Descoberta
Faltavam dois dias para o natal, cada dia que passava a garota marcava em um calendário.
Seu estômago roncou, avisando de que era hora do café da manhã.
Com cuidado, desceu as escadas e foi para a cozinha. Ultimamente tomava mais cuidado com tudo. Tinha medo de fazer alguma coisa que acabasse prejudicando o seu bebê.
- Onde esta o papai? – Ela perguntou ao notar o local vazio
- Teve que ir resolver um assunto no ministério
- E o Rony? – A menina estava estranhando tudo. Era quase natal, todos deveriam estar de férias.
- Foi com ele, querida – Ela quase riu ao imaginar a cara do irmão sendo obrigado a acompanhar o pai.
- E quando eles voltam? - Ela se sentou na mesa.
- Não sei querida, provavelmente eles estarão aqui no almoço – A mãe dela pegou a tigela de mingau e colocou em sua frente – Agora deixe de perguntas e coma. Ela levou a colher na boca, mas não comeu, porque nessa hora sentiu um forte enjôo. Correndo a menina foi para o banheiro onde vomitou. Todas as manhãs era a mesma coisa, ela já deveria esta acostumada com aquilo, mas não estava
Toda vez que acontecia era uma surpresa. Ela se lavou e saiu do banheiro, do lado de fora dele, sua mãe a esperava.
- Há quanto tempo? – Molly perguntou a filha. Dês do começo estava desconfiada, mas agora tinha certeza. Sabia o que a filha tinha.
- O que? – Gina esperava que a mãe não tivesse falando sobre bebê. Ela não devia saber, não agora.
- Há quanto tempo você esta grávida? – Gina gelou. Não podia ser verdade. Aquilo não podia estar acontecendo
- Eu não sei do que você esta falando – Ela desconversava, tentando ganhar tempo. Não estava preparada para encarar sua mãe. Não podia enfrentá-la sem alguém que a pudesse defendê-la.
- Ginevra Wesley – A mulher a repreendeu – Eu sei muito bem quando uma mulher esta grávida, afinal eu tive sete – Gina respirou fundo, todo seu corpo tremia.
- Você não respondeu minha pergunta – Ela nem mais lembrava qual era. Já não tinha controle de seu corpo. Seu estômago parecia queimar e seu coração batia tão forte que ela achava que ele podia arrebenta-se – Há quanto tempo?
- Há quase dois meses – Ela falou baixinho, quase sussurrando.As lagrimas da menina já haviam começado a cair
- Agora você chora, na hora de fazer essa besteira, aposto que você não chorou – Gina não tinha ações, sua mãe estava furiosa e ela tinha toda razão para estar.
- Mamãe – Ela chorava ruidosamente – Foi um acidente – Gina mentiu. Não havia sido um acidente, havia sido uma irresponsabilidade, da parte dela que se esqueceu de tomar a poção que o garoto lhe indicara.Mas também, como ela podia imaginar que ficaria grávida na primeira vez?
- Acidente? Isso não foi um acidente – Ela gritava descontrolada – Isso foi uma irresponsabilidade – A menina mantia a cabeça baixa – No que você estava pensando quando fez uma besteira dessas – Ela só conseguia chorar. Merecia todo aquele sermão – Me responda
- Eu não sei, eu não sei – Ela gritava e chorava – Eu não pedi por isso, simplesmente aconteceu
- Como assim simplesmente aconteceu? – A mulher riu debochada – Desde quando filhos simplesmente acontecem? – Gina não tinha nenhum argumento, nenhuma explicação. Nem ela sabia o certo como tudo acontecera. Na verdade, sabia sim, havia se entregado, feito amor e agora estava grávida. Tudo parecia tão simples, mas no entanto era tão complicado.
- Eu me deixei levar – Ela não sabia como explicar a mãe sem comprometer o garoto – Eu sei que errei, mas eu não posso fazer nada – A mulher pareceu se abrandar e fitou a filha longamente
-Eu vou te fazer uma pergunta e quero que você me responda – Ela agora estava seria. E isso assustava a garota. Com raiva, ódio, rancor, ela poderia lidar, mas com decepção não. – Quem é o pai? – A menina por um instante parou de respirar.
- Meu filho não tem pai
- Que absurdo é esse?È claro que essa criança tem um pai. Você não fez esse filho sozinha – A mulher estava revoltada, mas a garota não podia fazer nada. Gina não podia e nem queria revelar quem era o pai de seu filho. Sabia que iria enfrentar muitos problemas por causa disso. Mas seria melhor assim.
- Eu não fiz sozinha, mas vou criá-lo.Ele não precisa de um pai – “Não te um pai como o dele, que antes mesmo de nascer o renegava.” Ela mordeu a língua para não falar o que estava pensando.
