Cerimônias



No dia seguinte, Lyra apareceu na casa dos Potter para irem aos cursos normalmente, sorrindo e falante como sempre. Todos se mostraram muito aliviados quando ela riu da preocupação de todos com ela garantiu que nada demais havia acontecido e que apenas havia feito o que tinha que fazer antes de voltar para casa.


Summer já estava melhor e por isso mesmo não quis ficar em casa, indo para o seu curso de Medibruxaria, onde Branca a distraíu de uma maneira que a impediu de pensar muito em Marlene e em como ela achava que Lyra estava estranha.


Passaram-se alguns dias sem mais nenhum notícia do mundo bruxo em uma tranquilidade estranha para quem sabia da guerra. Dumbledore avisara, em sua última visita a casa dos Potter para um jantar organizado por Sara, que a próxima reunião com algumas pessoas da ordem não iria tardar a acontecer e que portanto se mantessem a lerta para qualquer aviso.


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- Amores, eu já vou indo para casa porque estou muito cansada. – Ly anunciou em um dia no meio de outubro, enquanto terminava de arrumar suas coisas dentro da pasta que havia levado para o curso.


- Ah, Ly, é sexta-feira...você precisa relaxar um pouco esses seus músculos tensos...- Sirius zombou enquanto fazia massagem nos ombros de Lyra.


- Muito boa a sua massagem, Sirius, mas eu realmente não posso. – ela retrucou afastando-se dele e dando um meio sorriso. – Eu...tenho que...ajudar a minha mãe com alguns negócios da família.


- Sério? – James perguntou arqueando uma sobrancelha. Lyra curvou-se mais na pasta de maneira que seu cabelo cobrisse seu rosto. – Até ontem a noite você estava toda animada para ir a um bar!


- É, James, mas é que as coisas lá em casa andam meio complicadas e não tem jeito. – a morendo pontuou enquanto colocava seu casaco e pegando sua pasta.


- Ly, Louise queria tanto de apresentar uma amiga do curso. O nome dela é Rosa, ou alguma coisa parecida. – Remus tentou coçando a cabeça.


- O nome dela é Branca, cabeção! – Lily implicou saindo do elevador enquanto também deixava o ministério depois de seu próprio curso. – Mas qual é o problema aqui?


- Ih, gente, da ruiva eu não posso escapar...- Lyra lamentou em falso tom de mágua.  – Mas eu estava apenas dizendo que não vou ao bar com vocês.


- Vocé é uma vaca, sabia? – Lily perguntou cruzando os braços na altura do peito. – Encheu a porcaria do saco para irmos nesse bar a semana inteira e chega logo hoje e diz que não vai poder ir?


- Gentem, desculpa! – Lyra pediu realmente triste por não poder ir. – Mas eu tenho que ajudar a minha mãe. Está sendo bem difícil para ela meu pai estar praticamente morando no escritório por causa de bendita guerra e meu irmão estar em Hogwarts.


- Tudo bem, Ly. – James cedeu abraçando a amiga pelo ombro. – Vai conosco pelo menos até a saída?


Lyra fez que sim com a cabeça sem dizer mais nada e sairam do Ministério enquanto trocavam poucas palavras. Quando alcançaram o vento fresco da chegada do inverno, todos colocaram suas luvas e cachecóis.


- Bem, então eu vou indo. Até segunda! – então Lyra desaparatou.


- Vamos indo? Acho que Louise já deve estar no esperando. – Remus sugeriu começando a caminhar.


Andaram em silêncio por alguns minutos. A noite estava enevoada e a Lua estava oculta sob algumas espessas nuvens. Um vento frio batia de vez em quando levantando os cabelos de Lily.


- A Lyra anda meio ocupada ultimamente. – Sirius comentou olhando para o nada.


- Todos andamos. – Lily amenizou abraçada a James.


- Não, mas ela quase não aparece mais na casa do James. Sempre que temos um tempo livre ela não pode por causa de alguma coisa com a família dela. – Sirius virou-se para os amigos com uma sobrancelha arqueada. – Vocês não acham isso muito estranho?


- Sirius, eu também não gosto disso e sinto falta dela. Mas...ela também tem que organizar a própria vida, não tem? – Lily tentou justificar dando de ombros.


Sirius não respondeu e continuou calado até chegarem a um bar pequeno e de clima aconchegante. Quando chegaram, Summer já estava sentada em uma das mesas com Branca à sua frente, ambas rindo levemente de alguma coisa que a loira havia dito.


- Oi, amor, como foi a aula hoje? – Remus perguntou sentando-se ao lado da namorada e a beijando demoradamente.


- U-hun...- James interrompeu com um pigarro. – Se não se importa, Remus, você pode comer a sua namorada outra hora? Nós viemos aqui com a prioridade de beber.


- James! – Lily censurou batendo de leve no braço do namorado. – Assim a amiga da Sum vai achar que somos loucos!


- E não somos? – ele retorquiu rindo.


Lily não respondeu e limitou-se a lhe lançar um olhar gelado. Summer, depois de ser separada de Remus por um Sirius que se sentou bem no meio dos dois, sorriu como se nada tivesse acontecido e deu espaço para que todos se acomodassem nas poltronas em volta da mesa.


