonstrando ser uma pessoa tão... A menina foi obrigada a interromper o seu raciocínio ao escutar as risadas da mulher.

- O que foi? – Perguntou.

- Olha só essa foto que eu achei, está vendo? Foi tirada em Hogwarts, reconhece? Aqui estão o Remo, meu primo Sirius e esse aqui é o Tiago Potter. – Disse mostrando a Lufa-lufa a fotografia que segurava, onde estavam os três rapazes muito sorridentes, lhes acenando.

- Onde achou isso mãe?

- Aqui, nesse caderninho. – Respondeu, estendendo para a filha o bloco que segurava.

- Caramba, isso parece ser o diário do meu pai!

- Diário!? – Quis saber Sarah. “Diário? Eu nem sabia que o Remo tinha um... O que será que tem escrito nele?” Pensava a Auror distraída. – Então é provável que tenha algo de útil...

- Tendo ou não, vai ter que servir! – Interrompeu Melanie, com a visão concentrada no mapa. – O seu pai está indo para a sala, precisamos voltar e rápido.

Mais do que imediatamente as meninas saíram correndo, voltando às pressas para a sala, com Ninfadora logo atrás delas, repetindo sem parar que queria o diário de volta assim que elas terminassem de fazer seja lá o que for com ele. “Eu também quero ler...” Pensava ela ansiosa por saber se em algum trecho do diário o seu nome seria mencionado. Sarah foi a primeira a entrar na lareira, com Melanie indo logo depois, já que a Grifinória parou para abraçar e agradecer a sua mãe antes de partir. Assim que voltou para Hogwarts, verificou mapa e constatou que seu pai estava perigosamente perto, por isso jogou para Malfoy o diário e o mapa mandando que ela saísse, não poderiam ser vistas juntas. Logo depois que a Sonserina partiu, sem tempo de fugir também, Estelar puxou Melanie na direção da mesa de seu pai, sentando-a em umas das cadeiras próximas, bem na hora que Lupin abria a porta.

- Estelar? – Disse ele surpreso. – O que está fazendo aqui?

- Ah, oi pai. – Respondeu sorrindo. – Eu vim estudar, lembra? Espero que não se incomode, mas eu trouxe uma amiga. – Concluiu indicando a garota de cabelos laranja, que acenava para o homem um tanto quanto confusa.

O professor de DCAT olhou para a sua filha, desconfiado. “Ela vindo estudar assim, de tão boa vontade, só pode ter alguma coisa errada!” Pensou olhando ao redor, mas como não viu nada de suspeito, resolveu aproveitar a oportunidade e tratou logo de iniciar as aulas particulares. Remo ficou um bom tempo segurando as meninas dentro de sala, como em uma espécie de punição pelo que elas com certeza tinham aprontado, por isso Estelar e Melanie só conseguiram sair quando o sol já estava se pondo e o sábado já estava perdido, o que sinceramente deixou o professor bastante satisfeito.

As meninas caminhavam devagar pelos corredores, mantendo silêncio, com as mentes cansadas de tanto estudar. Ao fazerem uma curva, se encontraram com Peter, que imediatamente se adiantou para cumprimentar a Lufa-lufa, mostrando a ela um dos seus melhores sorrisos. “Coitado dele, ta se achando” Pensou Estelar divertida.

- Boa noite Melanie, tudo bem? Você parece cansada... - Disse o menino, ignorando por completo a presença da outra.

- É, eu to bem sim. Obrigada por perguntar. – Respondeu tentando ser agradável.

- Então Melanie, eu vou indo, depois agente se fala ok. – Interrompeu a Grifinória. – E aí Peter!? – Falou dando um murrinho no braço do rapaz, virando-se em seguida, para ir embora, não sem antes piscar significativamente para a outra garota.

