Animal I Have Become



*** Capítulo 10 – Animal I Have Become
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“...E se você pudesse ver o mal dentro de mim ?
Ninguém mudaria esse animal que me tornei
Ajude-me a acreditar que isso não é realmente eu
Ajude me a domesticar esse animal que me tornei
Ajude-me a acreditar que isso não é realmente eu
Ajude me a domesticar esse animal que me tornei...”

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Dois dias já tinham transcorrido desde o ataque dos comensais a Hogsmeade, e ainda assim o clima dentro do castelo permanecia mórbido. A expressão de preocupação e ansiedade estampada no rosto dos alunos e professores dava a impressão de que a qualquer momento um novo ataque aconteceria. Agora era possível se ver muitos grupinhos de alunos principalmente os mais velhos, reunidos, conversando aos sussurros, como que trocando segredos... A experiência de uma guerra, em um passado não tão longe assim, havia deixado muitas marcas, que agora se mostravam ainda tão vivas. Estelar caminhava apressada pelos corredores do colégio, queria falar com seu pai antes de ir para a próxima aula. Ela se dirigiu até os aposentos do pai, entrando sem bater, no entanto uma vez lá dentro, a menina parou ao reconhecer a voz de sua mãe. Pé-ante-pé, ela se aproximou da porta do quarto, abrindo-a com muito cuidado, só o suficiente para espiar. Dentro do quarto seu pai estava em pé, de frente para a lareira, onde pairava em meio às chamas o rosto de Ninfadora Lupin. -... Ninguém sabe dizer! Era como se todos eles tivessem sido confundidos... Alguns nem se lembravam de como chegaram a Hogsmeade.

- Vocês usaram Veritasserum? – Questionou o professor.

- Usamos claro! Nenhum deles estava mentindo Remo! Além do mais a marca negra estava queimando, todos estavam apavorados.

- Espera, você disse que a marca negra deles estava ativa? Mas isso não faz sentido... Porque então a do Malfoy não reagiu?! – Falou Lupin confuso.

- Sinceramente Remo, não faço a menor idéia. Mas de certa forma, o Draco nunca chegou a ser um comensal de fato. Talvez...

- Não ouse defendê-lo!

- Não estou defendendo! Só estou dizendo que as coisas podem não ser do jeito que estamos imaginando. Você está claramente perseguindo-o, pare de culpá-lo assim. As investigações do ministério não conseguiram acusar ninguém, é como se eles estivessem sendo usados e...

- Isso não é possível! Como algo assim pode acontecer?! As ruas estavam cheias de crianças e a Estelar... – Cortou o homem inconformado.

- A Estelar está ótima. Ela é grifinória, o que você esperava? – Tornou a auror, perdendo a paciência. – É claro que ela não ia ficar olhando para uma criança ser torturada sem fazer nada. Nem a filha do Draco ficou quieta!

- Não vamos começar a falar dos Malfoy’s Ninfa!

- Tudo bem, tudo bem... – concordou ela com um suspiro. – As investigações vão continuar, o Sr. Weasley quer ter certeza de que nada parecido vai acontecer. Sabe como ele é.

- Ótimo. Qualquer novidade me avise.

- Deixa comigo. – Concordou ela com um sorriso. – Então, meu bem, o que você acha da gente...

A partir dai não interessava mais a Estelar ouvir, por isso a menina se afastou da porta e saiu silenciosamente da sala.

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Após o incidente, era mais do que esperado que todos os alunos ficassem assustados, os burburinhos nos corredores não foram silenciados nem mesmo após a diretora explicar todo o ocorrido no café da manhã, porém além do ataque, o que mais povoava a cabeça dos alunos, fora o fato de Sarah Malfoy ter interferido em favor de Estelar Lupin, a atitude da grifinória era mais do que condizente com sua personalidade, porém, para um sonserino, para aquela sonserina em especial, desejar que o comensal acertasse a grifinória, é que seria plausível. Porém esses comentários não chegavam aos ouvidos de nenhuma das duas, pois eles respeitavam e acima de tudo temiam as garotas.

