Capítulo Quatorze
Where Roses Grow Wild
Capítulo Quatorze
Hermione foi acordada na manhã seguinte por uma série de batidas leves. Primeiro pensou que alguém estava batendo à porta do quarto, mas, depois de se sentar na cama, percebeu que o som surdo era de alguma coisa sendo atirada contra as grandes janelas que revestiam a parede sul do seu quarto. Depois de esfregar os olhos para afastar o sono, Hermione empurrou as pesadas cobertas e foi, pé ante pé e descalça, até a janela, tremendo um pouco devido ao frio que não estava sendo dissipado do quarto pelo fogo que estava se apagando.
Uma olhada para o céu cinzento de inverno foi o suficiente para fazê-la perceber que tinha dormido bastante e que já era tarde, e se perguntou por que Lucy tinha permitido que ela continuasse dormindo por tanto tempo. Provavelmente a pobre moça pensara que um bom descanso faria bem a Hermione, sem saber que o que estava sofrendo agora era o seu coração e não o corpo.
Ao se ajoelhar sobre as almofadas de seda do banco colocado junto à janela, um grande projétil branco bateu contra a vidraça e Hermione percebeu que estava sendo borbadeada por bolas de neve. Jeremy, pensou ela, e sem lembrar que a sua camisola de algodão e renda era bem fina, abriu a janela e se inclinou para fora, exatamente quando mais uma bola de neve atingiu o lado da casa.
Lá embaixo, montado sobre um enorme cabalo preto e meio escondido por trás de um grande pinheiro, Jeremy gritou um cumprimento e acenou. "Bom dia, Hermione!"
"Bom dia, Jeremy" respondeu ela, tentando evitar que o seu cabelo longo e solto se molhasse na neve do peitoril da janela, "Imagino que este seja o seu novo cavalo, não é?"
"É, sim" Jeremy bateu com gosto no pescoço do magnífico animal. O cavalo relinchou, reconhecendo o agrado. "Este é o Rei."
"Rei?" Hermione abraçou a si mesma, tentando reter algum calor no vento frio que entrava pela janela. "É um nome muito curioso. Por que Rei?"
"Porque sou um duque. E o tio Harry me disse que ia me comprar um cavalo digno de um rei. Então, naturalmente, eu lhe dei o nome de Rei."
Hermione fez que sim com a cabeça, como se essa explicação fizesse sentido para ela, o que, naturalmente, não fazia. "E onde você e Rei vão hoje de manhã?"
"Bem", disse Jeremy devagar. "Nós vamos cavalgar por aí um pouco e ver como está a terra."
"Você não vai sozinho, espero."
"Não. Tio Harry vem conosco." Jeremy virou-se e olhou para alguma coisa escondida atrás dos galhos do pinheiro. "Não é mesmo, tio Harry?"
Para desalento de Hermione, outro cavalo e cavaleiro surgiram embaixo da janela. Era Harry sobre o seu enorme garanhão preto. E lá estava ela, inclinada para fora da janela com o cabelo solto sobre os ombros e apenas com uma camisola branca praticamente transparente.
"Bom dia, Srta. Granger", Harry a cumprimentou alegremente, agindo como se o que acontecera entre eles na noite anterior tivesse sido algo inventado pela imaginação de outra pessoa - presumivelmente da dela.
"Desculpe acordá-la, mas Sua Graça insistiu em lhe mostrar a sua nova montaria"
"Oh!" Hermione tentou manter o tom de voz despreocupado. "Rei é um cavalo muito bonito. Você agradeceu a seu tio Harry, Jeremy?"
Jeremy virou os olhos para cima, dramaticamente. "Hermione!", disse ele, muito aborrecido. "Naturalmente que agradeci."
"Bem", disse ela. Mas, como Harry continuou sem fazer nada a não ser ficar sentado sobre o cavalo, o rosto voltado para cima olhando-a, Hermione disse: “Então, tenham um bom passeio, cavalheiros" e começou a fechar a janela.
"Espere", chamou-a Harry, subitamente dando sinal de vida.
Hermione o olhou brevemente sobre o ombro. "Pois não? Está frio para ficar de janela aberta, você sabe."
"Só pensei que a senhorita gostaria de saber que alguns dos convidados para a caçada de amanhã já chegaram. As senhoras vão se reunir para o almoço na sala de estar em cerca de uma hora."
Hermione fitou-o como se ele tivesse perdido o juízo - e talvez tivesse mesmo. "Temo não poder juntar-me a elas. Marquei uma reunião com o diretor da escola para moças hoje de manhã. Talvez alguma outra hora…"
"Elas estão muito ansiosas para conhecê-la", gritou Harry.