- Então, você não vai nos apresentar a sua amiga? – Sirius sugeriu com um olhar malicioso na direção de Branca, que corou e desviou o olhar para a sua bebida.


- Seu cachorro! – Summer brincou dando um pedala no amigo. – Gente, essa aqui é a minha amiga do curso, Branca Ferrar. Ela estudava na Argentina.


Branca fez um leve aceno de cabeça e sorriu para todos, mostrando que obviamente era uma menina um tanto quanto tímida.


- Branca, esses são os meus amigos dos tempos de escola: Lílian, Remus, James, Sirius e... – Summer os apresentou e parou olhando para todos os lados. – Ué, cadê a Ly?


- Ela não vem. – Sirius respondeu bufando. – A mãe insistiu dizendo que precisava dela. – e revirou os olhos.


- Amélia deve estar com muitos problemas...- Sum comentou arqueando uma sobrancelha. – Mas, Branca, eu te apresento a Ly outra hora. O que vocês vão beber?


O grupo tomou algumas doses de pina colada e comeram apenas alguns tira gostos enquanto conversavam sobre amenidades. Branca contou para eles como sua escola funcionava e surpresa repararam que era de uma maneira muito diferente do que Hogwarts.


Contaram algumas histórias do que já tinham aprontando na escola e no final da noite pareceu que já se conheciam havia anos. Branca era uma excelente companhia e meio inocente, mas nada que Sirius e James não pudessem dar um jeito de poluir.


Quando saíam do bar, James e Lily foram os primeiros a aparatarem atrás de uma caçamba de coleta de lixo. Sirius despediu-se logo depois, lançando olhares chamosos para a loira e dizendo que daria uma pequena volta pelo centro antes de voltar para casa ( tudo isso com um sorriso malicioso que dizia que ele não voltaria para casa antes do Sol nascer).


Branca achou melhor pegar um táxi para ir para casa. Com pais trouxas, e Summer concordou rindo, era melhor não sair aparantando em casa ou aparecendo do nada pela lareira. Podia não ser saudável para eles.


- Então, você quer mesmo ir para a sua casa? – Remus perguntou beijando levemente o pescoço de Summer.


- Quero...- ela murmurou virando-se para ele com um sorriso malicioso. – Eles estão...viajando. – seus olhos faiscaram. – Sabe...foram visitar uma tia minha.


- É...e o que você sugere com esse comentário inocente, senhorita Summer? – Remus perguntou mordiscando levemente a orelha da namorada.


- Que você me leve para casa e fique comigo até eu pegar no sono, o que não garanto que vá acontecer muito rápido. – ela retrucou mordendo inocentemente o lábio inferior.- Estava louca para ver um filme que eu adoro...


- Ver o filme? – Remus perguntou rindo na nuca da namorada.


- Ou talvez não....


Sem dizer mais nada, os dois aparataram em frente a casa de Summer. Aos trancos e barrancos conseguiram abrir a porta e subir as escadas, andando com dificuldade até o quarto de Summer.


Não se preocuparam nem em fechar a porta, uma vez que não tinha ninguém em casa. A luz da lua entrava pela cortina aberta iluminando exatamente a cama, como se Louise houvesse planejado tudo, o que era uma possibilidade.


- Eu te amo, você sabe, não é? – Remus sussurrou enquanto a namorada o puxava para a cama.


Ela nao respondeu, apenas sorriu e o jogou em sua cama, satisfeita que fosse de casal e bem espaçosa para caberem os dois e ainda brincarem de pique-pega, o filme rolando enquanto o casal de mocinhos fazia juras de amor sendo plenamente ignorado pelo casal na cama.


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Lyra  aparatou alguns quarteirões longe de casa e foi andando até a porta de frente, a cabeça ainda presa no olhar preocupado dos amigos. Olhou para os lados da rua antes de pegar sua chave a abrir a porta, batendo-a rapidamente atrás de si.


Entrou na casa que estava o maior silêncio com passos rápidos até alcançar as escadas. Entrou em seu quarto sem se preocupar em fechar a porta e tirou o casaco, pendurando-o no closet. Ia tomar um banho quado a velha elfa da família apareceu, encarando-a com enormes olhos do tamanho de um pires.


- Que susto! – Lyra murmurou fechando os olhos e pondo a mão levemente no coração.


- Srta Holand, sua mãe pediu para avisar que vai voltar tarde hoje do jantar de negócios que tem com seu pai e me mandou ver se a senhorita precisa de alguma coisa. – ela informou com uma pequena reverência.


- Ela já tinha me avisado que não estaria em casa hoje, mas mesmo assim obrigada pelo aviso. – Ly agradeceu com um suspiro. – Eu também não devo me demorar muito mais aqui. Logo saio novamente.


A elfa fez uma pequena reverência e sumiu. Ly ficou parada esperando uns segundos para ver se ela não voltava então pegou sua varinha e destrancou a janela de seu quarto, deixando-a completamente aberta.


Debruçou-se para olhar de um lado para o outro e então trancou-se no banheiro para tomar um banho e tirar todo o suor que deixava sua nuca pegajosa. Depois, satisfeita e sentindo-se mais tranquila, enrolou-se em uma toalha e saiu do quarto.