Melanie sentiu uma vontade quase que incontrolável de azarar a Grifinória, por deixá-la sozinha com Dragon, mas disfarçou, e deixou que ele a acompanhasse até a entrada do salão comunal da Lufa-lufa. “Vamos lá querido, continue falando...” Pensava a garota, enquanto lhe dedicava toda a sua atenção e por que não um pouco de charme também, afinal de contas para alguém que gostava tanto de contar vantagens, quem sabe mais cedo ou mais tarde ele não contasse algo realmente útil. Melanie se despediu do Corvinal, prometendo vê-lo treinar no dia seguinte, caso o tempo permitisse, o que o deixou bastante satisfeito, principalmente depois de a menina beijá-lo demoradamente no rosto. Quando ela entrou em seu quarto, a única coisa que queria era deitar e dormir durante horas, para se recuperar do dia extremamente cansativo que teve.

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Após deixar Melanie a sós com Peter, a Grifinória se dirigiu para o salão principal do castelo, onde foi informada por alguns de seus colegas, de toda a confusão causada por pirraça. “Eu tenho que me lembrar de agradecer ao fantasma por isso.” Pensava a menina, enquanto ria divertida ao escutar os relatos. Depois de algum tempo, Estelar se retirou e tomou o caminho que levava ao salão da Grifinória, muito satisfeita pelo dia produtivo que teve, tirando a parte de ficar horas estudando, claro!

- Lupin. – Sarah puxou a outra pelo braço, parando-a.

- Credo Sarah, de onde você saiu?! – Assustou-se a menina.

- Toma. – Estendeu o mapa e o diário, ignorando completamente o que a outra falara.

- Como assim toma?! Você não acha que eu vou ficar tentando fazer outro mapa, certo?! Porque acredite, não vai dar certo. Esse trabalho é para você ou Melanie... – Falou empurrando de volta os objetos que tinha nas mãos.

- Hum... Era só para você entregar pra Lufa-lufa, já que esse era o combinado... – A sonserina sorriu com o canto da boca. – Ok, não devolvo tão cedo Lupin... – Terminou, voltando a caminhar.

- Sarah! Você tem que fazer outros mapas, não ficar com esse daí! – Disse Estelar, seguindo a outra. - Ah, por falar nisso. Passa o mapa pra cá, que eu quero ver onde a Melanie está, eu sai e deixei ela com o Peter... Coitada, tomara que já tenha se livrado dele...

Sarah retirou o mapa do bolso onde o colocara, proferindo o feitiço, ambas puderam ver a menina em questão, em seu dormitório na casa da lufa-lufa. Enquanto Peter Dragon caminhava com um grupinho de pessoas pelos corredores mais afastados.

- É. A Melanie já está a salvo do esquisitão, mas... Pra onde será que ele está indo?

- Floresta Proibida. – Pontuou a Sonserina.

- Hã?! Como você sabe? – Surpreendeu-se.

- Porque é o caminho que leva pra lá sua besta... – Disse Sarah sem muita paciência.

- Guarda o seu mau humor para você, ok! – Respondeu a outra contrariada.

- Lupin eu não tenho culpa se o seu intelecto é...

- Ta, tudo bem é melhor parar por aqui! – Cortou a Grifinória gravemente. – Temos um assunto mais sério para resolver primeiro, depois voltamos a essa discussão e nos digladiamos... – Concluiu a menina, guardando o mapa e saindo apressada pelos corredores, com a outra em seu encalço.

- Ei, o que você pensa que está fazendo? – Quis saber Malfoy.

- O que você acha? Eu vou lá espionar, assim acabamos logo com isso tudo. – Falou ela convicta.

- Mas você é muito burra mesmo! – Exasperou-se a sonserina. – Qual é o seu problema? Você não pode simplesmente ir lá e se esconder atrás de uma árvore. Essas coisas precisam ser planejadas e calculas com cuidado, porque se não...

- Olha Sarah, enquanto estamos aqui com todo esse seu Blábláblá... O Peter ta lá na floresta fazendo eu sei lá o que. Só estamos perdendo tempo isso sim, é bem melhor ir lá e improvisar, vai ser bem mais rápido. – Cortou a menina voltando a andar.

