Geração Coca-cola
*** Capítulo 8 – Geração Coca-Cola
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“...Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola...”
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- “As oito horas em ponto! Atrasos, de forma nenhuma, serão tolerados” – Essas foram as últimas palavras ditas por McGonagall antes do jantar no salão comunal.
A diretora de Hogwarts estava se referindo ao horário que os alunos deveriam estar nos lugares determinados para cumprir suas detenções, sendo elas em partes diferentes do castelo.
Minerva organizou pessoalmente cada grupo, delegando todas as detenções logo no dia seguinte a confusão. Por isso, naquele mesmo dia, no horário indicado, lá estavam eles, o grupo de estudantes do quinto ano. Esses alunos seriam os responsáveis por organizar todos os livros da biblioteca, a detenção não teria prazo, só sairiam dali quando todos estivessem catalogados e organizados. McGonagall realmente estava furiosa com o ocorrido...
- Estão todos aqui? – A bibliotecária falou, olhando um por um.
- Que tal pedir para quem não está levantar a mão? – Falou o mesmo Corvinal que havia arrumado confusão com Estelar e Sarah no campo.
A bibliotecária o olhou aborrecida. Empinou o nariz e deu espaço para que eles entrassem. Todos estavam silenciosos e principalmente, mal humorados.
- Ainda arrebento esse garoto na porrada. - Sussurrou Estelar contrariada.
- Lupin, você vai ter que disputar isso comigo no tapa... Porque esse verme está no topo da minha lista negra... - Sarah falou baixo, passando perto de Estelar, mas fazendo-se ouvir pelo corvinal.
- Relaxa querida, agente corta ele no meio e está tudo resolvido. - Tornou a garota com um sorriso sádico nos lábios, ao mesmo tempo em que olhava diretamente para o rapaz.
Sarah olhou nos olhos do corvinal.
- Como se metade fosse me satisfazer... Ah, ele inteiro não vai dar nem para o começo...
- Quietas! Não arrumem mais confusão do que já arrumaram! - a bibliotecária falou severa andando mais rápido.
- Elas até pensam parecido... - Comentou Sophie sorrindo.
- É impressionante a capacidade que você tem de dizer absurdos! - Disse o amigo da garota.
“Estou cercada de gente doida.” Foi esse o pensamento de Melanie Belford, também no grupo da biblioteca.
- Tá se achando gente Peter? Não sabia que você tinha moral pra isso... - Sarah provocou, ignorando o aviso da bibliotecária.
- Vamos parar por aqui! Quero cada um de vocês em um corredor, sem conversa, risadas ou brigas. - A mulher falou muito séria, indo se sentar a sua mesa. - Senhoritas, Belford e Lupin e senhor Carter corredores à esquerda, senhoritas Malfatini e Malfoy e senhor Dragon corredores à direita. - Ela estava anotando o que falara em um pergaminho. - Vocês sabem o que fazer, agora mexam-se!
Os alunos se dividiram de acordo com o ordenado e se encaminharam para as prateleiras indicadas.
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- Estou começando a achar que não foi tão lucrativo assim brigar com aqueles sonserinos... - Começou frustrada a Lufa-lufa, enquanto olhava para as pilhas e pilhas de livros a serem organizados. - Com certeza não foi tão prazeroso assim para valer todo esse esforço. Olha só pra isso, vamos ficar aqui a noite toda!
- Reclama com as dondocas ali... Aposto que não estão nem ligando pro que acontece com os outros... São duas filhinhas de papai que não se importam com nada mais do que o próprio nariz... - O Corvinal, conhecido como Vinicius Carter falou alto, em meio aos corredores.
- Silêncio! - A bibliotecária esbravejou, para depois começar a tomar o chá que estava sobre a sua mesa, tentando de tudo para manter a calma.
A Grifinória resmungou alguma coisa que os outros não puderam entender, mas de alguma forma Melanie sabia que a garota devia estar amaldiçoando o tal de Carter.
Ainda silenciosa, Estelar começou a trabalhar, quanto mais rápido saísse daquele lugar, melhor.
Eles estavam ali, não mais que meia hora, a bibliotecária já estava bebendo sua segunda xícara de chá, lendo um grosso livro, só o que se era ouvido era o som dos livros sendo abertos e das penas arranhando os pergaminhos. Todos faziam seu trabalho de maneira entediada. Já estavam ficando cheios de tudo aquilo.