- Ah, não, você já chegou? – Ly reclamou ao ver uma figura encapuzada sentada em cima de sua cama como se o quarto lhe pertencesse.


- Garanto que não estou nada animada com isso também. – Bellatrix retrucou enquanto olhava desdenhosamente pelo quarto. – Ser babá nunca esteve nos meus planos.


- A culpa não é minha se seu mestre acha melhor te deixar como babá. – Lyra alfinetou enquanto voltava para o banheiro com uma calça de couro e uma blusa preta decotada para vestir.


Quando voltou, Bellatrix apontava sua varinha para uma coruja das torres que lhe olhava com cara feia e não parecia nada ameaçada pela bruxa.


- Essa coisa nojenta trouxe alguma coisa para você. – ela mencionou olhando fixamente para a perna da coruja. – mas não me deixou pegar.


- Por isso mesmo. Ela trouxe uma coisa para mim e não para você. – Lyra retrucou adiantando-se e pegando o pequeno pacote da coruja, logo depois o guardando em uma gaveta de sua bancada.


- Não vai abrir? – Bella perguntou dando um sorriso enviesado. – Quer esconder o que de mim?


- De você? – Lyra perguntou debochada. – Já reparou que o mundo não se organiza de acordo com sua vontade?


- Olha como você fala comigo! – Bella ameaçou levantando-se e apontando a varinha para Lyra, que apenas revirou os olhos e levou a coruja para a janela, lançando-a a voô.


- Vai fazer o que comigo? Me torturar que nem fez com os Mckinnon? – Lyra sugeriu colocando sua capa e saindo de seu quarto. – Ah, não, no caso dos Mckinnon você contou com a ajuda de Travers e de mais alguém, provavelmente.


- Volta aqui, sua insolente! – Bella gritou descendo as escadas correndo atrás de Lyra.


- Se você não se importa, tem elfos que trabalham aqui. Agredeceria se você não chamasse a atenção enquanto grita pela casa. – Lyra repreendeu friamente enquanto saia da casa e esperava que Bellatrix fizesse o mesmo.


- Estou louca para ver o que o meu mestre vai fazer com essa a sua insolência. – Bella sibilou recolocando o capuz sobre o rosto.


- Se está tão ansiosa para ver o que ele fará comigo por que não me leva logo até ele e pára de me encher o saco com a sua falação? – Ly sugeriu olhando para cima calmamente.


Bella parecia que ia responder, mas respirou fundo imaginando os castigos que Lyra teria quando finalmente se encontrasse com Voldemort, então apenas segurou no braço de Lyra, com mais força do que necessário, e aparatou com ela.


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Lyra abriu os olhos e reparou que estava parada bem em frente a um enorme portão de ferro. Bella passou por ela, a postura altiva de como se conhecesse o lugar extremamente bem, e abriu o portão, mantendo-o aberto.


Lyra a seguiu, os olhos atentos ao hambiente ou a qualquer movimentação estranha. Seguiram em silêncio por um enorme caminho feito de pedra até alcançarem uma enorme porta de dois patamares onde uma anorme letra B servia de batedor.


Bella dispensou o uso do batedor e murmurou um feitiço abrindo a porta, empurrando Lyra nada delicadamente entre as homoplatas.


Lyra viu-se dentro de um enorme salão ricamente decorado com quadros de homens e mulheres de queixos pontudos e olhares ameaçadores. Havia enormes lustres de ouro no teto e tapeçaria cobrindo quase todo o chão de pedra.


Ela pôde reconhecer Lucius Malfoy em um canto, olhando-a através de um  enorme espelho que ocupava quase toda uma parede. Narcisa estava ao seu lado, o queixo empinado como se a desafiasse e não demorou para que a imagem de Narcisa coberta de sorvete assaltasse a mente de Lyra, que fez um esforço para não rir.


Rodolfo e Rabastan Lestrange estava conversando juntos a um canto e pararam de conversar quando a visitante chegara. Eles não pareciam estar confortáveis com Lyra por perto.


- Por aqui...- Bella chamou andando até o final da sala e abrindo uma porta de carvalho para que Lyra passasse.


A morena passou e ouviu a porta sendo fechada atrás de si. Como reflexo, a mão dela foi parar perto do bolso da varinha, onde poderia sacá-la se necessário.


Ao virar-se, Lyra reparou que estava em um sala de jantar requintada, com uma lareira acesa a um canto, várias peças de metal em forma de cobra no console, uma grande mesa de reuniões lustrosa e várias poltronas confortáveis ao redor.


- Finalmente. Lyra Holand. – uma voz arrastada que mais parecia um sibilar falou.


Lyra virou-se para o canto da voz da onde a voz havia vinda e levantou levemente uma sobrancelha ao por os olhos na aparencia ofídica de Voldemort.


Ele estava sentado em uma poltrona verde de veludo enquanto uma enorme cobra descansava a cabeça em seu colo. Dedos longos e pálidos acariciavam a cobra como se ela fosse um cachorrinho inofensivo.


Ele sorria de maneira ameaçadora e tinha seus olhos penetrantes e quase vermelhos fixados em Lyra. Ela não desviava o olhar e nem o abaixava.