Como toda segunda-feira, para o quinto ano da grifinória, o dia começava da pior forma possível, com aulas de poções nos dois primeiros tempos, em conjunto com a sonserina, aquilo era uma clara visão da forma mais ilícita de tortura coletiva. Mesmo que o professor Draco Malfoy fosse o queridinho das alunas de todas as casas, qualquer uma que não fosse sonserina se veria em um dilema de amor e ódio, um belo homem que virava um monstro, carrasco, o mais temível algoz...

Claro que para o quinto ano da sonserina, a segunda-feira começava mais do que bem, ter aulas com o professor Malfoy era mais do que oportuno, a casa da sonserina tinha muito interesse nas aulas, eles, mesmo que não dominassem a matéria, sempre se apoiavam no conhecimento da própria filha do professor.

Contudo, amando ou odiando, a aula era obrigatória, e querendo ou não, era em direção a sala de poções nas masmorras que os alunos das duas casas rivais se dirigiam naquele momento.

“ Como assim eles não sabiam o que estavam fazendo?” perguntava-se Estelar, voltando a caminhar pelos corredores. “ Os tais comensais pareciam só bêbados, isso não pode fazer com que esqueçam de tudo! Só se...” A garota foi obrigada a parar sua linha de raciocínio pois esbarrara em alguém.

- Será que você não olha por onde anda Lupin? Vive trombando com os outros pelo corredor e não...

- Sarah. – Chamou ela, com a voz séria.

- O que?

- Sobre o que aconteceu em Hogsmeade...

- Olha, eu não fiz aquilo por você, ta legal!

- Do que você está falando?

- Ah, esquece! Deixa pra lá... – Respondeu desconcertada. – Diz logo o que você quer.

- Bom... – Começou a grifinória puxando a outra pelo braço, para um canto do corredor. – Eu ouvi um papo estranho sobre o ataque da cidade, sabe? Parece que nenhum daqueles caras se lembra do que aconteceu... Os aurores já fizeram de tudo e não conseguiram descobrir nada. Então, eu estava pensando se... Ah, merda!

- O que foi?

- Tem gente vindo pra cá... – Sussurrou a menina. – Você é insuportável Malfoy! Vai pro inferno! – Concluiu ela, berrando, enquanto se afastava o mais rápido possível de Malfoy.

Sarah se limitou a olhá-la, também saindo dali para ir à aula, porém da forma mais lenta possível.

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A aula de poções teve seu início, Draco Malfoy dava as instruções de como fazer a poção, os alunos anotavam tudo rapidamente, pois o menor dos detalhes que fosse deixado passar resultaria na poção errada e na antipatia do professor.

O silêncio fora interrompido por Estelar entrando na sala. Draco a olhou com cara de poucos amigos, prestes a soltar um comentário maldoso e lhe descontar pontos, porém parou ao ver sua filha entrando logo em seguida, ele a encarou, mas a filha sequer levantou a cabeça.

O lugar onde Sarah sempre se sentava na primeira fileira estava vazio, porém a menina não se sentou lá, ficou no fundo da sala, sendo observada de relance pelos companheiros de casa.

- Lupin... – Chamou a sonserina, sussurrando para Estelar que estava na fileira ao lado, que correspondia à casa da Grifinória.

Estelar a olhou.

- O que você tinha dito do ataque... – Sarah abriu um livro, para disfarçar, colocou-o de pé, para tapá-la. A grifinória fez o mesmo. – Eles não lembram de nada? Como assim? – Estelar ia responder, mas parou quando ouviu o professor de poções pigarrear muito perto delas. Quando ambas ergueram o olhar, viram Draco Malfoy parado no vão entre as carteiras olhando-as sério.

- Silêncio. – Foi tudo que ele sibilou, encarando-as com um olhar letal, depois se voltando para sua mesa.

- Psiu... – Estelar chamou a outra, um tempo depois do professor ter se retirado. Sarah a olhou esperando que continuasse. – É. Ao que parece eles...

