Finalmente os resultados...
- Louise, vem me ajudar a por a mesa! – Adrian, mãe de Louise Summer gritou de dentro da cozinha.
Summer pegava sol deitada em uma espreguiçadeira de seu jardim, deixando que sua pele absorvesse um pouco de vitamina D.
- Já vou. – ela gritou em resposta enquanto sentava e amarrava a canga no quadril.
Calçou suas havanaias, suvenir que havia comprado em sua última viagem para o Brasil, e entrou em casa.
A mãe de Summer era uma mulher bonita, com pele morena e cabelos cacheados na altura do ombro. Era alta e estava com um sorriso simpático no rosto enquanto olhava a filha pegar os pratos do aparador e espalhar pela mesa do almoço.
- E aí, alguma novidade? – Adrian perguntou enquanto lhe passava os copos para serem postos.
-Não. Agora a ansiedade é para esperar os resultados dos Niem’s. – Summer falou dando de ombros.
- Esse foi o teste que você fez como se fosse um vestibular, não é isso? – Adrian perguntou um pouco confusa.
Summer sorriu e explicou pela milésima vez para a mãe o que os Niem’s significavam. Summer era nascida trouxa, então toda sua família não sabia nada sobre o mundo secreto dos bruxos.
Seu irmão mais novo, Peter, recebera sua carta de Hogwarts fazia poucas semanas e havia quicado pela casa inteira, feliz por também ser um bruxo.
- Mãe, alguma coruja chegou para mim hoje? – Summer perguntou levando a salada para a mesa. – Estou esperando uma carta da destrambelhada da
Lyra...
- Ah, chegou uma coruja hoje de manhã sim...- Adrian falou indo até a ilha de mármore da cozinha. – Aqui estão. Desculpe-me por esquecê-las. Sabe, essas corujas são bichos infernais... a que trouxe o seu jornal me deu uma
bicada quando fui espantá-la!
Summer riu levemente enquanto pegava as cartas e passou os olhos levemente pelo jornal.
- Mamãe, já lhe expliquei que quando trazem o jornal as corujas precisam que você ponha um nuque na bolsinha de couro que carregam na pata.
- Nuque? – Adrian perguntou franzindo o cenho. – É a moedinha cor de bronze?
- É mãe. – Summer confirmou revirando os olhos.
- Tá, vai lá chamar o seu pai e seu irmão para almoçarmos. Mais tarde você lê o jornal e dá uma lida nas suas cartas.
Summer não precisou de outra ordem, correu para o próprio quarto, deixando as cartas em cima da cama e colocou uma roupa seca.
- Peter, Pai, o almoço está na mesa. – e desceu para a sala.
A família almoçou em paz, conversando sobre futebol e sobre assuntos mais amenos. Sempre que podia, Peter trazia o assunto de Hogwarts a baila, ouvindo com olhar brilhante tudo que Summer dizia sobre a escola.
- Luh, está dispensada. Peter, venha me ajudar a lavar a louça...- Adrian mandou levantando-se da mesa.
Louise não precisou que ela repetisse. Saiu da mesa em um salto e começou a subir as escadas ainda ouvindo as reclamações do irmão.
- Mãe, quando eu for um bruxo maior de idade que nem a minha irmã, eu vou lavar tudo com mágica...- ele resmungava enquanto arrastava o pé para a cozinha.
Summer riu e jogou-se na cama. Alcançou a varinha que descansava no criado mudo e ligou o som com um aceno. Deixou a varinha ao seu lado e começou a ler as cartas.
A primeira era uma carta enviada por Lily e James. Lily estava passando o máximo de tempo que podia na casa de James, já que sua irmã Petúnia tornara-se tão insuportável que o clima em sua casa estava pesado.
Em baixo estava o Profeta Diário, que ela passou os olhos rapidamente procurando apenas notícias mais importantes. Como não havia nada sobre a guerra que estava para explodir, ela dobrou o jornal e deixou ao lado da cama no chão. O leria mais tarde.
- Hogwarts? – Summer murmurou ao pegar a última carta com o selo da escola.
Seus olhos se arregalaram levemente e a boca pendeu aberta. Seus Niem’s... Ela respirou fundo e abriu o pequeno envelope com os olhos fechados.
Tomando coragem ela abriu os olhos e encarou o conteúdo da carta.
Notas de aprovação: Notas de reprovação:
Ótimo (O) Péssimo (P)
Excede Expectativas (E) Deplorável (D)
Aceitável (A) Trasgo (T)
Resultados Obtidos por Louise Adrian Summer
Aritmância P
Astronomia A
Defesa contra as Artes das Trevas O
Feitiços E
Herbologia O
História da Magia D
Poções O
Transfiguração O
Estudo dos Trouxas O
Summer ficou encarando os resultados sem reação, os olhos fixos no pergaminho e a boca ligeiramente aberta.
