Forever and Ever...
Forever and Ever...
Eles estavam sentados conversando. Apenas isso. Eles estavam apenas desfrutando a companhia um do outro. Harry estava sentado no sofá novinho do apartamento que ele havia alugado. Usava esse apartamento para encontros como esse. Gina estava deitada displicentemente com a cabeça apoiada em seu colo. Ele se sentia feliz, embora as dores das perdas da guerra ainda se fizessem presentes. Rony observava Hermione falar embevecido. Harry achou graça daquilo. E se sentiu feliz que Rony e a amiga pudessem finalmente viver a história deles. Eles mereciam. Falavam de coisas banais. O exame de aparatação, o tempo...
Houve um barulho estranho no corredor. Rony fez uma expressão preocupada. A guerra já havia acabado, mas alguns comensais ainda não tinham sido capturados. E obviamente o trio, era o principal alvo. Eles haviam concordado em dispensar a oferta de Kingsley para proteção por aurores. Aquela atmosfera de apreensão ainda não tinha passado e bruxos ainda tinham medo e se protegiam do melhor jeito possível.
Eles não haviam dito a ninguém sobre o apartamento. Nem mesmo aos outros Weasleys. Portanto não se tratava de uma visita. Agora o som era inconfundivelmente de passos.
– Você lançou os feitiços de proteção, Mione? - perguntou Gina levantando-se.
Harry retirou a varinha do cós da calça, o gesto foi repetido pelos outros três.
– Não deve ser ninguém... - disse Rony - Mas o rosto pálido indicava que ele não confiava muito nisso.
– Abra, Potter! - disse uma voz rígida que Harry não reconheceu. Hermione fez sinal para que eles ficassem quietos.
Alguém deu uma risada.
– Ora, ora, o "Grifinório-corajoso-Potter" está com medo? O “homem de Dumbledore” é um fraco? - Hermione sacudiu levemente a cabeça e Harry quase pôde ouvir a voz dela dizendo: "Não caia nessa!"
- Ok, ok - disse a voz - Eu resolvo isso.
Um barulho de algo batendo contra algo sólido soou.
- Ah, um feitiço de proteção... - disse a voz sarcástica - Quer dizer que aquela sangue-ruim maldita está ai contigo Potter?
Eles ouviram alguém murmurar algo. E a porta se abriu com impacto. Hermione ofegou. E Gina deu um passo pra trás.
Um homem de cabelos pretos e desgrenhados, uma roupa imunda, e o rosto encovado de quem tem comido pouco, entrou seguido de outro homem. Este loiro em um estado um tanto pior que o outro. O homem moreno caminhou devagar. Ele era a imagem da loucura. Ostentava um sorriso psicótico que lembrava imediatamente Bellatrix Lestrange. O outro apenas observava tudo com olhos famintos.
– Você está no lugar errado, na hora errada - disse Harry com um sorriso cínico.
O homem passou os olhos pelos outros três ocupantes da sala e vacilou por um segundo. Ele obviamente não esperava encontrar todos juntos. Ele fitou Gina, cuja fama de duelista havia se espalhado. Alguns segundos depois ele pareceu se recuperar.
– Não, Potter, eu estou no lugar certo. Mas uma coisa você tem razão, estou na hora errada afinal você deveria ter sido morto há muito tempo...
O homem ergueu a varinha.
– Expelliarmus! - berrou Harry. Mas o homem se esquivou.
Hermione conseguiu lançar um feitiço do corpo preso no outro invasor.
– Estupefaça! - gritou o homem. Gina se esquivou - Expelliarmus!
– Protego! - gritou Harry.
– Serpensortia! - a serpente que saiu da varinha do homem avançava feroz em direção a Rony.
– Evanesca! - disse Ron e a serpente sumiu.
– Desista! - disse Harry. O homem riu diabolicamente.
– Sectusempra! Sectusempra! - o homem havia apontado a varinha para Hermione e Harry, ambos bloquearam o feitiço.
– Sectusempra! - ele aparentemente mirava Gina. Rony olhou pra irmã, espantado. Foi um erro. No último segundo o homem virou a varinha na direção do ruivo que caiu com o impacto.
– NÃO! - gritou Hermione. E correu na direção do rapaz caído. Gina fez o mesmo.
– CRUCIO! – Harry gritou. O homem se ergueu no ar, gritando e se contorcendo. – Crucio! – novamente – Crucio! – Harry sentiu que poderia golpear o homem a vida inteira, queria vê-lo sentir dor. Ele havia ferido seu melhor amigo. Mas Rony ficaria bem. Hermione o curaria.
– Harry... – a voz chorosa e desesperada de Hermione era um mau presságio. Mas Rony estava bem. Só precisavam levá-lo ao Saint Mungus.
