Ordem do quê?



Ordem do quê?


Todos obedeceram ao pedido de Dumbledore. Sentaram-se nas poltronas e esperaram calmamente que ele começasse a falar. Minerva havia se adiantado, e já misturava algumas poções para dar a todos.

- Devo presumir que vocês já sabem o porquê dos ataques naquele bairro...- Dumbledore começou suspirando cansado.

- Aquele era um bairro trouxa. – Lily começou passando um algodão que Minerva lhe entregara nos cortes de seu braço. – Suponho que eles queriam criar uma confusão para chamar a atenção do Ministério e dos bruxos.

- Exatamente, Srta Evans. – Dumbledor confirmou balançando a cabeça. – E tenho más notícias. As coisas não vão parar por aí. Vocês sabem que está causando tudo isso?

- Um bando de Sonserinos fanáticos? – Sirius perguntou irônico.

- Um tal de Lorde das Trevas. – Lyra respondeu rolando os olhos. – Tal de...Voldemort.

- Que nome mais besta. – Summer murmurou cuidando de seus machucados com sua varinha.

Dumbledore soltou uma pequena risada devido ao comentário de Louise e inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos em cima da mesa. Agora seus olhos estavam mais vivos, algo correndo rapidamente.

- Vocês sabem que confio em vocês, não sabem? Plenamente? – Dumbledor perguntou firme.

Ninguém soube o que responder, então ficaram calados esperando que ele continuasse.


- Ora, me respondam! – Dumbledor pediu ansioso.

- Bem, suponho que sim. – Remus responder rápido e todos concordaram com acenos de cabeça.

- O Ministério não quer me ouvir. – Dumbledor começou com fervor, os olhos vagando pelos inúmeros retratos de diretores pendurados na parede de seu escritório. – Eles estão fechando os olhos para os desaparecimentos que andam acontecendo. Os Aurores estão desorganizados...viram quanto tempo demoraram! Se vocês não tivessem lá, não podem imaginar o quão maior teria sido todo o desastre!

- Precisamos fazer alguma coisa...- James suspirou passando a mão pelo cabelo nervosamente.


- Esse é o ponto! – Dumbledore falou mais tranqüilo depois do olhar de aviso que Minerva lhe lançou por cima de seus óculos. – Estou montando, por conta própria, uma equipe para combater por nós mesmos.

- O Ministério não sabe disso, sabe? – Lyra perguntou arregaçando a manga de seu vestido para limpar os cortes de seu braço.

- E nem ficará sabendo, se depender de mim. – Dumbledore respondeu. – Muitos Comensais já se infiltraram e estão passando informações para Voldemort. Tenho recrutado pessoas de confiança e dispostas a ajudarem.

- Mas...em que poderemos ajudar? – Lílian perguntou confusa. Sua cabeça ainda não estava funcionando na capacidade exigida.

- Vocês são a juventude desse mundo. Serão vocês que lutarão daqui a alguns anos para terem uma vida boa. – Dumbledore respondeu sorrindo. – Obviamente não serão os únicos. Várias famílias já estão envolvidas, todas de minha plena confiança.

- Além do que, poderíamos ajudar bastante. – Sirius começou. Estava claro que ele aceitara a proposta na mesma hora. – Eu, James, Remus e Lyra vamos começar o treino no esquadrão de aurores. Poderemos olhar cada candidato e informações que passar por lá.

- E acho que umas informações do Departamento de Mistérios não fariam mal. – Lily concordou sorrindo.

James a olhou meio preocupado e a puxou para si, abraçando-a mais forte.

- Não queria que você se envolvesse nessa Guerra, ruiva. – ele murmurou.

- Já estou envolvida. – ela respondeu baixinho. – Alguém queira destruir trouxas como meus pais e nascidos trouxas como eu não pode se dar bem.

- Então acho que estaremos numa mesma canoa furada, não é, miga? – Summer falou rindo novamente. – E tenho certeza que algumas informações do Saint Mungus seria bem útil.

