Fairy Tale



*** Capítulo 6 – Fairy Tale
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“Senhora encantada, que espera no muro
A vida é curta e a espera é longa
As estrelas, lá no alto, desaparecem com o amanhecer
Senhora encantada, que espera no muro
Seu conto acaba de iniciar
Vem lá de longe, da Terra de Lugar Nenhum
O vento sopra um som bem conhecido
Senhora encantada...”

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QUINTO ANO.

Outra vez a plataforma 9 ¾ estava lotada de alunos. Hogwarts entrava em seu 15º ano de funcionamento pós-guerra... Aquelas crianças não conheciam as dores e frustrações, dos tempos passados. Ao contrário de tal época, hoje as crianças eram só crianças, os jovens apenas jovens, com suas tarefas e preocupações típicas da idade. Os tempos eram de paz...

Faltando alguns minutos para a partida do expresso, uma jovem de cabelos cor rosa chiclete, nada discretos, entrava correndo na plataforma, empurrando de forma desengonçada o seu carrinho carregado de malas. Melanie Belford, aluna do 5º ano, da casa Lufa-lufa, conseguiu embarcar no último momento. Era sempre assim, todo ano a mesma correria desenfreada... Dentro do trem, ela caminhou pelo corredor a procura de uma cabine. Passou por um grupo animado e barulhento de alunos, que ela sabia serem da Grifinória. Estavam todos ao redor de uma menina, também do 5º ano.

- Ah, tinha que ser ela... - Murmurou Melanie, sorrindo.

- E aí Melanie!? Atrasada como sempre! - Cumprimentou a menina sorridente.

- É a vida... - Respondeu ela, seguindo o seu caminho.

Sinceramente, Melanie não sabia como alguém podia ter tanta energia. Constantemente via Estalar de um lado para o outro, sempre sorrindo e cercada de gente. “Essa garota é movida à bateria” costumava pensar, toda vez que encontrava com a garota. Tinha preguiça só de olhar para ela... Não tinha uma só pessoa dentro daquele castelo que não soubesse quem era Estelar Lupin, era irônico pensar que a atual arruaceira de Hogwarts, fosse justamente a filha de um dos professores.

A Lufa-lufa só conseguiu encontrar uma cabine vazia no final do corredor, onde finalmente se acomodou. Estava sozinha, e internamente agradecia por isso, ainda estava com sono e desse jeito poderia tirar um cochilo até chegar ao colégio. Mal tinha se sentado, quando a porta da cabine abriu, passando por ela um casal animado em meio aos beijos. Foi uma situação bastante constrangedora... Melanie nunca achou que fosse possível uma pessoa mudar de cor tão rápido, o rosto do rapaz estava passando de branco para vermelho de um jeito, que Melanie teve que se controlar muito para não rir e piorar ainda mais a situação. “Caramba! Eles foram bem rápidos, mal embarcamos...” - Pensou ela enquanto observava o casal. Ao contrário do rapaz, a menina, já com as vestes da Corvinal, parecia não se importar com a situação.

- Ih! Poxa nem, desculpa... Achei que não tinha ninguém aqui.

- Tudo bem...

- Então tá! Tchau para você... Vamos querido. - Disse ela, saindo rapidamente da cabine, levando consigo o envergonhado garoto.

- Acho que já tive aula com essa menina... - Comentou em voz alta a Lufa-lufa, que tinha a mania de falar sozinha. - O nome dela é alguma coisa Du... Dumont, ou algo parecido, sei lá... - Completou dando de ombros.

Ainda estava em pé, guando a porta da cabine, voltou a abrir. Mas dessa vez foi um grupo de Sonserinos que entraram. Melanie não teve muito tempo para pensar na nova situação em que estava...

- Ei você, oh baixinha! Dá o fora que a cabine é nossa. - Disse o primeiro deles.

Ela olhou de forma distraída, para aqueles quatro rapazes, todos bem maiores que ela, pensando no que teria que fazer para ter um pouco de sossego até chegar em Hogwarts.

- Não está ouvindo não!? - Disse um segundo sonserino.

- É queridinha. Vai saindo, anda – Tornou a se manifestar o líder deles, já empurrando a menina para fora.

- Não – Respondeu ela de forma simples, se desvencilhando.

- Que pirralha abusada! - Comentou divertido um deles, enquanto os outros gargalhavam.

Já cansada e sem a mínima paciência para aturar aquilo, Melanie sacou sua varinha, pronta para encarar os valentões...

- Você por acaso, sabe com quem...

O líder do grupo de Sonserinos não teve tempo de terminar o que dizia, mais rápido do que poderia supor, foi atingido por um feitiço não pronunciado, que o derrubou no chão, com suas pernas balançando como em uma louca dança desajeitada. Pegos de surpresa, os Sonserinos ficaram parados olhando para a garota de cabelo colorido, que se mantinha firme em sua postura.

