Festa de Despedida
Ela devia estar louca. Completamente louca. Oh Hermione...
Hermione rangeu os dentes em frustração, contorceu-se com violência na cama que já havia se transformado num montão de cobertas amassadas. Levantou-se irritada, furiosa mesmo. Como pudera permitir que Harry dominasse seus sentidos daquele jeito, depois de tudo o que se prometera em semanas?
E não fora difícil, porque Harry contribuíra para isso. Ele também se controlara, também mantivera certa distancia o tempo todo. Qual seria o plano dele? Tranqüiliza-la dando-lhe o um falso sentido de segurança para depois atacar?
- Não que eu queira qualquer contato – ela disse em voz alta cruzando os braços. – Posso muito bem viver, sem essas aproximações de Harry Potter. Na verdade, é a última coisa que desejo.
Hermione ficou chocada ao notar que falava sozinha. Foi à cozinha e preparou uma xícara de leite quente, ainda terrivelmente irritada com ambos, com Harry e consigo própria. Não precisava daquilo, de considerações sobre o já fazia parte do passado. Tais recordações não eram aconselháveis ás duas horas da manhã, e definitivamente NÃO quando se tinha um dia de trabalho pela frente.
Sem dúvida Harry dormia a sono solto. Hermione engoliu um bocado de leite tão depressa que queimou a língua. Oh para o inferno com Harry Potter, com a Black Corporation, com a Bergique & Sons de Paris, com a França, com tudo...
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Harry se virava de um lado para o outro na cama, até que o inevitável aconteceu, caiu da cama.
- ARGH, CHEGAAAAAAA! – gritou frustrado, não conseguia fechar o olho sem a imagem dela invadir sua mente. – Seu burro quem mandou ceder aos seus impulsos, agora poderia por tudo a perder.
- Hermione está furiosa e com razão, eu não me comportei como prometi. Mas como se comportar quando ela fica linda quando se zanga, quando sorri, quando fica toda lânguida depois de fazer amor... – ele pensou - esses pensamentos não estão ajudando, preciso de um banho bem gelado. – resmungou ele, rumando para o banheiro.
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- Tudo pronto para amanhã?
- Acho que sim. – Hermione tentou esconder qualquer traço de nervosismo da voz quando respondeu à pergunta inexpressiva de Harry. – Eu ia pedir a você as passagens. Pretendia fazer isso antes, mas a correria foi tanta que esqueci.
- Não se preocupe, está tudo pronto. Levarei amanhã quando for apanha-la. – ele levantou a cabeça e, ao encara-la, viu logo como Hermione reagira as suas palavras.
- Não é necessário que você vá me apanhar. Já providenciei o táxi, mas obrigada da mesma forma pela oferta.
- Cancele o táxi. – ele retrucou irritado, porque ela dificultava as coisas?
- Não acho...
- Cancele Hermione, faz mais sentido viajarmos juntos quando nosso destino é o mesmo.
- Você não disse que iria a outro país amanhã? Para onde mesmo? – indagou irônica.
- Pensou que eu fosse joga-la num lugar desconhecido, sozinha? Vou com você a fim de apresenta-la ao pessoal do escritório e faze-la entrar com o pé direito. Passarei uma noite na França, talvez duas. Está bom assim?
- Não há necessidade! – exclamou enérgica.
- Há toda a necessidade do mundo, Hermione.
- Não estou intimidada por nada do que possa acontecer, Harry.
- Não importa se está intimidada ou não. Quero que o pessoal da França saiba que apoio totalmente á nova gerente, e que todos precisam cooperar com você. A humanidade é a mesma no mundo inteiro, e Ralf deixou tudo em completa desordem. Você encontrará oposição, encoberta ou ás claras, e pretendo minimizar as conseqüências o máximo que puder.
- Posso me arranjar sozinha...
- Confie em mim. Sei o que estou fazendo.
- Não duvido – ela observou e calou-se.
- Sim, você não duvida. Mas garanto que estava tentando descobrir se tenho algum motivo especial para acompanha-la na travessia do canal. Não estava?
- Estava – Hermione o fitou desafiante. – Estava mesmo. Você não tinha um motivo especial?
- Isso é que a faz tão boa em seu trabalho, Hermione. Não hesita em ir direto a jugular se acha que está com a razão.
- Mas não respondeu a minha pergunta, Harry.
- É verdade não respondi.
- E não vai responder? – ele quer me irritar.
- Bem... – quando Hermione abriu a boca para protestar, Harry levantou-se e foi para perto dela com a rapidez de um felino. – Você é um conjunto de contradições não é mesmo?- disse com um carinho que reduziu a fúria dela a quase nada. – Tão beligerante, tão direta ás vezes, outras vezes nervosa e trêmula como uma gatinha. Concorda?