- Bem, como Sirius mesmo disse, posso tentar me infiltrar na área de planejamento do esquadrão de Aurores. – Remus concordou.


Lyra torcia os dedos de leve em cima de seu colo. Sua cabeça estava confusa. Ela esperava que uma Guerra começasse. Mas não tão rapidamente. Ela esperava estar mais próxima, mais hábil a lidar com as coisas. Mais preparada para ficar cada vez mais distante de sua família...

- Dumbledore, suponho que meus pais não foram convidados. – Lyra falou tranqüila depois de um suspiro.

Dumbledore recostou-se em sua cadeira e suspirou pesadamente.

- Devo admitir que não. Eles estão muito envolvidos com bruxos suspeitos para que eu os arrisque desse jeito. – ele respondeu sorrindo pequenamente.

- Tudo bem. Acho que posso esconder esse pequeno detalhe deles sem parecer uma viciada em drogas ou algo do tipo. – ela respondeu dando de ombros. Não devia ter feito isso. Seu ombro deslocado doera. – Afinal, eu não costumo muito sair e pelo visto teria que começar a sair.

- Tenho certeza que você dará um jeito criativo, como sempre. – Dumbledore respondeu sorrindo por cima de seus óculos.

- Droga! – James resmungou tirando os óculos e coçando os olhos. – Meus pais vão surtar!

- Oh, não se preocupe, James. Seus pais estão envolvidos nesse projeto tanto quanto podem estar. – Dumbledore respondeu.

Sirius e James respiraram aliviados, para logo ficarem tensos novamente.

- Eles vão ser chamados em combate? – Sirius perguntou apreensivo.

Sara e Tony não eram seus pais biológicos, mas ele possuí mais carinho, mais amor para com eles do que sentia com seus próprios pais.

- Não pretendo. – Dumbledore respondeu cauteloso. – Não há dúvida de que são excelentes bruxos, e extremamente competentes, mas esperava que eles me ajudassem mais como informantes.

- É, amor, nós é que vamos entrar no fogo cruzado. – Summer respondeu sem deixar a preocupação transparecer em sua voz.

- Dumbledore, já está atrasado para a reunião com Ministro. – Minerva lembrou a Dumbledore depois de enviar de volta as poções para Pomona.


- Obrigado, Minerva. – Dumbledore agradeceu levantando-se. – Pode encaminhá-los para casa em segurança por mim? – ele perguntou colocando sua capa.

- É claro. – ela assegurou com um aceno.

Dumbledore acenou para todos e antes de partir, utilizando uma chave de portal, se virou para eles com a sobrancelha arqueada.

- Enviarei a todos um pergaminho com a data da primeira reunião da Ordem da Fênix em breve. E acho que não preciso pedir sigilo. – ele finalizou sumindo logo em seguida.

- Ordem do quê? – Louise perguntou com a boca levemente aberta.

- Ordem da Fênix. – Minerva respondeu abrindo uma das gavetas da escrivaninha de Dumbledore e pegando um saquinho de couro.

- Essas falas súbitas de Dumbledore me deixa confusa. – Lílian admitiu balançando a cabeça.

- Nome apropriado para a tal Ordem... – Sirius comentou olhando para a Fênix recém nascida das cinzas de seu poleiro.

- Todos aqui são capazes de usar a rede de Flú? – Minerva perguntou entregando um pouco de pó para cada um.

- Sim. – eles responderam baixinho.

- James, posso dormir na sua casa? – Lily perguntou corada.

- Que isso, a ruiva tendo idéias pervertidas! – Summer alfinetou rindo.

- Não é nada disso! – Lily respondeu mais corada ainda. – Eu não queria ter que explicar pros meus pais porque estou usando trapos ao invés de uma roupa. Eles não precisam saber mais do que o necessário.

- Tudo bem, ruiva. E se você quiser ter idéias pervertidas, eu juro que não me importo. – James comentou malicioso e abraçando a namorada pela cintura.

