Bergique & Son
A combinação de um cálice de conhaque, duas taças de champanhe, um longo dia cheio de situações emocionantes, acrescentando-se a isso o fato de ter dormido mal nas últimas noites, garantiu a Hermione a possibilidade de cair no sono tão logo recostou a cabeça no travesseiro.
Quando despertou lembrou que ainda não havia terminado as preparações da viajem.Conseqüentemente, as duas horas que precederam a chegada de Harry foram gastas numa correria louca. Quando a campainha tocou, às nove horas em ponto, ela havia apenas acabado de se aprontar.
- Olá – ele cumprimentou-a, assim que Hermione abriu-lhe a porta.
Vestia um sobre tudo escuro sobre um terno cinza, e camisa azul-clara. Sua aparência de segurança era surpreendente. Mas por debaixo daquele verniz de sofisticação ainda existia um moleque matreiro da época em que estudavam juntos, tanto é que ele já começou as provocações cedo.
- Quer dizer que não mudou de idéia? – disse ele com uma cara de inocente.
- Não. Mas fiz força para não mudar!
- Como acontece freqüentemente.
- Não comigo – ela sorriu – quando concordo com alguma coisa, vou até o fim.
- Claro. – ele apertou as pálpebras enquanto falava, e a intensidade de seu olhar foi enervante, parecendo irritado por algum motivo. Mas que motivo? Impossível de se imaginar.
Harry colocou a mala mais leve embaixo de um dos braços e pegou as outras duas maiores em cada mão, carregando-as com a maior facilidade, embora as grandes pesassem uma tonelada aproximadamente. ( Tá eu to sendo exagerada, mas convenhamos, para o Harry elas devem ser que nem plumas, já que ele tem um porte e que porte físico que lhe é muito propício. Enquanto a Hermione... bem a Hermione não ia dar conta do recado sem usar magia né gente? ).
- Nenhuma despedida de última hora? – ele perguntou após fechar a porta.
- Não. Apenas preciso colocar a chave na caixa de cartas do apartamento abaixo. – o nervosismo da véspera passara, e ela só tinha uma sensação de inevitabilidade. – Já fiz todas as minhas despedidas ontem.
- Exceto uma. – Harry falou erguendo as sobrancelhas.
- Qual?
- A minha. – ele sussurrou provocante.
- Mas você vai comigo, não vai? – ela respondeu cortando o barato dele.
- Ah, é mesmo. Quer dizer então que nosso adeus está por vir?- ele disse divertido.
- Você não toma jeito!- exclamou ela.
*********
Uma vez no táxi, a conversa transcorreu sobre assuntos leves. Harry estava calmo, mas Hermione esforçava-se por falar com naturalidade. A proximidade do corpo dele a deixava tensa.
- Relaxe, Hermione.
- Estou relaxada. – tentando parecer convincente.
Harry a fitava com insistência e cobria-lhe a mão com a sua, quente e firme.
- Não. Não está, você está nervosa. – disse – mas não há necessidade disso.
Mas há toda necessidade do mundo.- pensou ela.
- Eu... sei. Estou bem.
- Mentirosa – ele falou calmamente, os olhos percorrendo-lhe a face e parando nos lábios tal qual uma carícia. – É apenas o desconhecido que põe esse toque de medo em seus olhos, Hermione? Ou tem medo de mim, de como seria se você deixasse que tudo acontecesse?
- O quê!- ela o olhava incrédula.
- Não venha me dizer que não está sentindo aquilo a que me referi, porque vi o reflexo do que sinto em seu olhar, Hermione. Sei que me deseja tanto quanto Eu a desejo. – disse confiante.
- Você perdeu completamente o juízo! Embora eu duvide que tenha tido uma alguma dia. E eu não quero nada com você – replicou mordaz.
Harry limitou-se apenas a rir, o que a deixou mais irritada.
- Sim você quer, apesar de não se sentir com coragem de admitir. – ele protestou com uma segurança que a deixou pasma.
- O fato de eu aceitar o emprego na França tem algo a ver com essa nossa conversa? E exijo ouvir a maravilhosa verdade que você apregoa com relação a mim.
- Eu lhe ofereci a posição na Bergique & Son porque sei que você será um maravilhoso investimento para o império Black – Harry disse friamente. – Qualquer ligação que possa existir comigo pessoalmente é assunto à parte.
- Mas não seria de se desprezar ter uma cama aquecida quando fosse visitar a firma, concorda? – ela respondeu se possível mais friamente que ele.
- Devo entender que isso é um “não” a minha sugestão de ....
- Sem dúvida, é um “não”. – Hermione o cortou bruscamente.
- Que pena! Paciência não é uma de minhas virtudes, mas posso esperar, Hermione, quando necessário. E alguma coisa me diz que vai valer a pena esperar.
- Pretende que eu lhe agradeça pela observação?
