Capítulo Vinte e Sete
esse capítulo é para a may33, que comentou cinco vezes. =] eu não tinha pensado em cinco comentários de uma mesma pessoa, mas no final de contas, aqui está o 27 e o 28 vem amanhã (se a escola não me matar e se houver comentários). não postei antes justamente porque tinha que estudar. estou na segunda semana de aula e não sei o que está acontecendo na minha aula de matematica. função trigonometrica ou coisa pior. bem, falando de coisas boas, aqui está, cap. 27. a fic acaba no 30. depois dessa, vou adptar outro livro que agora estou escolhendo. pensei na série A Mediadora, de Meg Cabot, em H². Alguém gosta da idéia? bem, vou parar de encher. capitulo:
Where Roses Grow Wild
Capítulo vinte e sete
Hermione se jogou na cama, depois de se certificar de que a porta do quarto estava trancada e que Lucy não estava por perto. Oh, meu Deus! O que ia fazer? Mal conseguia respirar entre as lágrimas. Por que estava se comportando de forma tão ridícula?
Não era aquilo o que tinha esperado com que tinha sonhado, durante semanas e semanas? Harry Potter estava apaixonado por ela e o que é que ela fizera?
Tinha lhe dado uma bofetada!
Soluçando com o rosto enterrado nos travesseiros, Hermione tentou pensar racionalmente. Não havia explicação para seu comportamento, a não ser medo. Ela estava com medo. Mas medo de quê? É claro que não era de Harry. Afinal de contas, vinha sonhado com aquele momento durante toda a vida, ou pelo menos era o que parecia. Pelo menos desde a primeira vez que o vira, naquele dia em Applesby, havia muito tempo. E agora ele dissera o que esperava tanto ouvi-lo dizer e ela tinha fugido, como uma tola. Oh, Deus!
Depois de chorar convulsivamente por vários minutos, Hermione se levantou, tentando recompor-se, e enxugou os olhos com a manga de veludo. Sabia naquele momento por que tinha medo e esse conhecimento lhe apertava o coração como tentáculos gelados.
Teria que lhe contar o seu segredo, o segredo terrível que ninguém, nem mesmo Jeremy, sabia. O segredo que faria que Harry a odiasse, em vez de amá-la, quando ficasse sabendo. E, ainda por cima, odiá-la com razão.
Se, pelo menos, nunca tivesse ido para Potter. Se, pelo menos, nunca tivesse ouvido falar de Potter! Se, pelo menos, ela e Jeremy tivessem ficado quietos em Applesby, nada disso teria acontecido. Lamentou o dia em que pôs os olhos pela primeira vez em Sir Arthur Herbert. Agora, o que faria?
Hermione ouviu uma batida leve na porta. Assustada e com medo de que fosse Harry, respondeu baixinho, a voz áspera de tanto chorar: “Vá embora!”.
“Hermione?” A voz delicada e preocupada de Anne Herbert veio através da porta pesada. “Você está bem? Lord Harry me mandou ver se precisa de alguma coisa. Ele disse que você não estava se sentindo bem.”
Dando um ultimo soluço, Hermione se levantou da cama e destrancou a porta. Anne tentou não parecer assustada com a imagem do rosto infeliz e marcado pelas lágrimas de Hermione.
“Desculpe, Anne”, disse Hermione , sem conseguir olhar sua amiga mais velha nos olhos. “Hoje não é o meu dia, acho.” E começou a chorar de novo.
Anne Herbert, a bondosa, sensata, simples e com ares de solteirona Anne, provou ser uma companhia de valor inestimável. Sem perguntar o motivo do sofrimento de Hermione, cuidou dela, garantiu-lhe que tudo iria dar certo e a encorajou a tomar uma pequena quantidade de láudano do frasco que o médico, o Sr.Parks, tinha deixando quando Hermione tivera o acidente de carruagem.
O láudano teve um efeito calmante e Hermione parou de chorar. Desculpou-se com sua hóspede tão atenciosa, que sorriu tristemente e disse: “Tenho quatro irmãs mais novas, Hermione. Sei muito sobre enxugar lágrimas.”