O silêncio tedioso que se instalou na biblioteca fora interrompido por uns gritos agudos, parecia que alguém estava sendo torturado, demorou um pouco para que os alunos percebessem que se tratava de música, algo semelhante à ópera.
- Que porra é essa?! – Falou Estelar um pouco mais alto do que deveria, enquanto largava o livro que tinha em mãos, saindo de onde estava pra ver o que acontecia.
- Controle seu linguajar senhorita. – Falou a bibliotecária para em seguida continuar sorvendo a música.
Em algum canto, pôde-se ouvir uma segunda voz, acompanhando a música horrenda. Peter olhou por entre os espaços de um livro e outro e pôde ver Sophie, cantarolando a maldita música.
- Mas que droga Sophie! Para de cantar isso! Ta pior que o disco! – Peter esbravejou alto.
- Eu realmente espero que estejam satisfeitas! – Começou Vinicius. – Além de ficarmos fazendo faxina, agora temos que aturar essa tortura auditiva.
- Se está assim tão incomodado, porque não vai até lá e desliga aquela porcaria? – Respondeu Estelar, um tanto quanto irritada.
- Acho que seria mais fácil azarar logo a bibliotecária. – Falou Melanie. – Assim agente poupa o mundo disso. Esse troço não é música! Os meus ouvidos estão começando a doer...
Todos ali estavam ouvindo a música por no máximo dez minutos, porém, parecia muito mais que isso e estava ficando cada vez pior.
Sarah Malfoy saiu do corredor onde estava e foi andando lentamente até a bibliotecária com pergaminhos na mão.
- Senhora Shimith? – Sarah falou se aproximando da mesa.
A mulher a olhou.
- Bom, eu já terminei com esses pergaminhos aqui, preciso de mais.
A bibliotecária olhou satisfeita para Sarah que sorria levemente. Ela pegou mais alguns pergaminhos na gaveta da mesa.
- E... Senhora Shimith? – A menina já estava se afastando da mesa.
- Diga.
- Sabe aquele livro biográfico que a senhora estava lendo semana passada? – Falou a menina simpática.
- O que tem?
- Bom, ele ainda está com a senhora? É que eu já cheguei à prateleira dele e não o vi.
- Ah, está comigo! É que eu o levei para meus aposentos. – Sarah se aproximou novamente da mesa.
- A senhora já o terminou? – Falou a Sonserina, olhando distraída para a mulher. – É que eu detesto trabalho incompleto, queria catalogá-lo e por na prateleira.
O sorriso da bibliotecária aumentou.
- Claro. Vou pegar. – A senhora se levantou, indo até sua sala particular que ficava agregada à biblioteca.
Sarah esperou que ela entrasse por completo na sala para esticar a mão na direção do chá na mesa, despejando rapidamente o conteúdo de um vidrinho no chá. Ela o escondeu em seu bolso e aguardou a bibliotecária retornar.
- Aqui está querida.- Era visível o sorriso de satisfação em ambas as faces, mas obviamente por motivos completamente diferentes.
- Obrigada. – A menina se virou e voltou para o corredor onde estava.
Cinco minutos depois a música estridente que invadia o lugar sumiu, dando retorno ao tão desejado silêncio.
- Ah! Graças aos céus! – Disse Melanie.
Vinicius se adiantou, saindo do corredor para seguir até a mesa da senhora Shimith, sendo seguido de perto pelas duas garotas.
- Você matou a velha?! – Falou alterado, assim que chegou próximo a Sarah que estava parada ao lado da bibliotecária debruçada em sua mesa.
- É claro que não! – Interveio Estelar, em meio às gargalhadas.
- Vem cá Carter, você ta achando que eu sou o que? Burra? Eu não sou da sua família! É claro que eu não matei a mulher! Só a botei pra dormir...
- Pois você acaba de fazer um bem enorme. Mais um minuto ouvindo essa música e eu estava surda. – Disse Melanie.
- O que aconteceu com a música? – Questionou Sophie chegando perto dos outros.
- A sua coisa que você chama de música está morta... – Sarah olhou Sophie com um olhar perverso.
- O que você fez com ela Malfoy? – Peter parou ao lado de Sophie.
- Já disse, ela está dormindo. Essa música de tortura estava me incomodando... Botei uma poção do sono no chá dela... – Falou a sonserina de forma corriqueira, como se falasse do tempo.
- Como você arrumou essa poção? Heim Malfoy?! – Vinicius falou desconfiado.
- Hum... Não que eu lhe deva explicações Carter... Mas eu peguei emprestado de meu pai... Sem ele saber é claro. – A menina voltou para o corredor onde estava sumindo do campo de visão dos outros.
