O primeiro de muitos...






Pontualmente as nove, Lily, James, Sirius e Remus estavam na sala da casa dos Potter, esperando que Summer e Lyra chegassem para irem a tal boate trouxa.

Quando chegaram em casa e encontraram com Peter fazendo um sanduíche na cozinha o convidaram para ir também, mas muito desajeitadamente ele recusou o convite dizendo que havia marcado um encontro com seus antigos vizinhos.

Lily achou estranho, mas não disse nada, subindo para seu quarto a fim de tomar um banho e se arrumar. Ela demorou um pouco para escolher sua roupa, mas acabou se decidindo por um vestido vermelho e curto, que possuía um grande decote nas costas.

Lily havia descido rápido, mas para sua surpresa os Marotos já estavam lá, esperando que chegassem. Todos estavam com blusas descontraídas e jeans.
Agora era só esperar que as outras duas chegassem para poderem sair em direção a boate.

Não demorou muito, apenas cinco minutos, para que a campainha fosse ouvida. Ninguém esperou que elas entrassem, pegaram as coisas espalhadas pela mesa, as varinhas e saíram para a noite.

Lyra e Summer estavam conversando distraidamente quando abriram a porta. Elas se viraram ao mesmo tempo para eles, sorrindo.

- Boa noite. – cumprimentaram juntas.

Remus estava olhando para a namorada levemente hipnotizado. Dizer que ela estava bonita era simplesmente um crime, porque ela estava maravilhosa.

Os cabelos estavam alisados com magia e a maquiagem, no geral, era leve e um pouco dourada na área dos olhos, o que lhe dava um olhar misterioso.

Usava uma calça jeans que lhe servia bem demais e uma blusa marrom simplesmente absurda e que deveria ser proibida por lei. Ela combinava perfeitamente com a pele morena dela. Era presa em volta do pescoço, e contornado seus seios e abrindo na barriga, estava um vão.



- Você não vai sair assim! – Remus falou finalmente voltando a si.

- Posso saber por que não? – Luh perguntou olhando para baixo e arqueando uma sobrancelha ao encará-lo.

- Porque essa blusa é uma tentação! – ele rosnou em resposta, passando a mão fortemente pelo cabelo.

- E no que isso vai impedir a mim de sair de casa? – ela perguntou calmamente e mudando seu sobretudo de braço.

- Eu, que vou querer te trancar em um quarto! – ele respondeu avançando e a puxando para perto antes de beijá-la com vontade.

Todos ficaram olhando o casal em silencio, até que Lyra se adiantou e deu uns tapinhas nos ombros nus da amiga.

- Não quero ser chata não, mas ou vocês se separam e vamos para a maldita boate, ou vocês vão procurar um quarto, o que tenho certeza que não falta em motéis ou aqui. – Lyra falou calmamente.

Os dois se separaram rindo mas não parecerem tentados pela hipótese do motel. Talvez mais tarde.

- Você não vai tirar seu sobretudo, Lyra? – Sirius perguntou com falsa cara de inocente.

Lyra sorriu para ele e virou-se antes de começar a andar para fora do terreno, da onde pudessem aparatar para o endereço certo.

- Quando chegarmos na boate. – ela enfim respondeu quando todos a alcançaram.

Sirius bufou, novamente frustrado, e se uniu ao grupo. Lyra passou o endereço para todos e desaparatou logo em seguida, sendo seguida quase que imediatamente.

Os seis amigos aparataram em um beco vazio e escuro, onde os trouxas não poderiam vê-los aparecendo do nada. Saíram do beco andando tranquilamente até chegarem ao quarteirão da boate.

A fila para a entrada fazia voltas e mais voltas pela rua principal. Um monte de pessoas reunidas tagarelavam enquanto esperavam pacientes para que a longa fila andasse. A fila V.I.P parecia maior ainda.

- Fala sério que vamos encarar essa fila! – James falou desanimado e abraçando a namorada pela cintura.

- Nós poderíamos enfeitiçar o segurança...- Sirius sugeriu realmente tentado e com a mão já no bolso, próxima a varinha.

- Não será necessário. – Ly falou lançando um olhar significante para Summer. – Acho que eu e Louise podemos dar um jeito nisso sem recorrer
ao uso de varinhas.