- SILÊNCIO! – esbravejou o professor de sua mesa, batendo nela com o livro bruscamente. Assustando todos os alunos, que até então não tinham notado as duas conversando. Elas se olharam, mas acabaram ficando em silêncio, para não irritar mais o professor. A grifinória bem que queria ficar quieta, mas simplesmente não conseguia, era mais forte do que ela.

- Ei, Sarah. – Sussurrou a menina, depois que o professor voltou a se concentrar na aula.

A sonserina olhou primeiro para seu pai, ao constatar que esse não as olhava, respondeu com o olhar para que Estelar continuasse.

- A minha mãe disse que os tais comensais, não se lembravam de nada! – Começou a menina ainda escondida atrás do livro. – Ela falou também que eles estavam assustados e confusos por causa da marca negra. Ah, e ela também defendeu o seu pai! Você não me pergunta por que, mas defendeu.

- Mas... Lupin! Conta algo de útil! Eu não quero saber do meu pai! Quero saber dos comensais... Eles não sabem mesmo o motivo do ataque? – Sarah sussurrou meio enérgica.

- Já disse que não! Os aurores usaram até aquela poção da verdade, eu acho... Ah, eu sei lá o nome dela. Era alguma coisa com “V”.

- Por Merlin Lupin! A poção é..

- Veritasserum. – Draco interrompeu a fala de Sarah, da sua mesa, os alunos se assustaram mais uma vez, olhando para as duas logo em seguida. – Eu já disse que não quero conversas! Menos 30 pontos para a grifinória.

- Menos 30 pontos?! Mas isso é injusto... – Reclamou a grifinória. – Por que a Sonserina também não perde ponto? – Quis saber ela, indignada.

- Ora essa... Por quê? – Havia um sorriso sádico no rosto dele. – Digamos que mentalmente eu apostei comigo mesmo, que aquela que puxasse assunto mais vezes perderia os pontos... Sinto muito se foi você... – Seu sorriso aumentou. Alguns sonserinos deram risadinhas, outros grifinórios esboçaram um protesto.

- Mas professor... Eu não posso conversar sozinha! A Sarah também respondeu, e mesmo assim você fica de perseguição com a Grifinória e isso não está certo. Você é professor, deveria tratar todo mundo igual... – Completou a menina, um tanto quanto decepcionada.

- É mesmo?! – Disse o professor sorrindo para ela.

- Estelar... Não provoca... – Sarah cochichou para a outra, prevendo o que viria.

- Menos 50 pontos. Por desacatar minha decisão.

- O que?! – Berrou a outra, levantando-se da cadeira, enquanto os demais alunos observavam tudo, pasmos. – O senhor não pode fazer isso! Não é... Como é mesmo a palavra? Ah, ético! Isso não é ético!

Draco olhou a garota de cima a baixo.

- Você não saberia o que é ético, mesmo que eu lhe desse um dicionário Lupin. Pensar não é uma característica da sua família. – O professor não estava mais sorrindo. – Limite-se a acatar minha decisão ou sofra mais conseqüências. Você acha que pode me enfrentar? – Ele olhou-a no fundo dos olhos ameaçadoramente.

- É claro que eu posso! – Disse ela com convicção. - Principalmente se a razão estiver do meu lado! Eu estou certa e você sabe. – Terminou a garota colocando as mãos na cintura em uma clara tentativa de parecer superior.

- Pai! – Gritou Sarah chamando Draco com certa urgência. – Ela ta certa! Tira logo os pontos e acaba com isso! – A garota tentou terminar aquela briga, pois sabia que nem de longe, do jeito que a grifinória estava agindo conseguiria chegar a algum lugar. Malfoy a olhou estranho.

“ Caramba, a Sarah está tão diferente esses dias... Desde quando ela me defende assim?” Pensou a grifinória.

- Ou a senhorita acata minha ordem, ou se retira de minha sala. – O professor falou ignorando o que a filha dissera. – Agora! – Ordenou.

- Ótimo, eu meu retiro! Nunca gostei de poções mesmo... – Falou a menina de forma corriqueira, enquanto guardava o seu material.