- Isso é bem típico de você Malfoy. – Vinicius falou indignado.
- Mas é claro que é Carter, eu sou uma Malfoy, se isso não fosse típico da minha pessoa, eu seria filha do padeiro...
Melanie e Estelar gargalharam de forma audível.
- Vocês não deveriam estar rindo desse jeito... - Começou a corvinal manhosa. - Acabaram de destruir uma propriedade particular e...
- Ah, relaxa! - Cortou Estelar. - Ninguém aqui fez nada.
- Mas ela...
- Se ninguém viu, nada aconteceu Sophie.
Malfatini deu de ombros e voltou aos seus afazeres, conformada com a situação.
- Sabe Lupin, eu não estaria tão confiante. Afinal de contas eu poderia...
- Você não se atreveria... - Disse Estelar em um tom de voz mordaz.
- Muito bem gente! - Interveio Melanie. - Estamos livres do suplício auditivo... Então agora temos que dar um jeito de acabar logo com a tarefa da detenção. Agente tinha que fazer tudo manualmente, mas como a nossa querida supervisora está no seu sono de beleza... - Continuou a garota, agora sorrindo em direção ao corredor onde estava Malfoy. - Eu sugiro usarmos magia, assim damos logo o fora daqui.
- Que seja! - Respondeu Vinícius de má vontade.
Imediatamente a Lufa-lufa começou a fazer os feitiços necessários, sendo acompanha por uma satisfeita Estelar. Carter ainda relutou um pouco, mas por fim, decidiu que seria muito mais prático imitar as garotas, porque assim se veria logo livre de todas aquelas pessoas irritantes...
- Nunca imaginei que logo você teria esse tipo de idéia, como eu diria... Hum, trapaceira? Sim, essa seria a palavra. - Disse Peter aproximando-se da garota de cabelos coloridos, também começando a executar os feitiços.
- Só estou sendo prática! - Respondeu. - Não me interessa nem um pouco passar a noite aqui na biblioteca.
- Ainda assim, você não me parece o tipo de pessoa que...
- Ah, não se deixe levar pelas aparências... Elas costumam nos enganar quase sempre.
- É verdade. - Sorriu o rapaz. - Você tem razão. Mas se quer saber, na minha opinião isso só torna tudo mais interessante...
“Ele está me cantando ou é impressão minha!?” Pensou a garota, sem saber o que responder, por isso se limitou a sorrir em concordância, continuando com o seu trabalho. Normalmente a Lufa-lufa não ficaria perturbada com esse tipo de situação, estava bastante acostumada a lidar com isso na verdade, todavia por mais que Peter fosse bonitinho, acima de tudo, na visão da garota, ele era estranho e isso realmente não a agradava nem um pouco.
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Não demorou muito para que todo o trabalho terminasse. Graças aos feitiços, eles fizeram em pouco tempo o que levariam horas... A única que insistiu em não usá-los foi Sophie, que continuava satisfeita, organizando e catalogando tudo manualmente.
- Por Merlin, finalmente... - Falou a Grifinória enquanto se espreguiçava. - Estamos livres! Vou sair logo daqui antes que...
- Não seja burra Lupin! - Cortou Sarah saindo de um corredor. - Se sairmos daqui tão rápido, vão desconfiar. A diretora espera que demoremos... Por isso temos que ficar e fingir que ainda trabalhamos.
- Isso é verdade. - Juntou a Lufa-lufa.
- Tudo bem, tudo bem... Eu já entendi. - Era visível que Estelar estava contrariada, porém um segundo depois um sorriso malicioso apareceu em seus lábios. - Bom, eu não sei vocês, mas eu não vou desperdiçar o meu tempo aqui... - Começou enquanto caminhava animada na direção dos fundos da biblioteca. - Por isso vou aproveitar a situação e fazer algo que sempre tive vontade!
- Lupin você vai nos causar problemas. - Advertiu Vinícius, indo atrás da menina.
- Então finja que não está me vendo.
- O que você vai fazer? - Quis saber Melanie, também andando atrás de Estelar.
- Vou entrar na seção proibida. - Respondeu sorridente.
- Sabe, ela não tem esse nome à toa sabia? - Voltou a falar Melanie, agora sorrindo.
- Isso é um mero detalhe... Além do mais, chamar qualquer coisa de “proibido” só atiça mais a curiosidade! Se colocassem uma placa dizendo: “Caros alunos, entrem e vasculhem a vontade!” Acredite, eu não daria a mínima, logo a culpa não é minha...