- O que vocês vão fazer? – Remus perguntou desconfiado e abraçando a namorada pelo ombro.

Remus não estava gostando nada dos olhares que os marmanjos da fila estavam lançando para a [u]sua namorada[/u]. Summer já havia reparado, mas não ligava para nenhum deles.

- Não se preocupe, eu sou toda sua...- Summer murmurou abraçando o namorado antes de soltar-se dele. – Pouco me importa os outros. Eu amo você. – ela completou ao ver que ele continuava olhando ameaçadoramente para os outros na fila.

- O que vocês vão fazer? – Lily perguntou apreensiva. – Não é nada ilegal, é?

- Não que saibamos...- Summer respondeu marota. – Anda logo, Lyra, tira esse sobretudo vamos até a entrada!

Lyra obedeceu à amiga com um pequeno sorriso nos lábios. Desabotoou rapidamente a fileira de botões e entregou o casaco para Sirius.

- Por que você estava escondendo o jogo? – Sirius perguntou indignado.

Lyra estava animada aquela noite, e isso não era bom. Pra quem ficasse em sua frente. Ela usava um vestido curto e prata, cheio de brilho e alça fina. Um salto alto, que faziam suas pernas parecerem um pouco mais compridas do que eram. O cabelo estava solto e cheio.



- Eu não estava escondendo nada. – ela respondeu simplesmente. – Estava apenas esperando o momento oportuno e que não fosse me deixar congelando no frio.

Lyra respondeu virando-se e seguindo até a entrada com Summer. Os meninos e Lily ficaram olhando a uma certa distancia, esperando que alguma coisa acontecesse. Remus não estava gostando nada dos olhares nada discretos que os homens daquele lugar lançavam a Summer, mas sempre se controlava a tempo de evitar uma azaração.

Lily também recebia muitos olhares, mas eram mais discretos uma vez que James era bem alto e seus músculos nada amigáveis para quem estava dando em cima de sua namorada.

Não que os que olhavam sabiam que eles namoravam, mas preferiam simplesmente não arriscar e continuar com todos os 32 dentes dentro da boca.

Os 4 esperaram por dois minutos, quando Summer e Lyra se inclinaram discretamente na direção dos seguranças e começaram a falar discretamente com eles enquanto davam sorrisinhos.

- Elas estão dando em cima do segurança? – Sirius perguntou abrindo levemente a boca. – Eu devia estar surpreso?

- Desde que os seguranças não queiram dar em cima delas também. – Remus respondeu frio.

Mais um minuto e as duas voltaram sorridentes para onde o grupo aguardava.

- Conseguimos! – Summer anunciou sacudindo uma pulseirinha neon na frente dos olhares incrédulos dos amigos.

- Vocês estavam dando em cima deles, não estavam? – Remus perguntou abraçando a namorada meio enciumado. Eram os instintos.

- Eu estava dando uma conversinha mole, já que tenho namorado. – Summer respondeu com cara de inocente. – A Ly fez o trabalho pesado.

- Isso, joga a culpa em mim. – Lyra resmungou colocando a pulseira em cada um.

Todos riram da falsa cara de sofrimento da amiga e entraram. Muita gente na fila reclamou em voz alta, gritando que não era justo que entrassem antes que eles.

Dentro da boate a batida era alta. A música ecoava em todos os cantos por causa da acústica e as luzes davam um toque a mais, com lasers e grandes holofotes girando em todas as direções.

http://www.youtube.com/watch?v=M65zI9LH-as

O grande bar, na verdade, era uma ilha no meio da enorme pista de dança que ocupava quase todo o espaço térreo da boate, com poltronas e mesinhas com um pouco mais de luz somente nas paredes que circundavam o espaço.

Muita gente já dançava animada na pista, olhando o grande telão que passava os clipes das músicas tocadas. Algumas garçonetes andavam pela pista com bandejas de drinks coloridos servindo quem estivesse com a pulseira do V.I.P, que brilhava laranja dentro da casa.

- Isso aqui é...- Sirius começou olhando para todos os lados ao mesmo tempo.

- Fantástico. – Lily completou olhando divertida para tudo.

- Eu ia dizer foda, mas acho que fantástico também serve. – Sirius retrucou malicioso enquanto seguia uma dupla de loiras que iam até o banheiro.

