13ºCapitulo-Arquivado



 


       Um ano e meio se passou, após Hermione ter ido embora, deixando Rony cada vez mais dividido entre a alegria e o desespero.


 


       Rose era motivo de sua alegria e orgulho. Com seus um ano e meio de idade, era uma garotinha esperta e alegre. Quando dera seus primeiros passos, com onze meses de idade, Rony chamou a família inteira para o espetáculo da filha. Ela, tão concentrada, mas sem deixar o sorriso de lado, dava passos inseguros em direção ao pai. Rony a abraçou forte, rodava e a beijava emocionado. A lembrança ainda estava fresca quando a guardou no meio de tantas outras.


 


       Como imaginara, os olhos de Rose logo escureceram, transformando do azul céu de Rony para o marrom chocolate de Hermione. Rony às vezes se pegava olhando para aquelas iris e viajava em lembranças. Apesar de Rose ser sua miniatura feminina, os olhos eram a marca deixada por Hermione. Essa parte que lhe era tão peculiar no corpo de Hermione.


 


         Mas, apesar dessa presença maravilhosa em sua vida, nem tudo eram flores para Rony. Esse longo tempo do sumiço de Hermione fazia diminuir cada vez mais suas esperanças de encontrá-la, mas ele ainda não desistira. As pistas eram raras e às vezes falsas, os bilhetes anônimos apareciam com grande tempo de intervalo, não dando dicas relevantes. Tudo caminhava de mal a pior.


 


          No aniversário de um ano de Rose, Rony fez uma grande festa para a filha, com direito a tudo o que uma criança poderia desejar, exceto uma mãe. Enquanto Rony terminava de banhar a filha, pensava em como seria se Hermione estivesse ali, partilhando desse momento e de vários outros que passaram e que viriam acontecer na vida de Rose.


 


        Rose estava extasiada com a festa. Pulava na cama enquanto Rony tentava terminar de colocar as asas de fada que completavam a fantasia da garotinha. Como não tinha muito jeito, Rony pedira ajuda para Gina, que deixou os cabelos ruivos da pequena com lindos cachinhos dando um ar gracioso e angelical.


 


-Rose, papai precisa terminar de colocar essas asas e para isso a mocinha tem que ficar quietinha!


 


        Rose começou a rir e falar palavras tentando repetir as falas do pai.


 


-Ron!


 


       Rony parou estático e de olhos arregalados. Levantou a face e olhou para Rose que ria.


 


-Ron, Ron, Ron, Ron! –repetia ela batendo palmas.


 


-Você falou meu nome! –falou abobado. –Você falou meu nome! –falou agora rindo.


 


       Rony pegou a filha nos braços e a abraçou apertado rindo de alegria.


 


-Repete, Estrela. Repete para o papai!


 


-Ron, “feta” (festa)! –exclamou ansiosa.


 


       Rony soltou uma gargalhada alta.


 


-Posso saber o que está acontecendo aqui? –perguntou Gina entrando acompanhada de Harry.


 


-Ela falou Ron! Ela falou! –Rony repetiu com alegria.


 


-Falou o pai babão! –debochou Harry.


 


-Fica quietinho, Harry! Você não foi muito diferente! –retrucou Gina, rindo.


 


-Ron! Ron! –Rose continuou a repetir com alegria.


 


-Parece que ela gosta do seu nome! –comentou Gina, feliz pela alegria do irmão. –Mas, Rony...pare de babar e ande logo! Todos os convidados já chegaram!


 


-Ok, ok! –falou se dando conta da festa.


 


       Enquanto terminava de se aprontar, Rose se entretinha com os tios.


 


-Estou pronto. –falou Rony pegando a filha nos braços.


 


       Quando passou pela cômoda, sentiu Rose deitar a cabeça em seu ombro. Estranhou. Geralmente ela só fazia aquilo quando estava triste ou com sono.


 


-O que foi, Estrela?


 


-Mama. –Rose falou apontando para a foto em que estavam Rony e Hermione.


 


       Rony sentiu seu coração doer vendo a tristeza nos olhos da filha. Era a primeira vez que se manifestava em relação à Hermione. Por um momento ficou em dúvida se fora realmente certo falar com insistência que aquela moça da foto era sua mãe e que em breve ela estaria presente. “Se ele não voltar?” - pensou ele.


 


-Estrela, não fica assim. –falou tentando segurar as lágrimas e olhou para os dois a sua frente, que fecharam o sorriso com a manifestação de Rose. –Tem a festa, esqueceu? Cadê a Fadinha linda que não pode faltar? Tem que sorrir, ficar feliz! Você faz esse favor pro papai?


 


       Rose confirmou com um aceno da cabeça.


 


-Então cadê o sorriso do papai? Hein, espertinha? –falou fazendo cócegas na barriga da filha, que riu.


 


       Assim que chegou ao jardim, Rony a colocou no chão, e antes que saísse de perto do pai, ela o beijou na bochecha, o que fez Rony sorrir, e saiu correndo para perto das crianças.


 


        Rony suspirou. Como seria dali para frente?


 


-Relaxa, Rony. Não sofra antecipadamente. Deixe as coisas correrem. –aconselhou Harry.


 


-Acho que fiz errado em colocar a Hermione tão presente assim na vida dela.


 


-Tenho certeza que não, Rony. Hermione vai voltar, e quando isso acontecer, Rose não vai tratá-la como estranha. –falou Gina.


 


-Sinceramente... Minhas esperanças estão cada vez mais indo para o buraco.