Lily corou mais ainda e deu um tapa no peito de James. Até Minerva não pôde esconder um discreto sorriso diante da cena.

- Droga, minha mão vai ter um escândalo. Prometi não chegar tarde. – Summer comentou fazendo uma careta. Já podia até ouvir os gritos de sua mãe...

- Então vá primeiro, meu amor. – Remus sugeriu rindo levemente.


- Então gente...até demais. Nos falamos. – Louise os cumprimentou sorrindo levemente, para depois beijar levemente o namorado. Pegou um punhadinho do pó e entrou na lareira, logo sendo sugada até sua casa.

- Vão vocês todos juntos já que vão pra casa de James e tia Sara deve estar surtando. – Lyra sugeriu indicando os outros 4 com o dedo.

- Já que insisti...- Sirius murmurou adiantando-se e entrando na lareira sem se despedir.

Lily, James e Remus partiram nesta ordem, abraçando Lyra rapidamente antes de seguirem Sirius.

- Minerva, antes de voltar para casa eu preciso devolver seu vestido. – Lyra falou sorrindo de leve e olhando para a roupa que usava.

- Não se preocupe, Srta Holand. Pode me devolve-lo na reunião da Ordem. – Minerva garantiu prática.

Lyra mordeu o lábio levemente e suspirou.

- É melhor eu voltar com meu vestido mesmo. Já que meus pais terão que ficar de for do segredo é melhor que eu comece a praticar, não? – ela perguntou também sendo prática.

Minerva concordou com a cabeça e guardou o saquinho com o pó na gaveta de onde pegara. Ela guiou Lyra pelos corredores escuros em silencio, uma vez ou outra cruzando com algum fantasma desatento.

Entraram na enfermaria e encontraram Pomona debruçada sobre uns relatórios que completava com base em enormes frascos de cores extravagantes.

- Desculpe-me interrompe-la, Pomoma, mas a Srta Holand precisa trocar de roupa. – Minerva anunciou ao abrir a porta da enfermaria.

Lyra dirigiu-se rapidamente até o biombo onde seu vestido completamente estragado estava pendurado e fez uns pequenos feitiços para reparar o máximo que pudesse. O rasgo da alça foi fácil, mas ela conseguiu apenas uma melhora parcial no da lateral.

- Aqui está, Minerva. – Lyra disse entregando o vestido verde para a professora.

- Muito bem. Vamos para a minha sala, lá tem uma lareira que você pode usar. – Minerva respondeu logo virando de costas e começando a andar.


- Professora...- Lyra começou apreensiva. – Acho melhor eu sair dos terrenos da escola e aparatar. Foi como cheguei à boate. – ela explicou dando de ombros. Doeu.

- Se prefere. – Minerva concordou dirigindo-se até o hall com Lyra.

A professora abriu as enormes travas da porta e acompanhou Lyra com seus passos sempre rígidos e apressados até os enormes portões, tendo que murmurar alguns encantamentos para liberar o cadeado.

- Obrigada por tudo. – Lyra falou virando-se para a professora que ainda mantinha aberto os portões.

Ela não esperou que Minerva respondesse. Concentrou-se e em poucos segundos já havia sumido da onde estava.

Minerva fechou os portões lentamente. Aqueles jovens ainda eram crianças. Não
mereciam um peso tão grande sobre seus frágeis ombros. Mas não havia jeito...eles seriam os principais alvos e seriam os mais fortes. O futuro pertencia a eles...


Minerva fechou os portões lentamente. Aqueles jovens ainda eram crianças. Não mereciam um peso tão grande sobre seus frágeis ombros. Mas não havia jeito...eles seriam os principais alvos e seriam os mais fortes. O futuro pertencia a eles...

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Adrian estava sentada em seu sofá. A casa silenciosa, e todas as luzes apagadas. Peter ressonava tranqüilo a sua cama, àquela hora da noite completamente apagado.

