Phantom Lord
*** Capitulo 09 – Phantom Lord
--
“...Caia de joelhos
Frente ao Lorde fantasma
Vítimas caindo acorrentadas
Você os ouve gritando dores mortais
Os punhos do terror abrindo caminho
Agora não há nada que possa fazer”
--
O feriado de natal estava se aproximando, por esse motivo foi permitido aos alunos, a partir do terceiro ano, que fizessem uma visita a Hogsmeade. Há anos atrás o povoado era pequeno, com pouquíssimas casas e somente algumas lojinhas aqui ou ali, atualmente as coisas eram bem diferentes. O comércio do local tinha crescido consideravelmente, e agora, era possível se ver alguns casarões pelas redondezas, sendo a dos Lupin uma delas.
- Estelar!
- Oi. – Respondeu a garota, virando-se para ver quem a chamava. – Ah, oi Gustavo. O que foi?
- Olá. – Tornou o sempre simpático rapaz. – Escuta você por acaso sabe onde está a Belford? Eu já procurei, mas não consigo encontrar...
- Não sei não... Também não a vi quando saímos do castelo. Talvez não tenha vindo.
- Tenho certeza de que veio sim, as colegas da casa dela me disseram que...
- Nossa! Você realmente está interessado nela. – Cortou a garota sorridente.
- Ah... É... Bem... Na verdade, eu não...
- Tudo bem, não precisa ficar com vergonha... Vamos fazer o seguinte, assim que eu ver a Melanie, aviso que você a está procurando, ok!?
- Ok, obrigado Estelar. – Disse o Grifinório. – Vou estar no Três Vassouras, qualquer coisa...
- Não se preocupe Gustavo, vou dar o recado.
O rapaz agradeceu ainda mais umas três ou quatro vezes antes de sair, indo na direção do Pub. A menina manteve o sorriso no rosto, enquanto observava o rapaz se afastar. No entanto, ao ver seu irmão Ted chegando, a expressão de seu rosto modificou-se.
- Quem era o cara que estava falando com você? – Questionou sério, o ex-grifinório.
- Ninguém que te importe. – Respondeu a menina, um tanto quanto grosseira.
- Não seja malcriada Estelar!
- Não seja intrometido Ted!
- Se o papai ficar sabendo que...
- Não existe nada para ele saber, e mesmo que houvesse, qual é o problema? Eu não sou mais criança, caso você não tenha percebido... – Tornou a garota exasperada.
- Não vamos começar com essa discussão de novo, tudo bem!? – Disse ele encerrando o assunto. – Eu estava com saudades. – Completou, com um tom mais calmo, enquanto abraçava a irmã.
- É, eu também... – Falou Estelar, ao mesmo tempo em que correspondia o carinho.
--
- Ande mais rápido Sophie, sabe que não gosto de chegar atrasado. – Disse o rapaz alterado.
- Não precisa ficar nervoso Peter, nós vamos chegar na hora...
- Chegaríamos, se você não tivesse parado para dar atenção para a desmiolada da Kayla.
- Acho que você anda muito estressado... Quando chegarmos, vou fazer um chá, assim quem sabe, você não se acalma. – Falou a menina sorrindo tranqüilamente.
- Hoje é um dia importante, sabe disso! É a primeira vez que vou receber algo, não posso cometer falhas e...
- Vai dar tudo certo, eu sei, vi nas estrelas ontem de noite.
Peter decidiu não questionar. Afinal, a garota costumava acertar sempre nas suas previsões... Por esta razão, aceito o braço que ela lhe estendia, e continuou a andar. Agora mais calmo, na direção das montanhas que ficavam atrás da cidade.
--
- E então, como está indo na Academia de Aurores? – Perguntou Estelar, enquanto caminhava com seu irmão, pelas ruas de Hogsmeade.
- Eu tenho gostado bastante! – Começou o rapaz sorrindo. – As tarefas são...
- Ted? – Chamou uma voz masculina atrás deles.
Ambos se viraram para ver quem era. Ao reconhecer Phillip Crowel, um dos seus instrutores na academia, Ted adiantou-se para cumprimentá-lo.
- Olá! – Disse ele enquanto apertava a mão do outro. – Tudo bem? O que você está fazendo por esses lados?
- Sim, tudo bem, eu moro aqui. – Disse sorrindo. – E você?
- Eu também, aliás, toda a minha família. Ah, deixa eu te apresentar... Essa é a minha irmãzinha, Estelar Lupin. – Falou, indicando a menina ao seu lado.
O rapaz olhou para a menina sorrindo amigavelmente, estendendo-lhe a mão.
- Oi! Você pode me chamar de Phillip.
- Olá, prazer... – Respondeu ela simpática, não sem antes olhar com reprovação para o seu irmão. “Irmãzinha!?” Pensou insatisfeita.
- O prazer é meu... – Disse tomando a mão da garota e beijando-a de forma cortês.
Estelar alargou mais o seu sorriso, ignorando completamente a presença do irmão.
- Você também está estudando para ser Auror? – Perguntou, querendo estender a conversa. “Caramba, como ele é bonito! Com esse tipo de incentivo, eu vou ser obrigada a ir visitar a minha mãe no ministério qualquer dia...” A cabeça da menina trabalha absurdamente rápida, incapaz de refrear os pensamentos.
Phillip Crowel era alto, tinha o cabelo liso e preto, com uma franja espalhada pela testa de forma ordenada, sem um único fio fora do lugar, seus olhos eram verdes e cheios de um brilho quase malicioso. No entanto, o que mais chamou a atenção da menina, foi o sorriso sacana em sua face... Tudo formava um conjunto bastante interessante na visão da Grifinória.