- Sua moleca irritante, vai se arrepender do que fez! - Tornou a falar com dificuldade, o garoto no chão após alguns segundos.

- Ah é, jura!? Estou morrendo de medo! - Debochou a Lufa-lufa.

Os Sonserinos ficaram perdidos naquela situação, desde quando Lufa-lufas eram tão corajosos!? Melanie, muito mais segura de si, resolveu colocar um ponto final naquilo tudo.

- Eu cheguei primeiro, portanto eu fico na cabine. É melhor saírem, ou eu juro que azaro cada um de vocês. - Concluiu ela ameaçadoramente, de forma totalmente contrária ao seu humor habitual.

- Mas o que está acontecendo aqui!?

Os alunos voltaram os seus olhares surpresos, para a entrada da cabine, onde estava parado o professor de Defesa contra a arte das trevas. Nenhum deles respondeu a pergunta do professor...

- Vou perguntar mais uma vez. O que significa tudo isso? - Questionou novamente, enquanto desfazia a azaração Tarantalegra, com um contra-feitiço.

- Professor, essa menina me azarou! - Acusou o Sonserino, agora de pé. - Ela é maluca. Qual o problema de dividir a cabine com agente? Não custava nada!

- Não seja hipócrita! Vocês que chegaram aqui me expulsando.

- Além de maluca é mentirosa... Não somos covardes!

- É isso mesmo! Além do mais, você é a única com uma varinha mão. - Ajuntou outro sonserino, apontando para a varinha que Melanie segurava.

- Escuta aqui, seu babaca... - Começou ela, perdendo de vez a paciência.

- Controle as suas palavras senhorita Belford. - Interrompeu Lupin.

- Mas professor, foram eles que começaram...

- Não me importa quem começou.

- Mas professor...

- Vocês não são mais criancinhas para ficarem por aí azarando umas as outras! Precisam...

- Professor Lupin. - Insistia Melanie – Não acredite neles! Eu não fiz nada... Não seja bobo, ao ponto de...

- Talvez senhorita Belford. - Cortou o professor de forma enérgica, virando-se para a menina. - Você precise passar algumas horas em detenção, para aprender a respeitar os seus colegas e as pessoas mais velhas.

- O que!? - A Lufa-lufa podia ver os Sonserinos rindo dela, pelas costas do professor. E isso só contribuiu para deixá-la ainda mais raivosa. - Eu não acredito que o senhor vai...

- Não insista senhorita. É melhor ficar quieta, para não piorar a sua situação.

Quando Lupin voltou a olhar os rapazes, todos estavam novamente sérios. Enquanto Melanie os encarava, jurava para si mesma que ainda ia dar o troco. “Isso só pode ser um recorde. Ganhar uma detenção ainda a bordo do expresso...” Pensava ela. Nem prestou atenção ao que o professor falou para os Sonserinos. Logo assim que o professor saiu, os garotos voltaram a rir, debochando dela. Melanie, realmente irritada, deu as costas e saiu da cabine batendo a porta, com o rosto vermelho. Estava com tanta raiva que não sabia se gritava ou chorava... Andava distraída pelo corredor, amaldiçoando mentalmente cada Sonserino existente. Foi quando encontrou com Estelar Lupin outra vez, surpreendentemente sozinha.

- Que cara é essa, Melanie? - Perguntou a Grifinória.

- Nada não, deixa pra lá...

- Como nada!? Ninguém fica com essa cara por nada. Dá até para ver as veias saltando na sua testa... - Comentou a menina de forma brincalhona.

- Tudo bem... Eu ganhei uma detenção. E do seu pai! - Disse Melanie, ainda chateada.

Elas perderam algum tempo no corredor, enquanto a Lufa-lufa contava o que tinha acontecido. Estelar ouviu tudo atentamente, mas sorria o tempo inteiro. Melanie estava começando a achar, que aquele sorriso tão constante, só poderia ser fruto de alguma azaração...

- Você deu bobeira Melanie. Bater pé pro meu pai é perda de tempo. Vai por mim, tenho a experiência de 15 anos... Da próxima vez, você faz cara de inocente e jura com a voz mais chorosa que puder que não foi você. Sempre dá certo! - Aconselhou Estelar, enquanto pegava o braço da outra, arrastando-a pelo corredor – Vamos para a cabine onde eu estou. Com certeza, lá não vai ter nenhum Sonserino metido a besta para perturbar a gente – Concluiu ela satisfeita.