- Gostar? Acho que você simplesmente não consegue fazer uma simples poção, porque é incompetente! Tão inútil como toda a sua família de aberrações! – Gritou Draco, mais alto do que deveria.

A menina imediatamente parou o que estava fazendo e encarou o professor. Nunca antes Estelar tinha se sentido tão ofendida, quanto agora, principalmente porque as ofensas vinham de alguém, que ela de certa forma admirava.

- O que o senhor disse? – Sussurrou a menina com os olhos marejados.

- O que a senhorita ouviu... – Respondeu ele, da forma mais perversa possível. – Você é só fruto de duas aberrações, não me admira ser o que é.

Por alguns instantes a menina ficou parada, sem saber o que fazer. Segundos depois uma raiva incontrolável a tomou, fazendo com que ela pegasse um dos livros que ainda estava na mesa e o jogasse na direção do professor.

- Vai para o inferno! – Gritou descontrolada, saindo da sala de aula.

Draco olhou incrédulo para aquela cena, logo após desviar do livro que passou perigosamente perto de sua cabeça.

Porém o que lhe deixou mais incrédulo foi ver Sarah saindo logo em seguida.

- Lupin! Você vai apodrecer na detenção! – Gritou exasperado, para que ela ouvisse. Com extremo mau humor, voltou a dar aula, como se nada houvesse acontecido.

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- Lupin... – Chamou Sarah quando a outra finalmente parou de correr. Ela se aproximou da grifinória, que havia se sentando abaixo das arquibancadas, lutando contra as lágrimas.

- O que você quer? – perguntou sem muita educação.

A sonserina se sentou ao lado dela, olhando-a, mas nada disse por um tempo, porém após o breve silêncio, resolveu se manifestar.

- Você não devia ter feito aquilo...

- Aquilo o que? Ter gritado com o seu pai ou ter jogado o livro nele? Não estou nem ai... O que ele pensa que é?! Só porque tem aquela cara, acha que pode sair por ai ofendendo as pessoas?! – Falou a grifinória, mais alto do que deveria.

Sarah lançou um feitiço silenciador, para que ninguém as ouvisse.

- Ele não fez aquilo por sua causa... Na verdade meu pai está bravo com o seu pai e com a professora Granger, mas acabou descontando em você... E o pior é que agora você está de detenção com ele... As coisas só vão piorar.

- Mais uma detenção não vai fazer a menor diferença...

Sarah reprovou com a cabeça a atitude da outra.

- Não diga isso... Pois você está de detenção com o meu pai... Vai ser um inferno... – Ela parou de falar, pensando em algo. – Lupin?

- Hum...

- Por que você ficou tão irritada? O meu pai nem foi assim tão “megero”... – Questionou sem entender.

- Você não sabe?! – Surpreendeu-se a outra. – Eu pensei que seu pai... Ah, deixa pra lá! Não é segredo pra ninguém! Ele disse aberração porque o meu pai é um lobisomem.

Sarah a olhou séria abriu a boca algumas vezes, mas não sabia o que dizer.

- Ah... – Foi só o que saiu de sua boca.

- É, eu sei... – Completou a outra.

Ambas ficaram em silêncio por um tempo, até que ouviram uma conversa perto delas.

A sonserina ergueu a cabeça e viu Peter Dragon caminhando apressando com outro aluno também da Corvinal. Ele carregava um livro que chamou a atenção de Sarah.

- Espera ai... Aquele ali é o...

- O que foi? – Perguntou Estelar curiosa, já esquecida de seu mau humor.

- O Peter Dragon... – Falou baixo, estreitando os olhos na direção do garoto. – É estranho...

- Estranho por quê? O garoto é todo esquisito mesmo!

Sarah fez uma careta.

- Eu... Eu sei! É o livro! Aquele livro tem uma runa na capa, que remete a coisas das trevas! – Concluiu ela apressada.

- Hum... Ah, isso é fácil de conferir! Ô Peter! – Chamou a menina saindo de baixo da arquibancada.

- Mas que merda Lupin! – Esbravejou Sarah, indo atrás da outra.