- Seria de grande amabilidade sua se o fizesse.
Esse comentário foi a gota d’água.
- Vai pro inferno seu filho da mãe! – ela falou baixo, para apenas ele ouvir já que o motorista estava acompanhando a discussão.
O restante do percurso até o Aeroporto foi feito num silêncio pesado. Quando chegaram foram direto despachar a bagagem. O balconista que os atendeu lançava discretos olhares aos dois, assim como outras pessoas ao redor, que admiravam o belo par que eles faziam. E os dois nem se davam conta disso, afinal estava um clima tenso entre eles.
- Acho mais interessante eu ir à França sozinha, em vista das circunstâncias – ela comentou.
- A que circunstâncias se refere? A meu ver, nada foi alterado.- replicou calmamente.
Harry aparentava uma calma surpreendente, mas por dentro estava muito agitado. Vamos ver quem vai vencer está batalha Hermione! Pensou, enquanto a observava de soslaio.
*************
O vôo para a França e o trajeto até a Bergique & Son, situada no coração de Paris foi feito no mais absoluto silêncio. Hermione estava com os nervos a flor da pele quando chegou no edifício, junto ao Sena.
- Bergique & Son. Chegamos.- falou Harry.
Era um edifício de três andares, situado numa das grandes avenidas de Paris. Hermione olhou pela janela. Lá ela iria provar, durante os próximos meses, sua eficiência ou seu fracasso. Teria de provar também que não era uma ingênua, mas uma inteligente mulher de carreira que sabia onde queria chegar e como chegar. Porque Harry iria observa-la, mesmo de longe. E ele era eficiente, disso Hermione não duvidava.
- Hermione? – Ele chamou-a com voz carinhosa e suave, nem parecia que tinham brigado anteriormente.- Quero que tenha sucesso aqui!.
- Obrigado! – ela não sabia o que mais dizer, ainda estava dividida entre sua raiva e a vontade de apaziguar as coisas. Por mais que relação entre eles estivesse um pouco caótica, não siguinifica que qualquer um dos dois não quisesse o bem estar do outro.
- Hermione, eu não vou negar que desejo você, não pretendo fingir, mas isso não significa que me comportarei de maneira vingativa só porque não quer compartilhar o calor de nossa antiga relação novamente. Confie em mim para qualquer dificuldade que tiver na Bergique & Son.
- Obrigada. – Hermione não sabia o que pensar. Alguma pessoa saberia o que pensar com Harry Potter? – Você tem de concordar que é melhor conservarmos nosso relacionamento na base dos negócios apenas.
- Tenho de concordar? Por quê? – inquiriu ele.
- Por que não funcionaria de outra forma. Temos um exemplo bem ruim no nosso passado, e não pense que estou jogando isso na sua cara, de forma alguma. Estou apenas mostrando os fatos, sou diferente de você.
- É exatamente essa diferença que me faz levantar as duas da madrugada para tomar um banho frio – ele disse com rudeza.
A confissão foi inesperada, e Hermione viu o desejo expresso no rosto dele.
- Harry vou ter minha base na França, e você.... você estará percorrendo o mundo. Quer apenas um affair, algo alegre em suas visitas....
- Não você esta enganada. Quero mais que isso. E vou te provar... você invadiu minha cabeça, meus ossos, meu sangue. Apenas saiba que terei novamente em meus braços o que perdi no passado. Nem que tenha que me utilizar de certos subterfúgios para conseguir o que quero.- Hermione engoliu em seco ao ouvir dele tais palavras. E novamente detectou aquele olhar sombrio em Harry, mas desta vez ele não disfarçou, e ela sentiu um violento arrepio percorrer sua espinha.
***********
Nas próximas duas horas houve uma série de apresentações, os dois entrando em diferentes salas de trabalho. Havia uma excitação em cada lugar onde apareciam, afinal todos estavam muito curiosos para conhecer a nova gerente, que talvez desse um basta no caos que Ralf fez na firma.
Depois todos se dirigiram ao salão de recepções afim de ouvir o discurso da nova gerente. Além dos funcionários estavam presentes também, clientes importantes e representantes de empresas que mantinham parceria com a firma.
Quando iniciaria seu discurso, um homem entrou um pouco apressado pelo salão.
- Desculpem o atraso, compromissos anteriores entendem.- ele explicou com um sotaque suave.- Prazer sou Ralf Black, ao seu dispor- apresentou-se pegando a mão de Hermione e levando-a aos lábios.
- Muito prazer sr Black. – respondeu Hermione. Ela não gostou nem um pouco dele.
- Nossa nem em meus sonhos eu imaginaria uma gerente tão estonteante como você. Espero que não seja apenas beleza o que a senhorita possui para tocar o barco em frente.- disse cínico.
