Cap XXIII - Armações
Naquela manha, Gina acordara aturdida ao perceber que adormecera com Harry, tinha que voltar a seu quarto com urgência. Como poderia ter cometido tal deslize? No instante em que pensara nisso deu-se conta de que Rony não havia retornado, se o tivesse feito certamente teria dado um escândalo.
Desvencilhou-se do moreno que chiou em resposta. Ela murmurou algumas palavras carinhosas, vestiu-se e foi lentamente para seu quarto. Entrou cm muita cautela, já esperava pelo que ia encontrar e teve que fazer um esforço muito grande para segurar o riso ao ver Rony e Hermione adormecidos, abraçados e cobertos irregularmente pela grossa colcha da cama.
Aproximou-se sem fazer barulho e tocou Hermione.
A morena abriu os olhos um tanto assustada, mas Gina fez sinal para que ela não fizesse barulho.
O mais baixo que pôde sussurrou à morena que estaria no banheiro e que ela mandasse Rony ao quarto dele e que depois elas teriam algumas coisas para conversar.
Marota Gina piscou para Hermione e se retirou murmurando um feitiço silenciador para que Rony não soubesse que ela estava ali.
O café da manhã na Toca estava mais animado que o normal, quatro rostos sorridentes brindavam Molly Weasley com mais elogios que o comum a sua comida. A verdade era que a comida realmente parecia mais saborosa que nunca, alias, tudo parecia mais belo e melhor que nunca.
Nada poderia estar mais perfeito.
O dia seguiu-se tranqüilo. Harry e Rony aproveitaram que as garotas haviam se trancado no quarto para possíveis fofocas e armaram um jogo de quadribol com Percy (que era extremamente ruim) George, Gui e Carlinhos.
Harry achou que a noite de Hermione deveria ter sido bastante interessante tendo em vista que Gina dispensou até o quadribol para ouvir a amiga.
O natal na Toca fora maravilhoso, o melhor que Harry já havia tido. Sentia-se mais em casa que nunca e surpreendentemente, mais em casa que em Hogwarts, definitivamente ali estava sua família.
O retorno para o castelo também se deu tranquilamente, Rony e Hermione pareciam ter perdido o jeito e a vontade de brigarem, estavam mais tranqüilos, grudados e felizes que nunca. A morena tinha um ar confiante de quem se encontrou na vida.
O expresso de Hogwarts seguia a todo vapor, já estavam perto do castelo quando Lavender Brown, apareceu na cabine onde Cho Chang conversava com suas amigas da Corvinal, Seguida de Parvati.
- Com licença Chang. Posso falar com você?
Cho arqueou a sobrancelha surpresa com a intimação, nunca antes havia trocado mais que duas palavras com Lavender.
- O que seria? – ela perguntou desconfiada.
- Garanto que é de seu interesse, mas terá que me acompanhar para saber. É um assunto particular.
Cho ficou muito desconfiada, mas no fim decidiu que não poderia ser nada grave afinal, nunca fizera nada contra ou a favor de Lavender. Decidiu por satisfazer sua curiosidade e seguiu a loira. Foram parar numa das ultimas cabines. Lá também estavam Dino Thomas e Cormack McLaggen.
Sentaram-se todos.
- Chamei vocês aqui, por que temos interesses comuns, e temos pessoas nos atrapalhando a conseguir o que queremos.
Todos continuaram se mostrando curiosos.
- Vejam bem. Thomas, você namorava a Weasley antes dela ficar com o Potter certo?
Ele assentiu.
- Chang, você namorava o Potter antes dele ficar com a Weasley certo?
Cho também assentiu.
- Vejam onde eu quero chegar. Eu namorava o Ronald antes da sangue-ruim da Granger se meter em meu caminho, e o Cormack tinha intenções em ficar com ela. O fato é que estes casais juntos resultam em infelicidade para outras quatro pessoas, ou seja, nós.
Todos continuaram calados.
- Vejam bem, se eles não fossem egoístas ao ponto de se unirem, teríamos oito pessoas felizes. – ela falava isso como se tudo fosse natural – O que quero propor aqui é que façamos uma aliança. Nós temos o direito de recuperar o que é nosso.
As pessoas ao redor continuavam apenas ouvindo.
- Proponho que armemos um plano para separá-los. E depois cada um segue seu caminho e recupera o que perdeu. Se os separarmos, teremos nossas chances de volta.
Houve uns momentos de silencio até que Dino Thomas se pronunciou.