“Desculpe”, disse Hermione mais uma vez. Estava muito melhor. Era o láudano, por certo, mas quase sentia que tudo iria dar certo. “Não sei o que deu em mim. Estou me sentindo uma tola. Meu aspecto é muito ruim?”
“Você está linda, como sempre.” Anne sorriu para ela. “Por que não pedimos que a Sra. Praehurst nos traga chá e nos sentamos ao lado do fogo para discutir o que você vai usar hoje à noite na Casa Ashbury?”
Hermione soltou um gemido. “O quê? Você deve estar brincando. Eu não vou para a Casa Ashbury!”
“Vai, claro que vai.” A boca de Anne tinha uma expressão determinada. “Lord Harry me disse que a viscondessa convidou todos vocês e que não há como ficar livre disso”.
“Aposto que ele lhe disse mesmo. Quanta desfaçatez!”
O medo de Hermione se tornou indignação. Ela estava desesperadamente apaixonada por ele, mas admitia o fato de que Harry podia ser um completo canalha manipulador. Imagine, dizer a sua hóspede que a anfitriã tinha outros planos para o jantar! E ainda mandando a pobre moça ao quarto de Hermione para fazê-la parar de chorar! Ora, ela não lamentava nem um pouco aquele tapa.
“Bem, não vou a Casa Ashbury sem você”, disse Hermione com lealdade. Anne pareceu alarmada.
“Oh, nada disso, Hermione. Não poderia de modo algum. Não fui convidada…”
“Eu a estou convidando.”
“Mas não tenho nada para vestir e…”
“Você pode usar um dos meus vestidos.”
“Não servem. A sua cintura é muito menor que a minha.”
“Lucy pode soltar o cós. Você pode usar o meu tafetá azul. Vai combinar muito bem com os seus olhos.” Hermione estava decidida. Não ia ficar sozinha com Harry e Draco na carruagem, nem mesmo no curto percurso até a propriedade vizinha. Manteria Anne Herbert a seu lado a noite toda, e até o fim do mês também, se isso fosse necessário. Não estava nem um pouco disposta a agüentar os ataques de ciúmes dos dois homens. E, quando a lidar com cada um deles em separado, ora, isso também estava fora de questão. Ela estava no fim de suas forças.
Hermione descartou todos os argumentos de Anne e mandou um lacaio informar a Casa Ashbury para esperar uma pessoa a mais do Solar Potter. Depois ela e Lucy se dedicaram a fazer uma verdadeira transformação na aparência de Anne, de uma solteirona respeitável para uma dama elegante e muito atraente.
Quando Harry mandou dizer-lhe que ele e Draco estavam esperando havia meia hora e que, se Hermione não se apressasse, eles se atrasariam para o jantar, Anne Herbert estava radiante e Hermione quase havia recuperado a calma. As duas moças, Anne em um vestido de tafetá-azul-turquesa, e Hermione de verde-maçã, chegaram simultaneamente no alto da escadaria dupla e desceram juntas, Hermione um pouco atrás de sua hóspede, com medo de olhar Harry nos olhos.
Mas não havia necessidade de se preocupar com isso. Harry parecia tão relutante quanto ela em repetir algum dos infelizes procedimentos daquela tarde. Ele apenas olhou-a criticamente, como que absorvendo o rosado não muito natural de seu rosto e o brilho febril dos seus olhos. Hermione manteve a vista baixa e só a levantou quando Harry, sem uma palavra, empurrou Draco para o lado, tirando-o do caminho e pegando a mão enluvada dela.
Estava quase censurando-o por aquele comportamento rude quando viu Jeremy com suas melhores calças de veludo recostado contra o pilar do corrimão.
“Jeremy!”, exclamou ela, a voz ainda rouca do choro. “O que está fazendo vestido assim? Não está na hora de ir para a cama?”
“É claro que não.” Jeremy parecia escandalizado com a ignorância dela. “Eu vou jantar com todos vocês na Casa Ashbury”.
O despropósito dessa idéia e a forma pomposa com que Jeremy a tinha anunciado foi como um golpe para Hermione. Ela começou a rir. “Você não vai de jeito nenhum”, disse ela entre gargalhadas. “Suba imediatamente e vá para a cama!”