- Não, eu já sou formado. – Gabou-se ele, olhando a jovem com claras segundas intenções. – Na verdade, eu sou instrutor. Aliás, o seu irmão está em uma das minhas turmas.
- Não me diga... – Comentou a garota de forma corriqueira.
“Eu não acredito!? O Phillip está cantando a minha irmã! Quantos anos ele acha que a Estelar tem?” Pensou Ted chocado.
- Então Estelar... – Chamou Ted, puxando sua irmã para perto de si. – Você não tem que ir nas “Gemialidades Weasley” para pegar o mini-puf que pediu para o papai comprar?
- Mini-puf? Mas eu não... – Começou ela confusa. - Atá... - “Maldito, tentando me fazer passar por uma garotinha...” Pensava a menina indignada. - Na verdade não Ted. – Estelar fez questão de arrastar a voz quando falou o nome do rapaz. – Eu vou à loja sim, mas para pegar a minha comissão por ajudar na venda e invenção de alguns logros... Deve se lembrar, afinal foi a minha cobaia. - Concluiu ela, sorrindo falsamente.
Crowel riu com os comentários sutis, porém cheios de mordacidade nas entrelinhas, feitos por ambos, mas sua atenção se voltou para umas pessoas que vinha mais atrás.
- Sarah? – Chamou ele sem ter certeza.
A menina levantou a cabeça para olhar quem a chamava, soltando um meio sorriso ao ver quem era.
- Oi, Phillip. – Disse Sarah, indo até o rapaz, lhe estendendo a mão em seguida.
“De onde eles se conhecem?” Perguntou-se Estelar, ao mesmo tempo em que olhava chocada, o rapaz ignorar a mão estendida da menina, para der-lhe um abraço apertado.
- Sarah Malfoy? – Quis saber o ex-grifinório.
- É! Vocês se conhecem? – Falou Phillip, largando Sarah, que estava visivelmente desconfortável com a situação.
- Sim, ela entrou em Hogwarts no mesmo ano que a minha irmã... Elas costumam brigar bastante, sabe!? O meu pai está ficando cheios de cabelos brancos devido ao comportamento nada aconselhável da Estelar... – Disse Ted, satisfeito por poder mostrar sua irmã como uma criança, tal qual como ele via.
- Ah... – Foi a única coisa que o outro conseguiu dizer, era notável a sua descrença, com um certo quê, de desapontamento ao saber daquela informação. “Só quinze anos...” Pensou.
Estelar parecia querer voar no pescoço do irmão, enquanto ele apreciava o seu momento de vitória. Sarah olhou de um para o outro, dando-se conta de que “ele” era O Ted, e inevitavelmente seu rosto tingiu-se de rubro, mesmo que ainda o olhasse séria.
- Tudo bem Malfoy? – Perguntou ele simpático. – Ainda está lendo tanto quanto antigamente? Porque em quase todas as lembranças que tenho de você, sempre havia um livro em suas mãos...
- Engraçado Lupin, todas as lembranças a seu respeito, são de você tentando falhamente fazer a goles passar pelo meu gol. – Alfinetou a Sonserina, arqueando a sobrancelha, já não mais vermelha. Enquanto Estelar esforçava-se para não rir.
- É, você continua mal humorada... – Tornou o rapaz sorrindo. – Você é muito novinha para ser tão séria assim... – Concluiu ele, um tanto quanto sem graça.
- Ah dá um tempo Ted! – Interferiu a Grifinória. – Você e essa sua mania irritante de tratar todas nós como crianças é um saco! Por isso bem feito para você, acabou de levar um fora... Não faz idéia de como eu estou satisfeita. Malfoy eu adorei, vou ficar te devendo uma depois dessa!
- Que coisa... – Respondeu a menina indiferente. – Mas de qualquer forma eu vou me lembrar do que disse Lupin. – Ela parou, pois dizer o sobrenome com dois Lupin´s ali era complicado. – Estelar... – Disse um pouco desconfortável. – Bom, foi bom te rever Phillip, aparece lá em casa... Eu já vou indo... – Disse afastando-se.
Phillip acenou para a menina um pouco atordoado, nunca tinha visto tantas farpas serem trocadas em tão pouco tempo.
- Ela é sempre tão séria, nem parece ter a idade que tem... – Comentou Ted, com o outro rapaz, enquanto a via se afastar.
- É... Eu sempre achei isso encantador. – Respondeu ele sorrindo fraternalmente. – Você está indo para onde?
- Para a academia.
- Eu também, então acho que vamos juntos... – Concluiu. – Bem, foi bom te conhecer Estelar. – Disse ele sorrindo.
- É, igualmente... – Respondeu a menina, um tanto quanto decepcionada. “Ted eu vou azarar você na primeira oportunidade” Pensou ela.
- Tudo bem então... Eu vou indo Estelar, se comporte viu! – Falou o rapaz, ao mesmo tempo em que beijava a testa de sua irmã.
- Eu sempre me comporto. – Respondeu ela sarcasticamente.
Os dois rapazes aparataram, porém antes deles sumirem de fato, Phillip ainda deu um tchauzinho simpático para a menina.
- Eu vou matar o meu irmão! – Disse a Grifinória em voz alta, assim que se viu sozinha.
- Se precisar de ajuda...
- Sarah!? Caramba, você me assustou... Olha, não dá idéia não porque eu realmente estou muito afim disso! O Ted simplesmente arruinou todas as minhas chances... E ele era tão bonito, tão mais velho. Se você soubesse como eu odeio pirralhos... Aliás, da onde você conhece o Phillip?
- Phillip? Nossa Lupin, não sabia que você era íntima dele... – Disse a outra em provocação, erguendo a sobrancelha.
- Dá um tempo ta legal!? Não estou com humor para brigar com você agora... Quem sabe mais tarde. – Falou Estelar, virando-se para ir embora.