- EU PASSEI! – ela gritou subindo na cama e começando a pular, repetindo mil vezes que havia passado. – Passei, passeeeeeeeii!
E caiu no chão, de costas, olhando o teto branco com algumas borboletas verdes de adesivo, mas sem perder a animação.
- Passei! – continuou gritando.
- Luh, você está bem? – Peter perguntou seguido da mãe e do pai.
- Ouvimos um barulho, querida. – O pai de Luh, Luiz, falou arqueando uma sobrancelha.
- Eu caí da cama. – ela respondeu risonha.
- Você se machucou? – Adrian perguntou ajudando a filha a levantar.
- Não...- ela respondeu ainda rindo a toa.
- Pai...a maninha já é afetada, agora que deu com a cabeça deve ter desregulado tudo...- Peter sussurrou para o pai que riu.
- Mas...o que aconteceu para te deixar assim, Luh? – Adrian perguntou sentando ao lado dela na cama.
- Meu resultado escolar chegou. – Summer respondeu entregando o pergaminho para os pais.
Adrian e Luiz juntaram as cabeças e leram em voz baixa o pergaminho.
- Você reprovou em Aritmância e em História da Magia? – Adrian perguntou para filha em tom duro. – E está comemorando?
- Lá vem você estragar a minha felicidade...- Summer reclamou revirando os olhos. – Mas eu não preciso dessas matérias para nada.
- Adrian, dê um bônus para ela, Louise passou com nota máxima em 4 matérias. – Luiz ponderou sorrindo para a filha.
- É, e foram nas matérias que eu preciso para ser Medibruxa. – Summer completou voltando a comemorar. – Além do mais, estudei tanto para essas matérias que mal tive tempo de dar uma lida nessas em que reprovei.
- Que bom, filha. – Luiz comemorou abraçando Louise.
- Devemos te dar um carro ou uma vassoura? – Adrian tentou fazer piada.
- Cala a boca, mãe. – Summer murmurou rindo.
- E seus amigos? Como foram? – Luiz perguntou tirando a varinha de Summer da mão de Peter.
- Não sei, ainda vou mandar uma carta perguntando. – Luh respondeu dando de ombros. – Ou talvez eu use um pouco de pó-de-flú e os encontre no Beco
Diagonal para um sorvete...
- Tudo bem...só não volte tarde.- Adrian alertou saindo do quarto.
- Mãe, posso usar a lareira? – Summer perguntou indo até a mesinha de
cabeceira e pegando um saquinho de couro.
- Você vai acender a lareira nesse calor? – Adrian perguntou arqueando uma sobrancelha.
- Não, mãe. – Luh respondeu revirando os olhos. – Eu vou falar com a Lyra.
- Pela lareira?- Adrian perguntou arregalando os olhos.
- Vem, mãe, eu mostro. – Louise falou arrastando a mãe para a fora do quarto. – Acho que eu nunca usei isso aqui em casa...
- Lyra, acorda, minha querida, seus resultados da escola chegaram. – Amélia, mãe de Lyra, chamou sacudindo a filha pelo ombro.
- Me deixa dormir, mamãe. – Lyra pediu virando-se na cama e dando as costas para a mãe.
- Você fala como se fosse cedo! – Amélia reclamou abrindo as cortinas com um aceno de varinha. – Já é meio dia, menina!
- Mãe...- Lyra gemeu escondendo o rosto sob o travesseiro.
- Vamos, os seus resultados chegaram. Seu pai está louco para abrir a carta por você, mas obviamente eu não deixei. – Amélia começou a tagarelar enquanto arrancava as cobertas e o travesseiro da filha. – E já pedi que Flora traga seu café aqui pro quarto, já que terminamos o nosso faz algumas horas.
Lyra olhou para a mãe com olhares assassinos e sentou-se na cama espreguiçando-se. Levantou enquanto a mãe ainda discursava sobre a carta de admissão do seu irmão e trancou-se no banheiro para fazer sua higiene pessoal.
Depois que saiu já com o rosto lavado e o cabelo preso por um Rashi, encontrou a pequena Elfa Flora segurando a bandeja próxima à cama.
- Oh, Flora, não precisava ficar segurando. Pode deixar em cima da cama. – Lyra falou sorrindo e trocando de roupa.
Flora deixou a bandeja em cima da cama e desceu ligeira, de volta para a cozinha. Lyra pegou o suco de laranja da bandeja e deu uma dentada na torrada.
Pegou a carta que a mãe havia deixado em cima da bancada e sentou-se na cama com as pernas cruzadas para ler os resultados.
- Seja o que Deus quiser...- ela murmurou antes de rasgar o selo da escola e passar os olhos pelo pergaminho.