- Não, espera. – Sarah a segurou pelo braço, mantendo-a parada. – E se for algo tão sério quanto eu imagino o que você acha que pode fazer? Não se jogue assim, de peito aberto, sem ter certeza das coisas...

- Preocupada comigo Sarah? Estou emocionada... – Debochou a menina.

- Não enche Lupin! – Cortou bruscamente a sonserina. – Quer saber, vai lá. Vou ficar torcendo para te pegarem e... - Sarah se viu obrigada a parar, ao ouvir alguém falando próximo a elas.

- Eu conheço essa voz... – Comentou a outra.

- O que? – Surpreendeu-se Malfoy. – Ei Lupin, espera! – Falou ao ver a outra sair apressada na direção de uma das portas, daquele corredor. – Eu odeio quando você faz isso. – Reclamou, mas ainda assim seguindo a menina.

- Pirraça! – Sorriu Estelar, ao abrir a porta e ver o poltergeist do castelo, voando feliz, enquanto pichava a sala de troféus.

- Ah, menina Estelar! – Respondeu o fantasma. – Muito bom, muito bom... Gostei bastante das suas bombas. Seu pai ficou doido, foi divertido, tinha quer ver!

- Que bom que gostou. – Disse a Grifinória.

- Pirraça teve uma idéia! Quer pichar comigo, quer? – Perguntou ele animado estendendo para a garota um dos seus pincéis.

- Huhu... Legal! Quero sim... - Falou ela, enquanto pegava o pincel, dirigindo-se saltitante para a estante de troféus da Corvinal.

- O que você pensa que está fazendo? – Cochichou a Sonserina próxima a outra. - Para de perder tempo aqui! Será que não percebe a importância da...

- Relaxa Sarah, eu tenho uma idéia. Acredite em mim, sei o que estou fazendo. – Tornou também cochichando.

“Por que será que agora eu fiquei mais preocupada?” Pensou Malfoy contrariada, observando Pirraça e Estelar que cantarolavam em dueto uma musiquinha nem um pouco educada, enquanto desenhavam agora nas paredes da sala.

- Então Pirraça. – Falou a Grifinória de repente. – Eu estava pensando. O que você acha de ganhar mais um carregamento grandão de bomba de bosta!? – Ao perceber o interesse do fantasma ela continuou. – Só vai precisar me fazer um favorzinho de nada... Escuta, tem uma galera se reunindo agora lá na floresta proibida, eu só preciso que você vá até lá e escute o que eles estão falando, depois é só me contar e pronto, o carregamento é todo seu! Tá afim?

Se pirraça não fosse um fantasma, talvez fosse possível que as meninas vissem o seu rosto se iluminar com a idéia. “Até que enfim a Lupin está usando a cabeça!” Pensou Sarah, um tanto quanto surpresa, ao mesmo tempo, Pirraça concordava veementemente com a proposta da Grifinória, para em seguida sair voando animado para fora do castelo, rumo à floresta proibida.

- Viu só!? Eu disse que tinha uma idéia! – Falou Estelar muito satisfeita.

- Hum... Só espero que dê certo. – Respondeu a outra sem muita animação. – O que eu duvido! Afinal de contas essa sua idéia é bem irresponsável e...

- Não seja tão ranzinza Sarah! – Cortou Estelar, pegando a outra pela mão, arrastando-a para fora da sala. – Vamos para o banheiro da Murta, ninguém vai nos perturbar lá...

Sarah estava começando a desaprovara idéia, mas não se negou em seguir a outra, afinal também estava curiosa para saber o que acontecia nas tais reuniões, no entanto antes de sair completamente da sala, a Sonserina puxou a sua varinha do bolso e executou um feitiço de limpeza nos troféus, o que a deixou bastante satisfeita. “Sem graça...” Resmungou a outra menina ao ver todo o seu trabalho desfeito tão rapidamente.