- Mas eu não to brigando! – Disse a Sonserina descrente. – Ah! Quer saber, eu até pensei em te ajudar... Mas agora, não quero mais! Vai para o inferno! – Gritou, seguindo seu caminho.
- Ótimo! Igualmente para você querida... – Berrou a outra, inda na direção contrária, pisando duro.
--
“Malditos Lupin´s!” repetia mentalmente a Sonserina, enquanto se dirigia a uma livraria. Estava apreciando a idéia de ir até lá, para encontrar livros bem mais avançados do que os que tinham na seção proibida, para depois testar cada feitiço nos dois irmãos. Assim que a menina se satisfez com os seus livros novos, resolveu ir até a loja de logros. Sarah sabia que seu pai não a queria por lá, mas o que os olhos não vêem o coração não sente...
- Minha afilhada favorita! – Falou em alto e bom som um dos gêmeos, assim que viu Estelar Lupin entrar na loja.
- Não caro irmão, ela á a MINHA afilhada favorita. – Tornou o outro, também se encaminhando para a menina.
Ao vê-los Estelar esqueceu-se automaticamente do seu mau humor, abrindo um enorme sorriso. A garota foi espremida pelos dois irmãos, no centro de um abraço em conjunto. Sarah que estava entrando na loja parou ao ver a Grifinória sendo encoberta por dois Weasley´s.
- Já esqueceu o Phillip? – Falou com um sorriso irônico. – Que rápido Lupin...
- Que Phillip!? Do que ela está falando Estelar? – Perguntou um dos gêmeos.
- Mocinha, você ainda é muito nova para pensar nesse tipo de coisas... – Disse o outro.
- Aliás, acho que vai ser sempre nova demais, não concorda Jorge.
- Totalmente, Fred!
- Me poupem vocês, ok! Já basta o Ted na minha vida... – Respondeu a menina exasperada.
Sarah sorriu, sumindo por entre as prateleiras da loja, muito satisfeita consigo mesma.
- Não, não, não... – Dizia Fred, enquanto gesticulava com o dedo indicador. – Como seus padrinhos temos a obrigação de zelar pela sua integridade física. Por isso, pode falando o nome do carinha...
- Isso mesmo! Precisamos saber quem é o tal, para ir lá azarar o aproveitador de meninas inocentes. – Completou Jorge.
- Ahá, não se dêem ao trabalho... Vocês nunca iriam conseguir azarar tantas pessoas! – Respondeu ela debochada, encaminhando-se para os fundos da loja. Deixando ambos para trás, com expressões chocadas.
- Eu não sei você, mas eu gostava mais dela quando era pequenininha...
- Pois é... Uma gracinha de criança, agora olha para ela!
- Ei, vocês vão ficar aí parados, reclamando como dois velhos, ou vamos trabalhar!? – Gritou a menina de trás do balcão.
Fred e Jorge decidiram seguir a afilhada, dirigindo-se para o balcão da loja, por onde teriam acesso ao depósito do lugar. Ao entrarem a menina já estava com uma prancheta nas mãos...
- Vocês precisam encontrar um outro jeito de me passarem as mercadorias... Olhem para isso! – Disse ela mostrando uma extensa lista. – Esses são os pedidos que eu tenho, não posso entrar em Hogwarts com tudo isso. Os monitores com certeza vão perceber.
- Nossa Estelar, você é realmente uma comerciante eficiente. – Falou Jorge, examinando a lista.
- Ou contrabandista! – Riu o outro.
-É eu sei... – Gabou-se a Grifinória. – Acho que seria muito justo um aumento na minha comissão, vocês não acham?
- Hum, quem sabe... Talvez se você contasse quem é Phillip... – Falou Jorge.
- Ah por Merlin! Vocês são paranóicos... – Exasperou-se a menina.
- Tudo bem, tudo bem... – Tornou o rapaz.
- Vamos esquecer esse assunto ok. – Completou Fred.
- Ótimo! – Disse Estelar suspirando pesadamente. – Tudo bem, vamos falar do que interessa... Eu preciso de um caminho seguro para levar os logros para dentro do colégio, e eu sei que vocês devem conhecer algum... O tio Percy me contou que vocês sempre escapavam de lá, então tem que existir alguma passagem para fora, que eu possa...
- Percy e a sua boca grande... – Reclamou um deles.
- É melhor não exagerar... Não queremos que seja expulsa.
- Não vou ser, sei exatamente até onde posso ir... – Falou ela, exatamente como eles costumavam fazer.
- Fred, meu irmão, nós criamos um mostro!
- De fato Jorge, realmente um mostro. – Disse o outro com falsa preocupação.
- Vou encarar isso como um elogio. – Tornou Estelar sorrindo travessa.
- Claro! – Responderam os gêmeos em uníssono.
- Ah, com licença... - Interferiu alguém.
Os três olharam na direção da porta, onde estava parada uma menina com chamativos cabelos azuis.
- Melanie! – Exclamou Estelar em voz alta.
- Oi Estelar. - Respondeu a outra surpresa.
- Eu estava te procurando... Onde você estava?
- Por aí... – Disse ela de forma evasiva.
- Hum, ok... Eu tenho um recado para você. O Gus... – Estelar interrompeu o que ia dizer ao olhar para os seus padrinhos, que observavam tudo muito interessados. Por isso resolveu mudar de assunto. – Depois! Então, vai levar isso aí? – Perguntou enquanto apontava algo na mão da Lufa-lufa.
- É, eu vou sim... Não tinha ninguém no balcão, por isso eu chamei, espero não estar atrapalhando.
- De forma alguma! – Disse um dos gêmeos.
- Sinta-se à vontade. – Completou o outro.
