Cap XXI - Segredos



A primeira reação de Gina e Hermione ao se sentirem tocando o chão fora amparar Harry, que estava pálido e com a respiração suspensa.


- Harry... – Chamou Gina


- Você... Você viu aquilo Gina?


Ela assentiu.


- Harry, todos vimos.


- O que isso significa? – perguntou o moreno visivelmente nervoso. – Eis os guardiões do segredo de Godric Grifinória?


- Isso só pode significar uma coisa Harry. – Rony disse.


- Não. Não tem como ser isso.


- Seus pais são os guardiões Harry.


- Não Mione.


- Você viu Harry, o próprio Godric nos contou.


- MEUS PAIS ESTÃO MORTOS MIONE!


Ele gritou. Ele não queria gritar com a amiga, mas no momento o nó que se formava em seu peito era demasiado dolorido para ele.


- Será mesmo Harry? Será que estão?


Ela disse olhando-o intrigada.


Harry arriou no chão amparado por Gina, as lágrimas desciam pela face.


- Como... Como assim Mione? – Perguntou Gina.


- Eu não sei Gi, ainda não sei, mas nós vimos, todos vimos. Teremos que esperar para descobrir.


 


...


 


 


Os dias passaram Harry ainda tentava esconder a ânsia toda vez que Hermione voltava da biblioteca. O moreno havia criado esperanças pelas palavras da amiga, mas não queria se mostrar afetado demais. Sabia que poderia se machucar muito com isso.


Os preparativos para a festa de interação das casas andavam furiosamente, apenas a Grifinória ainda não tinha decidido seu tema, estava cada vez mais difícil lidar com a comissão formada.


Lilá Brown e Parvati Patil sempre discordavam de toda e qualquer idéia dada por Gina e Hermione e isto dificultava as coisas.


O natal se aproximava, e este seria especial pra eles, pois seria o primeiro natal que todos passariam juntos na Toca. Os Granger ainda estavam na Austrália e Harry não pretendia passar a data sozinho.


Rony e Harry estavam no corujal, incumbiram-se de enviar as cartas e aviso a todos, aos Weasleys, aos Granger e também á Sra. Tonks que havia convidado Harry para passar a data com ela e Teddy.


- Este vai ser o melhor natal de todos. Mamãe já tá até sorrindo. – disse Rony – Gui me contou que ela vai colocar uma foto enorme de Fred na sala e não vai admitir choros, ou pelo menos choro que não seja o dela.


Harry riu.


Invejava e admirava a capacidade de recuperação dos Weasleys e também o amor que eles tinham pela vida. Foi esse amor que contagiou Harry e o fez suportar tantas dores e medos.


- Vai ser o melhor natal da minha vida também. Principalmente por que eu to livre, livre de Voldemort, livre de ter que ser o eleito e livre de ter que abrir mão das coisas por isso. Vou estar com minha família, meus melhores amigos e a mulher que eu amo.


Harry disse isso sorrindo, mas não se deu conta de que as palavras dele levaram a mente de Rony para outro rumo.


Quando ele olhou nos olhos do ruivo e viu aquela expressão intrigada e questionadora, seu sorriso morreu. Sabia que a inevitável conversa seria ali, e naquele momento.


- Harry, eu preciso te perguntar uma coisa.


O moreno apenas ficou olhando o amigo, como que esperasse a bomba.


- É sobre você e Gina. – a face do ruivo endureceu mais e Harry continuou calado.


- Olha eu vou direto ao assunto. Sei que você anda dormindo fora do dormitório e anda com este sorriso imbecil no rosto o dia todo. A Gina esta com o mesmo sorriso e todo domingo vocês somem por horas. Então só pode significar uma coisa, ou você está traindo a Gina, o que eu realmente não acho provável, ou vocês estão... estão... você sabe.


 


Harry o olhou. Estava receoso pela reação de Rony, o que mais prezava na vida era a amizade que construira com ele. A amizade que salvou sua vida tantas e tantas vezes.


- Ron... – ele tentou falar, mas o ruivo parecia demasiado impaciente.


- Sim ou não Harry.


- Rony... – ele tentou de novo.


- Você e Gina estão dormindo juntos Harry? Sim ou não?


Rony gritou desta vez e Harry perdeu o controle junto com ele.


- Sim Rony. Sim tá legal? Sim.


O ruivo apenas o encarou. As faces vermelhas, mas que seus próprios cabelos.


De repente em vez de falar, ou explodir, como seria típico de Rony Weasley, ele simplesmente começou a andar de um lado para o outro, o moreno apenas o observou esperando outra reação. Mas esta não veio. Rony continuou andando de um lado para o outro como se buscasse algo.


