6ºCapitulo-Abandonados
Rony não disse uma palavra. Seus olhos estavam fixos em Harry. Sua mente trabalhava fervorosamente. Será que escutara bem o que Harry dissera? Embora? Sua mente fazia perguntas que não havia respostas.
Enquanto Rony refletia, seus olhos soltavam lágrimas grossas, involuntariamente, de puro desespero e sofrimento. Sua cabeça latejava de maneira tão intensa que lhe doía as vistas.
O ruivo não disse nada por longos minutos, olhando de um lado para o outro, deixando Harry e Gina muito preocupados. Ambos queriam poder dizer que Hermione logo voltaria para a família e que tudo ficaria bem, mas isso não seria a verdade. Ambos sentiam um vazio no peito, não conseguiam acreditar no que Hermione, supostamente, fizera. Assim como Rony, precisavam desesperadamente de respostas.
Rony baixou a cabeça e apertou a têmpora na tentativa de aliviar a dor forte e esvaziar sua mente de tudo e acordar de um pesadelo. Mas ele estava ali, de frente com a realidade, seu pesadelo particular.
-Isso... –Rony começou a falar com a voz fraca, chamando a atenção do casal. –Isso quer dizer que... Hermione... foi embora? Ela... abandonou a mim e a Rose? –perguntou desolado.
Harry e Gina se entreolharam sem saber o que dizer. Uma risada se fez ouvir, deixando-os em pura confusão.
Rony estava de pé e rindo abertamente.
-Ok. A brincadeira acabou. –falou recuperando o fôlego. –Vocês me pegaram! Isso tudo só pode ser brincadeira. –falou deixando o riso morrer e ficou sério. –Hermione ama a mim e a Rose. Ela nunca faria isso. Vocês dois estão completamente errados. Imagine quando Hermione souber que vocês pensaram isso dela! Decepção! A falta de provas não dá o direito de vocês dizerem isso! Que amigo e irmã é essa? Acham que eu não fui o suficiente para Hermione se sentir feliz? –Rony falava alterado. –Eu vou provar para vocês que estão errados.
Gina abraçou-se a Harry sentindo-se derrotada. Harry arregalou os olhos as palavras do amigo.
-Rony... –Gina tentou falar, com sua voz chorosa.
-Não diga mais nada, Gina. Já escutei tudo o que era necessário. –falou ríspido. –Agora, eu vou achar minha mulher, e quem a levou irá pagar muito caro.
Rony se foi, deixando o casal para trás. Agora, moveria céu e terra para achar Hermione.
Gina se entregou ao choro, trêmula. Harry, também muito decepcionado, sentou-se com Gina ao seu lado.
-Calma, meu amor. Tudo vai se resolver.
Harry estava triste e desesperado com toda situação, e chateado com Rony. Porém, ele entendia o amigo. E quando ele for aceitar a verdade, a qual ele fugiu, ele estaria ao seu lado para tudo.
-Harry, ele não acreditou. Ele duvidou de nós dois. Acha que pensamos mal de Hermione e dele próprio! –Gina falava desesperada. –Ela é minha amiga, minha irmã! Como...como... –não conseguia mais formular uma frase.
-Xiiii... –Harry a puxou para seu peito. –Ela também é minha irmã, e farei todo o possível para achá-la. Rony nos chateou, mas tente entende-lo. Precisamos ficar fortes para ajudá-lo. –Harry falava pensativo.
Gina apenas confirmou e se deixo ficar nos braços de Harry.
Logo, todos os Weasley’s e os pais de Hermione já sabiam do ocorrido. Maree e Paul chegaram desolados ao St. Mungus. Maree chamava pela filha desesperadamente em estado de choque. Paul preferiu levá-la para casa, e pediu a Harry que os mantivessem informados.
-Harry, onde está Rony? Eu não o vi ainda. –perguntou Molly, com a voz triste, abraçada a Arthur.
-Não sei lhe dizer, Molly. –Harry falou triste, engolindo as lágrimas que queriam descer.
Após a conversa com Harry e Gina, Rony começou a se inteirar do caso e conversar com todos os aurores. Estava concentrado e nada mais importava nesse momento. Estava triste com Harry e sua irmã. Como podiam chegar a aquela conclusão? Eles achavam que não era homem suficiente para Hermione, e assim ela o abandonara? O que eles pensavam afinal? Mas, agora não importava, acharia Hermione e provaria o contrário.
Harry ainda tentou contato com Rony, mas esse estava entregue a sua cegueira e irredutível. Não queria conversar com nenhum dos dois.
Harry não insistiu, porém, sem que Rony soubesse, continuou agindo com os aurores a procura de pistas do porque Hermione ter ido embora.
Quando Rony retornou a sala de espera, encontrou alguns dos familiares reunidos e não direcionou seu olhar ao casal Potter.
-Oi mãe. Pai. –Rony cumprimentou sério e apenas deu um aceno para os irmãos.
-Como você está, meu filho? –Molly perguntou preocupada.
-Bem. Bom, tenho que ir. Nos vemos depois.
-Mas você precisa ir para casa, Rose precisa de você! –Gina falou.
Rony a olhou friamente. Em sua mente veio a imagem da filha. Será que conseguiria pega-la nos braços novamente?
-Vocês podem cuidar dela por um tempo. –falou caminhando.
-Ronald, você não vai largar sua filha! –Molly falou autoritária.
Rony não deu ouvido e continuou a andar.
-Ronald! –a matriarca chamou novamente, mas não obteve resposta. –Mas o que está acontecendo aqui? Porque ele a tratou dessa maneira, Gina?
Gina baixou o olhar e assim, Harry contou tudo ao casal e Fred e Jorge que também estavam presentes.
-Está tudo bem, Molly. Eu o entendo e vou esperar as coisas esfriarem. –falou Harry. –Mas estou agindo sem ele saber, já que ele não acredita no que eu disse, ele está atrasando a procura, então peço que não digam a ele.
-Não se preocupe, Harry. –falou Fred.
-Não falaremos nada. –completou Jorge.
-Eu levarei minha neta para casa. –Molly falou firme.
-Não, mamãe. Eu a levo. Rose precisa de leite materno, e eu posso alimentá-la.
-Certo. Mas irei até sua casa minha filha, para ajudá-la.
Gina sorriu para a mãe e com a companhia de Adela, seguiu até o berçário e embalou a sobrinha em seus braços. Instantaneamente, as lágrimas vieram. Harry, que estava ao seu lado, a abraçou.
-Gina. –Adela chamou.
-Sim? – a ruiva se virou enxugando as lágrimas.
-Parece, que antes de... antes de Hermione ir... –falou triste. –ela deixou algumas mamadeiras de seu leite materno. Ela tinha muito leite.
Gina sorriu.
-Isso é bom.
Logo, todos foram para suas respectivas casas. E a busca de Hermione Jane Granger Weasley, apenas começava.
“ A saudade faz brotar um sorriso nos lábios, mas as vezes machuca, dói, corrói.
E.P.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!