As meninas reviraram os olhos e Summer começou a procurar uma pequena janela escura ao lado da entrada.

- Venham por aqui! – Summer pediu segurando na mão do namorado e guiando-os através das pessoas que dançavam.

- Aonde vamos? – James perguntou fechando a fila que haviam formado.

- Deixar nossas coisas em um lugar seguro. – Lyra respondeu por Summer que estava muito a frente e não ouviu a pergunta.

Eles pararam pouco depois em frente a uma pequena janela, onde uma mocinha andava de um lado para o outro trancando e destrancando armários conforme as pessoas pediam.

- Boa noite, esse é um serviço V.I.P. – a mocinha anunciou sorrindo no escuro.

- Não tem problema. – Summer respondeu levantando o punho com a pulseirinha.

Angely, que era a menina que estava cuidando das coisas nos armários, pegou todos os pertences que seriam guardados e trancou em um armário entregando a chave para as meninas.

Por precaução, todos pegaram suas varinhas aproveitando o escuro e guardaram consigo. Lyra deixou a sua com Sirius por falta de ter onde guardá-la.

O grupo chegou ao centro da pista no mesmo instante que uma nova música começava. Uma das garçonetes estava passando com um dos drinks coloridos e cada um pegou um para fazerem um pequeno brinde.

Lily bebeu o seu lentamente, dançando ora com as amigas ora com James. Lyra, Summer, James e Sirius viraram os coloridos rapidamente e pediram que trouxessem um mais forte para ficarem apenas nele durante a noite. Remus achou melhor tomar apenas um gole e abandonar o drink. Alguém deveria estar mais lúcido na volta para casa.

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- Eu vou até o bar pegar uma água! – Lyra gritou para os amigos enquanto se distanciava.

Ela seguiu pela multidão pedindo licença e sendo espremida eventualmente e finalmente alcançou um dos bancos do bar. Ly sentou-se calmamente e apoiou os braços em cima do vidro que brilhava com cores neon.

- Posso ajudá-la? – um homem perguntou com sorriso branco enquanto fazia uma batida e acrobacias.

Ele, obviamente, estava se exibindo para ela. Lyra sorriu e inclinou-se levemente em cima do balcão, tendo que quase gritar para ele ouvi-la.

- Eu quero uma água, por favor. – ela pediu e o barman assentiu. Ele lhe era familiar de algum lugar.

Um minuto depois ele apareceu com uma garrafa de água lacrada e bem gelada. Com uns gestos desnecessários de acrobacia – novamente tentando impressionar Lyra – ele serviu a água em um copo de Martini.

- Muito obrigada. – ela agradeceu rindo e tomando um gole da água. Era refrescante.

- Você está sozinha aqui? – ele perguntou apoiando-se no balcão e ignorando os gritos de pessoas quem pediam freneticamente por bebidas.

- Você não deveria estar servindo-as? – Lyra perguntou rindo quando ele virou-se para um grupo e voltou a virar-se pra ela fingindo que nada ouvia.

- Não quando se é dono da boate. – ele respondeu com outro dos seus sorrisos brilhantes.

Lyra teve um estalo. Ela sorriu maliciosamente. Agora sabia o que lhe era tão familiar naquele rosto, mesmo no escuro. Havia visto uma foto dele em uma revista trouxa que gostava de ler poucos dias atrás.

(N/a: o nome foi total coincidência)

- Muito prazer, Henry, meu nome é Lyra. – ela se apresentou logo depois tomando mais um gole da água.

- Olha, a senhorita me conhece! – ele brincou sorrindo surpreso.

- Falar a verdade, apenas lembrei de seu rosto em uma foto de revista. – Ly respondeu fazendo um sinal de descarte com a mão livre.

- Você está sozinha aqui? – Henry perguntou olhando em volta.

Lyra havia entendido muito bem o duplo sentido da pergunta dele e voltou a sorrir inclinando-se na direção dele.

- Estou com umas amigas, mas todas com namorados. Fiquei como vela na história. – ela respondeu fazendo falsa cara de tristeza.

- Acho que podemos resolver isso então... – Henry respondeu, os olhos faiscando.

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Sirius havia saído da pista havia um tempo. Lyra havia sumido em direção ao bar e devia estar lutando para ser atendida até aquele momento.