Ficaram um tempo em silêncio. Lyra sabia o que Voldemort estava fazendo e manteve-se impassível até que ele terminasse de vasculhar cada canto de sua mente, como se procurasse alguma coisa que indicasse seus verdadeiros motivos para estar ali, mas não encontrou nada que não fosse de seu agrado.


- Eu estava enganado. – Voldemort começou com uma voz arrastada. – E olha que isso não acontece com muita frenquencia. Você não está aqui seguindo ordens daquele velho patético que é Dumbledore.


- Imagino que não, Voldemort. – Lyra comentou abaixando levemente a cabeça e depois voltando a encará-lo.


- Lord Voldemort. – o outro corrigiu com um sibilado. – Meus comensais me chamam de Lord Voldemort. – o tom que ele usara não deixava dúvidas de que Lyra não tinha escolha.


- Perdoe-me, mi Lord. – ela pediu mostrando-se mais humilde.


- Muito bem...- o outro falou com um sorriso e levantando-se da cadeira, andando lentamente até onde Lyra estava. – Foi difícil trazê-la para a nossa causa.


Voldemort comentou displicentemente, como se aquele fosse apenas um comentário inocente, mas Lyra sabia o real motivo da pergunta, por isso pensou um pouco antes de finalmente sorrir.


- Tive receio, meu senhor. – ela respondeu em tom submisso. – Dumbledore estava sempre em minha cola, ainda mais com aqueles dois panacas como o Black mais velho e o Potter. Se eu aceitasse a proposta de imediato, eles poderiam fazer alarde se descobrissem e tudo o que eu não queria era chamar a atenção. Ainda tem aquelas duas sangue ruims com quem andam.


Voldemort deu um sorriso de escárnio e voltou a sentar-se em sua poltrona. Ele brincava distraído com sua varinha, que girava entre os pálidos e longos dedos, enquanto a mão esquerda acariciava a cabeça da cobra.


- Mas, pelo que eu saiba, minha querida, você ainda mantém contato com os dois e com o resto da corja com quem eles andam. – Voldemort comentou em tom frio, fixando o olhar em Lyra, que revirou os olhos.


- Nada mais, nada menos do que conveniência. – ela respondeu dando de ombros. – Achei que seria muito útil se ainda mantivesse contato. Informações importantes...a família Potter é muito chegada a Dumbledore.


- Faz muito bem...- Voldemort murmurou, o semblante começando a ficar pensativo. – Creio que o Potter já deve ter mencionado alguma reunião realizada por Dumbledore. – ele insinou crispando os lábios.


Lyra sorriu e abriu a boca para responder, mas nesse momento a pesada porta da sala se abriu e por ela entrou uma figura encapuzada, que andou até parar ao lado de Lyra. A figura levou duas mãos enluvadas até a beirada de seu capuz e o empurrou para traz.


Sob ele havia uma mulher. Uma mulher que Lyra admitia ser uma das bonitas. Tinha um longo cabelo castanho escuro preso em um coque, e pelas mechas soltas dava para perceber que era levemente cacheado.


Os olhos eram azuis e extremamente frios sob sobrancelhas delineadas e escuras. Os lábios estavam pintados com um batom vermelho e sorriam lavemente.


- Desculpe interromper sua reunião, meu mestre. – ela falou fazendo uma pequena reverência educada. – Mas obtive hoje umas informações importantes de dentro do St. Mungus.


- Diga a informação e lhe direi se valeu a interrupção ou não. – Voldemort respondeu ríspido e a mulher tremeu levemente.


- Descobri que Dumbledore criou uma ordem para lutar contra as forças do senhor, Mi Lord.- ela respondeu, levantando brevemente os olhos para o mestre.


Voldemort ficou um tempo em silêncio, ponderando a informação que acabara de receber.


- Interessante. Deveras, muito interessante. – ele comentou, os olhos faíscando.


- Era isso que eu iria lhe informar, Mi Lord. – Lyra comentou como se falasse sobre o tempo. A mulher ao seu lado arqueou uma das sobrancelhas perfeitas em descrença.


- Prossiga. – Voldemort pediu em um tom imperativo.


- Dumbledore se auto-denomina a Ordem da Fênix. Conta com a participação de alguns bruxos realmente muito influentes dentro e fora do Ministério da Magia. E devo acresentar que com o apoio de alguns...liberais também. – Lyra informou impassível.


- Meu senhor, tenho motivos para acreditar que a primeira reunião ocorrerá daqui a alguns dias. Vi um dos prováveis integrantes da ordem recebendo uma mensagem muito estranha hoje durante meu expediente. – a mulher comentou querendo ser quem passava as informações novamente.


- Ela está enganada. – Lyra voltou a falar em tom monótono. – A primeira reunião já ocorreu.


- Como pode ter tanta certeza? – a mulher perguntou friamente enquanto se virava para olhar Lyra de cima a baixo.


- Nicolle tem um ponto, senhorita Holand. – Voldemort comentou com um sorriso maligno. Nagini parecia agitada no colo do mestre enquanto mirava as duas com avidez.