- Oi Peter, tudo certinho? O que vocês estão fazendo por aqui há essa hora, matando aula também? – Disse Estelar sorrindo simpática. Ele se limitou a olhá-las de cima.

- Bom, eu to! Não estava com paciência para aula hoje... E, o que é isso? – Perguntou, já metendo a mão no livro, pegando-o rapidamente de sua mão, sem deixá-lo reagir. A menina mostrou para a sonserina. – Olha só que desenho engraçado.

- Pois é... – Disse a sonserina, pegando o livro.

O garoto tentou pegar o livro quando estava na mão de Estelar, mas quando essa passou para a outra, ele voou em cima dela, quando os dois se chocaram, o livro caiu no chão, abrindo-se.

- Ih, que nome engraçado... Ben Servolo, de onde isso saiu? – Falou a grifinória rindo enquanto pegava o livro do chão.

Sarah desviou de Peter e foi até onde à outra estava com o livro, porém o garoto puxou agressivamente o livro da mão de Estelar, saindo apressando do campo.

- Que coisa... – Comentou a grifinória. – Ele nunca foi tão grosseiro. O que você acha que ele está aprontando?

- Tinha uma dedicatória, ele ganhou o livro de alguém... – Sarah comentou séria. – Isso é estranho... Livro das trevas... Aquela runa não tem um significado certo, é uma runa inominável que representa o pior das trevas... – Concluiu olhando a outra, para sair do campo em seguida, com Estelar vindo mais atrás.

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De muito mau humor Estelar Lupin caminhou pelos corredores, em direção as masmorras, onde iria cumprir sua detenção com o professor Draco Malfoy. Como se não bastasse ter que fazer sabe-se lá o que, depois do horário das aulas, a menina também tinha escutado uma tremenda bronca de seu pai durante o almoço, já que Malfoy fez o favor de lhe enviar um pergaminho cheio de reclamações a respeito do comportamento dela. As 20:00 horas em ponto, ela entrou na sala de poções, extremamente chateada e para piorar sua situação, com uma irritante dor de cabeça.

O professor de poções sequer limitou-se a olhá-la de sua mesa, sua tarefa a estava esperando na bancada, ao fundo da sala. Os materiais para picar as raízes já estavam separados, junto com o recipiente abarrotado de plantas.

A garota se dirigiu à bancada e começou imediatamente o seu trabalho, o quanto antes saísse dali, melhor. No entanto os planos da grifinória foram frustrados, já que o cheiro das raízes que picava, a estavam deixando enjoada. Estelar adoraria sair correndo daquela sala, o mais longe possível daquele cheiro, mas lutava com todas as forças para acabar logo e se livrar do professor Malfoy...

À medida que o tempo passava a situação da menina piorava, estava tonta e com os olhos ardendo e sua cabeça latejava de forma incessante.

- Pai eu... – Sarah falou adentrando a sala de poções, mas parou ao ver Estelar ali, não sabia que sua detenção já havia começando.

Após um momento silencioso, se pôs a caminhar em direção ao pai, mas ao passar ao lado de Estelar, parou, reparando o quão estranha essa estava, porém seus pensamentos foram interrompidos quando a outra fechando os olhos desmaiou, caindo sobre ela, que tentou ampará-la como podia.

Sarah gritou para seu pai ajudá-la, esse demorou um segundo para assimilar o que acontecia, mas logo se levantou e correu até as duas, pegando a grifinória no colo e levando-a para a ala hospitalar, sendo seguindo de perto pela sonserina.

O professor entrou na ala gritando pela enfermeira, deixando-a em um leito. A enfermeira veio assustada, questionando o que havia acontecido, porém Draco dispensou as perguntas dizendo que iria buscar ajuda.

A enfermeira colocou um vidro de baixo do nariz da menina desmaiada, fazendo com que ela acordasse zonza, sem ter a mínima noção de onde estava. Estelar olhou para os lados confusa, mas quando abriu a boca para dizer algo, a luz da lua passou pela janela aberta da enfermaria, banhando seu corpo, que imediatamente soltou um grito de dor.