Notas de aprovação: Notas de reprovação:
Ótimo (O) Péssimo (P)
Excede Expectativas (E) Deplorável (D)
Aceitável (A) Trasgo (T)
Resultados Obtidos por Lyra Holand
Aritmância E
Astronomia E
Defesa contra as Artes das Trevas O
Feitiços O
Herbologia O
História da Magia E
Poções O
Transfiguração O
Estudo dos Trouxas O
- Bem, passei. – ela falou calmamente, mas sem esconder o enorme sorriso que tomava todo seu rosto, fazendo seus olhos ficarem pequenos.
A vontade que ela tinha era sair pulando pelo quarto, mas não seria tão sensato de sua parte uma vez que seus pais ouviriam todo o estardalhaço.
Lyra dobrou a carta e pegou a bandeja já vazia. Desceu as escadas para o segundo e depois para o primeiro andar e dirigiu-se para a sala onde seus pais conversavam juntamente com seu irmão depois de deixar a bandeja na cozinha.
- E aí, querida, como foi nas provas? – Robert, pai de Lyra, perguntou abaixando o jornal Profeta Diário e olhando a filha com olhos ansiosos.
- Acho que bem. – ela respondeu lhe entregando a carta da escola e pegando uma maçã do bolso. Havia assaltado a cozinha.
- Flora não levou seu café, querida? – Amélia perguntou ao ver a filha dando uma dentada na maçã.
- Levou, mas essa tava me chamando. – Lyra respondeu rindo.
Robert ficou em silencio por uns minutos, a expressão composta enquanto percorria lentamente a carta da filha.
Alex, irmão mais novo de Lyra, estava sentado próximo a janela, escrevendo uma carta animado para um amigo, perguntando se este também estaria em Hogwarts.
- LYRA, VOCÊ CONSEGUIU! – Robert gritou do nada levantando da cadeira e pulando pela sala.
Lyra teve vontade de rir e recuperou a maçã que havia deixado cair com o susto. Amélia estava com a mão no coração, respirando fundo para não rir da animação do marido.
-Ora, Robert, dei-me aqui esse resultado! – Amélia pediu finalmente rindo e esticando a mão para o marido, que a ignorou.
Como Robert não reagia, Amélia fez um feitiço não verbal e convocou a carta para suas mãos hábeis. Ela rapidamente passou os olhos pela carta e sorriu para a filha.
- Muito bem, querida, com essas notas você poderá se inscrever em Direito Bruxo. – Amélia falou orgulhosa da filha.
- E teremos mais uma advogada bruxa de sucesso na família. – Robert completou sorrindo.
Lyra abriu a boca para falar algumas vezes, e suspirou pesadamente antes de ficar séria e encarar os pais.
- Eu acho que não vou seguir a carreira de advocacia bruxa...- ela fala os olhando firmemente e ignorando o tom avermelhado na face do pai.
- Por que não, querida? – Amélia perguntou depois de conter uma expressão de desagrado. – Sempre falamos em você ser advogada...mas se quiser ser medibruxa também não veremos problema...
Lyra mordeu o lábio levemente e abriu a boca para falar, mas seu pai a interrompeu.
- É claro...- ele falou já voltando à cor normal. – Uma medibruxa na família também seria maravilhoso. – assegurou voltando a abrir o jornal.
- Na verdade...-Lyra começou passando o dedo distraída pela borda da mesa de vidro. – Eu queria ser...Aurora. – completou com um fio de voz.
Robert fechou o jornal com estardalhaço e encarou a filha com olhos arregalados, sua face passando por vários tons de vermelho antes de começar a ficar levemente roxo.
- Pai, respire. – ela pediu apreensiva.
- Você quer morrer, Lyra? – Amélia sussurrou para a filha, os olhos fixos nela.
- Eu sabia que seria difícil...-Lyra murmurou massageando as têmporas. – Não, mãe, pretendo viver por longos e felizes anos.
- Com uma guerra pronta para explodir? – Robert sussurrou para não assustar Alex que estava em sua poltrona alheio a discussão.
- Pai, eu quero ajudar da melhor maneira possível! – Lyra respondeu de forma urgente.
- Não será sendo mais uma vítima que ajudará! – Amélia retrucou batendo de leve na mesa.
- Lyra, pense melhor sobre o assunto. – Robert ponderou a olhando por cima dos óculos. – Quando estiver menos eufórica tenho certeza que irás entender
nosso ponto de vista.
- Tudo bem. – Lyra respondeu pouco convencida.
Nenhum argumento mudaria sua decisão agora. Ela se levantou de sua cadeira e saiu da sala, indo em direção a biblioteca.
Doía demais ver a decepção no rosto dos pais, mas não mudaria de idéia por causa da Guerra. Era exatamente por ela que estava querendo virar Aurora.