- Sim, mestre, ela tem. – Lyra respondeu sorrindo novamente. – Mas eu estava na última reunião e me tornei um dos membros da Ordem da Fênix.


- Prove! – Nicolle sibilou friamente para Lyra.


- Pelo que eu saiba, o meu mestre, e a quem devo respeito, está a minha frente e não ao meu lado. – Lyra respondeu seca enquanto olhava para frente e diretamente para Voldemort.


Nicolle parecia ter engolido algo muito pegajoso, pois não falou mais nada e voltou-se resoluta para seu mestre.


 - Muito bem. – Voldemort murmurou juntando a ponta de seus longos dedos e apoiando seu queixo sobre eles. – Srta Miller pode se retirar. É de meu desejo falar com Lyra a sós.


Nicolle fez uma reverência rápida e saiu da sala lançando a Lyra um olhar extremamente frio, batendo a porta atrás de si com um pouco mais de força do que julgado necessário.


- Temperamental, essa daí. – Voldemort comentou casualmente. – Mas muito útil.


- O senhor deve ter suas razões para acreditar que sim. – Lyra acrescentou olhando a porta de relance.


- Muito bem, srta Holand. – Voldemort quase cantarolou enquanto retirava a varinha de um bolso de sua capa. – Está na hora de fazê-la uma de nós...se aproxime.


Lyra fez como o ordenado e parou bem em frente a Voldemort, que esticou seus longos dedos e segurou o braço esquerdo de Lyra, girando até que a parteinterna de seu ante-braço estivesse para cima.


- Puxe a manga da blusa. – ele ordenou com um sorriso congelante.


Lyra hesitou por alguns instantes, então puxou o tecido para cima lentamente, os olhos fixos em Voldemort.


- Vou lhe presentear com uma coisa que apenas meus comensais mais íntimos são presenteados. – ele murmurou encostando a varinha na pele de Lyra. – A Marca Negra.


- Meu senhor... – ela murmurou em um tom de voz hesitante que fez com que Voldemort retirasse a varinha de sua pele.


- Se arrepende de se unir ao Lord das Trevas? – Voldemort perguntou com um sorriso de escárnio.


- De maneira alguma. – ela respondeu confiante. – Estive apenas pensando: se eu continuasse na Ordem seria uma ótima fonte imediata de informação.


- Prossiga.


- Se me deixar sua Marca em meu ante-braço, seria fácil para qualquer um deles identificá-la. E com certeza não queremos isso. – ela concluiu cautelosamente.


- E que sugestão a mente da senhorita me sugere? – ele perguntou sombriamente, Nagini sibilando feliz em seu colo.


- Que me deixe a marca, só que em outro lugar e de outra forma diferente da convencional. – ela opinou sorrindo até mesmo com os olhos.


- Onde devo tatuá-la, então?


- Eu sei onde...


 


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Quando Lily e James desceram para o café da manhã, Sara já os aguardava sentada à mesa, comendo distraidamente sereais enquanto lia o Profeta Diário.


- Mais um desaparecimento e eles não explicam coisa alguma! – ela resmungou baixando o jornal. – Ah, bom dia, queridos.


- O que foi, mãe? – James pergunta logo depois bocejando enquanto olhava de relance para a janela. Iria chover.


- Mais um desaparecimento de uma bruxa que trabalhava no Ministério como assistente. – ela respondeu balançando a cabeça. – Não sei até quando isso vai continuar.


- O que é aquilo? – Lily perguntou enquanto passava geléia em sua torrada.


Uma grande corujo das torres estava pousada sobre o parapeito da janela, bicando o vidro insistentemente com um grande embrulho em suas pernas. Antes que qualquer um pudesse dizer alguma coisa, uma elfa pequena e apressada abriu a janela permitindo que a coruja entrasse.


James conseguiu tirar seu copo de suco de abóbora antes que a coruja parasse em cima dele, esticando a perna e lançando olhares de reprovação para os presentes, como se reclamasse ter sido deixada do lado de fora.


E, antes mesmo que alguém voltasse a dizer alguma coisa, a coruja voltou a abrir as asas e sair pela janela que fora deixada aberta pela elfa.


- Está endereçado para toda família Potter e Lily Evans. – James informou arqueando a sobrancelha e desfazendo o pequeno embrulho, revelando uma pequena caixa cilíndrica feita de bronze.



-Ei, eu sei o que é isso! – Lily deixou escapar enquanto James revirava a caixa olhando-a com cara de interrogação. – Me dá aqui! – e arrancou a pequena caixa da mão de James.


- Se você ia arrancá-la de mim, de qualquer jeito, por que pediu? – James resmungou bebendo de seu copo.


- Isso é um criptex, meu amor. – Lily falou sorrindo para o namorado. – É uma invenção de Da’Vinci. Antigamente era assim que as pessoas de influência transmitiam as mensagens. – ela explicou girando o criptex em suas mãos. – Está vendo aqui, que em volta de toda caixa? São letras do alfabeto. Para se conseguir abrir é só descobrirmos a palavra chave e alinharmos bem aqui onde tem essas setas. – disse ainda apontando setas que estavam alinhadas.


- Não é mais simples quebrar? – James perguntou lançando um olhar rápido para a caixa e sendo prático.