- Ron... – Harry o chamou, mas ele não respondeu.


- Rony... – Harry tentou de novo, mas o ruivo continuou calado.


Harry esperou mais alguns minutos, o que para ele pareceu uma eternidade. Ele não queria que Rony encarasse o relacionamento mais intimo entre ele e Gina como uma afronta, afinal eles se amavam, ele queria mesmo casar com ela.


- AH Rony! Vamos lá! Diga alguma coisa.


- Dizer o que Potter? – Lá vinha aquele tom de novo, o mesmo do quarto ano, quando o ruivo achou que ele estivesse mentindo sobre o cálice de fogo.


- Não sei Rony, você me perguntou. Você começou, diga algo.


- Não sei o que dizer Harry. O que se diz a um cara quando se descobre que ele desgraçou sua irmãzinha?


Rony cuspiu estas palavras na cara de Harry sem dó. Eles falavam baixo um com o outro, mas o tom era mortal e mesmo sabendo como Rony era quando estava nervoso, Harry sentiu uma pontada de mágoa.


- Acho que não se diz nada cara. Apenas se bate nele.


Rony  o olhou torto.


- Então suponho que eu deva fazer exatamente isto com você agora não é Potter?


- Não. – Harry disse frio.


- Não?


O ruivo arqueou a sobrancelha.


- Não. Por que suponho que eu não seja um cara que desgraçou a sua irmãzinha. Tenho certeza que eu sou seu amigo, aliás, melhor amigo, uma cara apaixonado pela sua irmã que, aliás, de inha não tem mais nada e que sim, fizem... ficamos juntos, mas foi por amor.


Rony olhava para o moreno como se o estudasse, não retrucou o que ele disse.


- Gina e eu somos maiores, sabemos o que queremos e eu a amo. A amor muito. Achei que confiasse em mim, achei que soubesse disso.


Rony bufou. Claro que confiava em seu amigo, mas não conseguia não se sentir traído.


- Mas Harry, ela é minha irmã. – ele falou como se isso fosse o fim do mundo.


- Sim, e? – o moreno falou – Ela é sua irmã Rony, e é minha namorada. E não se faça de sonso que eu sei que você e a Mione não são santos.


Rony enrubesceu.


- Isso... Isso não tem nada haver.


- AH não, não tem nada haver. Eu posso até acreditar que você e a Mione não chegaram ao ultimo estagio ainda, mas não venha me dizer que o namoro de vocês é feito de beijinhos e abraços por que eu tenho que fazer um feitiço silenciador na sua cama toda noite. Do contrario todos os meninos naquele dormitório saberiam que você a chama de furacão.


Rony ficou mais vermelho do que o possível. Tentou encontrar as palavras, mas elas não saiam, simplesmente abria a boca e o som engasgava em sua garganta.


- Bom... Isso... foi uma... brincadeira, eu...


- Ron... Tá tudo bem. Vocês se amam, não é errado. Assim como eu e Gina. É só o que quero que entenda e que saiba também que eu jamais magoaria a Gina ou faria qualquer coisa para prejudicá-la.


- Eu sei Harry...


- Então cara?


- Ah Harry, não é fácil.


- Eu sei que não Rony. Não pense que eu não tive vontade de matar você quando ouvi você dizer que as pernas da Mione eram deliciosas, por que eu fiquei.


Rony ficou rubro de novo.


- Brincadeira. – Harry riu – Apenas saiba que eu amo a Gina, mais que a mim mesmo.


Rony riu agora.


-Eu sei. Você ficava que nem um idiota olhando o nome dela no mapa do maroto.


Eles gargalharam juntos.


- OK Harry, tudo bem, mas evitem qualquer tipo de intimidade na minha frente tá? – o moreno assentiu – Ah e, bom, isso tem que ter seu lado bom né?


Harry torceu o cenho.


- Bom... eu digo... Na Toca... Acho que você e Gina vão querer ficar um tempo juntos.


Harry continuou sem entender.


- Ah Harry, os quartos... À noite... Troca de pessoas... Um garoto indo para o quarto das meninas, uma garota indo para o dos meninos e todos ficam felizes.


Ele a abriu um sorriso debochado.


- Eu sabia Rony, eu sabia que você iria querer levar vantagem. Aceitou rápido demais.


E mais uma vez eles gargalharam.