Melanie não pode deixar de concordar com a Grifinória, por isso a seguiu quando ela abriu o portão e entrou na tal seção. Vinícius estava visivelmente nervoso, andando de um lado para o outro, em frente ao portão por onde as garotas haviam passado.
- Vocês realmente não deveriam estar...
- A sua covardia é impressionante Carter. - Cortou Malfoy, se juntando a elas.
Sarah entrou na seção proibida, se dirigindo para os corredores mais a fundos, onde começou a fuçar alguns livros, que claramente eram de procedência duvidosa. Por último, chegaram Peter e Sophie, que mantinha no rosto uma expressão de completo desinteresse, por isso passou direto pela entrada da seção proibida, para se sentar em uma cadeira próxima, enquanto tirava do bolso um livro de histórias infantis, todo escrito em runas antigas. Muito satisfeita, a Corvinal começou a sua leitura, abstraindo todas as outras pessoas ao redor. Por um momento, Peter ficou parado diante do portão da sala, pensando se seria prudente, ou quem sabe adequado entrar, mas logo em seguida virou as costas indo se sentar ao lado da sua amiga, era melhor não arriscar...
Vinícius continuou reclamando. Ele discursava há alguns minutos sobre a irresponsabilidade das meninas, que continuavam em sua pesquisa, sem sequer lhe dar atenção.
- Carambra, como esse garoto é chato! - Reclamou a Lufa-lufa.
- Continue ignorando... Uma hora ele se cansa. - Tornou Estelar. A menina desviou o seu olhar para a Sonserina, que tinha em suas mãos um grosso livro de capa escura. - O que você está lendo? – Quis saber ela, aproximando-se da Sarah.
- Um livro com a história de bruxos das trevas... É um grande manual do que não se fazer quando se quer dominar o mundo... – Respondeu à outra, não se importando com a aproximação da grifinória e da lufa-lufa.
- Ha! Concordo!
- O Voldemort, por exemplo...
- Não diga esse nome! – Gritou Vinicius da porta da seção proibida.
As três garotas pararam e olharam para o corvinal que as olhava vermelho.
- Ta com medinho? – Provocou a grifinória.
- Vocês não têm que ficar falando esse nome! – Gritou ele novamente.
- Que nome? Voldemort? – Sarah repetiu com voz rasteira, sorrindo sacana e olhando para o menino.
- Nossa Malfoy... Repete. – Falou Estelar de modo apreciativo, repetindo o mesmo olhar da sonserina.
- Voooooldemort... – Falou a outra, mais lentamente, alongando a palavra.
- Hum... Estou tremendo de medo... - Debochou a menina, enquanto fingia uma tremedeira. - Fala de novo... – A Grifinória tentou manter o tom provocativo, mas já estava começando a ficar difícil segurar a risada.
- Voooooooooooooooooldemort... – A sonserina alongou mais a palavra e aveludou a voz.
- Vocês são loucas! – Falou Vinicius novamente.
- Olha, eu odeio ter que dizer isso, mas concordo com ele... – Disse Melanie.
- Frouxos... - Começou Sarah, fechando o livro, enquanto sorria. - Vou ter que dar o braço a torcer e dizer que a única que de fato ganhou minha admiração foi você Lupin... – Concluiu a menina, colocando livro de volta na estante, saindo em seguida para buscar outro.
- Bom, não existe razão para se temer um nome... Principalmente se o dito cujo está morto. - Respondeu Estelar de forma simples.
- Sim... E sem falar que para um bruxo “que não devia se nomeado”... Empatar com um garotinho é no mínimo humilhante... – Emendou Sarah.
Melanie meneou a cabeça, reprovadora, voltando para a sua leitura. Estelar passou a olhar distraidamente as prateleiras onde Sarah esteve fazendo sua pesquisa.
- Ah, olha só o que eu achei! Nunca tinha ouvido falar desses feitiços...
- Deixa eu ver. - Pediu a Grifinória, voltando à realidade, enquanto pegava o livro que Melanie tinha em mãos. - Hum... Alguns eu conheço. Mas esse aqui, ela apontou para um feitiço no canto da página. A menina permaneceu pensativa por alguns segundos. - Ei Melanie, você quer testar esse feitiço? - Perguntou, agora exibindo o mesmo sorriso travesso, de quando teve a idéia de entrar naquela sala.
- Ah, tudo bem. Eu acho...
- Legal! - Disse Estelar contente. - Ô Carter...