- Deixa que eu registro isso para você. – Falou a Grifinória, jogando a sua prancheta sobre a mesa, fazendo com que alguns poucos papéis voassem, para pegar das mãos da outra o produto.
- Olha, você deixou cair isso. – Falou Melanie, abaixando-se para pegar um pergaminho caído próximo a mesa.
- Opa, isso é nosso! – Interferiu Fred, pegando o papel antes que a afilhada.
- O que é isso? – Quis saber Estelar.
- Nada importante. – Respondeu o outro.
- Como não!? Vocês praticamente voaram em cima do pergaminho!
- Não seja tão curiosa... – Falou Jorge novamente.
- Ah, qual é... Não é justo me esconderem as coisas. – Disse a menina de forma magoada.
Por um momento os gêmeos se olharam, como se decidissem silenciosamente se deveriam ou não revelar o seu segredo. Ao mesmo tempo a Grifinória piscava travessa, para a outra menina.
- Tudo bem Estelar. – Falou Jorge. – Isso não tem mais utilidade para nós mesmo...
- É, estava mesmo na hora de passar adiante. – Resignou-se Fred.
O rapaz abriu o pergaminho sobre a mesa, pedindo para as meninas se aproximaram com um gesto de mão. Ele retirou a varinha de seu bolso, ao mesmo tempo em que os outros se colocavam ao redor da mesa.
- “Juro solenemente não fazer nada de bom.” – Recitou o ex-grifinório enquanto apontava a varinha para o papel a sua frente.
Imediatamente começaram a surgir sobre o pergaminho as linhas do que parecia ser um mapa...
- Uau... – Surpreendeu-se Melanie.
- Apresento a vocês o “Mapa do Maroto” - Falou Jorge sorridente.
- Maroto... Já escutei isso antes... – Murmurou Estelar debruçando-se sobre a mesa, enquanto examinava o mapa. – Aluado! É o meu pai!
- Sim, sim... Ele mesmo. – Começou Fred. – No final das contas ele também não era tão santo assim...
- Bom... Isso explica muita coisa. – Disse Estelar, bastante satisfeita.
- Espera aí, isso aqui é o mapa de Hogwarts!? É isso mesmo? – Questionou a Lufa-lufa.
- Pois então, o Mapa do Maroto mostra todo o castelo de Hogwarts... Corredores, salas e também todas as passagens secretas, que vocês nem sonham que existem. – Explicou Fred.
- E o que são esses quadradinhos que ficam se mexendo? - Perguntou a Grifinória.
- O mapa também mostra as pessoas que estão no castelo. – Disse Jorge. – Aqui, estão vendo? Olha, a Diretora está na sala dela, o Neville na estufa e assim por diante.
- Isso é o máximo! – Alegrou-se Melanie. – Assim não tem por que se preocupar em ficar fugindo dos monitores...
- Verdade. Com esse mapa posso achar um caminho seguro para entrar no colégio com os logros e não ser pega. Sem contar que vai ser muito útil para as nossas escapadas durante a noite. – Completou a outra, igualmente animada.
A lufa-lufa se assustou ao sentir algo peludo passar pela sua perna. Ao olhar para baixo, se deparou com um dos mini-puf’s da loja.
Sarah reclamou algo, pegando rapidamente o mini-puf do chão.
- Será que dá pra registrar logo isso aqui? Eu tenho que voltar rápido para o castelo... – Sarah se dirigiu a uns dos Weasley’s.
- Sarah? Esse mini-puf é seu? – Falou uma incrédula Estelar.
- Não que seja da sua conta... Mas é sim... Esses bichinhos são ótimos para se realizar experiências de feitiços... – Falou. – Nada que vá matá-los é claro... – Concluiu ela, ao ver a cara incrédula das outras duas.
- Idéia legal! – Juntou a Grifinória. – Você pelo menos achou uma utilidade para essas coisas...
- Credo! Como vocês duas podem ser tão cruéis!? – Disse Melanie exasperada.
- Ah dá um tempo Melanie. Esses bichos são irritantes, sem contar que fedem. Eu odeio eles! – Falou Estelar.
- Mini-puf´s não fedem... – Respondeu a Lufa-lufa.
- Não ta falando sério, não é Estelar!? – Interferiu um dos gêmeos.
- A sua mãe veio aqui hoje mesmo e separou um para você. – Disse o outro, apontando para uma gaiola no canto da sala. – Já está pago, o que vamos fazer com ele?
A menina olhou para onde Jorge indicava, torcendo o nariz para a criaturinha peluda, que saltitava feliz dentro da gaiola.
- Eu não sei de onde a minha mãe tira essas coisas... – Reclamou a Grifinória indo até a gaiola. – Ela tinha que escolher justamente o rosa? Isso é cor de menininha!
- Mas Estelar você é menina! – Disse Fred rindo.
- Sim, mas já passei dessa idade. Aqui Sarah, pode ficar... – Falou ela, estendendo para a Sonserina a gaiola que segurava.
A outra pegou a gaiola lentamente, visivelmente desconfiada. Sarah teria respondido, no entanto um barulho alto, como uma explosão, chamou a atenção de todos ali.
- O que foi isso? – Perguntou Melanie.
- Eu vou ver... – Disse Jorge saindo do depósito.
- Tomara que esteja tudo bem.
- Não esquenta a cabeça Melanie, isso acontece sempre. – Tranqüilizou-a Estelar.
- Hum... O que é isso? – Quis saber Sarah, indicando o pergaminho sobre a mesa.
- É o “Mapa do Maroto”! – Adiantou-se a menina de cabelos coloridos. – Mostra todo o castelo de Hogwarts e as pessoas que estão nele, legal não!? – Concluiu sorrindo.