 


Na ultima noite em hogwarts, antes de irem passar o natal em casa, Hermione e Gina decidiram abordar a comissão da Grifinória de modo diferente. Chamaram Harry e Rony e contaram todo o plano para acabar de vez com aquele chove não molha das discussões.


Assim que a reunião começou, Harry fez uma proposta.


- Bom pessoal, a idéia é a seguinte. Um show de talentos, onde os alunos teriam que provar que tem coragem de subir num palco mostrar o que sabem fazer de melhor. Além de explorar a característica da Grifinória, vai produzir um bom entretenimento a todos além de umas boas risadas. Depois dos shows poderemos oferecer uma balada para que todos se divirtam aqui no salão comunal.


- Uma balada? – perguntou Cormack.


- Sim, é uma festa trouxa, assim que chamamos uma festa onde tem muita musica e especo para dançar. Eu achei que seria muito legal.


No mesmo instante em que Harry terminou de falar Parvati concordou entusiasmada.


Gina riu e também concordou.


Rony assentiu e foi seguido por Lilá e Hermione e por fim Cormack também aprovou a idéia.


Depois de terem colocado a idéia no papel, e enviado por Neville à McGonagall, Harry virou sorridente para Hermione e Gina.


- Parabéns meninas.


Lilá e Parvati olharam-se confusas.


- Por que parabéns? – perguntou Lilá sem conseguir se conter.


- AH, a idéia foi das meninas.


Parvati torceu o cenho.


- Como assim. A idéia foi sua, foi você quem falou.


- AH sim, eu falei, mas a idéia foi das meninas, elas preferiram que eu fosse o porta-voz. Bom, se a reunião já acabou eu vou indo, amanhã viajamos. Vamos Gina?


A ruiva assentiu e seguiu o moreno. Assim também fizera Rony e Hermione com uma expressão de vitória no rosto.


Lilá olhou-a furiosa... “Isso não fica assim Granger”.


 


...


 


 


Eles estavam na Toca. Era uma noite gelada de dezembro, faltavam quatro dias para o natal. Os dois casais estavam juntos no quarto de Rony e as meninas assistiam Harry perder vergonhosamente para o ruivo pela décima primeira vez.


Estava ficando um pouco tarde, mas Molly não viera coloca-los na cama como de costume. Estava deixando-os mais livres, dando-lhes mais espaço agora.


Harry resolveu que já havia perdido demais e encerrou as partidas de uma maneira nada sutil.


- Ah Chega! Chega deste jogo, cai fora Rony, eu quero namorar um pouco a Gina antes de dormir.


O ruivo o olhou incrédulo.


- Hey, esse ainda é meu quarto também, eu durmo aqui.


- Ah sim, mas tem coisa mais interessante pra fazer que dormir. Vai Rony dá o fora.


O ruivo percebeu então a deixa do amigo. Harry jamais agiria assim deliberadamente e Rony lembrou-se uma conversa um tanto tímida onde ele revelou a Harry a reticência de Hermione em ir um pouco “mais a fundo” com ele. O moreno lhe aconselhou a esperar até estarem na Toca para ver se ela não se sentia mais confortável.


Para ajudar um pouco mais Gina pegou o irmão pelo braço e o conduziu para fora do quarto.


- Harry tem razão Ron, e, além disso, você não vai morrer se emprestar o quarto. Se tá com sono dorme no meu. Quando eu for dormir eu te chamo. Mione não se importa não é Mione?


A morena estava furiosamente vermelha, mas também queria ficar um pouco a sós com Rony.


Caminharam até o quarto calados, mas de mãos dadas.


Ao entrarem, pareciam dois adolescentes tímidos até que Hermione decidiu que acabaria com aquele gelo, e indo até ele o beijou.


 


 


O beijo começou calmo, apaixonado, lento. Mas em pouco tempo, nada desta sensação de controle restava. Agora tudo era combustão pura, aliás, ultimamente a combinação Hermione Granger e Ronald Weasley resultava em combustão. Fosse nas brigas ou nos beijos.


Eles se perdiam nas loucas sensações que sua paixão e seus hormônios produziam e por estarem mais uma vez perdidos que se encontravam agora na cama de Hermione. Rony deitado por cima dela, já sem camisa e suas mãos passeando pelos seus corpos em brasa.


Rony já não conseguia mais se conter. Ele queria esperar, esperar os sinais dela, mas não conseguia. Perdia o foco com ela e sua razão simplesmente se esvaia. Ele estava tomado por um desejo insano de tê-la.


As mãos do ruivo subiram pelas pernas da morena que suspirou alto em resposta. A mesma mão caminhava em sua barriga e agora subia perigosamente por dentro de sua blusa.