“Por que será que eu sinto que isso não vai acabar bem!?” Pensou a Lufa-lufa. - O que você vai fazer? - Quis saber Melanie.
- Presta atenção... - Sussurrou a Grifinória de volta, enquanto se encaminhava para a saída da seção proibida. - Poxa Vinícius, por que você está me ignorando? Não ouviu quando te chamei? - Falou a menina, próxima ao rapaz, fazendo uma voz mole.
O Corvinal a olhou desconfiado e achou melhor não responder. Sendo a garota quem era, estava mais do que óbvio, que iria aprontar uma das suas, e sinceramente ele não estava disposto a levar mais uma detenção. Melanie vinha logo atrás e parecia estar tão desconfiada quanto ele...
- O que houve? Por que ficou quieto de repente? Há alguns minutos atrás você não parava de falar...
- O que você quer Lupin?
- Tsc, quanta hostilidade... Sabe, se continuar assim, vai acabar ficando sem ninguém para te fazer companhia. - Respondeu a Grifinória com jeito sarcástico, ao mesmo tempo em que cutucava discretamente o braço da garota ao seu lado, que por sua vez continuava parada, sem entender.
- Me faça um favor, ok? Fica longe de mim! E se eu fosse você querida. - Disse o rapaz voltando-se para Melanie. - Tratava de ficar afastada dessa daí e da Malfoy também. Elas são duas filhinhas de papai, narcisistas e egocêntricas, que acham que o Universo gira ao redor delas, enquanto brincam de se odiar... - O Corvinal aumentou o tom de voz. - Ouviu isso Malfoy? Prestou atenção no que eu disse? Ótimo, pois fique sabendo que eu não dou a mínima para quem é o seu pai! - Esbravejou ele, esquecendo das outras duas.
- Carter, olha minha cara de quem liga pro que você pensa... – Sarah sequer se deu o trabalho de olhar para o garoto. – E se você não dá a mínima pro meu pai, ou cai de amores por ele, isso continua não sendo problema meu... Vai resolver isso com ele querido... Aposto que você borra as calças antes dele terminar com você... – Sarah fechou o livro que olhava substituindo por outro da mesma prateleira. – Para um corvinal, você não é nada esperto meu filho...
- O que você está esperando? – Sussurrou a grifinória.
- O que? – A Lufa-lufa falou voltando sua atenção para a garota ao seu lado.
- Por que não o enfeitiçou enquanto estava distraído?
- Mas eu não...
- Anda logo Melanie, todo esse blábláblá dele está começando a me irritar...
- Mas Estelar e se...
- Vai!! - Cortou a Grifinória, empurrando a outra menina.
Instintivamente a Lufa-lufa puxou a sua varinha, logo executando o feitiço, de acordo com o que tinha lido no livro, de maneira perfeita, fazendo jus a sua fama de melhor aluna em “feitiços”. Sophie interrompeu a sua interessante leitura, para assistir Vinicius Carter levitar, ficando de cabeça para baixo, como se estivesse pendurado pelo calcanhar.
Na descrição do livro, dizia que o feitiço era uma espécie de “Levi Corpus” amplificado, o que exigia um nível superior de controle mágico para executar o tal feitiço.
- Que coisa... – Disse Sarah Malfoy chegando perto de Estelar e Melanie para observar melhor a cena.
- Eu vou acabar com vocês duas! - Gritava o rapaz enlouquecido. - Isso não vai ficar assim, vou pegar cada uma de vocês e...
No começo o garoto ficou somente dependurado, mas à medida que ele ficava sob o domínio do feitiço, seu corpo ficava mais instável, a mão da lufa-lufa que segurava sua varinha começou a tremer. Em dois segundos o corvinal estava dando piruetas no salão da biblioteca, indo sem controle de encontro ao teto diversas vezes.
- Ahhh... Caramba! O que está acontecendo? Não consigo controlar o feitiço! - A Lufa-lufa estava começando a ficar preocupada.
- Solta ele no chão Melanie, o máximo que vai acontecer é uma ferida no ego... - Falou Estelar em meio aos risos. A lufa-lufa bem que tentou seguir o conselho da outra, mas sua mão estava sendo puxada, como um imã, não conseguia interromper o feitiço, ao contrário, ele só se intensificava mais.
- Vocês duas têm o que dentro da cabeça? Fizeram um feitiço que não conheciam... E agora ele está descontrolado. – Repreendeu Sarah olhando para as duas.
- Sarah você não esta ajudando muito. – Reclamou Estelar.