- É, legal... Esse mapa pode ser realmente útil. Quanto é? – Perguntou a Sonserina.
- Não está á venda. – Respondeu Fred. – Esse mapa é, hum... Como posso dizer? Ah, herança de família! Por isso agora é da Estelar. “Mal feito, feito” – Completou o homem apontando a sua varinha para o pergaminho. – Aqui, agora você já sabe como fazer para esconder o mapa, só na vai esquecer os feitiços para poder usar... – Falou, entregando o mapa para a garota.
- Ahá, isso eu duvido! Do jeito que a Lupin é cabeça de vento, vai acabar perdendo o mapa assim que sair daqui... Um completo desperdício darem isso para ela se querem saber.
- Não enche Malfoy! Eu não vou...
- Espera aí, você é filha da doninha? – Chocou-se Fred.
- Isso não...
- Fred! – Gritou Jorge do lado de fora.
O outro rapaz chegou a levantar o dedo indicador na direção da menina, que já estava pronta para uma resposta mordaz, porém ambos não tiveram a chance de começar, foram interrompidos por uma segunda explosão, ao que parecia agora mais perto, seguida de alguns gritos juvenis.
- FRED!! – Voltou a chamar o outro Weasley, agora com mais vigor.
Fred saiu apressado, sendo seguido de perto pelas meninas. Do outro lado, os estudantes de Hogwarts entravam agitados na loja, enquanto Jorge segurava a porta.
- O que está acontecendo? – Perguntou Fred, berrando para poder sobrepor a gritaria dos alunos.
- Estão atacando a cidade. – Gritou o outro em resposta. – Vamos rápido, ainda tem muitas crianças nas ruas... – Completou, saindo logo depois para as ruas, empunhando a sua varinha.
- Atenção todos vocês! – Começou Fred. – Fiquem dentro da loja, não saiam por nada, entenderam!? Estelar! – Chamou voltando-se para a menina. – Você estará segura aqui, a loja tem alguns feitiços de proteção, não tem com o que se preocupar.
“Como não vou me preocupar?” Perguntou-se a garota, vendo seu padrinho sair da loja apressado. Estelar não conseguia se lembrar de ter visto os gêmeos tão sérios, como estava vendo agora.
-Ei você, o que está acontecendo lá fora? – Questionou a Sonserina, para a primeira pessoa que viu.
- Ai nem... Eu não sei direito. Estava tudo quieto, normal sabe? E de repente apareceram essas pessoas vestidas de preto, atacando e... Sei lá, eu estou com medo! Respondeu a menina, com os olhos lacrimosos.
- É Kayla o seu nome não é? – A menina meneou a cabeça positivamente. – Então Kayla, você escutou alguma coisa que seja importante, ninguém disse nada? – Quis saber Estelar.
- Eu ouvi alguém dizendo que...
A Corvinal interrompeu a sua narrativa quando os alunos próximos à janela começaram a gritar, enquanto olhavam para cima.
- É a “Marca Negra”! – Alguém berrou.
Sarah largou de qualquer jeito o que segurava, e saiu bruscamente, abrindo caminho entre os estudantes, para chegar até a janela. Logo atrás dela estavam Melanie e Estelar. Quando as três pararam próximas aos vidros da loja, puderam ver no céu uma enorme caveira, com uma cobra saindo de sua boca, ambas tingidas de verde.
- Espera aí, essa não é a marca daquele-que-não... – Começou a Lufa-lufa.
- É, do Voldemort, ele mesmo. – Cortou Sarah.
- Mais isso não faz o menor sentido... – Comentou Estelar. – Ele está morto!
Um flash de luz passou em frente à vitrine, assustando-as. Era possível ouvir de dentro da loja, toda a gritaria das ruas, vindas sempre da direção em que estava a Marca Negra. Um menininho, provavelmente do terceiro ano, entrou no campo de visão das meninas, vindo correndo do final da rua, do lado aposto a confusão. O coitado estava apavorado, parecia correr a esmo, sem saber onde se esconder... As garotas assistiram estarrecidas, o inocente estudante ser lançado ao chão, gritando desesperadamente, enquanto um homem encapuzado surgia as suas costas, lhe apontando a varinha, gargalhando satisfeito.
- Meu Deus! É uma... Uma maldição imperdoável. – Falou Melanie com a voz embargada.
- Isso é crueldade... – Começou a Grifinória, com os olhos cheios de lágrimas. – Eu é que não vou ficar aqui vendo isso sem fazer nada! – Alterou-se ela.
A garota sacou a varinha, enquanto abria caminho até a saída, ganhando rapidamente as ruas de Hogsmeade.
- Espera Estelar! O quê você vai fazer? É perigoso sair... – Advertiu a Lufa-lufa, mas mesmo assim seguindo a outra.
- Ei seu covarde! Por que não enfrenta alguém do seu tamanho? – Gritou Estelar apontando a varinha para o homem.
- Ela enlouqueceu! – Disse Sarah, olhando estática para a outra.
- Para com isso. – Sussurrou Melanie junto à outra. – Não provoca ele Estelar! Agente nem pode usar a varinha!
- Volta pra dentro Mel... – Tornou a grifinória séria. – Ei! Eu estou falando com você! – Gritou ela novamente, chamando o homem de perto.
Seguindo o conselho da grifinória, Melanie voltou correndo para dentro da loja. “Eu preciso de alguma coisa para ajudá-la!” pensou a menina tomada pela adrenalina.
O homem se virou encarando a pirralha a sua frente, uma gargalhada ensurdecedora saiu de sua boca. Ele retirou o capuz, revelando ser um homem de meia idade, seu rosto afetado mostrava um olhar sádico, lambendo os lábios, como se fosse devorá-la.