Ele havia deixado os casais aproveitarem um pouco sem terem que se preocupar em deixá-lo constrangido. Não que eles se preocupassem e nem que ele se importasse, mas era estranho dançar enquanto Summer e Remus
se agarravam. O deixava na vontade.

E era por isso mesmo que ele havia estado com uma loira durante um tempo, mas havia se enjoado dela. Ela até que era bonita e como ele mesmo diria, “gostosa”, mas não havia nada de especial nela, nenhuma sensação nova. Nada que já não tivesse provado antes.

Naquele exato momento, ele voltava para os amigos que continuavam dançando juntos. Havia os avistado de longe. A cabeleira ruiva de Lily ajudava um pouco nessas horas.

Sirius enfrentou uma multidão e não conseguiu passar por onde queria, tendo que contornar a boate pelas paredes mais iluminadas.

Ele estava quase voltando a enfrentar uma multidão, agora mais branda, para chegar até os amigos quando avistou um discreto brilho vindo em sua direção, refletido por um dos lasers que pendiam do teto.

Sirius virou-se instintivamente para a fonte de brilho e deu de cara com Lyra prensada contra uma parede e um homem beijando-a avidamente nos lábios carnudos dela. As mãos dela estavam enterradas no cabelo comprido dele enquanto as mãos dele estavam grudadas na pele dela: uma nas costas nuas e outra passeando pela cintura.

Sirius ficou sem reação por um minuto, até que alguma coisa inflou em seu peito e ele desistiu de chegar até os amigos. Tudo o que ele queria era separá-la daquele homem cheio de dedos. Não que ele fosse um exemplo de bom moço, mas ela era...a Lyra. A pequena dele.

Sirius deu passos largos até alcançar o casal e respirou fundo se controlando antes de bater levemente no ombro do homem que inicialmente nem pareceu notar que alguém chamava sua intenção. Então, Sirius começou a bater com uma força maior, até que os dois se separaram e o homem virou-se para ele.

- Posso te ajudar em alguma coisa? – Henry perguntou seco e irritado por ter
sido interrompido. Lyra lhe lançava olhares tão irritados que a expressão
”matar com o olhar” parecia tremendamente verdadeira.

- Você não pode fazer nada. – Sirius retrucou frio. – Lyra, você vem comigo!

Ele não esperou que Lyra desse uma resposta. Colocou-se no meio dos dois e puxo-a pelo pulso, dando as costas para Henry. Lyra, obviamente, reclamou e tentou de todas as formas soltar-se dele, mas Sirius era simplesmente forte demais.

Henry aproximou-se deles novamente, agora realmente irritado. Aquele cara não era ninguém para tirar Lyra de seus braços sem ao menos ela querer.

- Escuta aqui...- Henry começou parando na frente de Sirius, que parou e encarou Henry nos olhos.

Sirius parecia tão amedrontador com aqueles olhos azuis e escuros por causa da luz que Henry deu um passo inconsciente para trás. O queixo de Sirius estava travado, a raiva transbordando de seu olhar e ele parecia perigoso.

- Você não vai querer ficar na minha frente novamente. – Sirius rosnou antes de continuar puxando Lyra pra um lugar mais vazio. Ela teria que ouvir alguma coisa.

Summer, James, Lily e Remus observavam a cena de longe, e acharam melhor seguir os dois a distância. Quando um dos dois explodisse a coisa podia ficar feia, só não sabiam para quem.

- Eu vou pegar nossas coisas...- Lily murmurou afastando-se ligeiramente até o balcão.

Sirius continuava puxando Lyra que agora apenas o seguia séria, sua expressão mortal. As pessoas à volta não ousavam se meter no caminho e saiam para os dois passar, o que facilitava muito o trabalho de ir até a entrada, onde havia menos pessoas.

- Você pode me explicar que ataque foi aquele? – Lyra pediu parando a frente de Sirius e cruzando os braços. De todos os poros da pele dela emanava perigo.

- Desde quando você se dá ao desfrute de ficar agarrada com um desconhecido por aí? – Sirius questionou em tom frio.

- Quem te garante que ele já não me era bem conhecido? – Lyra provocou sorrindo de canto. – De qualquer forma, conhecido ou não, o que eu faço da minha vida não é da sua conta.