Ele não encontrou resistência.


Continuou percorrendo o caminho até encontrar a borda do sutiã. Parou a mão, com medo que ela o refreasse e esperou. Mas ela nada disse. Então ele ousou pela primeira vez tocar-lhe o seio.


Mesmo por cima do tecido da lingerie, ela arqueou com o contato e suspirou mais forte. Ao vê-la prender os lábios Rony sorriu. Sabia que ela estava gostando, então ousou mais e acariciou-os por mais tempo, embrenhou um pouco o dedo por dentro do tecido e lhe tocou, agora pele com pele, e ela esquentou o beijo.


Feliz, como se ela lhe desse sinal verde, Rony começou a subir-lhe a camiseta, Hermione tinha os olhos fechados e nada disse, mas quando ele chegou no limite de sua lingerie, ela se afastou bruscamente.


- Não Ron!


O ruivo tentou fingir que não ouviu, tentou faze-la ceder desta vez por meio da insistência, talvez se ele lhe passasse segurança ela o deixasse prosseguir. Era sempre a mesma coisa. Eles se beijavam e as coisas fugiam do controle.


Suas mentes se esvaziavam e eles deixavam os hormônios agirem livremente. Pouco a pouco, eles permitiam que suas mãos ganhassem vida própria passeando livremente por seus corpos, sem pudores.


Rony acarinhava-a e ela permitia, incentivando-o com seus sussurros baixos.


O ruivo já chegou a tocar-lhe toda a extensão das pernas, a parte interna de suas coxas e de leve sua intimidade, mas sempre que o ruivo tentava despir-lhe a parte de cima da roupa o encanto se quebrava e ela se afastava assustada.


- Não Rony. – ela disse de novo, mais dura desta vez.


Ele levantou-se e bufou. Não estava contrariado por ela não querer, esperaria mil anos por ela. Estava contrariado por ela esconder algo dele, algo que Lilá sabia e que a atingia severamente.


Era hora de acabar com aquilo.


Passou a mão nos cabelos ruivos em sinal de impaciência e frustração.


- Por que Mione?


- Rony...


- Você não quer? Não está preparada? Eu posso esperar, mas me dê uma razão. Eu esperaria mil anos por você, mas preciso saber por quê? Isso por que algo me diz que isso tem haver com as coisas que a Lilá anda falando pra você.


- Rony eu... eu sinto muito...


As lágrimas fluíam do rosto da morena.


Ele aproximou-se e lhe tocou a face com carinho.


- Meu amor... não quero lhe forçar a nada que não esteja pronta, mas o fato é que você está me escondendo algo e é algo que está aqui.


Ele disse isso e tocou o busto dela e ela tremeu.


- Você não me deixa te olhar e eu quero saber por que Mione. Venho notado as ofensas que a Lilá te fala, e vejo que você não reage, quando estamos juntos você demonstra mais medo de se mostrar pra mim do que de fato de eu te tocar. Me diga o que é.


- Eu... eu não posso Rony, eu...


- Confie em mim Mione. - a voz dele era doce.


- Rony... – ela soluçou – e se você... se você achar feio, se... se você me deixar...


- Não diga besteiras Mione, eu nunca iria lhe deixar por nada. Julga tão mal assim meu amor por você?


- Oh Rony, é horrível. – ela soluçou mais alto. – Você já... já viu a Lilá?


- O que?


- Já esteve com ela... intimamente?


- Mione o que isso...


- Responda. – ela foi mais dura.


- Eu não dormi com ela se é isso que está me perguntando. Lilá e eu nunca fomos tão longe. – ele disse emburrado.


- Mas... – ela insistiu – Você.. Já... Você já a viu... despida?


- De certa forma sim, não totalmente, mas... a maior parte.


- Pois é isso. Você vai se decepcionar comigo... quando me vir.


Ele levantou e pôs-se a andar de um lado para o outro.


- Eu não acredito que está dizendo isso.


- Mas é horrível Rony, é... É frustrante, você vai ter nojo...


- Não fale por mim Hermione Jane Granger! – ele foi mais severo do que realmente pretendia. – Não me diga o que vou achar. Será que você não entende que nada em você pra mim tem defeito? Será que você não entende que eu te amo e que tudo em você pra mim é perfeito?


- Rony...


- Você me ama Hermione?


- O que?


- Você me ama? Me ama de verdade?


- Claro! – ela respondeu como se a pergunta dele fosse absurda e de resposta obvia.


- Prove.


- Como assim?