“Ai que nojo!” pensou a menina, sem evitar a careta de asco que se formou em seu rosto.
- He, he... Você quer brincar garotinha? – Falou com a voz tremula meio embargada.
- Ah, vai para o inferno seu tarado! Expelliarmus! – Gritou desarmando o homem a sua frente.
A garota correu até o menino que estava entre os dois, tentando levantá-lo. O homem aproveitou esse momento de distração e a puxou pela gola da blusa, prensando-a pelo pescoço na parede.
- Você não devia ter feito isso... – Ameaçou ofegante, próximo ao rosto de Estelar.
- Fica longe de mim! – Respondeu a menina exasperada, se debatendo.
Ele apertou mais a garganta dela, com raiva. Melanie saiu correndo da loja de logros, se deparando com Estelar na mão do tal comensal, sem pensar duas vezes, soltou uma caixinha no chão, que automaticamente se abriu, liberando uma cortina de fumaça, cobrindo a rua.
- Solta ela... – Disse uma voz séria atrás do homem, ele sentiu uma varinha pressionando sua nuca. – Eu tenho uma varinha e não tenho medo de usar. – Completou Sarah Malfoy as costas do homem. O comensal chegou a virar o rosto para ver quem o ameaçava, porém foi pego de surpresa por um Estupefaça e apagou, largando Estelar. Uma corda foi conjurada o prendendo. Remo Lupin vinha correndo com a varinha em punho, sendo seguido por outros professores de Hogwarts, com os outros comensais também dominados.
Melanie correu até o estudante, que antes estava sendo torturado, e o ajudou a levantar. O pobre menino parecia ainda mais branco, e a Lufa-lufa teve que usar de toda a sua força para mantê-lo de pé. Neville e Hermione estavam junto com o professor de DCAT, e pareciam bastante agitados. No semblante da professora, era nítido o medo por algo que deveria ficar esquecido no passado...
Estelar apoiou o seu corpo na parede, suas pernas tremiam, mas apesar de tudo o que a deixava mais surpresa era ver Sarah Malfoy ali. Nunca imaginou que a garota se arriscaria assim... Por um momento, os olhares das garotas se cruzaram, mas nada foi dito, entre elas existiu a cumplicidade muda de algo inusitado.
- Estelar, minha filha, você está bem? Não se feriu? – Questionava Remo enquanto a abraçava afobado.
- Tudo bem pai. – Respondeu ela em voz baixa.
- O que você pensa que...
- Professor Lupin! – Chamou Hermione. – Nós precisamos acionar o Ministério e chamar os Aurores. Não podemos manter esses comensais aqui... – Ao dizer a palavra “comensais” a mulher sentiu todo o peso de seu significado. Internamente ela pedia que nada daquilo fosse real.
- Claro, claro...
Lupin lançou um Patrono e em questões de segundos diversos Aurores estavam aparatando em Hogsmeade. A expressão de incredulidade era uma constante nos rostos dos que chegavam... A agitação geral transformou a tranqüila cidade em um circo, onde pessoas andavam a apressadas, assustadas e nervosas. Vindos do Castelo de Hogwarts chegaram Minerva McGonagall e Hagrid. A diretora do colégio de magia e bruxaria, imediatamente dividiu seus professores para que escoltassem os alunos de volta para o castelo, enquanto os Aurores levavam os atacantes. Os antes animados alunos, agora estavam calados... Um silêncio mórbido pairava sobre a procissão das pessoas que retornavam para a escola, cada qual imerso no seu próprio pensamento. De todos ali, a única pessoa que mantinha a expressão tranqüila era Sophie, que seguia de mãos dadas com Minerva. A garota olhava para todos ao seu redor sem entender o que eles tanto temiam...
- Sarah! - Chamou Malfoy com a voz alterada. – Onde você estava? – O professor de poções vinha apressado até a menina, pegando-a pelo braço, trazendo-a para junto de si. Ele não via mais ninguém a sua volta, somente a filha, como se ela fosse a única pessoa precisando de assistência. – Fique perto de mim. Eu vou levar você...
- Onde você estava Malfoy? – Quis saber Lupin.
- No castelo, onde mais estaria!? – Respondeu o outro sem paciência.
- Então por que só chegou agora? Você por acaso não viu a Marca negra, ou simplesmente fingiu que não...
- Já chega Remo! – Interferiu Minerva. – Não vamos discutir isso na frente dos alunos. Vamos todos voltar para o colégio, aí sim nos reunimos na diretoria, antes disso mantenham os seus ânimos controlados. – Concluiu a mulher taxativa.
No castelo os alunos foram encaminhados pelos monitores, para os seus salões comunais, enquanto os professores se juntavam na sala da direção. A diretora foi bastante clara quando disse que não iria tolerar ninguém andando pelos corredores, por isso garantiu pessoalmente que todos continuassem onde deveriam.
--
Quando Minerva entrou em sua sala, os demais professores estavam calados e alguns deles bastante mal humorados...
- Muito bem! Vamos por partes... – Começou a mulher tentando se manter tranqüila. – É inquestionável que aquilo que estava no céu, era sim a “Marca negra”, não restam dúvidas! Quanto às pessoas que fizeram isso, bom...
- Eles estavam bêbados, diretora. Todos eles! – Falou Neville.
- Bêbados? – Tornou a mulher surpresa.
- Ao que parece ainda existem alguns simpatizantes de você-sabe-quem, mesmo ele estando morto. – Alfinetou Lupin olhando diretamente para Draco.
– Como eu disse... – Interferiu Neville – Os responsáveis pelo ataque estavam bêbados... Por isso devem ter se sentido confiantes o suficiente para fazer esse tipo de ataque. Ninguém foi morto, ou ferido gravemente, mas ainda assim a “marca negra” foi conjurada...