Jeremy ficou olhando-a com ar furioso, as mãos pequenas de punhos cerrados ao lado do corpo, e então Harry disse, com voz baixa: “Sinto muito, mas ele vem conosco, Hermione. Arabella solicitou especialmente a presença dele.”
Hermione parou de rir. “Ora, não me importo com o que Arabella diz. Jeremy é um menino e deve estar na cama há esta hora.”
“Ora, Hermione!”, protestou Jeremy. Ele perdeu o ar arrogante e bateu o pé, mal-humorado. “Como é que posso comer com os adultos aqui em Potter, mas não tenho modos o suficiente para comer com vocês na Casa Ashbury?”
“Não é isso, querido, é só que…”
“Ora, deixe-o vir conosco, Hermione ”. Draco, por delicadeza, tinha oferecido o braço a Anne Herbert. Ele estava se divertindo com o fato de Hermione não parecer nem um pouco à vontade com a escolta de Harry. “ Ele vai ter que se acostumar com isso, mais cedo ou mais tarde.”
Harry também falou a favor do sobrinho. “Não é muito mais tarde do que o horário de ele ir para a cama, Hermione ”, disse com a voz rouca, naquele tom que ressoava tão baixo no peito dele. “E isso vai agradar Arabella, fazendo com que fique longe de… de outros assuntos.”
Hermione teve de admitir que a presença de Jeremy garantiria que, pelo menos, a conversa à mesa não resvalaria para o obsceno, como parecia ser a tendência toda vez que a viscondessa estava presente. Apertou os lábios e, finalmente, deu de ombros. “Está bem”, disse. “Jeremy, você pode ir, mas tem que se comportar muito bem, está entendido?”
O menino fez que sim vigorosamente, e depois de se submeter a uma busca nos bolsos da calça, em que foram confiscados um estilingue e o seu bicho de estimação, um furão, Jeremy desafiou os adultos para ver quem chegava primeiro à carruagem que estava à espera.
Hermione não demorou a descobrir, que apesar de Harry não parecer ter intenção de renovar os seus protestos de amor daquela tarde, tampouco parecia disposto a ceder à mão dela para ninguém mais. Manteve a mão dela sobre o braço direito dele, colocando-a a seu lado. Se Hermione tivesse qualquer dúvida quanto à profundidade dos sentimentos de Harry, seu comportamento a teria dissipado.
Draco ficou desconcertado com aquela exibição e passou todo o percurso olhando com ressentimento para seu anfitrião, mas não havia nada que pudesse fazer para mudar a situação. Hermione estava contente com a presença de Anne, que, de boa vontade, fingiu não perceber que havia alguma coisa errada. Jeremy, como sempre, viajou ao lado de fora, junto com o cocheiro, apesar do frio quase ártico.
Quando pararam na entrada circular para veículos da Casa Ashbury, uma mansão de tijolos de aparência lúgubre, Hermione ficou aliviada ao ver que a deles não era a única carruagem. Um outro veículo, uma geringonça enfeitada demais que, segundo olhes informou Jeremy, batendo os dentes, quando Bates o desceu, era um brougham de quatro cavalos de Londres, estava estacionado ali perto. Hermione se perguntou, despreocupada, quem a viscondessa infligiria a eles. Sem dúvida não seria ninguém respeitável, a julgar pelos ornamentos vermelhos do brougham.
O lacaio que foi receber o grupo de Potter usava um uniforme azul e prateado e peruca branca, à moda antiga, o que fez Jeremy rir até Hermione lhe dar um leve puxão de orelha. As mulheres foram admitidas em quarto do primeiro andar, para tirar os agasalhos e corrigir algum dano que a curta viagem através do pântano pudesse ter feito às suas toaletes. Enquanto beliscava as maçãs do rosto para deixá-las mais rosadas, Hermione notou um manto forrado de arminho estendido sobre a cama, que deveria pertencer à dona do enfeitado brougham. O manto era roxo-escuro, um traje caro e vulgarmente ostentoso. Sem dizer nada para a amável Anne, Hermione começou a suspeitar que os outros hóspedes da viscondessa talvez não fossem aristocratas.
