Soa Errado



“Yesterday I found out about you
Even now just looking at you: feels wrong”




Já haviam se passado três semanas, aparentemente as coisas estavam entrando nos eixos.

Molly estava chorando menos, e sua comida estava melhorando gradativamente. Arthur estava mais calmo, e tinha voltado a trabalhar fazia poucos dias. Fleur e Bill voltaram para o Chalé das Conchas. Charles estava pensando em voltar a trabalhar na Romênia, o que não deixou Molly muito contente. Percy parecia realmente feliz em estar com a família, mesmo com a presente ocasião. George ainda parecia um pouco perdido, mas estava animado até havia feito um discurso durante os funerais sobre fazer todas aquelas mortes valerem a pena, o que foi revigorante. Ron, bem, era ali onde as coisas começavam a desandar.
Sempre que ela começava a pensar que as coisas estavam quase bem, lá vinha ele, e ela nunca conseguia pensar em como Harry estava calmo, e que ele havia lhe confessado que estava pensando em falar com Ginny. Também não chegava a comentar consigo mesma que Ginny estava mais ansiosa que criança em véspera de Natal, e como chegava a ser patético como ela se irritava por nada. Não se sentiu orgulhosa por em momento algum duvidar que Harry ainda quisesse algo com Ginny, nem se parabenizou por ter ganhado a aposta que tinha feito consigo sobre quanto tempo Harry demoraria a tocar no assunto com ela.
Tudo porque antes de Harry e Ginny vinha Ron. Ele roubava todo seu tempo só para pensar nele, como agir perto dele, detalhes estúpidos, ela sabia, mas não conseguia deixar de pensar.

Eles ainda não haviam conversado, esse era o problema. E ela temia que demorassem a fazê-lo.
Afinal, seus pais estavam praticamente recuperados, e mais dia menos dia, ela voltaria para casa com eles. Ela não sabia quando o veria de novo. Poderia demorar meses.

Seus pais. Ela sentia culpa em não ter pensado muito no assunto durante aqueles dias, mas era tanta coisa. E Shacklebolt havia cuidado de tudo, os mandou buscar na Austrália, tratou de reverter o feitiço, e os deixou no St. Mungos para que se recuperassem completamente, recomendando que Hermione não os fosse ver, porque poderia confundi-los.
Tudo estava indo bem, ela não devia estar se sentindo culpada. Era só uma desculpa para não pensar.




Estava deitada na cama de Ginny, desviou o olhar do teto, não parecia tão interessante como antes. Olhou através da janela, o céu estava limpo, azul-celeste... Riu com o pensamento. “Céu azul-celeste. Como os olhos dele.”

E lá estava ele de novo, povoando seus pensamentos e suas incertezas. Ela odeia não ter certeza.
- Inferno sangrento! – exclamou, não pode deixar de rir quando percebeu o que tinha acabado de dizer.

“Inferno sangrento! Inferno sangrento! Até isso, francamente, depois eu reclamo que não paro de pensar nele. Inferno sangrento...”

Ela virou de lado, a porta se abriu:
- Mamãe está perguntando por você. – disse Ginny, Hermione a olhou curiosa, sentando na cama – Na verdade, nesse momento, ela está dando um chilique lá em baixo. – torceu o rosto – “Charles querido, porque a pressa, até parece que tem alguém te esperando lá na Romênia!” – falou em uma tentativa quase perfeita de imitar a mãe.
- Nossa! – foi só o que Hermione pode falar.
- É, eu sei. Acho que ele podia esperar um pouco. Mas também acho que tem certas coisas que não podem esperar. – olhou o chão, falando em um tom abaixo. – Não deveriam esperar.
- Eu que sei. – sussurrou, mas não o suficiente baixo.
- Sabe o quê? – agora ela estava assustadoramente parecida com a mãe, e não era de propósito. – Existe algo nesse mundo que você esqueceu de me contar?
- Não Gi, só o que você sabe mesmo. – encarou os próprios pés, não saiba se estava pronta para contar, não sabia nem se queria contar.
- Mentira! Mentira! – gritou Ginny histérica – Por que você está mentindo pra mim?

Hermione se sentiu frustrada, por que Ginny estava tentando obrigá-la a pensar nele? Por que tudo parecia conspirar para que ela pensasse nele? Já não estava difícil o suficiente esperar?



- O que você quer que eu diga? – virou-se transtornada, assustando Ginny – Que ele me beijou? Que ele quer conversar sobre nós , mas ainda não moveu uma palha?–disse desgostosa – Ou que ele falou isso há tantos dias que eu nem sei se ele ainda lembra? Que nos beijamos tantas vezes nessas três semanas, que talvez ele não ache necessário conversar comigo? Quando o que eu mais preciso é que ele me fale algo... Quanto tudo o que eu mais quero é que ele me explique que todos os erros foram enganos: os que eu vi, os que escutei, os que eu cometi! Antes que eu mesma desista de acreditar...
Ela viu o quarto rodar, tudo ficou tão embaçado, ela não queria dizer aquilo. E no fundo queira dizer para outra pessoa.
Mas havia sido bom colocar para fora.

