12ºCapitulo-Meu diário

12ºCapitulo-Meu diário




 


       Foi a partir do dia em que completara 27 anos que Rony repensou sobre suas atitudes e o quanto elas afetavam seus familiares. Resolvera viver a vida e não mais chatear todos a sua volta. Sua esperança aumentara com seu novo modo de ver a situação. Apesar de todos os boatos e relatos que, supostamente partiram de Hermione, o torturasse, Rony resolveu mantê-los o máximo possível distante de sua mente. Preferia imaginar que Hermione não faria algo assim. Sua dor, Rony guardava para si mesmo. As noites eram longas, diante da insônia e da saudade.


 


       Mas Rony não era o único desesperado pelo sumiço de Hermione, mas também os pais da morena. Rony via a dor nos olhos daquelas duas pessoas que tanto adorava sendo retribuído com o mesmo sentimento. Estavam sempre em contato para notícias e também por Rose. Paul e Maree amavam a neta, iam sempre a Toca, assim como Rony também ia à casa dos sogros.


 


       Por vezes, Rony visitava o quarto de Hermione. Olhava a tudo com atenção, conhecendo parte da sua vida de adolescente que ele ainda não conhecia. Via os vários livros e sorria ao lembrar-se da fascinação dela por eles. Deitava na cama de solteiro de Hermione sentindo seu cheiro ainda presente naquele lugar tão particular. E o objeto que ele mais gostava, era um foto, ainda em Hogwarts dos dois abraçados. Hermione com seu lindo sorriso tímido, e ele sem jeito ao seu lado.


 


       Sempre que realizava esse ritual, Rony tinha uma companhia. O diário que fora presenteado por Harry e Gina. Apesar da relutância quando o recebera, Rony encontrou ali um conforto, uma forma de ainda se manter lúcido. Suas palavras no começo eram tímidas, e incertas. E com o tempo, percebeu que na escrita era apenas ele e ele, não havia o que temer. Rony não largava aquele pequeno livro pessoal, sempre em sua companhia, sempre com suas palavras gritando, chorando e sorrindo naquelas páginas marcadas por ele.


 


       Rose também entrava no meio de suas palavras. Registrava cada sorriso, cada mudança da filha. Segundo ele, aquela era uma forma, para quando Hermione voltar, conhecer o passado da filha, o começo de sua vida. Além disso, Rony possuía um pequeno baú com artefatos totalmente direcionados a Rose, memórias, fotos, roupinhas. Tudo que ele guardava com muito carinho.


 


       Rony abria o diário, na maioria das vezes à noite, quando o dia chegara ao fim e ele ainda sobrevivia. Deitava Rose ao seu lado e se deixava levar pelas palavras. Ao final de mais um desabafo, com seu grande amigo, Rony escrevia e sussurrava:


 


-Eu ainda te amo. –frase que finalizava mais uma página escrita.


 


         “Apesar da perda, a vida continua. Mas nunca como se era antes.”


            E.P.


 


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