 


        A festa fora um sucesso. Rose se divertira tanto, que a mamadeira da noite foi esquecida. Porém, enquanto a pequena tinha um sono tranqüilo, no quarto que antigamente era dos gêmeos, Rony se via acordado, sem sono algum para fazê-lo descansar a mente.


 


       Quando o sono o pegou a madrugada já era alta, e não durou muito. Rony acordou suado e ofegante. Sonhara com Hermione. Um sonho que o perturbou. Os dois faziam amor com loucura. Aquilo doeu, em seu peito, em sua mente e em seu físico. Gemeu desiludido.


 


-Agora mais essa! –exclamou respirando fundo. Olhou por dentro da coberta e lá estava seu sexo completamente excitado. Seus êxtases solitários não eram o suficiente. O que ele queria era Hermione. Sentir seu corpo, escutá-la chamando seu nome.


 


        A abstinência começava a aflorar em Rony. As vezes se pegava pensando em Hermione nos momentos de prazer, porém, era ainda mais doloroso relembrar. Pensara em até se satisfazer com outra mulher, mas aquilo seria inaceitável para si mesmo.


 


       Apesar de todos esses fatores que pesavam na mente do ruivo, Rony se esquecera de mais um detalhe, que não era nada bom na procura de Hermione.


 


       Ao chegar no Ministério, numa segunda-feira, Rony sabia que teriaque enfrentar uma reunião. “Talvez é por isso que Harry está com essa cara. Ele não gosta muito dessas reuniões, e para falar a verdade nem eu.” –pensou o ruivo.


-E ai cara, tudo bem?


 


-Tudo. –Harry respondeu com a feição preocupada.


 


-Hmmm...você está bem?


 


-Sim, sim. –falou inquieto. –Estou indo para a reunião, depois nos falamos.


 


-Mas eu também vou.


 


-Tem certeza?


 


-Eu hein!?! É claro que eu tenho!


 


       Harry sentia-se mesmo em uma encruzilhada. Fizera de tudo para reverter a situação, mas nada adiantara. Queria ele poder contar a Rony, mas não teria como, a reunião estava para começar e com certeza ele não conseguiria contar o que estava acontecendo em dois minutos.


 


       Assim que a reunião tomava rumo, Harry podia sentir suas mãos suarem, ao contrário de Rony que se mantinha tranqüilo. Na opinião do ruivo, aquela seria uma rápida e fácil reunião.


 


-Próximo caso que será arquivado... –falou Parkins, diretor dos arquivos. –Hermione Jane Granger Weasley, desaparecida em 24 de novembro de 2006... –Parkins não pode terminar sua fala.


 


      Assim que Rony escutou o que Parkins dizia, seu coração acelerou em desespero. Se levantou tão rápido que sua cadeira foi ao chão.


 


-O QUE? –gritou cortando a fala do diretor.


 


       Parkins ergueu seu olhar através dos óculos quadrados, de modo questionador.


 


-Algum problema, Sr.Weasley?


 


-Algum problema? –perguntou com a testa franzida. –Como assim vão arquivar o caso da Hermione?


 


-Rony, se acalme. –Harry cochichou no ouvido do amigo, agarrando seu braço.


 


-Calma nada, Harry! Eles não podem fazer isso!


 


-Sr. Weasley... –respirou fundo. –o senhor conhece bem os protocolos para arquivamentos. Não há pistas de onde a Sra.Weasley esteja, nem pistas de que tenha sido trabalho de sequestradores.


 


-Isso não pode acontecer! Vocês não podem arquivar o arquivo da minha mulher!! ELA VAI APARECER! –gritou o último.


 


-Sr.Weasley, se contenha. Haja como um profissional! –falou com a voz mais firme.


 


-Como quer que eu me contenha, sendo que vai deixar de lado o caso de Hermione, hein? –falou bem próximo ao rosto de Parkins.


 


       Parkins olhou bem para Rony, ajeitou seus óculos e falou:


 


-Conforme-se que fora abandonado, Weasley, e faça o seu trabalho.


 


       Rony sentiu seu sangue ferver e todos os seus músculos se contraírem. Num segundo, sem que ele mesmo percebesse, seu punho se fechou voando para cima de Parkins. Porém, antes de acertá-lo, quatro braços o segurou, Harry e Luka. 


 


-Aceite que sua mulher o deixou, aceite que foi largado! –Parkins falou com ferocidade. –Ela não irá voltar!


 


-Você vai engolir cada palavra, Parkins! Uma por uma! –falou se debatendo. –Vou enfiar cada uma delas em sua goela!


 


-Faça isso! Adoraria vê-lo receber uma bela demissão.


 


-Você não terá esse prazer, pois eu mesmo peço demissão! –soltou-se de ambos e saiu.


 


-Eu se fosse você, controlaria seu amigo, Sr. Potter.


 


-E eu se fosse você, controlaria sua língua, Parkins.


 


        Harry encontrou Rony na sala em que dividiam. Rony andava de um lado para o outro, as faces vermelhas e os cabelos desgrenhados. Harry o puxou pelo ombro e olhou em seus olhos.


 


-Não importa se eles vão arquivar ou não. Desde quando precisamos de autorização para continuar um caso? Nem quando tínhamos 11 anos, isso não era necessário. Estamos juntos nessa, Rony, e vamos continuar.


 


       Rony sorriu para o amigo e o abraçou.


 


“Quando falhamos com os amigos, há o perdão?


E.P.


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N/A: Meninasss!!! Mais um capítulo pra vocês! Espero que gostem e também espero coments!!!! Um grande abraço e muitooooo obrigadaa!!!!!! =]

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