- Olha, eu sei que vocês se amam, mas será que vocês poderiam parar por ai, antes que comecem a discutir e me ajudar?! – Disse Melanie impaciente.
- Nha... Não sei se quero... Deixa ele lá... – Disse a sonserina fazendo manha...
- Espera só eu sair daqui Malfoy! Eu vou... – Começou o corvinal.
- Ah! Ta bom! Você não está em condições de fazer ameaças Vinicius. – Devolveu Estelar. – Então fica quietinho na sua e quem sabe a gente te ajuda.
- Esse não é um comportamento muito adequado. – Interferiu Sophie, aproximando-se das garotas. – Ele pode se machucar...
- Deixa pra lá Sophie. – Disse Peter também se aproximando. – Esse ai nem vale o esforço. – Era visível a antipatia do rapaz.
Vinicius dava encontrões violentos contra as paredes.
- Sabe Lupin, você me irrita com essa mania de chamar todo mundo pelo primeiro nome... – Disse Sarah impaciente enquanto a Grifinória fazia uma careta de incompreensão. – E mesmo não gostando de você Dragon, tenho que lhe dar a razão, não vale nem o esforço de mover a varinha... Porém isso já me encheu.
A sonserina retirou a varinha do sobretudo e com um movimento simples, ele ficou sobre o controle da varinha dela, Melanie sentiu sua mão relaxar e sua varinha parando de tremer. Sarah guiou o garoto até uma prateleira e deixou que ele caísse no chão bruscamente, batendo na prateleira, despencando sobre sua cabeça, os livros enfileirados nela, soterrando-o.
- Ai meu Deus, ai meu Deus... Malfoy você... – A lufa-lufa estava visivelmente perturbada. – Olha só para isso.
A menina tentou andar até onde o corvinal havia caído, mas foi obrigada a parar quando Peter a segurou pelo braço
- Não gaste a sua preocupação com ele Belford. – Disse o rapaz sério. – Acredite em mim, esse Carter não é alguém em quem se possa confiar.
- Ok, ele pode se sacana, mas ainda assim não podemos deixá-lo jogado desse jeito. – Respondeu, puxando seu braço, indo em seguida até a pilha de livros.
- Sabe, não vai ser desse jeito que você vai conseguir a atenção dela... – Comentou Sophie, de um jeito que só Peter pôde ouvir, indo em seguida ajudar a Lufa-lufa. Peter se recostou em uma pilastra e se limitou a observá-las.
- Bom, acho que está na hora da nossa querida bibliotecária acordar. – Sarah começou a andar até a mesa da mulher em questão.
- Espera aí Sarah! – Chamou Estelar. – Primeiro nós precisamos saber o que vamos dizer sobre o que aconteceu.
- Primeiro, para de me chamar de Sarah! Não sou sua amiguinha... Segundo, eu já sei o que vou dizer. – Disse continuando a andar.
“Lá vão elas de novo...” – Pensou Melanie ao ver Estelar seguir a outra. Sophie soltou uma risadinha infantil, chamando a atenção dela.
- O que foi? – Quis saber ela.
- Nada não... – Respondeu a outra evasiva.
- Espera aí Malfoy! – Disse a Grifinória, se forçando a dizer o sobrenome da sonserina. – O que você vai dizer?
- A verdade. – Disse Sarah sorrindo maliciosamente. – Claro que vai ser a minha verdade... – Completou ao ver a cara de descrença da outra.
- Como assim? – Questionou Estelar com um meio sorriso, imaginando o que a outra iria fazer.
- Simples, eu vou dizer, que o Carter usou um feitiço que apagou a bibliotecária. – Ela falou alto para que todos ouvissem. – Depois usou feitiços para arrumar os livros, após esse momento de trapaça, ele resolveu ir bisbilhotar a seção proibida e por uma infeliz coincidência abriu justo o livro que arremessa quem o abre longe... Coitado dele... Nós obviamente não percebemos nada até vê-lo caído, o ajudamos prontamente e claro buscamos ajuda. – Concluiu ela de forma sarcástica.
- Ah claro! Realmente foi uma atitude muito sacana da parte dele... Onde já se viu tentar burlar as regras dessa forma! Eu realmente espero que ele seja punido, para servir de exemplo, depois que for socorrido, é claro. – Disse a grifinória igualmente sarcástica. – Vocês não concordam? – Perguntou aos outros.
- Vocês duas conseguem ser assustadoras às vezes, sabiam?! – Comentou Melanie. – Mas fazer o que... Não vou levar outra detenção, claro que concordo com vocês.