Ginny não falou nada, não havia nada que ela pudesse dizer que tornasse aquela situação melhor, ou pior. Talvez houvesse, mas Hermione não achou que isso fosse necessário. Ela só queria não ter soado egocêntrica.



Olhou para cima, Ginny ainda estava na mesma posição olhando o céu, sem o estar vendo. Hermione não soube o que dizer, nem como se desculpar.

Ginny entendia, e como entendia.

Ginny sabia mais do que Hermione gostaria que ela soubesse.

- Depois de tudo que aconteceu, entre vocês só o amor não bastaria. Pra mim, estar com o Harry seria o suficiente. Eu não preciso de explicações, não há nada que precise ser explicado. – ela respirou fundo – Antes de qualquer outra coisa eu preciso te contar... – suspirou – Contar não, confessar uma coisa que eu fiz. Eu me senti muito adulta pra fazer. –Hermione a olhou intrigada, Ginny a encarou pela primeira vez desde que voltara a falar – Nada que me faça sentir orgulho. Todas as vezes que eu te vi chorando fez eu me sentir suja, mas eu nunca fui adulta o suficiente pra te contar.
Hermione riu. Parecia diabólico demais, Ginny não seria capaz de algo tão ruim quanto estava enfeitando.
- Você cuspiu no meu suco de abóbora? – Ginny a olhou séria, e não parecia ter visto graça nenhuma no que ela havia dito.

- Mione, eu contei pro Ron que você deu uns amassos no Krum.




Não era real.
Não parecia real.
Não deveria ser real.

E de uma hora para outra tudo fazia sentido. Ela não queria que fizesse sentido, ela só queria saber aquilo há mais tempo, ela só queria não ter deixado as coisas chegaram ao fundo do poço como haviam chegado.

Pela primeira vez ela não odiou Ron por não ter confiança, mas por ter tido confiança demais. E apenas ter se deixado fazer. Por não querer saber o que ela pensava. Por não perguntar...
Depois ela odiou Ginny por conhecer o irmão, e mesmo assim ter contado para ele.
Odiou Krum por ter-la beijado.
E se odiou por ter si deixado beijar por Krum.






Lavender... Logo agora que ela estava disposta a esquecer, tudo havia voltado como em um vendaval.


Flashback

Hermione estava deitada em sua cama, não para dormir. Não estava com vontade de estudar, não queria conversar com Ginny, nem com Harry, nem com ninguém. Principalmente com ninguém. Ainda mais agora que estavam prestes a bater um recorde. E não era por que ele não quer falar com ela, ele havia tentado várias vezes depois do Natal. Mas ele não esperava realmente que eles voltariam a se falar tão fácil. Esperava?

Estava frio, as risadas do Salão Comunal quase a incentivaram-na a descer, mas agora elas estavam parando. Já eram quase dez horas, de um Janeiro insuportavelmente congelante e chato. A porta do dormitório se abriu. Eram elas. Tentou dormir com todas as forças que tinha, nos últimos segundos de paz que lhe restavam. Em vão. Não que fosse necessário. Apenas uma pessoa havia entrado no quarto, e não era
ela.
Não sabia se estava aliviada ou não. Se
ela não estava no quarto só podia estar com ele... E era isso que temia: se eles estivessem juntos, onde estariam e fazendo sabe Merlin o que?
A outra colega de quarto deitou rápido sem dizer uma palavra, supostamente Hermione estava dormindo.
Já passava da meia-noite, e nada
dela. Não que se preocupasse, mas eles estavam juntos. Ela tinha certeza agora. Ela não sumiria por tanto tempo assim, não sem um motivo. Cansada de virar de um lado para o outro, levantou e decidiu espera-los lá em baixo.
Tinha motivos, não tinha? Alunos fora da cama depois do horário, pior talvez, fora da torre. Um menino e uma menina, juntos. O que é de se pensar? Como uma monitora exemplar, aluna aplicada tinha que fazer alguma coisa. Precisava fazer, nem que fosse para acalmar seu coração.
Iria esperar apenas alguns minutos. Desceu, para no meio do caminho se arrepender profundamente. Hermione só queria não ter visto aquela cena.




Eles estavam transando? Merlin, eles estavam!

Fim do Flashback???


N/A: Ola galerianha marota...uahsuashuas
Cap pekeno,neah? mas é pra fazer um suspense. E eu queria ir direto ao ponto. Pra que deixar o cap ENORME se eu estaria apena enchendo linguiça? Mas o proximo vai ficar ENORMICAMENTE GRANDE. Só um pedacinho pra vcs:
" Quem você pensa que é pra me dizer se o que eu fiz foi certo ou errado? Ah, esqueci que você é perfeita...Não está satisfeita? Tenho certeza que o seu querinho Vick vai te aceitar de braços abertos."

Bjo,bjo Até sexta que vem...

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