Um pouco dele
Hoje quando eu acordei me lembrando de como agente se conheceu. Eu e Diego.
Uma das minhas tias me chamou pra ir numa roça, de uns amigos dela e eu fui, tinha de 9 pra 10 anos, fui com meus primos e tava tudo muito bom no caminho. Chegamos la e paramos na frente de uma casinha bem arrumadinha. De la saiu uma senhora magra e simpatica e quatro meninos, dois morenos e dois loirinhos.
O dia foi bem legal e eu e minha prima LOIRA (vou chamar ela assim porque eu prefiro nem citar o nome dela) andamos por todo lado e um dos meninos estava sempre com andando com agente, Diego.
Ele tirava laranja do pé pra gente e conversava muito. Eu me encantei, eu não sabia direito o que era, só sei que me encantei. Eu era muito nova, da mesma idade que ele na verdade mas eu sentia que os olhos dele brilhavam quando ele estava com minha prima. Eu não cabia naquele lugar.
Então, depois desse domingo ótimo eu voltei ali todos os fins de semana durante o resto do ano. Diego nutria por minha prima aqueles amores de criança, mas ela nem dava bola pra ele, eu começei a ver que ela ate tratava ele mal, pisando e humilhando de varias formas.
Nós ficamos amigos, quando eu não estava com minha prima eu estava com ele. Era divertido quando estavamos só nois dois, ele ria com mais naturalidade e se sentia melhor, mas seus olhos ficavam apagados e sem bilho. O pior é que ele só queria falar sobre ela. Eu tinha ciumes sem saber mesmo o motivo.
Quando a carta chegou pra mim eu fiquei triste em ter que me separar do meu amigo, um dos muito poucos que eu tinha. Mas tive uma ótima surpresa; em mais um fim de semana na roça, eu estava na casa de Diego esperando ele tomar banho, pra gente poder ir pro jogo que ia ter no campinho, parecia que tinha alguma coisa me chamando pra entrar no quarto dele e quando eu vi uma carta igual a minha em cima da cama dele eu entendi o porque eu fui paxada pra la, quando ele saiu do banho e me viu segurando a carta ele quase teve um ataque.
- Porque você não me contou que também ia estudar fora? – perguntei
- Você também vai estudar ai? – disse ele sem acreditar na novidade
- Vou sim! Que dia você recebeu? – disse eu.
- Essa semana, veio uma mulher estranha aqui entregar. – ele estava sorrindo e pra minha surpresa me deu um abraço. – Vai ser tão bom conhecer alguem la, eu estava ficando meio assustado.
É verdade, eu também tinha pessando muito nisso. Ficar sozinha num lugar estranho e cheio de coisas estranhas, com gente que desaparece na rua como o senhor Magiraldo fez. Seria realmente muito bom te-lo por perto, por todos os motivos imaginaveis.
Todo mundo estranhou, eu e Diego agora estavamos muito mais ligados, por uma coisa que ninguem podia saber o que era, um segredo só nosso. E eu me sentia tão segura e feliz.
Combinamos de irmos juntos comprar os materias que a escola pedia. E eu vi que ele estava preocupado com isso. Sua mãe ainda estava com um pouco de medo desse mundo novo. Por isso eu ofereci pra ele ir comigo e minha mãe, e também pegar o trem comigo, a mãe dele gostou muito da ideia, ela nem ia precisar sair de casa. Mas a preocupação dele não havia passado e eu descobri depois de uma longa conversa que era porque ele estava com medo de não ter dinheiro pra comprar tudo, ele vinha de uma familia muito humilde.
Fiquei imaginando se ele aceitaria uma ajudinha minha. Pelo que eu sabia o meu cofre era bem recheado.
Um dia antes de irmos pro Beco Diagonal ele foi pra minha casa, ia dormir la e no dia seguinte nós iamos nos encontrar com o restante dos bruxos da cidade para ir a um lugar novo e ate onde agente sabia muito estranho.
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Diego é o nome do meu noivo na realidade.
E a LOIRA ai é uma prima minha que hoje não fala mais comigo.
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