- Eu não me importo de falar meias verdades. – Sophie falou, enquanto Peter se limitou a dar de ombros.
- Que bom, resolvemos essa questão de forma pacífica... – Disse Sarah, para em seguida cochichar para Estelar. – Já estava pronta para azarar um deles se discordassem...
- Não seria tão complicado assim... Afinal, já estamos acostumadas a confundir as pessoas... – Respondeu a outra também cochichando.
- Ah, desculpe interromper esse momento pacífico entre vocês... – Interferiu a lufa-lula, agora próxima as duas. – Vocês por acaso já pensaram que assim que ele acordar vai desmentir toda a história?!
- Ta isso é óbvio não acha? – Respondeu a sonserina olhando Melanie de cima a baixo. – Porém é mais óbvio ainda que ele não vai falar... Lupin vai até ele e reanima o mané. – Ordenou à outra.
Por um instante a Grifinória ficou parada observando Sarah, mas logo em seguida caminhou até o rapaz e fez o que lhe foi pedido.
Sarah olhou para o Corvinal e lhe contou a versão da história.
- Silêncio. – Disse ela fazendo um movimento rápido com a varinha. – Seguinte Carter, se você sequer pensar em falar a verdade para alguém, vai morder a língua, tão forte, mas tão forte, que é capaz dela cair... Entendeu? Você foi oficialmente amaldiçoado. – Concluiu ela sorrindo.
- Poxa vida Sarah! Você nem me deixou fazer terror psicológico. Não teve a menor graça... – Reclamou Estelar.
- Bom... Uma coisa não impede a outra, pois eu aposto que ele vai tentar nos dedurar mesmo... – Assim que Sarah terminou de falar, um urro foi ouvido. Vinicius estava com a língua sangrando.
- Haha... Viu? Eu disse... – Sarah sorrindo foi até a bibliotecária e colocou um vidrinho abaixo do nariz da mulher. Ela fez uma careta devido ao cheiro forte.
- Senhora Shimith? – Chamou Melanie ao ver a mulher se mexendo...
A senhora demorou um pouco para recobrar por completo os sentidos e quando ela ouviu o relato dos jovens não pôde deixar de desconfiar daquela história, porém o jovem corvinal acusado nada disse em sua defesa, não lhe restando alternativa a não ser levá-lo para a ala hospitalar e depois se encarregar de que ele receberia a punição adequada.
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Por aquela semana Vinicius Carter não mais retornou a biblioteca, boatos corriam de que ele havia sido punido bem mais severamente pela diretora, tornando-o o principal foco das provocações e chacotas daqueles que permaneciam na biblioteca em detenção.
Porém não se poderia chamar o que eles faziam de detenção. Por todas as noites, Sarah Malfoy colocava a poção no chá da bibliotecária e ela dormia tranqüilamente, a sonserina sempre desaparecia em meio à seção proibida, Estelar Lupin e Melanie Belford iniciaram uma bateria de testes de feitiços desconhecidos, provenientes dos livros da seção proibida, alguns não davam tão bem quanto outros, porém elas estavam sendo mais cuidadosas. Sophie Malfatini se sentava na habitual cadeira e lia seu livro, às vezes se aventurava a praticar alguns feitiços com as outras. Peter Dragon se limitava a observá-las não se preocupando em ser sociável, soltando alguns comentários direcionados a lufa-lufa que se fazia de desentendida. Quando a bibliotecária acordava, sempre via os alunos trabalhando, silenciosamente em seus corredores, como se nada tivesse acontecido.
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No último dia de detenção, ao serem dispensados pela bibliotecária, Estelar e Melanie combinavam animadamente sobre continuarem a treinar feitiços em outro lugar.
- Nós precisamos de um lugar! Um lugar onde ninguém nos incomode! – Falava Estelar no corredor saindo da biblioteca.
- É, eu sei... Se pegam a gente... Chega de detenções! – Melanie caminhava ao lado da outra.
- Eu sei onde agente pode treinar... – Disse Sophie falando por sobre os ombros das duas meninas.
- A gente? – A lufa-lufa falou olhando desconfiada para a outra.
- É... Achei divertido... – Sorriu Sophie, passando pelas garotas saltitando. – Vamos! Vou mostrar!
- Sarah? – chamou Estelar.
A menina não respondeu, ela andava mais atrás, lendo um livro.
- Sarah? – Repetiu a Grifinória, não obtendo resposta. – SARAH? – Gritou ela.