- É claro que é! Eu prezo pela sua dignidade! – Sirius explodiu gritando. Ele parecia incoerente até para ele mesmo naquele momento, mas não importava.

Ele havia conseguido separá-la daquele homem desconhecido. Lyra começou a rir, colocando a mão na cabeça com olhar descrente.

- Escuta o que você está me dizendo. – Lyra pediu entre dentes. – Quantas vezes eu não cansei de te encontrar com garotas em salas vazias fazendo tudo o que se pode imaginar! – ela gritou.

- É diferente! – Sirius grunhiu cerrando os punhos e batendo na pilastra ao lado dela.

- Não vejo porque ser diferente. Você faz o que quer da sua vida, e eu faço da minha. Fim de papo, the end. – Lyra virou de costas para ele e começou a correr até a saída da boate.

Sirius correu atrás dela, sem se importar com os olhares que lançavam a eles. Os outros quatro olhavam tudo de longe e resolveram sair da boate no mesmo momento que eles, só por precaução. Eles ainda tinham as varinhas em lugares alcançáveis. E isso não era nada bom.

- Pára de agir como uma criança! – Sirius pediu segurando o braço de Lyra no momento que chegaram à rua.

Lyra abriu a boca mais foi interrompida por vários estalos simultâneos. Do nada, várias pessoas encapuzadas e de máscara dominavam a rua. Todos empunhavam varinhas e riam de forma histérica.

As pessoas que passavam pela rua ou que esperavam na fila da boate começaram a gritar e a correr para todos os lados sem ao menos esperar, com medo. As risadas aumentaram.

Antes que alguém pudesse ter mais alguma reação, um dos comensais, que usava uma máscara de prata e era o mais próximo de Lyra e Sirius, lançou uma azaração de cor roxa nos dois, enquanto os outros miravam os trouxas
da rua.

Porém, antes que os dois fossem atingidos, Sirius soltou o braço de Lyra e a empurrou para um lado, caindo ele mesmo para o outro. Os dois mal tiveram tempo de reação, e vários feitiços começaram a voar em todas as direções.

Lyra levantou-se rapidamente e sentiu sua perna arder um pouco. É claro, sua pele havia raspado levemente no asfalto.

- Era tudo o que eu precisava para acabar com a minha noite! – ela resmungou abaixando-se e desviando-se de outro feitiço.

Sirius também já havia se levantado e lançava azarações em um dos comensais que começara a duelar com ele. De relance, ele havia reconhecido uma figura que ele esperava encontrar: Bellatrix. Ela usava capa e máscara, mas aquelas roupas de coro não o enganava.

Lyra tateou pela lateral do seu corpo, procurando por sua varinha desesperadamente.

- Droga! – ela murmurou ao lembrar de ter dado a varinha para Sirius guardar. – que horas mais inconveniente para ficar desarmada!

Olhando rapidamente para os lados, ela percebeu que ele já estava distante e que seria uma boa corrida com obstáculos para chegar até ele.

Naquele momento, Lily, Summer, James e Remus conseguiram sair da boate e juntamente com os trouxas que agora corriam de um lado para o outro desesperados. Eles olhavam de um lado para o outro, já usando feitiços protetores e azarações nos comensais mais próximos.

Lyra estava começando a ficar realmente irritada. Aquela situação era simplesmente inacreditável. Em um minuto estava tendo sensações agradáveis nos braços de Henry, no outro estava correndo pela rua e fugindo de feitiços até mesmo desconhecidos.

Ela não queria ver, mas alguns corpos jaziam no chão, desacordados...ou até mesmo mortos.

- Que merda, cadê os aurores? – James perguntou enquanto duelava com um comensal ao lado de Lily.

- Eles devem estar se organizando! – Lily gritou para James enquanto se defendia com feitiços não verbais.

Summer e Remus haviam se afastado um do outro acidentalmente. Ela estava quase no fim da rua, duelando com uma mulher que havia perdido a máscara que usava quando a morena havia usado um [i]Bombarda [/i] próximo a ela.

A mulher possuía feições orientais e era muito rápida para seu pouco tamanho. A roupa que Summer estava usando também não era nada confortável, apesar de seu decote estar bem firme no lugar devido a um feitiço que havia encontrado em uma revista de moda bruxa. E o salto alto também não ajudava em nada.