- Francamente, não sei. – Ela tentou lançar mão de uma frieza sofisticada mas fracassou completamente.
- Seus olhos tem a cor de um carneirinho em seu primeiro ano de vida, sabia disso? – Harry continuou – Um marrom dourado e com a suavidade de um veludo. Olhos onde um homem morreria afogado com prazer.
- E os seus olhos tem a agudeza do mar sob um céu gelado de inverno, e como agora são límpidos como cristal e terrivelmente frios.
Harry se aproximou perigosamente dela e respondeu com um misto de ironia e sedução na voz:
- Adorei a analogia criada por você. – ele murmurou. – Não iria bem para um sujeito como eu ter os olhos de um cachorrinho.
Não deixe que a mesma coisa aconteça de novo, Hermione, seja forte, seja forte. A voz interior que sussurrava era violenta. Lembre-se de como foi na última vez, quando ele usou de persuasão suave num minuto seguinte, e ficou distante como o homem na lua no minuto seguinte.
Harry notou a confusão no olhar de Hermione, depois se afastou e disse:
- Amanhã apanharei você pela manhã ás nove horas, Hermione.
- Tudo bem... e obrigado.
O agradecimento saiu de maneira relutante, Hermione não pôde evitar sua irritação. Ela estivera nervosa o bastante sobre a viagem, antes de saber que Harry iria acompanha-la. E agora... Com muita força de vontade procurou se controlar. Afinal, tudo o que Harry dissera fora razoável e prático, ela reconhecia.
A presença dele em sua companhia na chegada lhe daria mais segurança, sem dúvida. Porém o razoável não tinha lugar no comportamento emocional dela em se tratando de Harry.
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Horas depois Harry conduziu Hermione para a sua despedida. Ela ficou emocionada com a despedida e presentes dos funcionários do escritório. Uma infinidade de cartões, um jogo de malas, abraços e beijos. Maggie levou-a para um canto e lhe deu um lindo relógio de cristal.
- É meu presente, Mione – disse, os olhos cheios de lágrimas – Só meu. Você foi tão boa para mim quando comecei a trabalhar aqui... Nunca vou me esquecer do que lhe devo e jamais agradecerei o suficiente.
- Oh Maggie!- Hermione a abraçou emocionada.
Depois se despediu de todos, e seguiu com Harry para a casa dos Weasley onde uma outra festa de despedida seria realizada. Dessa vez aparatam para a toca. Apareceram no meio da sala, Hermione não deu dois passos e foi envolvida por um dos abraços quebra tudo e não sobra nada da sra Weasley.
- Oh! minha querida sentirei muito a sua falta, por favor não esqueça de se cuidar, você precisa descansar as vezes, e eu sei que fica trabalhando direto, e nem liga para o que come, tem que se alimentar direito ouviu bem mocinha. – dizia Molly chorosa .
- Mãe deixa a Mione respirar! – exclamou Rony e puxou Hermione para a cozinha onde se encontrava os demais.- Vem Mione, antes que a mamãe comece com aqueles discursos para você se cuidar.
Hermione limitou-se a apenas a sorrir, pois estava se agüentando para não chorar, mais a coisa tava difícil, pois quando entrou na cozinha, foi recebida por muitos vivas e votos de prosperidade, Gina se pendurava nela chorando e dizendo:
- Há! amiga você vai fazer uma falta danada, quero que saiba, que sempre te considerei como uma irmã e que isso não vai mudar só por que vai estar longe de nós. – falou chorando.
Hermione a apertou e disse também chorando:
- A distancia não vai me separar deste sentimento que tenho por todos vocês. Família foi o que foram para mim desde o momento em que conheci a todos vocês e não quando perdi a minha, amo a todos... E muito obrigado pelo que fizeram por mim! – finalizou.
Molly agora estava aos prantos, o sr Weasley ergueu uma taça e disse:
- A Hermione!
- A Hermione!- E todos ergueram suas taças e brindaram a ela.
A conversa que se generalizou deu a Hermione chance de se recompor um pouco. Mas quando viu o banquete que Harry preparara, e as garrafas de champanhe de boa qualidade, emocionou-se de novo.
- Você... você não precisava se incomodar – ela disse a Harry depois que os votos de felicidades foram dados e todos, em grupos, conversavam animadamente. – Eu não esperava nada...
- Por isso mesmo resolvi organiza o bota fora.- Harry insistira em encher-lhe o prato e ficou o tempo todo do lado dela, enquanto Hermione tentava fazer alguma coisa atravessar o nó que tinha na garganta. – Além disso, todos aqui a adoram e haveria uma revolução se não tivesse uma despedida.
Hermione o encarou com lágrimas nos olhos.