- Você esta ouvindo as besteiras que diz? – Molly não conseguia acreditar. Além de sua filha caçula esta grávida ela seria mãe solteira. Aquele era o fim. – É claro que essa criança precisa de uma figura paterna
- Não – Gina interrompeu a mãe – Ele me tem e isso é suficiente
- Você ainda é uma criança e não sabe o que esta falando – Molly queria que sua filha a entendesse – Não sabe o quanto é difícil criar um filho ainda mais sem o pai
- Eu vou conseguir – Gina sabia que seria difícil, mas não tinha outro jeito. Teria que cuidar do seu filho sozinha. Harry havia sido bem claro, ele não queria nada com o bebê.
- Como? Você não tem condições de se cuidar como vai cuidar dessa criança?
- Não importa – Ela já não queria ouvir mais nada. Queria se trancar no quarto e nunca mais sair de lá
- Claro que importa. – A mulher a segurou quando ela ia saindo – Você não vai criar esse filho sozinha, ele tem um pai e esse tem a obrigação de cuidar dele
- Eu já disse, meu filho não tem pai – Ela gritou, desesperada tentou se soltar.
- Não ouse a falar assim comigo – Ela segurava forte o braço da menina – Agora me diga, quem é o pai dessa criança para que eu e o seu pai possamos conversar com ele
- Pra que? Isso não vai adiantar de nada. Ele não quer a criança – Gina desistiu de se soltar. Se sua mãe queria a verdade, daria a verdade, mas não toda ela.
- O que você esta dizendo?- Molly largou a menina. Estava um tanto chocada e confusa – Como? Ele não quer o filho – Ela assentiu com a cabeça – Quem esse moleque pensa que é? – Molly falava para si. Sua filha não seria mãe solteira, nem que pra isso precisasse forçar o responsável a assumir–los – Ele vai assumir sim, é sua obrigação – Gina entrou em pânico. Sabia que sua mãe o forçaria assumir o bebê e isso não poderia acontecer.Ninguém poderia descobrir que o pai de seu filho em ninguém menos que Harry Potter. Nesse momento agradeceu por namorar secretamente com o garoto. Se o relacionamento deles dois não fosse daquele jeito, agora teria que ser forçada a ficar com ele
- Não,eu não vou deixar – Gina sabia que o melhor naquela situação era ficar calada e deixar tudo se assentar, mas isso não iria acontecer. Seus pais e irmãos a pressionariam e ela acabaria cedendo. Logo se veria presa ao garoto e isso ela não queria. Não conseguia nem olhar no rosto dele quanto mais ter alguma coisa seria. Ela sabia que nesse caso, só uma coisa iria acontecer. Casamento. Sua família a obrigaria se casar com o garoto.
- Você não tem que deixar nada. Já que fez essa besteira, você vai ficar quieta e vai deixar tudo na minha mão. Eu vou cuidar de tudo, a única coisa que você tem que fazer dizer quem é ele – Molly estava perdendo o restando da paciência que tinha.
- Pois eu não vou dizer e você não pode me obrigar
- Quem disse? Há muitas formas de se extrair a verdade – Gina ficou pálida,ao seu redor tudo parecia girar. Apoiou-se na parede para não cair
- Você não pode, não tem esse direito – Ela respirava fundo.
- Eu sou sua mãe – A mulher não parecia estar preocupada com estado da garota, estava imersa aos seus pensamentos e aos planos pro futuro – Eu não só posso como devo
- Não – Foi a ultima coisa que a garota disse antes de cair no chão desacordada.
Gina abriu lentamente os olhos, sua visão estava embaçada.Onde estava? O que havia acontecido? Não se lembrava de como havia chegado no quarto
- Você esta bem querida? – Ela levantou a cabeça para identificar a pessoa. Sua mãe estava sentada em uma cadeira perto da cama.
- O que aconteceu? – Lembrava-se de estar brigando no corredor e de uma especa nuvem negra cercando-a depois disso, nada.
- Você desmaiou. A culpa foi toda minha, eu não deveria – Molly não terminou de falar porque as lagrimas não a deixaram.
- Tudo vai ficar bem – Ela realmente acreditava naquilo
- Tudo bem querida,eu não vou te forçar, se você não quer contar tudo bem, eu vou arranjar alguém para fazer isso, você não tem que se preocupar com nada, nem vai doer – A mulher falava sem parar, e a maioria das coisas a garota não entendia.
- Mãe do que voce esta falando?
- Você não vai destruir sua vida, você nem vai precisar perder nenhuma aula.– Ela parecia que não tinha ouvido a pergunta da menina, pois continuava falando – Como você esta com menos de dois meses vai ser muito mais rápido e você não vai precisar se preocupar com nada. Tudo vai ficar bem – Ela concluiu
- Do que você esta falando? – Gina estava confusa. Não entendia o que sua mãe dizia. As coisas que ela falava não tinham nexo
- Do bebê é claro – Molly olhava para sua menina deitada na cama. Sabia que ela iria ficar triste, mas essa era a única saída que havia encontrado.Era a única solução - Logo, logo você não mais ter com o que se preocupar
- Como assim eu não vou ter mais com o que me preocupar? – Gina tentava entender o que aquelas palavras significavam – Oh não – A garota exclamou. Não podia ser isso. Com certeza estava errada
- Você, eu, não – A garota estava atordoada. Era verdade, só podia ser, pois sua mãe não se dignou a desmentir sua suspeita.