Também, pudera...já passara das 4 da manhã.

E nada de Summer voltar para casa. E ela havia prometido voltar antes das 3...alguma coisa podia ter acontecido. Ou ela poderia ter simplesmente esquecido do horário. Se fosse o caso, ela ouviria algumas.

- Meu Deus, o que é isso? – Adrian quase gritou ao ver chamas verdes sair de sua lareira.

- Desculpe-me, mãe. – Louise pediu jogando-se no sofá ao lado dela e fechando seu casaco para que a mão não visse sua blusa.

- Louise Adrian Summers...aonde você estava? – Adrian exigiu enraivecendo-se.

A filha estava viva, e não seqüestrada. Ela poderia ouvir algumas antes de ir dormir.

- Mãe, não grita. – Summer pediu fechando os olhos. Agora que toda a tensão havia passado ela podia sentir todas as dores.

- Você está bêbada? – Adrian perguntou levantando-se com a mão na cintura.

- Podemos conversar no meu quarto? – Louise sugeriu levantando-se. – E sem escândalos? Eu conto o que causou esse meu atraso.

Adrian passou por ela, subindo rápido em direção ao quarto da filha. Bem...não havia jeito de esconder sua blusa da mãe agora. Dane-se. Não era o que mais lhe
preocupava naquele momento.

Summer arrastou-se atrás da mãe e entrou em seu quarto batendo a porta atrás de si. Adrian havia prometido não fazer escândalos, mas mesmo assim...

- Abaffiatos! – ela murmurou apontando a varinha para a porta.

- O que você fez? – Adrian perguntou, a ameaça presente em sua voz.

- Isolei acusticamente esse bendito quarto. – Louise respondeu tirando as sandálias e as jogando em um canto.


- Estou esperando. – Adrian comentou com os braços cruzados.

- Mãe, não me atrasei porque quis! – Summer reclamou ficando irritada.

- O que aconteceu, então?

- Mãe, esse é um assunto sério. – Louise começou. – Preciso que você procure entender, porque há muita coisa do meu mundo envolvido.

- Aconteceu alguma coisa grave? – Adrian perguntou preocupando-se.

- Uma guerra querendo explodir é grave? – Summer perguntou enquanto virava de costas para a mãe enquanto tirava o casaco.

- Muito. – Adrian respondeu pálida. – Louise, o que aconteceu?

- Eu e meus amigos estávamos saindo da boate quando um bando de Comensais da Morte apareceram na rua e começaram a atacar quem estava por perto. O objetivo era atacar os trouxas, mas acabou que estávamos por lá e não teve jeito de não se meter no meio.

- Espera um momento. Esses Comensais da Morte foram os mesmos Sonserinos que tentaram matar você e seus amigos naquele trabalho horroroso, não é? – Adrian perguntou mais rápida para o assunto do que o normal.

- Não digo o mesmo grupo, mas sim. Seguem o mesmo idiota. – Louise respondeu virando-se para a mãe.

Adrian ficou um tempo em silencio, percorrendo o corpo da filha como se procurasse uma parte que estivesse faltando.

- Todos esses roxos foram causados na briga? – Adrian sussurrou abraçando a filha de leve.

- Ficou um pouco mais feio, na verdade. Demorei também porque passei no hospital dos bruxos antes de voltar pra cá...- Louise respondeu abraçando a mãe com força, deixando algumas lágrimas escapar.

Se alguma coisa acontecesse a ela ou a sua família não poderia suportar. Ela precisava deles.

- Desculpa, Louise...por suspeitar de você. – Adrian pediu ainda passando os olhos pelos ombros da filha.

- Tudo bem. – Summer garantiu retirando a calça. Os cortes ali ainda estavam feios.

- Eu vou pegar as coisas para limpar isso aí! – Adrian se prontificou indo em direção a porta.


- Não, mãe, não precisa. Deixa que eu te mostro um pouco da minha futura carreira. – Summer pediu sorrindo.

