Pensamentos



Assim que chegou na toca, Gina foi para o quanto onde se jogou na cama.
Havia tantas coisas para pensar, tantas coisas para decidir. Ainda não sabia como contaria, mas infelizmente teria que contar, logo sua barriga estaria aparecendo. Ela se acariciou e sorriu. Amava seu filho e apesar de tudo não havia a hora de te-lo em seus braços. Era estranho pensar que seria mãe. Em seu interior ela sabia que conseguiria, pois faria tudo pelo seu filho.
- Gina – Rony bateu na porta para em seguida entrar no quarto
- O que foi? – Ela se apoiou nos cotovelos para poder enxergá-lo melhor.
- Mamãe esta te chamando para almoçar – Ele estava visivelmente enfadado. Ela sabia que ele não gostava de fazer aquele tipo de papel.
- Não estou com fome
- Não diga isso a mim, diga a ela – Gina suspirou.
- Estou cansada, será que você poderia me deixar sozinha? – Ele deu de ombros e se retirou do quarto. Ela permaneceu deitada,esperando a visita da mãe. Ela conhecia muito bem a família que tinha. Assim que Rony informasse que ela não queria comer e que provavelmente não iria descer sua mãe iria vim pessoalmente saber o que acontecia a ela.
- Gina querida – Nesse exato momento Molly adentrava no corpo – Você esta bem? O Rony disse que você não queria comer. O que você tem? Esta sentindo alguma coisa? – Ela nem respirava para falar, o que deixava a garota atordoada e um tanto perdida.
- Mãe – Ela chamou,mas ela não parecia ouvir, continuava falando e falando – Mamãe – A menina aumentou um pouco o seu tom de voz, o que chamou atenção da mulher – Eu estou bem, só não quero comer
- Mas você tem que se alimentar, você já está tão magrinha
- Eu não estou com fome
- Você tem certeza que esta bem mesmo? Não esta sentindo nada? Nenhuma dor? – Gina respirou fundo. Sempre era muito paciente, mas não ultimamente
- Eu sou estou cansada, vou dormir um pouco
- Então vou te deixar descansar - Gina bocejou, como se realmente tivesse com sono – Qualquer coisa que você precisar é só me chamar – Ela assentiu com a cabeça. A mulher saiu do quarto e ela se esparramou na cama. Olhando para o teto, as lembranças fluíam em sua mente.

*
- Harry, para onde você esta me levando?- Ela tinha os olhos vendados e era conduzida pelo garoto
- Confie em mim – Ele pediu e ela relaxou. Confiava plenamente nele, pois sabia que ele nunca a machucaria.
- Chegamos – Ele anunciou depois de algum tempo.
- Aonde estamos? - Ela ainda não enxergava e estava muito curiosa.
- Veja por si própria – Ele desfez o nó da faixa que cobria os seus olhos.
- Essa é a sala precisa?- Ela tinha dificuldade para identificar o local.
- Sim – A sala estava toda decorada com velas vermelhas.
- O que viemos fazer aqui? – Ela se assustou ao vê a imensa cama que se encontrava ali
- Você vai vê – Ele a puxou para si e a envolveu em seus braços
*

Naquela noite, ela perdera a virgindade e não foi como esperava, estava nervosa, não queria, mas ele havia insistido e ela para provar seu amor cedeu. No final de tudo, estava machucada. Ele havia sido frio e rápido, e ela não havia sentido nenhum prazer, a dor era muito grande, mas mesmo assim ela ainda estava feliz. Porque havia tido sua primeira vez com o garoto que amava. Ingenuidade. Agora sabia que havia sido ingênua, havia se deixado enganar por promessas de amor, todas elas haviam sido vazias. Agora percebia que tudo que viveu foi uma ilusão. Havia se apegado tanto aos sonhos que não conseguira enxergar a realidade.

*- Quando terminamos o colégio iremos nos casar, você será a Sra Potter
*

Ela ainda podia ouvir essas palavras saírem da boca dele. Tola. Realmente acreditara em tudo que ele havia falado. Agora sabia que tudo não passava de mentiras. Mentiras usadas para conseguir apenas uma coisa dela e ela boba havia dado o que ele queria.
- Gina querida, o jantar está pronto – A voz da sua mãe a tirou de seus pensamentos
- Já estou indo mamãe – Ela pulou da cama e olhou pela janela. Lá fora, estava escuro, já era noite e nem percebera. Havia passado a tarde toda imersa em seus pensamentos e lembranças.Nem tinha visto o tempo passar
- O que temos pro jantar? Estou faminta – Perguntou assim que entrou na cozinha. Só agora percebia que sentia fome, pois sua barriga roncava.
- Você parece bem melhor – A mulher se ocupava de algumas coisas e a garota para ajudar foi terminar de colocar a mesa.
- Eu só precisava descansar – “E se isolar também” pensou. Tinha que ficar sozinha para poder decidir sobre o que fazer agora.
Ela se sentou à mesa junto com os outros e esperou a sua mãe lhe servir. Agradeceu quando não enjôo com o prato de sopa.
- E então quando os meninos chegam? – Ela tentou parecer o mais despreocupada possível. Mas em seu interior o pânico tentava dominá-la.
- Na véspera de natal todos devem estar por aqui – Molly Wesley conhecia muito bem sua filha, para saber que alguma estava errada com ela – Mas porque a pergunta querida? – Iria descobrir o que estava acontecendo com a garota, de uma coisa sabia. Boa coisa não era.
- Saudade – Ela se esforçou para sorrir – Dali a uma semana teria que contar o que se passava. Só esperava que eles entendessem o que realmente seria difícil.

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