- Se você tenta quebrar, perde a mensagem. Dentro, tem uma ampulheta que contém vinagre e o pergaminho onde é escrito a mensagem fica enrolado nessa ampulheta de vidro. Se você tenta forçar, ela quebra e derrama o vinagre no pergaminho, fazendo com que ele se desentegre.


- Bastante engenhoso! – Sara comentou impressionada. – Mas como é que vamos abrir sem uma dica? Deve haver milhares de combinações possíveis!


Como se fosse uma resposta para a pergunta de Sara, uma outra coruja entou voando pela janela e pousou bem em cima do copo de James, que revirou os olhos e cruzou os braços irritado.


Sara se inclinou na mesa e retirou um pequeno bilhete escrito em uma caligrafia pequena e inclinada.


- Deve ser a nossa dica. – James comentou vendo a coruja levantar voo e partir.


- Deixa que eu leio.  – Sara anunciou abrindo o bilhete.  – “Meus queridos, como sei que gostam muito de Mitologia ai vai um pequeno achado de minha parte. Divirtam-se.


Possuo um templo no areópago,
Que agripa me presenteou
Sou filha e mulher de caudalosos romanos.
As solteiras e casadas me procuravam
Para no gamos não sofrerem
Uma das minhas amigas tentando me ajudar
Taciturna se tornou, mas querida nos hospitais ficou!!!
Quem sou??”


- Ok, ok, eu boiei! – James anunciou olhando feio para o Criptex.


- Sara, me empresta um minutinho o recado? – Lily pediu pegando o criptex e contando quantas letras a resposta poderia ter, logo depois copiando o recado em um guardanapo e o devolvendo para Sara.- Eu já volto!


E saiu correndo para a biblioteca dos Potter. Sara e James ficaram em silêncio enquanto ouviam Lily pegar livros e mais livros e exclamar excitada algumas vezes. Os dois que ficaram à mesa liam e reliam a nota de Dumbledore, mas não conseguiam pensar em sequer uma resposta.


 10 minutos depois que eles já haviam desistido e haviam voltado a comer o café da manha. Lily voltou com o rosto meio afogueado e com um sorriso no rosto.


- Descobriu? – James perguntou incrédulo.


- Eu realmente não faço idéia de quem seja. – Sara anunciou pegando o pesado livro que Lily carregava em uma das mãos.


 - A resposta é Juturna. – ela anunciou respirando fundo.


James arqueou uma sobrancelha e pegou o criptex das mãos da namorada, escrevendo Juturna entre as setas. Todos puderam ouvir um clique, e a tampa de bronze se desprendendo.


Abobado, James puxou o fino pergaminho e leu a curta mensagem que havia nela, na mesma caligrafia da nota com o estranho enigma.


- ”Nos vemos daqui a uma semana, às 14:00”- e calou-se esperando por alguma reação. – Fala sério que ele mandou esse circo todo para ter isso no pergaminho! Ele não podia..sei lá. Simplesmente mandar uma data e uma hora?


- E se um Comensal da Morte recebe a mensagem? – Lily argumentou satisfeita, o livro ainda aberto em sua frente.


- Ele saberia uma data e uma hora. Grande coisa. – James retrucou fechando o criptex. – Sabe, Lily, nem todos tem essa brilhante inteliência que você tem!


- Querida, como descobriu a resposta? – Sara perguntou levantando-se da mesa.


- Foi só consultar alguns livros. – Lily respondeu virando o pesado volume na direção da mãe de James. – A primeira estrofe diz: Possuía um templo no areópago,
Que agripa me presenteou
- Juturna realmente possui um templo, no aerópago romano.


Sou filha e mulher de caudalosos romanos. - Não encontrei referencia a seus pais, porém ela é uma das deusas protetoras das águas correntes, para os romanos.”

''As solteiras e casadas me procuravam
Para no gamos não sofrerem -
Diz-se que as solteiras utilizavam suas fontes para que se casassem, e as casadas, mergulhavam na fonte de mesmo nome, para que não sofressem as dores de parto.”

Uma das minhas amigas tentando me ajudar
Taciturna se tornou, mas querida nos hospitais ficou!-
Juturna foi assediada por Zeus e tentando fugir dele, mergulhou na fonte que leva seu nome. Zeus, então, ordenou as ninfas que o auxiliassem, e todas concordaram, menos uma. Lara. Esta foi até Hera contar as aventuras de seu marido, porém, em vez de gratidão, foi punida como a perca da lingua, e enviada ao Inferno. No caminho, foi violentada por Hermes. Era deusa romana do Silêncio, de onde vem a palavra Taciturno (quieto, silencio), coisa muito apreciada em hospitais. Lembra da foto da enfermeira com o dedo na boca pedindo licêncio, que existe em todos os hospitais?”


- Simples, realmente. – James comentou assombrado com a inteligência da namorada. – Mas ainda acho que vou bater um papo com Dumbledore e pedir para que ele simplefique.


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Final de outubro se aproximava e a reunião da Ordem também. Os cursos seguiam como sempre.  Em um final de tarde na quarta-feira seguinte, Louise finalmente conseguiu apresentar Lyra a Branca, quando a morena foi pegar Summer no curso para irem juntas comprar algumas coisas no Beco Diagonal.