Houve certo mal estar, com as palavras de Ralf. Harry embora não demonstrasse estava possesso com o comentário cretino dele, e a forma como ele a olhava, parecia queria despi-la com os olhos.
Hermione apenas o mirou de forma cínica e respondeu a altura:
- Sr: Black, se beleza realmente resolvesse as coisas, afirma não estaria onde está.- replicou Hermione mordazmente.
Ralf apagou o sorrisinho debochado na hora. E o que se seguiu foi um burburinho enorme. Harry teve uma vontade enorme de rir, mas se controlou assim como outras pessoas. Essa é Hermione Granger entrando em ação.
Após o silêncio reinar no ambiente, ela se pronunciou:
- Bom primeiro quero que saibam, que me sinto honrada em trabalhar nesta empresa. Que em outra época era muito bem conceituada, mas com o decorrer do tempo sofreu com um pequena falha, que nem merece ser citada.- a essa altura houve uma concordância geral embora silenciosa. Ralf parecia mais desconcertado ainda.- Se vocês estão aqui, é por que são os melhores! Vocês estão aqui por que são capazes de fazer esta firma voltar ao estatus que ela merece. E eu não lhes digo isso como a nova gerente ou sua chefe. Falo isso como uma igual, pois somos uma equipe, e se a firma ainda sobrevive foi pelas mãos de vocês que não a deixaram afundar. Vocês que são peças fundamentais nas engrenagens desta empresa, e acima de tudo merecem ser respeitados pelos profissionais que são!.- o fim de seu discurso foi recebido por aplausos fervorosos. Todos agora tiveram a certeza que Hermione faria as coisas funcionarem da maneira correta.
- Você foi maravilhosa! Agora eles a adoram.- Harry sussurrou para Hermione. Ela apenas revirou os olhos divertida.
A conversa se generalizou no ambiente, os clientes da firma fizeram questão de cumprimentar Hermione pelo excelente discurso de motivação aos funcionários, e parabenizar Harry pela escolha da nova gerente que prometia anos dourados a empresa.
********
Só meia hora mais tarde é que Harry decidiu leva-la ao apartamento alugado para ela, como parte do pacote.
- Você foi incrível! Fiquei imprecionado.
- E eles, ficaram?
- Sem dúvida nenhuma Hermione.- falou ele enquanto abria aporta do carro para ela.
O céu escurecera rápido naquele fim de tarde de outono. Ameaçava chuva. E Hermione pôde ver as torres da Notre Dame pelas janelas do carro, molhadas pelas primeiras gotas de água.
- Vamos ter temporal – Harry comentou. – Eu ia sugerir que déssemos um passeio. Mas talvez seja melhor irmos já ao seu apartamento.
- Sim vamos por favor.
-Seu entusiasmo está sumindo aos poucos. Será conseqüência de minha companhia? Poxa e eu achando que era divertido- falou com um falso tom de lamento.
- Não! Imagina.- respondeu irônica.
- Não mesmo? Quer dizer que posso tomar uma xícara de café com você?
- E o que vamos fazer com ele? – Hermione apontou para o motorista.
- Não se preocupe, três é demais, se é o que está pensando. Na volta tomarei um táxi.
- Mas... não tenho nada lá. Nem vi o apartamento ainda...
- Sem problema. Pedi ao zelador que cuidasse de tudo.
- Hum.... sei...- ela falou desconfiada.
- Sei que deveria esperar até ser convidado, Hermione, mas tenho a desagradável impressão de que iria esperar muito...
- Bem, se tiver tempo...
- Isso eu tenho. O prazer de alguns minutos em sua companhia vale qualquer sacrifício.- galanteou.
- Oh, por favor...- Hermione falou com sarcasmo, mas não pode deixar de rir, apesar dos sinos de advertência soarem em sua cabeça.
*********
O apartamento situava-se no norte de Paris, em Montmartre, o que pareceu a Hermione um pequeno oásis de paz. Embora o centro fosse extremamente ativo, a área onde ficava seu moderno apartamento, rodeado de grandes arvores , era mais silenciosa do que os parques verdes e os adormecidos museus.
- Achei que você preferiria um lugar calmo para voltar, após um duro dia de trabalho. E La Villete é um dos bairros mais aprazíveis de Paris.
- Ele é lindo.- Hermione sorriu para Harry enquanto ele ajudava a descarregar as malas.
- Então pronta para conhecer sua nova moradia?
( Bom agradeço as meninas que comentaram e se esqueci de alguma, minha mais sinceras desculpas. Aos que não comentam, eu sei que dá preguiça, mas vai lá, escrevam alguma coisinha vai. SNIF SNIF, vcs não me curtem XP brincadeirinha, vcs postam se tiverem afim valeu ^^. Adnarinzinha qual o seu email pra nóis bater papo? Claro que o convite se estende a quem estiver interessado. HUAHUAHUA. To ficando meio doida conforme a minha mainha diz ^^ )
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