- Certo. Eu ainda gosto da Gina, quero-a de volta, mas... Como faríamos isso?
- Eu tenho um plano. Mas só o falarei quando todos concordarmos com isso, todos concordam?
Dino assentiu na hora.
- Bom, eu não tenho nada a perder, também não entendo como a Granger pôde preferir aquela lesam do Weasley à mim, então eu estou dentro. Tenho que tirar algo dele para compensar a vaga que ele me roubou no quadribol.
Cho foi a ultima a dar sua posição.
-Estou dentro. Além de ter o Harry de volta, e quero ver aquela nojentinha da Weasley sofrer.
Lilá sorriu exultante. Com os quatro unidos e a ajuda de Parvati seria impossível não dar certo. Um brilho maldoso surgiu em seus olhos.
Ela pôs-se a explicar seu plano para os outros que escutavam atentamente e aos poucos iam adquirindo o mesmo semblante que ela.
- Mas espera um pouco... – Disse Cho um tanto desconfiada. – Todos nós ganharemos algo nisso certo? Menos a Patil. Por que ela está metida nisto?
- Bom, a Parvati... – Lilá pareceu pensativa – A Parvati quer ficar com o Potter.
Todos arregalaram os olhos, até Cho Chang pareceu ocidental no momento.
- Mas como...
- Escute Chang, a Parvati quer apenas ficar uma vez com o Harry, só para ter o gostinho de esfregar esta verdade na cara da Weasley. Você só tem que esperar uma semana, para que a Parvati fique com ele, depois ele é todo seu. – Cho fez careta – A vamos lá Chang, não seja egoísta. Você não será traída afinal vocês ainda não estarão juntos.
Cho pareceu pensar um pouco e por fim decidiu que o mais importante era livrar-se de Gina, Patil seria uma pedra mais fácil de remover do caminho.
- Tudo bem então. Estamos resolvidos.
...
Os dias passavam rápidos em Hogwarts e os preparativos para as festas das casas estavam cada vez maiores. O ultimo jogo de quadribol antes da paralisação para as festas foi entre Grifinória e Lufa-Lufa e a casa do leão havia vencido com facilidade.
O primeira festa seria sediada pela casa da Lufa-Lufa, já se sabia que seria uma disputa de jogos de concentração e precisão seguido de um baile. Os jogos consistiam xadrez de bruxo, em lançamentos de argolas, tiros de arco e flecha. Cada prova contava pontos de vantagem para a equipe que ganhasse. Cada casa designaria três jogadores para participar das provas.
Grifinória terminou vencedora por um ponto apenas de diferença, devendo isso a Rony que se mostrou imbatível no xadrez.
O baile estava lindo, muito bem montado e estruturado, casais dançavam alegremente no meio do salão enquanto amigos conversavam num canto.
A noite fora relativamente calma e a festa pôde ser considerada um êxito, tirando alguns acontecimentos estranhos que deixaram os dois casais um pouco mais alterados em determinados momentos.
Lavender lançava olhares e sorriso para Rony sempre que podia, enquanto Cormack chamou Hermione para dançar duas vezes enquanto Rony estava afastado, saindo de perto dela muito rápido quando Rony os viu. Ele sabia que tinha de fazer o seu melhor pelo plano, porém ainda não esquecera a surra que levou do ruivo no aniversário de Harry.
Já Cho Chang inventou diversos motivos para se aproximar de Harry e até levou seu pai até o moreno, fazendo o oriental engatar uma conversa onde ela lançava farpas furtivas, sabendo que Gina não poderia fazer nada e em determinado momento da noite, Dino Thomas tentou oferecer bebida a Gina, mas Harry o afastou com um olhar mortal.
Ao ver de outras pessoas, tudo estava bem, não passavam de contratempos, porém era exatamente isso que Lavender pretendia. Ela sabia que atacar diretamente não faria efeito, teria que ir plantando a discórdia aos poucos, e o primeiro a cair seria Harry.
O jogo de quadribol contra a Sonserina aproximava-se e todos os jogadores estavam cada vez mais nervosos. Malfoy já não era o apanhador, e a Sonserina já não era a mesma de antes mais velhas rivalidades nunca somem.
Lavender olhou de esguelha Harry dando as ultimas coordenadas aos jogadores no ultimo treino da Grifinória. Sorriu. Dali a alguns minutos, a primeira parte do seu plano estaria cumprida. Adoraria ver Gina chorar.
A vingança é um prato que se come muito frio.
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