- Ô Malfoy?! A Lupin ta te chamando. – Falou Melanie em um tom baixo.
- O que? – Respondeu Sarah de mau humor, tirando os olhos do livro.
- Você vem com a gente? – Continuou a grifinória.
- Onde?
- Onde? Passear no bosque! Claro que é treinar Malfoy! – Estelar já estava impaciente.
A sonserina olhou desconfiada para a Grifinória a sua frente. Mas por fim sorriu.
- Não consegue passar um dia longe da minha presença não é Lupin? – Disse ela fechando o livro. – Tudo bem, vou abrilhantar as noites de vocês com minha presença, até eu me cansar, é claro...
- Vai pro inferno!
- Ok, então vamos... – Melanie falou finalizando o clima hostil e a possível briga que viria.
- E quanto a mim? – disse Peter a Melanie se aproximando da menina com um sorriso no rosto.
A garota se afastou, olhando descrente.
- Oh! E quanto a mim Mel?! – A sonserina ironizou chegando perto do menino. – Você vai me deixar aqui? Sozinho? Com o coração solitário? – Ela imitava o jeito de falar dele. – Se toca Dragon, você não vai a lugar nenhum comigo... – Sarah completou agora séria.
- Concordo com a Sarah, acho melhor ficar só entre as garotas. – completou Estelar.
Melanie não querendo demonstrar que achava o menino estranho, aproveitou a oportuna implicância das garotas para se fingir de benevolente.
- Sinto muito... Mas são duas contra uma... – Disse ela dando de ombros e andando mais rápido seguindo o caminho que Sophie tomara. Deixando o garoto com uma cara feia, olhando-as pelas costas.
Sophie as guiou por um tempo, até que a menina parou em frente a uma parede.
- O que é isso? – Disse Melanie olhando descrente para onde Sophie olhava.
- Hi,hi. – Sophie deu uma risadinha.
A porta começou a se formar diante das quatro. O olhar de surpresa da Lufa-lufa acompanhou cada detalhe se formando.
- Brilhante. Realmente Malfatini, a sala precisa é o lugar perfeito. – Concluiu Sarah.
- Verdade. Muito bom Sophie! – Disse Estelar entrando logo depois de Sophie, sendo seguida por Sarah.
- Vem cá?! Vocês sabiam desse lugar?! - A embasbacada Melanie ainda ficou um tempo olhando a porta, mas entrou por fim. Deixando para trás um sério Peter olhando-as por detrás da pilastra.
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Desde então foi assim... Toda noite, quando ninguém mais andava pelos corredores, as meninas se reuniam na sala precisa, para treinar. Sophie costumava aparecer esporadicamente, mas as outras três eram uma presença constante. Melanie tinha que se desdobrar para fazer o papel de apaziguadora toda vez que Estelar e Sarah começavam uma discussão, o que acontecia todo dia, como em um ritual. A Lufa-lufa estava começando a pensar que as duas só brigavam tanto por puro costume, já que continuavam a se enfrentar pelos corredores do castelo, enquanto que na sala precisa, pareciam se entender, pelo menos na maioria do tempo. Estelar e Melanie passaram a ser vistas juntas muitas vezes, já a Sonserina, optou por manter a sua postura solitária, não poderia ser vista andando por aí com uma simples Lufa-lufa... Enquanto isso, Peter continuava com suas tentativas frustradas de chamar a atenção da garota de cabelos coloridos, o que rendia para ele as mais diferentes piadas por parte de Malfoy e Lupin. Era óbvio que estava se formando ali uma espécie de laço, um tanto quanto estranho, é verdade...
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N/A(Bárbara): Adoro esse capítulo! Adoro mesmo! Foi tão legal de escrever, que espero que vocês também gostem de ler!
N/A(Ariene): Espero que tenham gostado do capítulo! Eu pelo menos me diverti escrevendo ele. Principalmente na parte da Estelar e da Sarah zoando com o nome do Voldemort. HAHAHAHA... Fala sério, foi hilário. A cena das duas foi inspirada no desenho “O Rei Leão”, quando as hienas fazem a mesma coisa com o nome do Mufasa. Então se vocês querem visualizar a cena direitinho, dêem uma olhada no desenho, porque foi exatamente igual!
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Geração Coca-Cola (Legião Urbana)
Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês nos empurraram
Com os enlatados dos USA, de 9 às 6.
Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês.
refrão
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola.
Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser
Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então, vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis.
refrão
Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser
Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então, vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis.
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