- Mione... – ele parou abruptamente. E com voz rouca prosseguiu: - Sabe que o pessoal não queria que fosse embora?
- Não queria?
Hermione não tinha certeza se ele falava do pessoal ou se suas palavras tinham um sentido mais profundo. E ela se apavorava pela possibilidade da segunda hipótese ser a verdadeira, justamente por desejar que o fosse, e ao mesmo tempo não desejar, em ambos os casos com uma intensidade que a chocava.
- Todos vão sentir muito a sua falta. As coisas nunca mais voltaram a ser as mesmas... garanto. – a voz dele era profunda e grave, as palavras pareciam vir arrastadas do íntimo de sua alma.- Mais champanne?- ele perguntou, mudando de assunto na velocidade da luz.
Hermione ficou imóvel, enquanto ele atravessava a sala para encher mais duas taças. O desejo expresso no rosto de Harry, antes de se afastar, fora surpreendente. Mas havia também algo... sombrio. Hermione estremeceu de repente, apesar da casa está bem aquecida. O que estaria acontecendo na vida de Harry para faze-lo ter aquele ar estranho? E tão subitamente? Mas no instante seguinte viu-se rodeada por um grupo alegre, que a forçou a empurrar sua agitação para o fundo da mente.
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Há um canto da sala, Harry observava Hermione se divertir com os amigos. De repente sentiu uma presença ao seu lado era Rony.
- Então como vai seu relacionamento com a Mione? – perguntou troçando, ele sabia muito bem como as coisas estavam.
- Porque pergunta se já sabe a resposta? Faz isso só para me irritar? – respondeu irônico.
- Claro é muito divertido! – exclamou sorridente, e continuou – Então?
- Ela é mais teimosa que o bicuço! – suspirou Harry. Rony deu uma risada.
- Eu, não esperava menos dela! – disse dando palmadinhas de consolação no ombro do amigo.
- Eu sei! Mas eu vou destruir esse muro que ela construiu em volta do coração dela, e toma-lo para mim! – disse Harry agora sério.
- Cara presta atenção no que você está dizendo. – adivertiu Rony, também ficando sério. – A Hermione tem todo o direito de decidir se te dá mais uma chance ou não, mas isso é com ela. E a única coisa que você pode fazer, é mostrar ela que merece uma segunda chance.
- È o que venho tentando fazer! E nada nem ninguém vai me impedir de recuperar o amor dela. – falou enfático.
- Harry, você por um acaso já considerou a possibilidade, de que ela, agora que vai residir na França possa se envolver com alguém? – perguntou Rony, encarando Harry diretamente nos olhos.
- Sim! Mas duvido que isso venha a acontecer, ela vai estar muito voltada para o trabalho. Como eu mesmo constatei várias vezes no escritório. – falou Harry também o encarando.
- Mas e se ela se envolver com alguém por lá? – insistiu Rony.
Um brilho sombrio passou rapidamente pelo olhar de Harry. Isso não passou desapercebido por Rony, que tratou de alertar o amigo.
- Harry! A Hermione escolhe quem ela quiser. E você não pode intervir nas suas decisões.
Harry pôs uma mão no ombro do amigo e sorrio, mas um sorriso que não alcançou os olhos. E disse:
- Não se preocupe, eu não faria nada contra a pessoa que quero reconquistar o respeito e outras coisas.- Concluiu com uma ponta de malicia na voz.
- Mas eu estava me referindo hipoteticamente claro. Ao cara que ela se envolver. – explicou Rony, um pouco temeroso da resposta de Harry. Não gostou nadinha da expressão que o amigo fez a menção de Hermione ter um relacionamento com outro homem.
- Isso não vai acontecer! Garanto que não vai... – respondeu. E se afastou com as duas taças de champanne na mão. Deixando um Rony apreensivo para trás.
Quando Harry voltou a se unir ao grupo, entregou a taça a Hermione com um sorriso amável. Seu olhar estava calmo, mas ligeiramente distante. Isso não passou em branco a Hermione, a breve camada de calor humano vinda dele, sumira, para dar lugar ao homem de gelo em perfeito controle de si mesmo e dos que o rodeavam. Ali estava de novo o bondoso anfitrião, o amável cavalheiro, mas definitivamente e acima de tudo, o homem intocável, insensível que Hermione agora conhecia como um outro Harry.
( N/A: semana que vem posto o quinto capitulo, pois essa semana tenho um trabalho para entregar na faculdade, e já sabe né como vida de universitário é triste, SNIF SNIF. QUERO COMENTÁRIOS SE NÃO INCOMODAR MUITO NÃO É. E AGRADEÇO A QUEM COMENTOU. ADNARIM, POR ONDE VC ANDA HEIN? BJUSSS ^^)
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