- É o melhor querida
- Pra quem? – Gina queria chorar,mas prendia as lágrimas.Estava na hora de resolver as coisas. Lágrimas não resolviam nada.
- Pra todo mundo – Molly foi acariciar o rosto da garota, que se afastou- Você não entende
- Eu entendo muito bem, você quer que eu mate o meu filho
- Não,não é bem assim – Gina já não acreditava mais nela.- Querida você não tem nenhuma condição de ter um bebê, vai ser melhor assim confie em mim
-Não. Eu não vou tirar meu filho – A menina soluçava. Esta doendo muito, ate sua própria mãe – Eu posso sim, e qualquer coisa voce e o papai podem me ajudar
- Você não entendi – A mulher estava exasperada. - O seu pai e eu, bem, nós não temos condições. Já é difícil manter você e seu irmão em Hogwarts. E mesmo assim,agora não é o melhor momento de se ter um filho.
- Mas – Ela fez menção de falar,mas a mulher a calou
- Me ouça primeiro – Molly respirou fundo. – Você é muito nova pra saber no que esta se metendo. Um filho não é uma boneca, que voce brinca e depois deixa de lado. Você vai precisar esta com ele sempre, isso significa que você vai ter que abandonar o colégio. Filha não jogue fora um futuro brilhante por causa desse filho
- eu não acredito que estas me dizendo isso,logo voce que abandonou o colégio por causa de uma gravidez
- Por isso mesmo querida, eu sou a pessoa mias indicada, não repita meus erros
- Erros, então tudo isso voce um erro. Nossa família? – Ela estava chocada – voce não nos queria
- É claro que sim filha. Deixe-me explicar. A minha historia e muito diferente da sua, quando eu engravidei seu pai apesar de muito novo já havia se formado e trabalhava. Por isso foi mais fácil pra mim e olhe que eu passei por muitas dificuldades. Agora imagine você, sendo mãe sozinha, sem condições de criá-lo, tendo que enfrentar tudo e todos
- Eu não me importo com isso
- Pense bem querida, é melhor agora do que mais tarde
- O que voce quer dizer?- Ela engoliu em seco
- Voce tem que encarar os fatos. Não temos condições alguma de manter esse bebe, ainda mas agora que estamos a abeira da guerra
- Porque tudo mundo só pensa nessa maldita guerra –Ela gritou exasperada.
- Porque ela esta preste a acontecer. O lorde das trevas vem reunindo um grande exercito de seguidores. As pessoas têm sumido e o ministro não faz nada
- Eu não quero saber, não me importo
- Como não se importa? – Ela gritou – As pessoas estão morrendo
- E por isso que você que eu mate meu filho? – Ela – irônico isso não? Pelo menos o aquele-que-não–deve-ser-nomeado assumi os crimes que cometeu, ele não fica se fazendo de bonzinho
- Nunca mais diga isso ta ouvindo – A mulher a sacudia fortemente – Nunca mais
- Por quê? A verdade dói?
- Como você se atreve a falar assim comigo? Eu sou sua mãe
- Mãe? – Ela riu sem humor – se voce fosse mesmo isso, não me pediria para tirar o meu filho
- Se eu não sou sua mãe, voce não é minha filha – A mulher se levantou abruptamente – Eu não queria fazer isso, mas essa é minha única alternativa. Pegue suas coisas e vá embora
- O que?
- É isso mesmo que você ouviu, eu quero você fora dessa casa já
Se voce mudar de idéia voce pode ficar
- Você esta me pedindo para escolher entre meu filho e o meu lar? – Ela não respondeu.Gina não precisava pensar para saber o que queria - eu quero o meu bebê
- Esperou que você tenha tomado à decisão correta – Assim que saiu do quarto da filha, Molly desabou. Fora forçada aquela situação, pois não podia permiti aquilo. Se ela quisesse ter aquela criança que fosse longe dali.
Gina ainda não conseguia acreditar que estava arrumando suas coisas, porque havia sido expulsa de casa. Havia achado que sua mãe a compreenderia, mas se enganara. Ela pelo visto não era boa pra julgar as pessoas, primeiro Harry e agora com sua própria mãe. Estava decepcionada, não sabia mais em quem podia acreditar e confiar.
- È sua ultima chance. Se você fizer o fizer pode ficar – A mulher falou quando a viu indo em direção da porta
- Eu já fiz minha escolha – Gina bateu a porta com força
Agora estava sozinha, não podia contar com mais ninguém a não ser ela mesma. A partir daquele momento ela deixava tudo para trás.
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