- Estelar?! – Sarah a chamou com certa urgência.

A enfermeira correu para sua prateleira de poções, procurando algo que pudesse ajudá-la.

A grifinória se debatia no leito, gritando palavras inelegíveis, a enfermeira voltou com uma poção, tentando fazer com que ela bebesse, mas a garota, devido à tamanha brutalidade de seu movimento, arremessou a velha senhora contra a parede, fazendo com que desmaiasse imediatamente. Estelar rolou na cama, indo para o chão, onde continuou a contorcer-se de dor.

- Estelar! – Tornou a gritar Sarah, indo até a outra com cautela, porém se assustando ao ver que seus olhos haviam mudado de negro para a cor âmbar. – Estelar... – Continuou de forma mais calma, chegando perto da outra, estendendo sua mão para tocá-la.

- Não chega perto! Fica longe Sarah, eu não quero machucar você! – Gritou se afastando da sonserina, indo para um dos cantos da sala, onde se encolheu.

- Você não vai me machucar... – Sarah insistiu, se aproximando de Estelar novamente. – Fica calma, meu pai foi chamar ajuda, vai ficar tudo bem...

Porém, antes que a menina chegasse à outra, Estelar soltou um grito muito parecido com um urro, que logo se transformou em uivo. Sarah parou, porém soltando um longo suspiro, retomou a caminhada em direção a garota que se debatia. Antes que a sonserina chegasse até ela, a grifinória uivou novamente, a menina pôde observar a outra se contorcer mais, sem pensar, correu até Estelar, se abaixando ao lado dela, segurando-a pelos ombros.

- Estelar! – Chamou urgente.

Naquele momento, Sarah viu a coisa mais bizarra e inacreditável acontecer a sua frente, a antes Estelar Lupin estava se transformando em uma espécie de monstro, sua pele rasgava, e a menina podia ouvir os ossos da outra estalando de forma assustadora, ela nada fez, apenas observou aquilo estática, querendo correr, mas não conseguindo. Ao final daquela transformação, a jovem grifinória já não poderia mais ser reconhecida ali, ela dera lugar para uma fera de pelos muito negros, olhos injetados e presas muito longas, que rangiam ameaçadoramente em direção à sonserina.

- Estelar... – Ela não sentia que chamá-la iria adiantar, mas ainda assim tentou. Tudo o que obteve em resposta fora um longo uivo, após isso Sarah só sentiu as enormes patas pressionando seu ombro, levando-a ao chão com violência.

O medo terrível se alastrou por todo seu corpo, a fera rangia os dentes muito perto de seu rosto, como se fosse devorá-la a qualquer momento. O imenso lobo negro olhou para a garota, abrindo sua boca, Sarah fechou os olhos não querendo ver aquilo. Porém nada aconteceu, ao abrir os olhos e observar o lobo, pôde ver que esse estava olhando vidrado para algo a sua frente, ao direcionar seu olhar, viu que era o próprio lobo, refletido no vidro do armário. Sarah se mexeu, fazendo com que a criatura voltasse a olhá-la, porém quando essa a encarou, viu uma expressão de dor, pôde sentir que ali estava Estelar, e não mais a fera.

- Estelar. – Chamou baixo, quando o lobo saiu de cima dela, se afastando o máximo possível. – Estelar! – Insistiu Sarah, porém para sua surpresa, o lobo a olhou, soltando um uivo diferente dos anteriores.

O enorme lobo negro andou até ela, cabisbaixo, com certa relutância, a menina se aproximou do animal com cautela.

- Sarah?! – Draco gritou exasperado, ao se deparar com a cena a sua frente, a filha parada em pé, a poucos centímetros de um imenso lobo, sentando como um animal obediente.

McGonagall parada ao lado de Malfoy, só conseguiu olhar estática.

- Como é possível... – Falou a diretora abismada. – Por Merlin...

Draco Malfoy retirou a varinha do sobretudo e apontou para o lobo.

- Não se aproxime de minha filha! – Gritou mirando no lobo.