As duas sentaram em silencio, enquanto um a um os machucados de Louise iam sumindo com palavras murmuradas diante de olhares surpresos de sua mãe. Ela sabia que Adrian nunca se acostumaria com aquilo...

-Você pode me contar mais sobre isso? – Adrian perguntou repentinamente.

Louise levantou o rosto e encarou a feição preocupada da mãe com um aperto no peito.

- Não. Será melhor se você e papai não souberem de nada. – Luh falou por fim, voltando a cuidar de seus machucados.

- Será seguro onde seu irmão irá? – Adrian perguntou ainda perplexa.

-Enquanto Dumbledore estiver lá...Hogwarts será o lugar mais seguro do mundo.

*******************************

Lyra saiu da lareira e viu-se, aliviada, em sua querida biblioteca. Ela tirou as sandálias barulhentas que estava usando e as deixou jogadas em um canto. As pegaria assim que seu corpo não estivesse tão doído.

Com passos leves, ela caminhou até a porta e abriu uma delas. Olhando de um lado para o outro e certificando-se de que não havia ninguém em seu caminho, ela saiu fechando a porta atrás de si e chegou as enormes escadarias de mármore.

Pela primeira vez odiou que seu quarto fosse no terceiro andar da casa. Teria que passar pelo quarto de seus pais até alcançar o único cômodo de todo o terceiro andar: seu quarto.

Rezando para que ninguém resolvesse beber água bem naquele momento, Lyra subiu o mais rápido que pôde as escadas e atravessou o longo corredor até as escadas em caracol que levava ao seu quarto.

Quando entrou, fechou a porta atrás de si e respirou aliviada. Estava livre do interrogatório familiar. Por hora.

Quando sua mãe visse todos aqueles machucados, tinha certeza que ela surtaria. No mínimo daria um ataque. E ela não teria paciência para ouvir mais nenhum ataque.


Ainda extremamente apreensiva, Lyra trancou-se em seu grande banheiro e despiu-se, jogando o vestido arruinado em um canto. Não querendo ver nenhum dos seus machucados, ligou o chuveiro e entrou debaixo da água fria, deixando que seus músculos relaxassem.

Ela saiu e colocou seu blusão para dormir. Antes de deitar, trancou a porta com magia e jogou-se na cama. Na manhã seguinte, antes de sair até mesmo do próprio quarto, daria um jeito de disfarçar seus machucados.

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Todo mundo tossia. Definitivamente pó-de-flu era um meio de transporte inconveniente. Prático, mas inconveniente.

- Eu vou demorar dias para conseguir me livrar de toda essa fuligem. – Lily reclamou limpando os ombros.

- Eu vou demorar dias para acreditar que tivemos aquela conversa com Dumbledore. – Remus comentou saindo de dentro da lareira, que por mais que fosse grande, ficava apertada com 4 pessoas dentro.

- Vamos, não façam muito barulho. Meus pais já devem estar dormindo. – James instruiu abrindo a porta da sala de jantar onde a lareira se encontrava.

- O quê? – Sirius perguntou em meio a um bocejo e esbarrando acidentalmente em um aparador ao lado da porta, fazendo com que a prataria perfeitamente equilibrada caísse, causando o maior estardalhaço.

- Esquece, Almofadinhas. – Remus respondeu colocando uma mão no rosto.

Não demorou muito para que começassem a ouvir passos apressados no corredor e a porta da sala de estar – que era de correr – fosse aberta.

- O que aconteceu? – Sara Potter perguntou com a varinha erguida.

- Não ataque agente, por favor, senhora Potter! – Lily pediu levantando os braços.

Sara pareceu envergonhada por um momento ao perceber que lhes apontava sua varinha e a guardou dentro de seu roupão.

- Me perdoe, Lílian. – Sara pediu abrindo mais a porta e permitindo que passassem. – Mas o que aconteceu com vocês? Eu soube que os aurores foram chamados com urgência do Ministério e fiquei tão preocupada.