Dou outro lado da rua, Lyra desviava-se de alguns feitiços estranhos que voavam para todas as direções. Ela já havia cogitado a possibilidade de tirar seus saltos e tacar na cabeça de alguém, mas sabia que seria pouco benéfico. Porém, ela retirou as sandálias e largou em um canto. Corres descalça seria mais prático.

Lyra voltou a correr depois de jogar os sapatos em um dos becos por que passava e estava quase alcançando Sirius quando um [i]Bombarda[/i] acertou a parede do prédio pelo qual ela passava.

Alguns tijolos voaram para a rua e Lyra foi jogada para um dos cantos, sendo acertada por alguns escombros. Nada muito grave, mas agora sua coluna doía horrivelmente. Ela levantou-se novamente e voltou a correr.

- Sirius! – ela gritou quando estava mais próxima a ele.

Sirius imobilizou o seu oponente antes de se virar para ela com um sobressalto.

- Lyra, você está maluca? Cadê a sua varinha? – ele perguntou irritado e voltando a duelar com outro comensal que se aproximava.

- Está no seu bolso, idiota! – ela gritou abaixando-se e desviando de um feitiço negro.

Sirius duelava com uma mão enquanto com a outra apalpava o bolso de sua calça a procura da varinha de Lyra. Ele a achou rapidamente e jogou para ela, que a pegou antes que caísse no chão.

- Agora sim! – Lyra falou sorrindo e começando a duelar com uma mulher morena que estava mais próxima.

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- Você está me estressando! – Summer gritou desarmando a mulher oriental.

A varinha da comensal rolou até os pés de Louise, que com um sorriso vitorioso quebrou a varinha com seu salto. Agora ela estava desarmada.

A comensal rosnou alguma coisa que Summer não pôde entender e de repente sentiu que ela avançava. Pega de surpresa, Louise foi jogada ao chão e sua varinha rolou pelo asfalto quebrado até chegar a uma rachadura
e parar.

- Vamos resolver isso no corpo a corpo! – a comensal rosnou tentando acertar o rosto de Summer.

Luh rolou para o lado fugindo de um soco queria bem dado e levantou-se rapidamente. Olhou para os lados, tentando encontrar sua varinha, mas não obteve muito sucesso.

A comensal oriental também se levantou e aproximava-se de Summer com
o punho fechado quando a morena cerrou os próprios punhos e os lançou em direção oriental, que se agachou com um sorriso petulante.

Com um movimento rápido, Luh agachou-se e deu uma rasteira na mulher, que caiu de costas no chão. Antes mesmo que a comensal pudesse se mover, Summer sentou sobre ela e tateou rapidamente pelo pescoço dela, até dar um pequeno apertão em um músculo, deixando a mulher
desacordada.

Rapidamente, ela se levantou e correu até sua varinha.

- Ora, ora, aonde a sangue ruim aprendeu um truque tão bom? – Lúcio Malfoy perguntou parado com as costas encostadas displicentemente em um dos postes apagados.

Summer virou-se para Malfoy com o queixo trincado. Sua vontade era de dar uma boa surra nele, mas ela sabia que isso não seria nada prudente no momento. Ela estava em desvantagem e pretendia voltar viva para casa.

- Aprendi em livros de medicina. – ela respondeu fria, a varinha já em riste.

Sem esperar por outra deixa, os dois começaram a duelar tão rapidamente que pareciam borrões com luzes coloridas voando ao redor. Ninguém ousava se aproximar dos dois naquele momento.

Finalmente, com o braço já dolorido, alguns cortes e escoriações, Summer conseguiu desarmar Malfoy, isolando a varinha dele para bem longe. Ela sorriu triunfante.

Malfoy pareceu não se abalar, apenas sorriu e fechou os olhos, desaparatando a tempo de fugir de um borrão vermelho disparado por Summer.

Louise não teve muito tempo para pensar quando ouviu um crack bem atrás de suas costas. Antes que ela pudesse se virar para enfrentar Lúcio, ele lhe deu uma gravata e puxou-a para perto.

- Vamos ver quem se sai melhor agora, minha queridinha. – Lúcio murmurou no ouvido dela.

Summer segurou a respiração, tentando não ficar mais sufocada, e lançou a perna direita para trás, acertando a cabeça de Malfoy, que surpreso, a soltou.