- Pai não! – Sarah parou de falar, ao ver o lobo se mover para trás dela, se escondendo do ataque.

- Malfoy não faça isso... Ela não está agressiva! Isso é inacreditável, mas veja! É como se tivesse controlado a fera! – McGonagall falou abaixando o braço de Draco.

- Sarah... – Foi tudo que Estelar conseguiu dizer antes de cair no chão desmaiada.

Lentamente a transformação foi se desfazendo, dando lugar a aparência da garota de 15 anos, Sarah retirou seu sobretudo, cobrindo-a, sem nada dizer.

A diretora foi até a Estelar e a levitou para a cama, fechando a cortina que envolvia o leito, porém antes que a sonserina se retirasse dali com seu pai, a senhora a chamou para lhe devolver o sobretudo que cobria Estelar.

- Muito bem, minha querida. – Lhe sorriu a diretora. A menina nada disse, pegou o sobretudo e se retirou.

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- Malfoy. – Chamou alguém perto de Sarah, quando essa estava entre os corredores da biblioteca.

- O que é? – A sonserina constatou que se tratava de Melanie Belford.

- Você sabe onde a Estelar está? Ela tem faltado nas aulas...

Sarah encarou a outra por um tempo, para depois erguer uma sobrancelha.

- Eu lá tenho cara de ser amiga dela para saber onde ela se enfiou? – A sonserina falou de forma seca, voltando a olhar para os livros. – E onde quer que fique o buraco onde ela se enfiou, por mim, pode ficar por lá mesmo... – Terminou, encerrando o assunto.

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Sete dias. Todo o maldito período da lua cheia. Foi esse o tempo que a Grifinória esteve reclusa dentro de uma das torres do castelo. Durante todo esse período a garota teve que lutar contra uma força interior, e um ódio irracional, para que continuasse a ser ela mesma...

Foi difícil a princípio, com todos os seus sentidos funcionando como os de um lobo, por isso chegou a quebrar algumas coisas, durante acessos de fúria, por ser mantida trancafiada como um animal perigoso. No entanto, com o passar dos dias Estelar conseguiu vencer a batalha e a sua fera interior foi tomada, agora a única coisa visível que a caracterizava como um lobisomem era a cor âmbar de seus olhos, já que em nenhum momento a garota voltou a assumir a face do lobo, embora soubesse ser capaz, se assim desejasse.

Com total controle sobre os seus pensamentos e atitudes, Estelar se viu sem ter o que fazer enquanto a lua no céu não minguasse, já que ninguém a tiraria dali sem ter a certeza de que ela não seria um perigo para os outros alunos, ou para ela mesma. Por isso a menina resolveu fazer algo que nunca julgou ser possível, ela estudou!

Invadia a madrugada lendo livros, dos mais diversos assuntos, trazidos por sua mãe e irmão, e dormia durante o dia, já que a claridade incomodava os seus olhos... Para falar a verdade, a Grifinória estava começando a gostar de sua condição, tinha se encantado com a cor exótica de seus olhos, sem contar que o olfato, a audição e a visão aguçados e ainda a força física aumentada, podiam com certeza, serem transformados em vantagens.

No final da contas, a sempre otimista Estelar, tentava ver tudo aquilo de forma positiva, e não como uma maldição... Por mais que no fundo, ainda tivesse medo de ser a fera que viu refletida nos vidros da enfermaria.

--

Quando finalmente Estelar fora liberada, sentiu um certo receio se instalar em sua mente. Não lembrava bem o que havia ocorrido naquela noite na enfermaria, mas sabia que Sarah e Draco Malfoy haviam presenciado sua transformação. A grifinória saiu da torre e caminhou apressada, pronta para os comentários que ouviria a seguir. – Estelar! – Chamou uma menina também do quinto ano da grifinória, que saia pela passagem do quadro da mulher gorda.

- Ah, oi... – Respondeu incerta.

- O que ouve? Por que você sumiu? Eu ouvi que você estava doente... Melhorou? – Perguntou, sorrindo simpática.