- É, mãe, nós sabemos. – James falou com uma risada sem humor enquanto os levava até a cozinha. Brigar o tinha deixado morto de fome.

- Como assim vocês sabem? – Sara perguntou assustada.

A casa estava sem iluminação nenhuma, o que impossibilitava a Sra. Potter enxergar o estado quase deplorável em que se encontravam.

- Vocês ficaram sabendo por alguém? – ela continuou acendendo a luz da cozinha com a varinha e virando-se para eles. – Oh, Meu Deus! – exclamou pondo a mão no peito.

- Mãe, você está bem? – James perguntou aparando a mãe.

- Olha como vocês estão! – ela falou apontando para as roupas que usavam. – Vocês se meteram em uma briga?

- Surpresa. – Sirius murmurou pegando um copo de água com açúcar e entregando para Sara.

- Oh, agora eu entendo...- ela murmurou bebendo a água que Sirius lhe oferecia. – Vocês se meteram em confusão e o auror que foi cuidar do caso contou para vocês.

Sara parecia mais aliviada com sua constatação. Para esconder sua expressão
culpada, Lílian virou-se para a bancada e começou a observar atentamente o padrão
do granito.

- Na verdade...- Remus começou buscando palavras.

- Nós estávamos é no meio da briga em que os aurores apareceram. – Sirius respondeu cortando o amigo.

- VOCÊS O QUÊ?! – Sara gritou derrubando a água na mesa.


Lilian virou-se rapidamente ao ouvir e o grito e tratou de limpar tudo com um simples feitiço não verbal.

- Calma, mãe, eu vou explicar. – James assegurou. – Mas podemos comer alguma coisa primeiro?

- Vocês, filhos, nunca pensam nas preocupações das mães antes das suas próprias...- Sara murmurou levantando-se e indo preparar alguma coisa.

- Não, tia Sara, a senhora fica sentada. Deixa que eu preparo as coisas enquanto os meninos contam em detalhes o que aconteceu. – Lílian pediu voltando a sentar Sara na cadeira.

Os três Marotos começaram a contar a história desde o começo, Sirius narrando o início da briga já que era o único presente na rua quando os Comensais haviam aparecido.


Sara, ora ou outra, saltava na cadeira e lamentava enquanto seu semblante se fechava com as notícias. Lílian não demorou a preparar os lanches e logo pôde ajudar a narrar o que acontecia de seu próprio ponto de vista.

Com uma comunicação muda, todos concordaram em não contar as piores partes, como a que Lílian ficava desacordada. Sara não precisava de preocupações extras.

-E o que seu pai acha sobre tudo isso? – ela perguntou ao final do relato.

- Não sei. – James falou dando de ombros. – Não encontrei com ele.

- Dumbledore apareceu por lá. – Remus explicou vendo a confusão no semblante de Sara se formar. – E nos levou para Hogwarts já que queria conversar conosco em particular.

- O que ele poderia querer em particular? – Sara perguntou com um olhar suspeito para os quatros.

- Falar sobre nossa entrada na Ordem da Fada. – Sirius respondeu direto.

- Da Fênix. – Lilian corrigiu revirando os olhos.

A falta de atenção de Sirius para as coisas importantes não mudaria nunca.

- Dumbledore já os convidou? – Sara murmurou levantando-se da mesa.

- Você sabia que Dumbledore iria nos chamar? – James perguntou levantando-se também, sendo seguido pelos amigos.

- Ele havia me perguntado sobre isso. – Sara admitiu indo para a sala. – Mas havia me dito também que esperaria até o início dos cursos para fazer uma melhor seleção.
Acho que para avaliar as capacidades. – ela continuou subindo as escadas.

- Talvez aquele ataque surpresa tenha mudado alguma coisa. – Remus respondeu começando a sentir dor nos hematomas. O efeito da última poção estava passando.