- Isso eu aprendi com o ballet. – ela falou raivosa e avançando em direção a ele, esquecendo-se da varinha em sua mão. – E isso...

Ela começou levantando o punho e dando um soco bem dado no nariz do Sonserino.

- Eu aprendi com meu namorado. – ela completou fria e satisfeita por ter quebrado o nariz dele.

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Remus já estava virando a esquina da rua. Havia derrotado quatro comensais pelo caminho e agora corria atrás de um alto e mascarado.

Seus pulmões já ardiam, mas ele não deixaria o homem completar o trajeto que levava em direção a Summer. O comensal podia acertá-lo quantas vezes quisesse, mas não a sua namorada.

”Cadê os Aurores?”

Ele pensou desesperado lançando-se a mais um combate.

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Lílian corria o mais rápido que podia. Ela precisava de descanso, seus músculos não agüentariam mais nenhum passo. Agora ela via que havia feito a escolha certa ao tentar o curso de inomináveis. Ela não duraria um treino para aurora.

James havia sido separado dela ao correr para ajudar Sirius que havia sido estuporado e quase desarmado. Ela ficara sozinha, lutando contra uma comensal muito mais alta que ela, mas que se mostrou lenta e descoordenada.

Lílian havia a derrotada em segundos, mas logo outros vieram e agora ela precisava parar e descansar por uns segundos. Achando um beco que estava vazio, Lily entrou e escondeu-se atrás de uma lata de lixo gigantesca.

Ela sentou-se no chão e encolheu os joelhos para poder apoiar sua cabeça neles e respirar fundo. O eco dos feitiços ecoava alto por ali, mas ela não ser preocupava no momento.

Lílian ia se levantar e voltar para a rua quando ouviu passos. Achando melhor ficar quieta e tentar fugir de quem quer que fosse, ela lançou um feitiço de desilusão em si mesma e sentiu um frio na espinha quando o feitiço começou a surtir efeito.

Um dos comensais entrara ali. Ele fugia de um dos aurores, que haviam chegado nos instantes em que ela estivera ali. Obviamente Lily não podia ter ouvido os estalos característicos de aparatação. Sua própria respiração estava muito ruidosa.

O pequeno comensal parecia apavorado. Ele olhava para todos os lados procurando uma maneira de fugir dos seus perseguidores. Com um movimento rápido, ele retirou a máscara para ver melhor.

Lily teve que reprimir um grito de espanto. Peter estava ali, vestido de negro como um comensal, apavorado demais. Ela nunca esperara nada disso do amigo. Estava realmente surpresa, e manteve-se mais imóvel do que nunca. James e os outros jamais acreditariam nela.

Os aurores se aproximaram dele, e com um ato impensado Peter explodiu a entrada do beco, fazendo escombros voar para todos os lados antes de aparatar dali. Lily encolheu-se para fugir de coisas que pudessem lhe acertar, mas não teve muita sorte. Um pedaço de cimento acertou sua cabeça, levando-a para a inconsciência.

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Lily acordou e sentiu que sua mão era apertada levemente. Abrindo os olhos, ela pôde ver que James estava ao seu lado, o semblante preocupado que se anuviou no instante que seus olhos encontraram os dela.

- Você está bem? – ele perguntou urgente.

Lily sentou-se lentamente, sentindo cada parte de seu corpo reclamar minimamente. James ajudou-a a encostar-se em uma almofada e surpresa, ela reparou que estava em Hogwarts.

- O que estamos fazendo em Hogwarts? – ela conseguiu balbuciar olhando em volta.

Sirius estava no fim da enfermaria da escola, as costas viradas para todos e olhando pela grande janela que dava aos jardins.

Summer e Remus estavam sentados lado a lado em uma das camas, ela com a cabeça inclinada para o lado, descansando-a no ombro do namorado.

Remus estava imundo, com poeira em toda a sua roupa e sua blusa destruída.

Summer não parecia muito melhor, possuía uns cortes no braço que pareciam feios e alguns roxos também. O cabelo agora estava preso em um coque, permitindo que o esfolado ali respirasse.

Lyra estava atrás de um biombo, seu vestido prata pendurado. Pelas sombras, Lily podia ver que ela trocava de roupa. Seu vestido não estava em condições muito apresentáveis.