- Como? – Falou, não conseguindo disfarçar a surpresa. – Ah! É! É. Eu estava doente, mas já melhorei sim... – Concluiu rapidamente, antes que a confusão fosse percebida.

- Que bom então... – Disse a menina ainda lhe sorrindo.

Por toda a manhã, Estelar ouviu perguntas sobre sua ausência, todos a questionavam sobre seu estado de saúde, lhe desejando melhoras, Estelar havia automaticamente confirmado aquela versão da doença, se questionando sempre, o porque de Sarah não ter falado nada.

Após o almoço, ela foi até a biblioteca, achou Sarah entre um dos corredores, como sempre com um livro nas mãos.

- Sarah. – Chamou ela com a voz baixa, para que ninguém mais escutasse.

- Hum? – A sonserina sequer a olhou.

- Por que você não falou nada? – Estelar fora direto ao assunto, não queria enrolar.

Muito lentamente Sarah desviou o olhar do livro, para encarar a garota a sua frente.

- Eu não sei do que você está falado Lupin. – Concluiu de forma simples. Se movendo para fora do corredor.

Estelar olhou a garota se afastando.

- Obrigada. – Foi só o que ela disse, indo para o outro lado.

- Pelo quê? Que eu me lembre, não fiz nada... – Sarah respondeu, ao fim do corredor, para depois sumir da vista da grifinória.

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N/A(Bárbara): Bom.. não vou falar muito sobre esse cap, pois acredito que Ariene vai ter muito o que falar... Então só vou deixar aqui, minhas animações perante esse cap!! Que eu tanto gostei de escrever!

N/A (Ariene): Huhuhuhuhu... Estava super ansiosa para postar esse capítulo, muito mesmo! Foi mágico escrevê-lo, principalmente pelas coisas que acontecem. Tentamos de tudo para que vocês, leitores, visualizem as cenas da mesma forma que nós imaginamos... Que na minha humilde opinião foi poético!

E antes que alguém diga alguma coisa... Sim, Estelar e Sarah são tão egocêntricas quanto nós (Eu e Bárbara), por isso as coisas são do jeito que são... As duas estão presentes em praticamente todos os capítulos, até quando a situação não tem nada haver com elas. Doidera não!? Mas o que agente pode fazer? No final das contas, é mais forte do que nós... Hahahahahahahaha

N/A(Bárbara)²: Sim, Ariene disse tudo ai em cima... Porém os egos delas têm até nome próprio e personalidade, definitivamente não dá para competir com isso... (nem entender...)

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Animal I Have Become (Three Days Grace)

Eu não consigo escapar desse inferno
Tantas vezes eu tentei
mas eu continuo preso por dentro
Alguém poderia me tirar desse pesadelo?
Eu não consigo me controlar

E se você pudesse ver o mal dentro de mim ?
Ninguém mudaria esse animal que me tornei
Ajude-me a acreditar que isso não é realmente eu
Ajude me a acalmar esse animal
esse animal, esse animal

Eu não consigo escapar de mim mesmo
(Eu não consigo escapar de mim mesmo)
Por muitas vezes eu menti
(Por muitas vezes eu menti)
Mas há uma raiva enorme dentro
Alguém pode me tirar desse pesadelo?
Não consigo me controlar

E se você pudesse ver o mal dentro de mim ?
Ninguém mudaria esse animal que me tornei
Ajude-me a acreditar que isso não é realmente eu
Ajude me a domesticar esse animal que me tornei
Ajude-me a acreditar que isso não é realmente eu
Ajude me a domesticar esse animal que me tornei

Alguém me ajude a sair desse pesadelo
Não me consigo controlar
Alguém me acorde desse pesadelo
Eu não consigo escapar desse inferno

Esse animal, esse animal,esse animal, esse animal...

E você pode ver o mal dentro de mim ?
Ninguém mudaria esse animal que me tornei
Ajude-me, a acreditar que isso não é realmente eu
Alguém me ajude a domesticar esse animal
Esse animal que me tornei
Ajude-me a acreditar que isso não é realmente eu

Ajude me a domesticar esse animal que me tornei

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