Ele deixou o homem cair inerte no chão ainda tremendo pela dor, amarrou-o com um feitiço e correu até ela.
Ele se ajoelhou ao lado de Rony, Gina tremia feito louca. Hermione tinha a cabeça do rapaz apoiada nas pernas. Ela chamava por ele.
– O dimntano! - disse ela. Gina correu até o quarto pra pegar a essência.
– Rony, fique calmo, está bem? - disse Hermione. Mas o rapaz parecia não ouvi-la. – Ron, você esta me ouvindo? - ela chorava assustada. Harry simplesmente não sabia o que fazer. Rony tinha os olhos semicerrados e abriu levemente a boca. A respiração rascante. Funda como se o ar não lhe entrasse. Os olhos dele pareciam vidrados. De repente a respiração dele falhou. Harry olhou pra um corte grande na jugular. Era horrível, deixava sua uma parte da sua traquéia visível.
- Gina, anda! – gritou apavorado.
Mas no momento em que Gina chegou à porta da sala, a respiração de Rony falhou.
– Rony, Rony... – Harry chamou. Enquanto Gina entregava o frasco à Hermione.
Rony teve um leve estremecimento e não voltou a respirar.
– Rony! – o grito de Hermione cortou Harry como uma navalha transpassando o coração. Aquilo não podia ser real. Harry se desesperou e pegando o frasco que Hermione havia deixado cair, abriu-o para derramar o liquido no pescoço do amigo. Gina estava sentada ao lado dele soluçando desesperada. Harry derramou a essência de ditanmo, mas nada aconteceu. Ele pressionou as mãos tentando parar o sangramente. Tentava desesperadamente ignorar os olhos fixos e vidrados de Ron, e o fato dele não respirar mais.
– Rony... Não... - murmurou Harry , seu corpo tremia e ele chorava desesperado. Por que não podia ser verdade. Rony não podia estar morto.
– Rony, por favor... Por favor... Rony olhe para mim... Amor sou eu. - Hermione fitava o rosto de Rony novamente inclinando seu corpo em cima do corpo ensangüentado do ruivo. Ela apoiou a cabeça no peito do garoto chorando convulsivamente. Harry deixou as mãos penderem enquanto as lágrimas corriam face abaixo. Hermione soltou o corpo de Ron. E se dirigiu ao assassino. O rosto irreconhecível, um ódio estampado nos olhos que Harry nunca havia visto.
Ela ergueu o homem e o despertou com um feitiço.
– Abre os olhos desgraçado! – ela gritou – Abre os olhos. – O homem olhou pra ela com uma expressão de pânico.
– Quando estiver no inferno, lembre-se dos meus olhos, por que fui eu que te matei! - ela disse com ódio.
Harry nunca imaginara que a maldição da morte pudesse sair da boca de Hermione, mas foi o que ouviu. O homem caiu inerte. Ela caiu de joelhos chorando desesperada.
Harry se aproximou do corpo do amigo.
- Rony... - ele fechou os olhos do amigo enquanto suas lágrimas pingavam no rosto dele se misturando ao sangue.
Harry sempre achara que não poderia encontrar dores piores do que as que enfrentara, mas aquela dor ele preferia morrer a sentir. Eles não podiam ter passado por tudo para acabar assim. Para ele perder um pedaço de si assim. Segurou na mão do amigo e um pânico se apoderou dele. O corpo de Ron esfriava. Ele quis impedir. Quis parar. Mas não dava. Foi a vez de ele gritar...
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Aquelas palavras não significavam nada pra ela. Na verdade ela nem sequer ouvia. Parecia que haviam bloqueado seus sentidos. A única coisa que ela conseguia assimilar era que o corpo ali na mesa de mármore branco, envolto nas cores da Grifinória, era Ron. E com ele estava indo embora sua vida, seus sonhos, seus planos, seu tudo. Ela viu de relance a Srª Weasley. Ainda não tinha ido falar com a sogra. Não conseguiria olhar pro rosto desesperado dela. Ginny parecia ter entrado em estado de transe nas últimas 12 horas. Estava sentada ao lado de Harry olhando fixamente para o corpo oculto do irmão. Harry chorava desconsoladamente ao lado dela.
Olhou para o que trazia nas mãos. Um saquinho de veludo preto fechado com uma fita, uma rosa vermelha, um pedaço de pergaminho.
– Hermione... – ouviu Harry chamar. Ele tocou no braço dela. Ela retirou o braço bruscamente. Não queria ser tocada ou consolada, queria morrer. Estar ao lado de Ron era tudo que queria. Harry não insistiu.