- Confie em mim. Deixe-me vê-la. Deixe-me ver o que você tanto teme.


- Rony eu não...


- Prove Hermione, eu estou pedindo que me prove. Não precisamos fazer nada hoje, podemos esperar. Mas eu quero ver, quero que me mostre.


- eu... – ela vacilou.


- Ok então. Vou sair daqui. Quando estiver pronta para confiar no cara que você diz que ama. Procure-me.


Havia decepção evidente na voz dele. Tristeza também.


Hermione sentiu o peito se comprimir. De nada adiantava esconder aquilo de Rony, ele tinha que saber, iria saber, cedo ou tarde.


Quando o viu tocar a maçaneta, ela recobrou a coragem.


- Ron!


Ele parou, mas não virou.


- Me desculpe. Eu confio em você, eu... Eu amo você.


Ele virou-se e a encarou.


- Venha – ela chamou vacilante – eu vou lhe mostrar o que é.


Rony caminhou lentamente até ela e sentou ao seu lado.


Sem palavras ele retirou as mãos dela da barra da blusa e delicadamente a deitou.


Abriu lentamente os botões da camisa sem abri-la de fato. Quando o ultimo botão foi solto ela soltou um suspiro alto.


- Posso?


Ele perguntou calmo.


Ela fechou os olhos e assentiu.


Ele abriu a blusa.


Um comportado sutiã rosa que cobria todo o seio se revelou, mas revelou também uma parte daquilo que ela não queria que ele visse.


Ele sorriu de canto. Era maravilhoso vê-la, pela primeira vez.


Com um toque fez com que ela arqueasse um pouco as costas e soltou o fecho do sutiã.


Lentamente o ruivo tirou a peça e ambos prenderam a respiração.


Rony podia sentir seus corações batendo descompassados, ele pela emoção de vê-la, ela pelo medo do mesmo.


Rony demorou a se pronunciar, até por que demorou a perceber algo que a incomodasse, ao ver dele, ela era perfeita, perfeita como nunca vira nada igual.


- Abra os olhos Mione... – ele disse baixo.


Ela permaneceu imóvel.


- Abra os olhos meu amor. – ele insistiu.


Ela os abriu devagar.


- Era disso que você tinha medo? Desta cicatriz.


Ele falou deslizando a ponta do dedo através do caminho arroxeado e levemente enlevado que se formava no busto dela. Um corte, que a transpassava de uma axila a outra abaixo dos mamilos.


Ela estremeceu.


- Era disso Mione?


Ela balançou a cabeça fracamente.


- Eu realmente não creio que a bruxa mais inteligente e Grifinória que eu conheço se deixou abater por isso.


Ela o encarou.


- Então Lilá viu esta cicatriz e passou a te torturar?


Ela afirmou.


Ele riu pelo nariz.


- O que ela sabe sobre isso?


- que é uma cicatriz oras.


- Não Mione... é mais que isso. Isso aqui é uma marca. Isso aqui é uma prova, prova do quanto minha namorada é forte, poderosa, corajosa, leal. Isto aqui é uma lembrança do que vivemos juntos, de que lutamos juntos, isso aqui é uma prova de que você é incrível. Uma bruxa de quinze anos que luta contra comensais da morte experientes e escapa só com isso?


Ela corou diante das palavras dele.


- Eu nunca teria nojo de você, o que faz parte de você, faz parte de mim meu amor. A Lilá pode até achar isso repugnante, mas ela não tem cérebro Mione. – ele pôs a mão no queixo pensativo – Realmente ainda não encontrei um motivo para ela ter vindo para a Grifinória, ela não sabe nada de coragem ou lealdade, ela nunca entenderia o que isto de fato significa.


Ele depositou um leve beijo no vale entre os seios dela e ela tremeu inteira.


- Nunca mais tenha medo de me contar nada. Eu nunca vou deixar você anjo.


Ele disse doce e uma lagrima correu pelo olho dela.


Lagrima de alegria, de alivio, de satisfação, de amor...


Ela sentiu Rony fechar lentamente os botões da camisa dela e segurou suas mãos.


- Mione...


- O que está fazendo Rony? – ela perguntou seria.


- Não precisa ser hoje, não precisa ser agora...


- Ron eu... sinto...


- Shhh.. não sinta. Estou feliz Mione. Eu pedi uma prova e você me deu. Estou muito feliz.


Ele terminou de fechar os botões...


- Agora venha.


Ele deitou-se na cama e a trouxe para si.


- Venha para mim.


Ele disse enquanto a envolvia num abraço quente.


 


Em minutos eles adormeceram...


 

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