- Nós fomos trazidos aqui por Dumbledore. – James explicou mais calmo.

Lily voltou-se para ele, o cenho franzido e as perguntas formando-se em sua cabeça, que aliais doía horrores.

- Ok. Explique-me tudo desde o começo. – ela pediu pegando um copo de água que James lhe oferecia.

- Depois que eu saí do seu lado para ajudar Sirius, eu te perdi de vista. – ele começou a explicar com um tom de culpa em sua voz. – Ficamos duelando por volta de dez minutos antes que os Aurores finalmente chegassem.
Alguns mais rápidos já haviam aparecido, mas não era suficiente. O número de Aurores no esquadrão está baixíssimo. – ele comentou.

- Sim, mas o que nos traz até aqui? – Lily insistiu servindo-se de mais água.

- Dumbledore apareceu por lá no meio da batalha também. – James explicou sorrindo de canto. – Foi o que precisávamos. Quando o viram por lá, muitos
dos Comensais deram no pé. Depois é que fomos fazer a contagem...- ele se cortou, editando algumas partes. – No fim de tudo, nos reunimos novamente. Eu estava louco atrás de você. O que esteve fazendo naquele
beco?

- Me escondendo para descansar um pouco. – Lily respondeu.

Havia alguma coisa a mais. Parte de sua memória estava nublada e ela não conseguia se lembrar exatamente o que era. Um comensal tentando se esconder...

- Houve uma explosão perto de você e os escombros te acertaram, deixando-te desacordada. – ele interrompeu os pensamentos dela finalizando a explicação.

Lily deixou para lá. O que quer que fosse não devia ser muito importante.

- Está todo mundo bem? – ela questionou olhando novamente em volta.

- Todo mundo inteiro. Algumas escoriações e cortes, mas Madame Ponfrey pode cuidar disso rapidinho. – James assegurou sorrindo.

Pela primeira Lily reparou que o namorado possuía alguns corte e roxos pelo corpo. Um corte especialmente feio no supercílio a deixou nervosa.

- Alguém sabe onde está Dumbledore? – Lyra perguntou saindo detrás do biombo com um vestido longo, de mangas compridas e verde esmeralda. (N/a: imaginem o vestido que a Minerva usa no primeiro filme)

- Lyra, devo dizer que você está muito sexy nesse vestido de velha. – Sirius comentou virando-se para ela e rindo.

- Desculpe interrompê-lo nesse elogio tão eloqüente as minhas roupas, Sr.
Black, mas o professor Dumbledore os chama para a sala dele. – Minerva falou parada a porta da enfermaria.

Sirius mordeu a língua e coçou a cabeça. Minerva sempre o pegava na pior hora.

- Mas já, Professora? – Madame Ponfrey interrompeu saindo de sua sala empurrando um carrinho de poções para perto deles.

- Desculpe-me, Pomona, mas o Ministério, como sempre, precisa de Dumbledore para resolver alguns problemas e ele possui pouco tempo para falar com esses jovens. Mas pode ficar tranqüila que eu mesma cuidarei deles durante a reunião.

Pomona assentiu e com um gesto de varinha mandou as poções para a sala de Dumbledore. Todos se levantaram, James carregando Lily no colo – embora ela reclamasse- e seguiram Minerva pelos corredores.

- Nunca vi esse colégio tão quieto. – Lyra murmurou enquanto levantava a saia do vestido para não tropeçar. Minerva era mais alta que ela.

- Você nunca viu esse colégio vazio. – Summer sussurrou ainda abraçada a
Remus.

Depois de subirem alguns degraus da escada, pararam em frente a gárgula da sala do diretor. Minerva disse a senha rapidamente e a escada em espiral começou a subir. Esperaram que ela chegasse ao topo e subiram.

- Entrem, o diretor os espera. – ela disse subindo atrás deles.

Lily era a primeira da fila, a cabeça ainda doendo por culpa da pancada.
Todos deviam estar como ela naquele momento.

Entraram na sala um a um, e Dumbledore os olhava sem o sorriso tranqüilo de sempre. As poções de Pomona estavam sobre a mesa dele e as seis cadeiras extras já estava dispostas em um semi círculo em volta da mesa.


- Sentem-se. – ele pediu pela primeira vez parecendo cansado. – O que tenho para falar é muito sério.


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ENJOY!

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