O discurso terminou. Harry viu Gui se mexer. Ele ia levar o corpo de Ron. Não. Não ia.
Harry se levantou e pegou o corpo do amigo. Ele ia com Rony até o fim. Como sempre fora.
Caminhou até a parte do cemitério onde haviam preparado o lugar no qual iam conjurar a sepultura. Deitou Rony com cuidado.
– Adeus amigo. Me espera lá, está bem? Eu vou cuidar dela, e da sua família eu prometo. – ele não se importou que todos ouvissem isso. Tirou do bolso uma quantidade razoável de sapos de chocolate e colocou junto com o amigo. Sorriu. Foi com Rony que comeu pela primeira vez o doce de que tanto gostavam. Era algo idiota, mas queria que Rony levasse com ele.
Saiu dali indo se sentar novamente entre Hermione e Gina. Os Weasleys levantaram-se. Gina os acompanhou aparentemente ainda naquele transe. A Srª Weasley era a imagem do desespero. O marido parecia perdido. Gui depositou uma bandeira do Chudley Cannons sobre o irmão. Jorge a luva de goleiro. O senhor Weasley tirou algo incomum do bolso. Um cartão. Harry reconheceu como a licença para aparatar. Elas haviam chego naquela manhã, a dos dois. Harry sentiu o coração apertar, Rony havia esperado tanto por aquilo! A senhora Weasley depositou a varinha do filho. E Gina se aproximou do irmão. Não disse nada. Não deixou nada. Harry a viu recomeçar a chorar. Eles se afastaram. Todos sabiam o que estava por vir. Hermione se levantou e caminhou até o namorado. O coração doendo desesperadamente. Ela abriu a bandeira da Grifinória que o cobria. Harry desejou que ela não tivesse feito isso. O rosto pálido de Ron apareceu. Ela localizou as mãos.
- Rony, eu vou fazer algo agora sem o seu consentimento, mas na verdade eu acho que isso já estava decidido desde o momento em que entrei na cabine do Expresso de Hogwarts onde você estava. - Ela abriu o saquinho que trazia. Tirou de dentro duas alianças douradas com uma inscrição. Colocou uma no dedo anelar da mão esquerda de Rony. E olhou pras próprias mãos. - Era você quem devia fazer isso - disse. E chorando colocou a outra aliança no seu próprio dedo - Isso é pra você ter certeza, de que você será o único homem da minha vida. E que eu te amo, e vou sempre te amar. E que sou eternamente sua, sua amiga, amante, namorada... E esposa.
Ela beijou a testa de Ron murmurando:
- Me espera amor.
E desmaiou.
Harry correu pra acudir. Ele a carregou até uma das cadeiras. Ela já estava acordando.
- Mione, você esta bem? - perguntou preocupado.
- Estou. - ela disse séria - Já passou.
Ouviu-se um barulho e as palavras: “Nós te amamos Ronald”. Surgiram no céu. Os fogos de Jorge.
Um feitiço selou o túmulo. Deixando uma sepultura branca. Com uma lápide onde dizia apenas "Ronald Billius Weasley" e no epitáfio dizia apenas "Amado."
A Senhora Weasley se aproximou, escreveu com a varinha: "Filho" e depositou as rosas brancas que trazia.
Gui se aproximou e escreveu: "Irmão" depositando margaridas brancas.
Mcgonagall se aproximou e escreveu "Aluno". Depositando depois a coroa de flores com o brasão de Hogwarts.
Harry se aproximou e escreveu "Amigo" depositando as rosas amarelas.
Hermione se aproximou e escreveu "e Marido" e depositou rosas vermelhas e o pergaminho que trazia.
A Senhora Weasley abraçou a nora e elas foram andando até a saída do cemitério. Harry olhou novamente pra sepultura.
"RONALD BILLIUS WEASLEY"
"AMADO FILHO, IRMÃO, ALUNO, AMIGO E MARIDO"
Ele olhou pro pergaminho de Hermione.
"Ronald,
Nunca senti tanto ódio de você como nesse momento. Você não podia ter feito isso comigo e com nossos planos. Mas como sempre meu ódio é sempre apenas a máscara de outros sentimentos. Eu simplesmente não consigo me imaginar sem você Ron. Não consigo. Eu sinto muita saudade! Me lembro do nosso primeiro beijo, da nossa primeira vez, de deitar no seu colo e me sentir bem. Ah, Ron, eu preciso de você!
Eu quero que você saiba que nosso casamento, embora não legal, é muito real pra mim. E que eu te amo, e te amarei pra sempre. Vou sentir falta do meu amigo, do meu namorado, do meu amante, do meu amor, do meu tudo.