- Na minha opinião, tudo foi uma questão de oportunidade. – Falou Hermione não muito convicta. – Talvez essas pessoas ainda não tenham aceitado a derrota. É plausível que tentem alguma retaliação, mesmo depois de tanto tempo...
- Ainda assim Hermione, não é aceitável que algo assim aconteça nos dias de hoje. – Cortou o professor de DCAT. – Homens bêbados não saíram correndo por aí do nada, gritando “O Lord das trevas vai voltar!” Além do mais, se conjuraram a marca negra, não acredito que tudo se tratasse apenas de excesso de bebedeira. Será que vocês não acham suspeito, que tantos ex-comensais da morte estivessem juntos no mesmo lugar?
- E o que você sugere Lupin? Que o lord das trevas retornou? Que Potter morreu e ainda assim não cumpriu sua tarefa? – Draco olhou o outro professor com uma cara debochada. - Significa que Potter fora incompetente, é isso que está dizendo? – Pontuou de forma maliciosa.
- Não tente bancar o esperto moleque! Não vamos desviar do assunto principal que é o ataque dos supostos comensais. Pare de enrolar e diga onde estava. – Exigiu o professor de DCAT.
Draco não teve outra reação além de gargalhar. – Você realmente está me interrogando Lupin? – Disse de forma irônica.
- Bom. Você já atacou Hogwarts uma vez... – Começou Neville, em voz baixa. – Poderia fazer de novo...
- Esperem, não vamos exagerar! – Interveio Hermione. – Não se pode acusar ninguém desse jeito, sem provas.
- Não preciso que me defenda Granger, eu estou acima de qualquer comentário que venha de gente como o Longbotton, porém se fazem tanta questão, eu digo e repito que estava no laboratório de poções, como sempre faço. – Terminou ele, enfatizando o sempre.
- Não estava defendendo você Malfoy... Estou sendo apenas sensata! – Respondeu a professora de transfiguração, em um tom de voz superior.
- Então como ficou sabendo do ataque? Porque se estava no laboratório como diz, não teria visto a marca negra, muito menos saber que sua filha corria perigo. – Questionou Lupin.
- Você realmente acha que se eu estivesse colaborando com aqueles homens, eu teria deixado minha filha ir a Hogsmeade? – Draco enfrentou Lupin com o olhar. – Mas se você quer saber. – Falou, retirando de dentro de sua blusa um pingente com o brasão da família Malfoy. – Esse cordão é uma espécie de amuleto que me avisa quando ela corre perigo. – Concluiu de uma forma paterna, quase inaceitável, vindo de quem veio.
- Ah, muito favorável para você não é? – Debochou o outro.
Draco guardou o pingente, se levantando exasperado.
- Eu não lhe devo explicações Lupin. Se não acredita, pouco me importa o que você pensa. Ao menos que você tenha provas contra mim, não vou ficar aqui escutando você uivar.
- Malfoy! – Exclamou Minerva, falando mais alto do que costumava.
- Cuidado com as suas palavras Malfoy. – Gritou Lupin. – Você não tem moral para falar de ninguém dessa forma. A sua conduta duvidosa deve sim ser questionada! E eu não vou permitir que as coisas fiquem sem uma conclusão satisfatória, não vou deixar que a história se repita! – O professor de DCAT estava completamente descontrolado.
- Já disse... – Draco Malfoy falou suspirando. – Quando conseguir alguma prova contra a minha pessoa, você sabe onde me achar. – Ele caminhou para a saída.
- Um momento Malfoy. – Chamou Granger, que até então estava em um canto, quieta. – Existe um jeito de tirarmos as nossas dúvidas.
Draco parou se virando para a mulher.
- Bom... – Começou ela sem jeito. – Os comensais da morte tinham a marca negra tatuada, e pelo que eu sei, ela costumava reagir à presença do Voldemort. Então, se você... – Ela deixou o restante da frase morrer, sem ter certeza de como o outro reagiria.
- O que exatamente você quer dizer com isso? – Disse Malfoy impaciente.
- Tudo bem! Se você tiver a marca negra e ela estiver ham... Viva. Bom, aí nós saberemos quem chamou os comensais e obviamente você também... – Concluiu ela.
Draco a encarou com os olhos semicerrados, tentando descobrir onde aquela mulher estava querendo chegar. Sua vontade era de azará-la, porém não o fez. Ele suspirou cansado, se rendendo a sua condição, por isso ergueu a manga de seu sobretudo e amostrou o que seria a marca negra, porém nada mais era do que uma cicatriz acinzentada no formato dela.
- Acredito que agora todas as dúvidas relacionadas à integridade do corpo docente dessa escola, estejam sanadas. – Interferiu McGonagall. – Não vamos mais discutir esse assunto! O que nos resta a fazer, é esperar a investigação dos aurores.
- Concordo Diretora. – Juntou Neville. – É melhor voltarmos agora, os alunos estão agitados... – Concluiu se dirigindo para a saída.
Os outros professores também deram por encerrada a reunião e começaram a se retirar. Lupin ainda encarou o professor de poções, visivelmente insatisfeito antes de sair, logo atrás de Hermione, que parecia querer sumir dali o mais rápido possível. Draco saiu logo em seguida, ainda mal humorado. Todos eles eram observados pelo olhar altivo de Minerva McGonagall, que assim que se viu sozinha, deixou-se levar pela preocupação. A mulher caminhou lentamente até um canto da sala e descobriu um enorme quadro, que estava pendurado na parede. Aqueles olhos azuis e bondosos conseguiam acalmá-la sempre...
- Alvo... – Começou cansada, suspirando pesadamente. – O que isso significa? A nossa paz não pode estar ameaçada, pode?
- Nada dura para sempre Minerva. – Respondeu ele sereno.