Normalmente Melanie teria recusado, sabia que a cabine onde Estelar estava, com certeza teria um aglomerado de gente. Mas não estava disposta a ficar procurando outra, então simplesmente se deixou levar. Quando chegaram, a Lufa-lufa só constatou o que já sabia. Aquele lugar só podia estar ampliado magicamente para caber tantas pessoas. Nem bem entraram, e a Grifinória já estava contanto o que tinha acontecido. Pelo menos todos daquela cabine juraram azarar os Sonserinos na primeira oportunidade. É claro que, tais comentários agradaram a menina de cabelos rosados, mas ainda assim, isso não foi o suficiente para deixá-la mais feliz. Melanie só queria se aconchegar em um canto, e dormir até chegar ao castelo, mas isso iria ser impossível no meio daquela festa toda. Grifinórios eram pessoas muito barulhentas na opinião da menina... Por isso se limitou a sentar em um canto, de cara amarrada, enquanto a filha do professor discutia animadamente junto às outras pessoas, as mil e uma formas de se azarar Sonserinos.

- Você não deveria ficar tão chateada.

- O que? - Respondeu ela, voltando a realidade.

- Oi, eu sou Gustavo Thompson – Disse o rapaz simpático, lhe estendendo a mão.

Gustavo era do sexto ano, portanto um ano mais velho que a menina. Ele tinha os olhos de um verde intenso, com cabelos lisos e ruivos, que ficavam constantemente caídos de forma desajeitada sobre a sua testa. Um charme, de acordo com muitas meninas...

- Ah, oi! - Falou enquanto apertava a mão do Grifinório – Eu sou...

- Sei quem você é... Não existem muitas garotas por aí, com cabelos dessa cor – Tornou ele sorrindo. - Aqui, pra você, vai fazer com que se sinta melhor. Chocolate sempre deixa as pessoas mais animadas – Completou, enquanto estendia para a menina um sapo de chocolate.

Por algum motivo inexplicável, Melanie não conseguiu desviar seus olhos dos do rapaz. Estendeu a mão e pegou o chocolate com movimentos lentos. E assim que ele alargou mais o sorriso, a Lufa-lufa sentiu suas bochechas esquentarem. Gustavo se despediu, piscou para ela e foi se juntar a um outro grupo de pessoas. “Tudo bem, até que o dia não foi um completo desperdício...” Pensou Melanie, realmente um pouco mais animada, mas é claro que isso não tinha nada haver com o chocolate.

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N/A (Ariene): Antes de mais nada, quero dedicar esse capitulo para a Tamelyn! Uma dos jogadores da mesa... Ela foi responsável por interpretar a Hermione e a sua personagem original (Melanie) que vocês conheceram um pouco melhor nesse capitulo. Quero dizer também, que é exatamente nesse ponto que o jogo começa... O que significa que a partir de agora as coisas vão esquentar! Portanto preparem os seus corações para fortes emoções e muita confusão...

N/A (Ariene)²: A Melanie é louca assim mesmo! Totalmente inconstante... Com o tempo, nós desenvolvemos a teoria de que ela tinha dupla personalidade, o que na minha opinião explica muita coisa.

N/A(Bárbara): Pois é! Afinal ela é a Lufa-Lufa mais louca que eu ja vi!!

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Fairy Tale (Shaaman)

"Jesus, salvador do mundo
Tua familia sobreviverá
com seu precioso sangue
com seu precioso sangue
Redimiste"

Senhora encantada, que espera no muro
A vida é curta e a espera é longa
As estrelas, lá no alto, desaparecem com o amanhecer
Senhora encantada, que espera no muro
Seu conto acaba de iniciar
Vem lá de longe, da Terra de Lugar Nenhum
O vento sopra um som bem conhecido
Senhora encantada, seu amor há muito foi embora

Oh querida, ouça minha alma e cuida do meu choro
Porque todo meu choro pode inundar
Um rio no meu coração

Oh, a vida é boa...
Oh, a vida é boa...
Oh, a vida é boa...
Tão boa quanto você desejar!

Linda senhora, os cavalos estão de volta
Trazendo prazer e felicidade
Mas de repente cavalos se foram
Era apenas o som do bater do seu coração sozinho!

Oh querida, ouça minha alma e cuida do meu choro
Porque todo meu choro pode inundar
Um oceano no meu coração

Oh, a vida é boa..
Oh, a vida é boa..
Oh, a vida é boa...
Tão boa quanto um beijo!

Oh minha querida,
Agora eu não posso conter meu choro
Minhas lágrimas me afogaram
E me recuso a acreditar

O que resta à minha volta,
É tudo tão estranho, É tudo tão escuro
Estou completamente sozinho aqui
Para juntar os pedaços do meu coração

Pequena senhora, seu conto tem um fim
Para o céu, o seu amado foi mandado
Ele se transformou em faíscas
Que brilham com as estrelas...

...E à noite ele sempre estará lá
Para sua senhora a lhe olhar
E assim ele nunca esteve morto

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