Um pouco de mim
Como começar? Nem sei por onde. Falar assim de mim me deixa um pouco sem jeito, é pode acreditar, totalmente sem jeito. Não que eu seja timida, longe disso, as vezes me acho atirada de mais pra algumas coisas.
Meu nome é Bárbara, tenho meus lindos 18 aninhos e estou ficando maluca de tanto estudar. Conclui Hogwarts no fim de 2007 e agora entrei em um curso de aperfeisoamento, do tipo muito avançado e tenho que dividir meu tempo entre livro, meu namorado e meus grandes amigos. Ultimamente não tem sobrado muito tempo pra quase nada.
Por mais que eu fale com as pessoas ainda venho me sentindo meio sufocada e então vi num de meus milhares de livros que escrever me faria bem, resolvi tentar.
Eu vivo em uma cidadezinha pequena no interior baiano. Você que deve estar lendo isso imaginou uma cidadezinha cheia de casinhas bonitinhas com uma prainha socegada e muitos turistas tirando fotos, aceitei? Sinto em desaponta-los, mas aqui não tem nem uma lagoa, perticularmente eu nem mesmo vi o mar uma única vez. Pode acreditar.
Minha cidade é mais do tipo NLPF (Nada Legal Pra Fazer), você pode ir aos quatro cantos da cidade em um único dia e ainda vai sobrar tempo pra você se sentir entediado. É uma daquelas cidades que tem uma senhona gorda na janela de casa vendo as pessoas passando, aquelas fofoqueira e linguarudas, algumas ate tem almofadas pra não machucar os cotovelos no peitoril da janela. Você passa e ela olha, se você conhece ela ainda pergunta “Ta fazendo o que na rua hoje minha querida?”
E pra mim e meus amigos a coisa é ainda pior. Somos tachados de esquisitos. Acho que você deve imaginar poque.
Nasci aqui e com três anos de idade fui para uma cidade no norte de Minas Gerais, o Rio São Francisco passa pela cidade, o que não deixa a cidade muito bonita a não ser pela quantidade de gente que anda pra lá e pra cá de roupa de banho o dia todo. Então a coisa la ficou feia, minha familia ficou meio sem dinheiro e o nó apertou na garganta. Quando eu tinha 7 anos veio a primeira demonstração de poder em mim, ate então eu achava que bruxas eram feias e cheias de verrugas e que faziam casa de doce pra atrair criancinhas pra virar jantar, pura fantasia. Foi meio estranho sabe, eu e meu pai estavamos andando na ponte velha da cidade, e bota velha nisso, não podia passar carro por la, só gente, mesmo assim a ponte tava toda podre, ela passava por cima do rio, eu pisei em uma tabua meio podre e afundei toda pra dentro dentro do buraco na madeira, eu era magrinha (acredite!) e não deu tempo de meu pai me segurar então como se tivesse chão embaixo da ponte eu fiquei em pé, da cintura pra cima na ponte e da cintura pra baixo flutuando no NADA, meu pai me agarrou e me puxou, pro pessoal que correu pra tentar entender como eu não cai meu pai contou que minha roupa tinha ficado presa na tabua, não convenceu, vamos ser cinseros, mas deu pro gasto, acho que nem mesmo ele entendeu o que aconteceu.
E assim o tempo foi passando e com 9 anos veio a segunda lufada de poder magico, na minha rua la em Minas, umas quatro casas depois da minha tinha um cachorro vira latas que era um verdadeiro monstro, todo dia quando eu passava em frente a casa ele saia de la correndo feito louco atras de mim, então meu pai pediu ao dono que mantesse aquela coisa presa, o dono entendeu e amarrou o infeliz animal numa corda e eu fiquei me sentindo melhor, eu passava e ele só podia latir. Só que como minha vida nunca foi banhada de muita sorte, depois de algumas semanas eu estava pasando, feliz e sem medo, vieram os latidos e um estalo, da pra acreditar que a porcaria da corda quebrou? E o monstro veio pra mim com todo ódio reprimido de semanas sem o seu joguinho favorito: Correr atras de mim. Mas dessa vez o bicho não queria só correr, ele se jogou em cima de mim quando chegou perto o bastante e eu cai no chão, o dono do cachorro veio correndo pra afastar o bicho, mas quando o monstro chegou perto pra me morder eu estiquei minhas mãos na frente, pra me proteger e foi como se o carrocho tivesse levado um choque e saiu correndo. Mais algumas explicações sem sentido e tudo bem, um tempo depois minha familia e eu voltamos pra nossa bela e pequena cidade com suas gordas na janela e sua vidinha calma.
Magia nem se passava na minha mente, sorte talvez, mas magia nunca.
Com 10 anos veio o acontecimento mais bizarro de todos, eu estava muito gripada e dei um espirro daqueles que da impressão que o pulmão vai sair junto e eu fiz os vidros das janelas das casas ao lado da minha explodirem. Lindo não acha? Essa ai meu pai nem tentou explicar.
Eu tentei imaginar o que eu era, pensei ate em virar a Super Moça da Liga da Justiça ou a Mulher Gato, mas acho que não daria certo.
Então o tempo foi passando e coisas pequenas como fazer meu irmão cair sem ter tropeçado, ou fazer minha professora de matematica espirrar tanto que não deu pra aplicar a prova, ou fazer o prato de legumes ficar com gosto de pizza.
Eu nem sabia que logo, logo essas coias todas fariam sentido. Mesmo que tenha demorado um bom tempo pra ficha cair de verdade. Minha irmã ficou com medo de dormir no mesmo quarto que eu e eu fazer um piano cair na cabeça dela. Não ache isso engraçado! Eu fiquei muito sem graça.
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Primeiro capitulo é pequeno e meio sem graça. É só pra pegar o ritmo e os meus ajudantes darem ideias legais.
Espero que gostem e comentem!!
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