Pega o bicho



O fatidico dia em que recebi a carta de Hogwarts foi uma baita loucura. Era fim de novembro e minhas aulas tinham enfim chegado ao fim. Gloriosas férias. Pra variar eu não ia viajar pra lugar nenhum. No maximo eu iria pra roça da minha prima Livia. (adoro ela!), la era legal, eu tenho fabulosas lembranças daquele lugar. Ate hoje ainda dou ótimas risadas.
Livia é minha prima e hoje tem seus 15 ainhos, todo mundo diz que ela parece comigo, menos ela, fazer o que se ela quer negar!
Eu ficava em casa ou eu tava na casa de Livia, eu não tinha muitos amigos, coisa que hoje é bem diferente. Eu sou muito caseira e ainda hoje gosto muito de passar um fim de semana em casa vendo filminho e comendo pipoca.
Minhas férias ate o presente momento não estavam la essas coisas. Faltava uma semana pro Natal, eu também não estava pupulando de alegria com o Natal, ninguem da familia me dava presente mesmo e o pessoal la de casa não tinha condições de me dar nada legal, era no maximo uma roupinha nova. Não me queixo, sou muito feliz pelo que sou!

Eu estava em casa, era uma quarta-feira e o tempo tava meio fechadão, querendo cair aquela chuva. No meu quarto tinha uma janela não muito grande que eu deixava aberta, porque apesar do tempo de chuva o clima estava abafado. Eu estava deitada de costas na cama olhando o teto e pensando em nada quando alguma coisa pousou no peitoril da janela, como de costume eu achei que fosse mais um pombo intrometido vindo bisbilhotar, quando me lavantei pra espantar o bicho levei o MAIOR, ou o maior ate aquele momento, da minha vida, era uma coruja, linda sim com uma mancha preta em volta dos olhos, mas ainda dava medo, ela me olhou estalou o bico e ficou la me olhando com aqueles olhos grandes.

Eu gritei tão alto que senti minhas cordas vocais protestarem. Minha mãe correu e viu a coruja sair voando. Depois de respirar eu vi que não tinha sido assim tão ruim. Ate o momento não.
Pouco tempo depois la estava a cruja de novo, me observando com cuidado, um interesse fora do normal, parecia ate que sabia o que estava fazendo.

Durante algunas longos dias ela estava sempre por ali, rondando a casa, olhando e analisando tudo. Meu pai e meus dois irmãos tentaram agarrar o animal varias vezes, mas era como se o bicho soubesse mesmo o que estava acontecendo.

Ate armadilha eles montaram. Era só ver o animal empoleirado em algum canto da casa, sim o bicho começou a entrar em casa, todo mundo gritava “Pega o bicho!” e saia todo mundo atras.

Estranho era, temos que admitir que tudo era confuso e estranho demais pra alguem “normal” entender. Mas eu não era normal, lembra do espirro?

O dia do Natal, pra mim, mais um dia comum só que com comidas mais elaboradas, la estava eu indo pra casa da minha avó de manhã, era só subir a rua da minha casa, mas uma coisa chamou minha atenção, um homem alto, de meia idade e com uma roupa no minino estranha estava parado na porta de minha casa.

- Pois não!? – eu disse
- Você mora aqui? – disse ele com uma voz rouca
- Moro sim! O senhor esta procurando alguem? – eu disse segunrando a maçaneta da porta.
- Quero falar com... – e retirou um envelope de papel meio amarelado escrito com tinta verde esmeralda de dentro do bolso interno do paleto. - ... com Bárbara e os pais dela.
- Bárbara sou eu! – disse eu meio assustada, afinal o que esse homem que eu nunca tinha visto na vida queria comigo?
- Ótimo! – disse ele com um sorriso olhando pra mim.
Entrei e chamei meus pais, o homem já estava sentado na sala de estar da minha humilde casa.
- Sr. Sra. Meu nome é Magiraldo Viana e eu venho representar uma escola que se interessou pelas abilidades especiais de sua filha Bárbara. – meus pais ficaram com os rostos chocados.
- Como assim abilidades especiais? – perguntou meu pai. – Ela mal tira as notas pra passar bem na escola.
- Não são essas abilidades que nossa Escola procura. – disse Magiraldo. – Me deixe explicar. Bárbara você já fez alguma coisa que nem você mesma sabe como aconteceu? – disse ele se virando para falar comigo.
Ao meu lado eu senti meu pai prender a respiração e minha mãe soltar um suspiro.
- Sim! – disse eu timidamente. – Algumas vezes, mas eu não quis fazer, foi mesmo sem querer.
- Eu sei querida. – disse ele ainda com um sorriso. – Você acredita em MAGIA?
Foi inevitavel a onda de risadinhas que vinham da sala ao lado, meus irmãos estavam ouvindo.
- Não sei direito! – respondi corando um pouco.
- Você é uma bruxa! Vem de uma familia de bruxos muito antiga. – disse ele ficando um pouco mais serio.
Silencio total na outra sala.
- Como pode ser isso? – eu perguntei sem acreditar totalmente.
- Você tem um parente de sete gereções passadas que era bruxo, Barão Marcondes, ele era filho único e nunca se casou, deixou tudo que tinha para a primeira pessoa de sua linhagem que fosse bruxo. Em sete gerações nenhum de seus descendentes nasceu com poderes, ate você nascer.
- Mas como posso ser parente desse tal de Marcondes se ele não teve filhos? – meus neurônios estavam trabalhando como loucos pra tentar entender.
- Ele teve um caso com uma trouxa, pessoas que não são bruxas – acrescentou ao ver os olhares inquisidores. – essa mulher teve um filho, nasceu sem poder algum mas com sangue de bruxo correndo em suas veias, sague que foi passado ate chegar ao seu. – ele parou para tomar folego – gostaria de me desculpar por minha coruja, ela veio dar uma olhada em vocês antes que eu viesse. Acho que ela causou um pouco de confusão.

Então ele se levantou e entregou para mim a carta que eu o vi retirar do bolso e uma chave bem pequena.
- Que chave é essa? – perguntei.
- É a chave do seu chofre no banco de Gringotes.- disse ele.
- Eu não tenho dinheiro em banco algum. – disse eu
- Eu acabei de dizer que seu tetra-tetra-tetra-tetra-tatara avô deixou tudo pra você! – disse ele sorrindo. – Aproposito vai sair uma comitiva para o Beco Diagonal no dia 5 de janeiro para ir fazer as compras para a escola. Boa sorte e um feliz Natal.

Ele saiu pela porta e após andar um pouco e olhar a rua deserta ele sumiu.

Eu olhei toda a lista. Coisas estranhas como varinha e caldeirão estavam lá. E Ainda dizia que eu poderia ter uma coruja.

Dia 5 de janeiro de 2001 eu começaria a pertencer a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

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