Summer, Lyra, Sirius e Lupin também haviam recebido um enigma, mas foram um diferente para cada um. Sirius concordara veemente com James quando o amigo comentou que não gostaria mais de receber aqueles enigmas, o que fez Lily revirar os olhos.


No dia da reunião, os amigos foram todos juntos para a sede da Ordem. Lyra estava extremamente mau humorada e dava um jeito de reclamar de tudo o que via a sua volta no lugar, desde os bruxos presentes (sobre os quais ela não parava de falar como pareciam mal vestidos e entediantes) à decoração da casa.


- Lyra, que calar a boca? – Summer exigiu extremamente irritada com o comportamento da amiga. – Da última vez que viemos aqui você não reclamou de nada, pelo contrário, achou tudo fantástico.


- Da última vez que viemos aqui, eu tinha um gosto deplorável. – Lyra comentou olhando com repugnância para um sofá logo ao lado de sua cadeira.


- O que te deu para você ter esse mal-humor todo hein? – Lily perguntou  também se irritando. – Isso por acaso é TPM?


- Se for, é uma TPM das boas. – Sirius comentou sarcástico.  – E, lembrando que apesar das siglas, você não tem treinamento para matar, ok?


- Nossa, Sirius, você é tão engraçado que eu esqueci de rir. – Lyra retrucou fria.


Sirius ia dar uma resposta extremamente mal educada para a amiga, mas calou-se quando viu que Dumbledore adentrava as portas, lançando um breve olhar a todos antes de sorrir bondosamente.


- Estão todos aqui. Excelente. – comentou sentando-se em uma poltrona de espaldar alto e fazendo com que bolinhos aparecessem na mesinha de centro.


Remus arqueou uma sobrancelha contando mentalmente os presentes. Não eram nem metade do grupo convocado na primeira reunião.


Dumbledore começou a falar, atraindo a atenção de todos que contavam, como Remus, o número de presente. Dumbledore não comentou nada sobre o número menor de pessoas  e começou  a falar calmamente sobre algums dados.


Remus, James, Sirius e Lyra (com muita má vontade por parte dela) relataram como os treinos para aurores estavam ocorrendo e deram seus pareceres sobre cada aluno que tiveram a oportunidade de analisar, entre eles alguns que achavam extremamente habilidosos e outros que acreditavam estarem pendendo para o lado das Trevas.


Os irmãos Prewett também estavam lá, e deram sua notícias com relativa calma. Gideão com seu jeito sorridente e divertido de sempre informara que o Profeta havia empedido que algumas matérias relacionadas a desaparecimentos e mortes fossem publicadas e Fábio passou a Dumbledore um documento de aspecto oficial, onde constava nome de trouxas atacados por Comensais em ataques frustrados e completamente abafados.


Emelina Vance, que também estava presente, revelou que a procura de advogados para  o formulamento de testamentos oficiais havia aumentado consideravelmente, e alguns deles  eram especialmente relacionados com famílias suspeitas.


Nada mais foi de aspecto muito importante  foi dito e a noite começava a avançar quando todos decidiram que era hora de voltarem para casa.


- Bem, receio que esta noite não poderei convidá-los para um jantar. – Dumbledore disse calmamente enquanto se unia ao grupo que conversava a um canto, esperando que os demais se retirassem para não chamarem muita atenção para casa. – Naturalmente, terei que voltar para Hogwarts e manter a situação controlada por lá. O número de pais que, errôneamente devo dizer, estão tirando seus filhos da escola está crescendo a medida que mais pessoas estão morrendo ou simplesmente desaparecendo.


- Mas isso é burrice! – Lily comentou arregalando os olhos. – Hogwarts deve ser o lugar mais seguro do mundo nesse momento!


- Espero realmente que seja.. – Lyra comentou não se importando de parecer rude. – Meu irmão está lá e se acontecesse alguma coisa com ele...


- Meu irmão também está na escola...- Summer falou gentilmente enquanto lançava a amiga um olhar furioso pelo tom que usara. – E sei que não há lugar no mundo mais seguro.


- Obrigada pela confiança, srta Summers. – Dumbledore falou inclinando levemente a cabeça. – Agora, creio que devo ir.


- Professor, posso lhe pedir uma coisa? – Lily perguntou insegura e corando.


- Obviamente que pode. Só não lhe asseguro que irei realizar o que me pedir. – Dumbledore respondeu brandamente enquanto colocava sua capa de viagem.


- Posso consultar uns livros em sua biblioteca particular?


- Para o curso de inominável, imagino...- Dumbledore sugeriu arqueando a sobrancelha levemente e Lily fez que sim com a cabeça. – Pode, sempre que precisar. E isso se aplica a todos vocês.


- Dumbledore, também posso te perguntar uma coisa? – James falou antes que o diretor se retirasse.


- Já perguntou. – Dumbledore respondeu rindo levemente. – Mas acho que posso lhe conceder mais uma pergunta.


- Não tem uma maneira mais simples de nos entregar a data e a hora das reuniões? Sabe...o dia que a Lily não estiver lá em casa não poderia vir a reunião!