- Acho melhor você cuidar desses machucados. – Lílian apontou para as costas de Sirius, que acabara de tirar a camisa para entrar em seu quarto.

- Pelas barbas de Mérlin! Venham comigo, quero fazer uma revista em todos vocês! – Sara mandou entrando em seu quarto.

Ninguém reclamou. Se aquilo aliviaria a preocupação dela...fariam.


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- Já estão de pé tão cedo? – Sara perguntou descendo as escadas em direção a sala, pronta para sair para o trabalho.

http://www.linternaute.com/sortir/cinema/star-cinema/dossier/les-vrais-noms-des-stars-de-cinema/image/julianne-moore-cinema-stars-318267.jpg

- Estamos esperando que umas duas amigas cheguem. – Lílian respondeu bocejando.

Não havia dormido direito na noite anterior de tão dolorida que estava. Rolara na cama algumas vezes antes de finalmente ser vencida pelo cansaço do dia.

- Ainda vão discutir o que aconteceu noite passada? – Sara perguntou sentando no sofá ao lado de James e beijando o topo da cabeça do filho.

- É mais para ajudar, na verdade. – Remus respondeu deixando o Profeta Diário de lado.

- Lyra não poderá contar aos pais o que está acontecendo. – Sirius comentou pegando o jornal que o amigo largara. – E será meio difícil esconder hematomas da mãe.

- Principalmente de Amélia. – Sara concordou balançando a cabeça. – Pobre menina. Será bem difícil...mas como Dumbledore não quer por a família dela em risco.

- A outra é a Louise Summer. – Lilian continuou reprimindo outro bocejo. – Os pais dela são trouxas e seriam alvos fáceis para qualquer Comensal que a rastreasse. Por isso ela quer passar o maior tempo longe que for possível.

- Compreendo. – Sara falou levantando-se. – É o seu caso, não, Lily?

- É. – Lily respondeu sendo abraçada por James.

- E, é claro, essa é uma ótima desculpa para que ela fique aqui em casa...junto com o namorado. – Sirius alfinetou irônico.

Todos riram, até mesmo Lílian. Em parte, até que era verdade. Sara pegou suas coisas de cima da mesa e mandou um beijo para todos.

- Já estou indo, queridos. Se precisarem, sabem onde me achar! - e saiu de casa para aparatar do jardim.


Quase ao mesmo tempo, a lareira brilhou verde e uma morena saiu de dentro dela com fuligem espalhada por todo o rosto. Trazia consigo apenas uma bolsa de ombro e usava roupas simples: uma calça jeans e regata.

- Minha mãe ainda vai ter um treco ao me ver sumir pela lareira. – ela comentou sorrindo e indo beijar o namorado.

- Você está bem? – Remus perguntou passando a mão carinhosamente pelo rosto da namorada.

- Estou. Curei tudo o que podia ser curado quando cheguei em casa. Minha mãe obviamente surtou, mas eu consegui dar uma tranqüilizada nela. – Summer respondeu sentando-se no sofá. – E vocês?

- Minha mãe viu quando chegamos por causa desse cachorro vira-lata! – James respondeu dando um pedala em Sirius.

Sirius murmurou um xingamento mas não falou nada.

- Cadê a Lyra? – Louise perguntou ao notar a ausência da amiga.

Como que se fosse uma resposta, a lareira voltou a brilhar verde e Lyra saiu de dentro dela enrolada em uma capa de chuva, completamente coberta.

- Aonde você mora estava chovendo? – Lílian perguntou arqueando uma sobrancelha.

- Não. – Lyra respondeu sorrindo e tirando a capa, revelando seu vestido longo e
estampado. – Mas eu não queria sujar a minha roupa.

- Bem pensado...- Summer resmungou ainda tirando fuligem de seu ombro.

- Então, o que faremos o dia inteiro? – Lyra perguntou jogando sua bolsa em cima da mesa.

Sirius e James trocaram rápidos olhares e saíram correndo para o jardim traseiro da casa.

- QUADRIBOL!

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