Anne talvez não tivesse notado o manto vulgar, mas notara o estranho comportamento de Harry e, para desalento de Hermione, fez um comentário sobre isso, ainda que da forma mais indireta possível.
“Srta. Granger”, disse Anne, fingindo estar absorvida ao seu próprio reflexo em um espelho de corpo inteiro do quarto de hóspedes. “Sinceramente espero, que, se alguma vez a senhorita sentir a necessidade de, digamos, se afastar… do Solar Potter por algum tempo, a senhorita considere a possibilidade de ficar conosco no Parque Herbert.” Anne enrubesceu, o que a embelezou. Ela queria dizer “se afastar de Harry Potter”, mas havia encontrado uma forma mais delicada de se exprimir.
Hermione ficou comovida com a percepção da moça. Sorriu-lhe com afeição e disse: “Sabe que isso pode ser uma boa idéia? Talvez amanhã, quando o seu pai mandar a carruagem para pegá-la, eu faça uma mala pequena e vá junto com você. Apenas por alguns dias.”
“Isso mesmo”, disse Anne, afastando-se do espelho com um amplo sorriso. “Poderíamos nos divertir muito, como quando vocês tinham acabado de chegar, você e Jeremy, e estavam a caminho de Potter”.
Hermione apertou o braço da moça com gratidão. Como era bom ter uma amiga tão terna. Sim, aquilo era exatamente o que Hermione faria, afastar-se do soltar Potter por alguns dias. Talvez um período longe lhe desse a chance de pensar para valer. Ela precisava encontrar alguma foram de convencer Harry de que se casar com ela seria o pior erro da sua vida. A não ser que lhe contasse a verdade, mas Hermione sabia que nunca o conseguiria - preferia voltar para Applesby.
Depois que terminaram de se arrumar, as duas moças saíram do quarto de hóspedes e voltaram para o saguão. Harry, Draco e Jeremy as esperavam no pé da escada com o mordomo de Ashbury. Mais uma vez, Harry Potter tomou a mão de Hermione e ela não conseguiu evitar um sorriso com seu comportamento ciumento. Ele ficou olhando-a, o rosto como pedra, e o sorriso dela desapareceu. Pobre homem! O que deveria pensar dela? Ele tentava lhe propor casamento e a pretendida fugia como se ele fosse um criminoso condenado! Se, pelo menos, ela pudesse lhe contar o porquê!
“Sua graça, o duque de Potter”, anunciou o mordomo de Ashbury, e Jeremy, o peito estufado com orgulho infantil, entrou todo emproado na sala de estar em que a viscondessa e seus hóspedes estavam reunidos. Hermione teve que reprimir outro sorriso.
O mordomo fez uma pausa e em seguida disse: “Lord Harry Potter e a Srta. Hermione Granger.”
Hermione sentiu o braço de Harry ficar tenso por baixo dos dedos enluvados dela e em seguida ele a guiou através da entrada larga, que dava para uma sala de estar branca e cor de pêssego um pouco aquecida demais. Hermione já tinha colado um sorriso cortês no rosto e se virava para oferecer a mão a Arabella Ashbury, que por alguma razão era toda sorrisos, quando seu olhar caiu sobre a única outra mulher que estava na sala, uma mulher que havia ficado de pé abruptamente à entrada de Hermione.
Ela por certo era a dona do manto roxo do quarto de hóspedes. Seu vestido tinha estilo, mas era um pouco vistoso demais, uma confecção cor de fúcsia com um decote muito ousado. Seu cabelo castanho claro estava enfeitado com penas cor de fúcsia combinando com o vestido e as esmeraldas ao redor de seu pescoço branco e rechonchudo apareciam com tanto brilho quanto os penetrantes olhos castanhos cor de mel. Aqueles olhos se arregalaram quando se encontraram com os de Hermione e, de repente, pareceu a Hermione que a sala tinha ficado escura, com se alguém tivesse apagado todas as luzes e ela estivesse sozinha, um som estrondoso nos ouvidos.
Porque a mulher que a olhava fixamente era sua irmã, Katherine.
comentem que sai capítulo amanhã!
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