- Naturalmente. – Dumbledore cedeu rindo e balançando levemente a cabeça. – Acho que posso pensar no assunto mais deliberadamente. – completou fitando cada por um pouco mais de um instante, parando-se em Lyra. – Posso falar com a senhorita, antes de partir? Em meu escritório...


- É claro. – ela respondeu seca  seguindo o professor para fora da sala enquanto ele acenava para todos.


- O que tanto ele conversa com ela em particular?- Sirius questionou para ninguém em específico enquanto voltava a se sentar perto da lareira que criptava com o fogo alto.


- Não sei. – Remus respondeu franzindo o cenho. – Mas ele também quis ter conversa em particular com você.


- Nada demais. Já disse o que ele queria. Mas com a Lyra...parece que ela oculta uma parte da verdade. – Sirius murmurou olhando para o teto ricamente decorado com cenas cotidianas no campo do século 18.


- Você está ficando paranóico, Almofadinhas. – James implicou rindo e balançando a cabeça.


- Pode ser. – Sirius murmurou antes de caírem no silêncio.


Demorou um pouco mais de 20 minutos para que Lyra retornasse a sala, pisando duro e com uma expressão completamente contrariada, as mãos apertando fortemente a capa nas laterais e os lábrios apertados.


- Dumbledore já partiu. – ela anunciou parada na porta. – Podemos ir embora logo?


- O que ele queria com você? – Summer perguntou levantando-se e enrolando-se em sua capa.


- Se ele quisesse que todos soubessem teria dito aqui, não acham? – Ly sugeriu com um pequeno sorriso. – Mas não foi nada demais. Apenas a preocupação de sempre, se estou fazendo o meu trabalho direito e escondendo tudo da minha mãe ou coisa do tipo. – respondeu desdenhosa enquanto se virava para ir até a frente da casa.


Os outros trocaram olhares silenciosos e a seguiram, Lily deixando sua pesquisa para uma hora menos tardia do dia. A única coisa que podiam ouvir era o ressoar de passos no chão de mármore quando alcançaram o Hall.


- Sabe, Lyra, você está sendo extremamente grosseira hoja. – Louise falou quando a porta bateu sozinha atrás deles e começavam a descer as escadas para o gramado.


- O seu comentário também não foi o do mais gentil agora. – Ly ironizou sem parar de andar.


Summer a segurou pelo braço e a virou para que se encarassem, o cenho franzido e o rosto examinando atentamente a face da amiga como se procurasse alguma coisa que não tivesse reparado.


- O que deu em você? – voltou a perguntar sem soltar a amiga. – Tratar Dumbledore daquele jeito quando ele está se esforçando tanto!


- Claro, porque deve ser terrivelmente exaustivo para ele convocar reuniões e esperar que todos passemos a ele nossos relatórios, que fazemos enquanto ele senta em sua confortável e segura poltrona em Hogwarts. – a outra retrucou friamente.


Louise soltou a amiga e por um momento pareceu que ia esbofeteá-la, mas apenas balançou a cabeça e desviou-se dela, voltando a andar para além da onde poderiam aparatar.


- Ela tem razão. – James comentou voltando a andar quando Lyra recomeçou a sua caminhada da mesma maneira que antes, sem dar a mínima.


Remus havia se adiantado e seguido a namorada, sem lançar um segundo olhar para os amigos e desaparatou no mesmo instante que a namorada.


Lyra não respondeu e continuou andando tranquilamente até chegarem a área liberada. Sirius e James aparataram rapidamente e Lily ficou para trás, encarando Lyra que olhava para as estrelas calmamente como se lesse alguma coisa nelas.


- Lyra, por que você está tão arisca hoje? – Lily sussurrou parando a frente da amiga.


Lyra baixou os olhos e fitou o semblante preocupado de Lily rapidamente, antes de suspirar e desviar o olhar para o chão respirando pesadamente. Ela chutou uma pedrinha, ainda em silêncio.


- Eu devo estar enlouquecendo. – ela respondeu por fim, contrariando as expectativas de Lily que esperava que ela agisse da mesma maneira fria e arrogante que vinha agindo. – É muita coisa com que venho me preocupando. Minha mãe está pegando no meu pé por causa das minhas ausências, meu pai não olha mais na minha cara a não ser que seja extritamente necessário, o curso está extremamente puxado e muita gente já desistiu. E é complicado inventar desculpas toda vez que preciso cumprir uma ordem de Dumbledore! – confessou estranhamente calma apesar de seu tom de voz ter se elevado um pouco.


- Para todos nós tem sido difícil, mas é pra isso que servem os amigos. Estamos aqui para nos sustentar, mas se você não colabora fica difícil. – Lily conciliou sorrindo levemente.


- Desculpe, Lily.  – Lyra pediu sincera.


- Tudo bem. – a ruiva soltou enquanto se preparava para aparatar. – Ah, e só para avisar: hoje você agiu como uma perfeita piranha. – e desaparatou.


Lyra se permitiu rir e ficou um tempo parada no lugar, olhando para os lados distraidamente. Quando viu que estava realmente só e que ninguém mais estava na sede da ordem, deu meia volta e refez o caminho rapidamente até o escritório de Dumbledore.

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