As duas seguiram apressadas até o banheiro, correndo pelas escadas do castelo, e usando algumas das passagens que conheciam, para se desviarem dos outros alunos, não queriam chamar a atenção. Após chegarem ao banheiro, se trancaram, e voltaram a observar o mapa do maroto, que mostrava todos os quadradinhos, que exibiam os nomes das pessoas, correndo desordenadamente de um lado para o outro, até se dispersarem em diferentes direções.

- Mas o que aconteceu? – Perguntou Estelar sem entender.

- Como é que eu vou saber. – Disse Sarah. – Só espero que não...

Antes que a menina pudesse concluir o que ia dizer, Pirraça entrou voando no banheiro, cantando e gargalhando satisfeito.

- O que aconteceu Pirraça? O que você fez? – Quis saber a Grifinória.

- Menina Estelar tinha que ver! Todos os bobões correndo, feito doidos, das bombas de bosta. – Respondeu ele sorrindo abertamente. – Tinha que ver! Muito, muito engraçado...

- Ah que ótimo! – Exasperou-se Sarah. – Idéia brilhante Lupin! O idiota aí acabou de ferrar com as nossas chances de descobrir o que o Peter está aprontando.

- Também não é assim, agente ainda pode... – Começou Estelar.

- Não é assim!? Qual é o seu problema? – Cortou a outra alterada. – Por Merlin! Quer saber vocês dois se merecem!

- Dá um Tempo Malfoy! Você está fazendo histeria à toa! Eu já disse que...

- Vocês poderiam parar de gritar no meu banheiro... – Resmungou Murta, saindo de dentro de uma bica.

- Murtaaaaaaa... – Gritou Pirraça. – Vem cá meu bem! – Falou voando atrás da outra.

Sarah e Estelar assistiram chocadas a fantasma voar apressada gritando por socorro, enquanto o Poltergeist seguia ligeiro atrás dela, até que ambos sumiram por uma das privadas do banheiro, jogando água por todos os lados, por pouco não molhando as garotas também.

- Caramba, isso foi bizarro... – Comentou a Grifinória distraidamente.

- Sinceramente Lupin, eu não sei por que ainda perco o meu tempo com você! – Tornou Sarah mal humorada, enquanto saia do banheiro, batendo pé, largando para trás a porta escancarada.

- Simples... – Suspirou a outra. - Pelo mesmo motivo que eu não consigo deixar de falar com você. – Completou sozinha, antes de também se retirar do local.

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N/A(Bárbara): Só vou manifestar aqui, a dificuldade que foi fazer esses caps (11, 12 e 13), bloqueios constantes, nos fizeram agir sobre pressão... Mas saiu! E finalmente saímos da fase cinza da fic...

N/A(Ariene): Sobre o capítulo, o que eu posso dizer é que aqui vocês começam a ter algumas revelações significativas, é só prestarem atenção que vão perceber! Aliais, à partir daqui as coisas vão complicar um pouco, mas vai ser tudo como conseqüência de uma série de acontecimento, por isso fiquem espertos!

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You´re Crazy (Guns N´Roses)

Tenho procurado uma pista
Procurando por um coração
Procurando por um amor
Em um mundo que é muito escuro
Porque você não quer o meu amor, não
Você quer satisfação
Você não precisa do meu amor
Você tem de achar para você
Mais um pouco, mais um pouco de ação
Presta atenção

Diz onde você está indo?
O que você vai fazer?
Eu tenho procurado por todo lugar
Eu irei procurar você
Porque você não quer meu amor
Você quer satisfação
Você não precisa do meu amor
Você tem de achar para você
Mais um pouco, mais um pouco de ação

Você é louca
Você sabe que é louca
Você é muito louca, criança
Você sabe que é louca

Diz, garoto, de onde você veio?
Onde conseguiu este ponto de vista?
Quando eu era mais novo
Eu conheci um desgraçado como você
Ela disse
Você não precisa de meu amor
Você quer satisfação
Cadela, você não precisa de meu amor
Você tem de achar para você
Mais um pouco, mais um pouco de ação

Humilhe!
Você é louca!

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