Ela tirou a mão do trinco da janela e olhou-o mais um pouco. "Farei o possível para não decepcioná-las", disse ela, azeda. E, com isso, bateu a janela com força.
Quando Lucy chegou para ajudá-la a tomar banho e se vestir, a disposição de Hermione não tinha melhorado muito. É verdade que tinha sobrevivido ao encontro com Harry sem cair no choro, ficar toda enrubescida, ou sem esbofeteá-lo - um fato raro, devido à história recente entre eles. Mas isso provava que não tinha se apaixonado? Esse pensamento a tinha irritado demais por quase uma hora depois de ir para a cama na noite anterior. Seria de uma inconveniência extrema se Hermione se apaixonasse por Harry Potter, já que ele tinha a reputação de ser um grande salafrário.
Quando Hermione se apaixonasse, seria por um homem agradável e sério, um homem interessado em ciências e letras; na verdade um homem como o Sr. Parks, o médico. O Sr. Parks, achava Hermione, daria um excelente marido. Ele não intimidava as pessoas com o seu tamanho. Não era excessivamente bonito. Não importunava, provocava ou enfurecia ninguém. Aquele era o tipo de marido que Hermione queria. Um marido de aparência comum, seguro e calmo. Harry Potter nunca seria um marido muito bom para ninguém. Era turbulento demais, petulante demais, irritável demais. Bonito demais. Rico demais. E rápido demais com as mãos.
Quando terminou de abotoar um vestido de veludo azul muito escuro, que favorecia Hermione, Lucy soltou uma risadinha e deu um pulo até a penteadeira da falecida duquesa.
"Oh, senhorita" disse Lucy, remexendo na gaveta "A senhora vai usar os seus rubis ou seus diamantes hoje?"
Hermione olhava a si mesma no espelho de moldura dourada tentando decidir como prenderia o cabelo "Que conversa é esta, Lucy?", perguntou ela, distraída.
"Os seus pingentes de rubi ou de diamante?" Lucy estendeu as mãos, sem conseguir as mãos, sem conseguir abafar uma risada, toda encantada.
Ela segurava uma grande caixa de ouro com a tampa aberta, revelando um amontoado de jóias lindas e caras. A luz que incidia nas pedras preciosas se refletia no rosto sardento e sorridente de Lucy. "O que a senhorita pensa de Lord Harry agora, senhorita?"
Hermione estendeu a mão e levantou um longo fio de pérolas do fundo da caixa. "Onde…?", ela segurou o fôlego. "Oh Lucy, Onde você achou isto?"
"Não achei", riu Lucy. "Só mencionei por acaso para Sukie, a aprendiz de cozinheira, que a senhora não tinha brincos e Sukie mencionou isso para a cozinheira, que mencionou para a Sra. Praeshust, que contou para o Sr. Evers, que comentou com o valete de Lord Harry, que deve ter contado para ele, porque hoje de manhã, quando eu subia a escada e vinha para cá, para ver como a senhorita estava, me encontrei com Lord Harry na galeria e ele me entregou isto."
"Esta caixa?", Hermione, confusa, olhava fixamente para a moça. "Ele simplesmente lhe entregou?"
"Não exatamente. Ele disse 'Aqui, Lucy. Providencie para que a Srta. Granger receba isso. É a coleção de jóias de minha mãe'. Daí ele riu, uma risadinha engraçada, e disse: 'Diga a ela que, se quiser doar tudo ao orfanato local, pode fazer o que quiser'." Lucy coçou o nariz. "Pelo menos acho que foi isso que ele disse."
Hermione pegou a pesada caixas de jóias e se sentou com ela à penteadeira. O espanto dela era total. Lord Harry Potter era um enigma que Hermione nunca iria deslindar.
Lucy prendeu o cabelo de Hermione no alto da cabeça com os cachinhos caindo nas costas, de forma que seu longo pescoço destacasse os novos brincos de safira. Satisfeita de pelo menos não parecer tão virtuosa quanto realmente era, Hermione pegou uma fola de papel e escreveu uma nota rápida para o diretor da escola para moças, perguntando se não poderia encontrar com ele uma outra hora, Hoje, escreveu, infelizmente ficaria retida…
Oi! Aqui está o capítulo 14. E lembrem-se:
Atualizações = comentários.
Obrigada a may33 e Anne Potter, que comentaram.
Bjos, Jeh
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