- Mas tudo está tão recente! Ainda existem tantas feridas que não cicatrizaram...
- Já se passaram vinte anos. O Mundo mudou, as pessoas mudaram... Não podemos impedir isso! Sempre irá existir algo a ser feito, ou conquistado. A paz não é imutável, sabe disso.
- Sim, eu sei. Mas gostaria que fosse... – Era notável a perturbação da mulher. – Sinceramente chequei a acreditar que aquilo que a Sibila disse, não passou de mais um truque dela. Mas acho que não.
- Não! A Sibila é uma mulher que sabe o que diz, pelo menos em momentos assim. – Existia um sorriso brincalhão no rosto de Dumbledore ao dizer tal coisa.
- Alvo por favor...
- Mantenha o seu coração calmo minha amiga, vai precisar. Tempos difíceis virão e não estará em nossas mãos o desfecho dessa história.
- Eu só espero que dessa vez as coisas acabem menos sombrias...
- Isso nós vamos ter que esperar para saber.
--
Granger caminhava apressada pelo corredor, indo para a sua sala, ao mesmo tempo em que o seu cérebro tentava desesperadamente, encontrar uma resposta coerente para os acontecimentos daquele dia.
- Como você sabia da marca negra Granger? – Disse Draco as suas costas, visivelmente irritado.
A mulher saltou de susto, virando-se em seguida. Estava tão distraída, que não escutou o outro se aproximar, por isso não pode evitar a sua expressão de surpresa, mas além disso a mulher estava também constrangida. Afinal, tinha feito deliberadamente acusações horríveis contra o outro professor.
- O que? – Perguntou tentando manter a calma, o que era quase impossível naquele corredor vazio, exceto por eles dois.
- O que eu disse Granger... Como você sabia da marca negra? – Ele falava com certo rancor.
- Para falar a verdade eu não tinha certeza, só imaginei... – Tornou ela, sem encará-lo.
Draco andou rápido até ela, pegando em seu braço, sem a menor delicadeza.
- Você se divertiu!? Heim!? Gostou de me fazer de palhaço!? Me mostrando como ex-comensal para todos!? – Falava descontrolado, de forma muito rápida. – Aposto que vai rir da minha cara com o Lupin! – Ele soltou com força o braço da mulher, porém seu olhar furioso ainda pairava sobre ela.
- Não seja tolo Malfoy! – Gritou ela em resposta. – Não tenho porque perder o meu tempo com esse tipo de coisa... Não fiz o que fiz por você! Pare com essa mania de achar que tudo o que acontece é por sua causa. – Mais uma vez, a sempre tão educada Hermione, perdia o seu controle frente ao professor Malfoy. – Eu não dou a mínima para você, aliais ninguém dá! Afinal de contas, você não é digno de confiança, nunca foi... Você é igualzinho ao seu pai comensal!
Draco tremendo de fúria ergueu a mão e acertou em cheio o rosto da mulher, num sonoro tapa. Ele arfava, e estava muito vermelho, porém havia dor em seus olhos... Hermione não teve reação, ficou estática com uma de suas mãos segurando o rosto, olhando para o homem à sua frente dividida entre a raiva e a surpresa, entre a dor e o remorso. Seria muito mais fácil de reagir se ele tivesse ofendido a memória de um dos seus amigos, mas aquilo era diferente... Fora ela que o ofendera e disso a professora tinha consciência.
- Nunca mais se meta comigo Granger, ou mecha com o meu passado. – Ele falou com uma voz letal. – Eu não matei Dumbledore porque era um covarde, mas pode apostar que isso eu não sou mais. – Ele se moveu passando por ela com passos rápidos.
- Malfoy. – Chamou ela em voz baixa, sem se mexer de seu lugar. – Você não matou Dumbledore porque não podia, e eu duvido que possa fazer algo parecido hoje me dia. Você não seria capaz... – Concluiu a mulher convicta, voltando a caminhar.
- Quem sabe um dia, você presencie isso Granger, poderá ser a sua última memória... – Draco falou alto, voltando ao sarcasmo habitual, para que Hermione o ouvisse.
Os professores retomaram os seus caminhos, rumando por direções opostas. Cada qual carregando o peso de todas as palavras trocadas ali...
--
N/A (Ariene): Phantom Lord também é um capítulo grande, e foi ótimo escrevê-lo! Têm coisas realmente engraçadas, e já outras... Só uma coisa, nós avisamos que o nosso Draco Malfoy não era nenhum mocinho bondoso com amor no coração, por isso espero que vocês não tenham ficado tão “chocados”, é, acho que posso usar essa palavra... Mas, mudando de assunto, o lance é que nenhum outro capítulo combinou tão bem com a música tema quanto este, pelo menos na minha opinião... Huhuhuhuhuhuhuhu. Espero que gostem.
N/A(Bárbara): Pois é²... Como a Ariene disse, combina desde o nome da música até a última palavra do cap... Se encaixou perfeitamente...
--
Phantom Lord (Metallica)
O som rasga através de seus ouvidos
O som ensurdecedor de metal por perto
Seus corpos esperando seus açoites
O gosto de couro em seus lábios
Ouça o grito de guerra
Mais alto que nunca
Com sua espada nas mãos
Para controlar a terra
Batidas massacrantes de metal
Na noite aterrorizante
Caia de joelhos
Frente ao Lorde fantasma
Vítimas caindo acorrentadas
Você os ouve gritando dores mortais
Os punhos do terror abrindo caminho
Agora não há nada que possa fazer
Os exércitos de couro prevaleceram
O Lorde fantasma nunca falhou
A fumaça levanta do chão
O volume cada vez maior do metal
Caia de joelhos
E curve-se ao Lorde fantasma
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!