Me espera,
Por que um dia eu vou entrar em outra cabine na sua vida, e espero que você me reconheça. Vivo apenas por saber que ainda vou te encontrar. Por que não vai ser a morte, uma coisa tão banal, que vai nos separar.
Eternamente sua,
Mi."
- Até a próxima cabine, amigo, - disse Harry com um sorriso, antes de seguir atrás dos Weasleys.
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Hermione esperava impaciente. Estava sentada em frente à mesa e estalava os dedos. O homem entrou pela porta.
- E então? - perguntou apressada. Ele não respondeu. Sentou-se na cadeira do outro lado da mesa.
- Parabéns, Senhorita Granger, você vai ser mãe. - ele sorriu.
Mãe? Mãe! A palavra ressoou em sua mente um milhão de vezes. Ela abriu um sorriso vacilante em meio a uma risada. O primeiro sorriso que dava desde que Rony tinha partido há duas semanas.
- Obrigado doutor! - ela se levantou. E caminhou até a porta. Colocou a mão na maçaneta e se virou para o medi-bruxo. - E doutor... É Senhora Weasley.
Ela saiu e fez força pra ficar séria.
- E então? - perguntou Harry se levantando da cadeira. Ela achou graça dos cabelos dele mais desalinhados ainda. Como se ele tivesse puxado os fios todo o tempo que ela ficou lá dentro.
Ela se jogou nos braços dele rindo e chorando ao mesmo tempo.
- Eu estou grávida Harry! - falou entre soluços - Grávida do Ron!
Harry chorou abraçado a ela por um bom tempo. As lágrimas eram de felicidade. Mas entre elas havia algumas tristes. Era Ron que devia estar ali chorando com Hermione. Era Ron quem deveria cuidar do filho. E era Ron quem deveria ser padrinho do casamento dele com Gina dali a quatro semanas. Isso não era justo...
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As duas pessoas caminhavam pelo meio da lápide. O cemitério parecia calmo, era um lugar até bonito. Que bom que ele pôde ficar ali. No lugar reservado aos “heróis” da guerra. Em Hogsmeade, perto da adorada Hogwarts. Harry viu nomes conhecidos. Chegaram àquela que eles estavam procurando.
Harry se aproximou da sepultura branca.
- Oi, Ron. Viemos aqui trazer uma ótima notícia. - disse. - Mas você já deve saber afinal eu tenho certeza de que foi você quem mandou essa luz pra gente.
Ele sorriu. Hermione se aproximou.
- Amor... Não era assim que era pra ser, mas claro, eu estou feliz mesmo assim... Na verdade muito feliz. Como achei que nunca mais me sentiria.
Ela se aproximou e escreveu na sepultura:
"E pai"
- Parabéns papai. Eu te amo Ron. - murmurou Hermione.
Uma brisa suave soprou.
Hermione ouviu:
"Eu te amo Mi!"
Harry ouviu:
"Eu sei que você cuidará deles, tão bem quanto eu!"
Harry olhou pra Hermione. Ela tinha os olhos fechados. Uma lágrima escorria solitária pelo rosto dela, mas ela sorria. Nenhum dos dois disse nada. Harry abraçou a amiga pelos ombros e eles reiniciaram o caminho de volta ao portão.
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N/A: Oi gente! Cara escrevi essa fic há muito tempo, perdi o arquivo, recuperei e agora estou postando, não liga se parecer meio idiota... Yeah...I'm a dramaqueen =/
Comentários (4)
mimimimim....Linda e triste
2013-01-20As lágrimas de tristeza e de felicidade do fim... A eternidade da vida de Ron e do amor dele e da Mione, tudo isso foi perfeito. Apesar de ter sido muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito... Poderia ter escrito muito o texto inteiro, mais tenho mais coisas pra comentar. Isso é mais que perfeição, a carta da Hermione, acho que seria exatamente assim, se Ron tivesse morrido na saga. Só acho que ele poderia ter ressussitado, não sei, algo anormal. Porque o amor é assim. Uma continuação seria ótimo, tão perfeito quando já é essa fic. Eu chorei muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, mesmo, Romione é meu casal preferido, e a Hermione e o Ron são os meus personagem preferidos. Então se... acontecesse algo, anormal, ela ficaria... sem palavras pra descrever, porque, o jeito que você escreve é muito profundo, e se tivesse uma volta do Ron, acho que iria fazer como a Mione, iria chorar de felicidade, com algumas gotas de tristeza, de lembrar que o Ron poderia ter ido (se ele voltasse). Cor da Grifinória, minha casa. *u*
2012-08-15não consigo parar de chorar... muito emocionante e triste claro..
2011-12-27Agibugiguzi
2011-10-14