Caminhando pelos corredores de chão de madeira, Lyra chegou a uma sala com portas duplas de madeira escura. Abriu-as sem cerimônia e fechou-as atrás de si, jogando-se em uma belíssima poltrona de couro.
As paredes repletas de livros eram o seu maior consolo. A biblioteca sempre foi seu lugar preferido na casa e com certeza ninguém a interromperia ainda. Pelo menos, não naquele momento.
Lyra ficou um tempo olhando o chão de mármore, seguindo distraidamente a pequena linha que formava a padronagem do chão encoberto pelo tapete, mas sem realmente prestar atenção. Sua mente vagava longe, ponderando maneiras de amenizar as coisas com o pai, já que sua decisão estava
tomada.
Desde que ela entrara em Hogwarts fizera o seu melhor para conseguir boas notas e um comportamento aceitável. Antes dela, seus pais haviam sido alunos extraordinários, sua mãe Corvinal e seu pai Grifinório.
Eles, sinceramente, não esperavam que a filha fosse tão bem, e a partir do quinto ano a pressão só aumentou ao receberem os resultados dos NOMS.
Nessa época, começaram a falar em direito bruxo, e como todos da família ficariam orgulhosos.
E a pressão só aumentava. Sua mãe sempre lhe dissera que ela fazia o seu melhor, para não se preocupar com isso e ser uma adolescente normal, mas em todas as palavras que seguiam esse discurso deixavam implícita a vontade de seus pais de que ela seguisse suas carreiras.
E ela cogitara a possibilidade. Antes dos Sonserinos chegarem até ela e a ameaçarem...
- Lyra? Você está aí? – a voz de Summer chamou da lareira.
Lyra pulou levemente na poltrona, pega de surpresa, e então reparou na cabeça flutuante da amiga em meio ao fogo. Sorrindo, sentou-se ao lado do fogo e abraçou os joelhos.
- Oi, Luh, o que foi? – ela perguntou ficando corada por culpa do fogo.
- Já recebeu seus resultados? – Summer perguntou animada.
- Hoje de manhã! – Lyra respondeu mais animada. Com a amiga não precisaria ter uma conversa planejada. – E então, o que você vai fazer da vida?
- Como se você já não soubesse...-Louise respondeu revirando os olhos. – Medibruxaria, é claro.
- Ah, então você conseguiu as notas exigidas? – Lyra perguntou feliz e ajoelhando-se.
- Você duvidava das minhas capacidades? – Summer perguntou com falsa cara de ofendida.
- É claro que não. – Lyra respondeu querendo dar um pedala na amiga.
- E você? – Summer perguntou mexendo-se desconfortável do outro lado. –
Fala rápido que minha mãe está achando que eu vou morrer! – pediu rindo.
- Vou ser Aurora, já me decidi. – Lyra respondeu.
- Seus pais não encrencaram? – Luh perguntou franzindo o cenho. Ela sabia das intenções dos pais de Lyra tão bem quanto a própria.
- Sim, mas não há nada que eles possam fazer. – Lyra respondeu endurecendo o tom.
- Então, vamos fazer alguma coisa para comemorar? – Louise perguntou ajeitando-se novamente e mudando o rumo da conversa.
- Que tal irmos ao beco amanhã? Assim eu posso chegar lá mais cedo e comprar o material com meu irmão...- Lyra respondeu dando de ombros.
- Ótimo. Assim é bom que levo meu irmão também. Ele é bruxo! – Summer deu a notícia animada.
- Então amanhã as 9:00 no Caldeirão Furado? – Lyra perguntou olhando para a porta da biblioteca. Ouvira passos no corredor,mas pareceram entrar na cozinha.
- Combinado. Vou mandar uma carta para os meninos e Lily, que estão todos aboletados na casa dos Potter, e te dou a resposta mais tarde, tudo bem? – Summer definiu.
- Ok. Até mais, Summer. – E Lyra viu o fogo apagar enquanto as brasas ainda brilhavam avermelhadas.
Lyra pôs-se de pé e saiu da biblioteca. Teria que avisar aos pais e ao irmão que iriam ao Beco no dia seguinte...
- Acordem logo! – Lily pedia eufórica enquanto invadia o quarto dos meninos, que haviam feito uma noitada e estavam caindo um para cada canto.
- Onde é a invasão de Trasgos? – Sirius perguntou revirando-se na cama enquanto tentava tapar o Sol com a mão.
- Os resultados chegaram hoje pela manhã! – Lily respondeu segurando 5 envelopes na mão e os sacudindo no ar.
- Não acredito que você me acordou há essa hora para me dizer que essas desgraças haviam chegado! – Peter reclamou voltando e deitar.
- Mas os resultados são importantes! – Lily retrucou exasperada.
- Lírio, senta aqui na cama e me dá esses envelopes. – James pediu sorrindo para a agora namorada.
Lílian hesitou um pouco, então sentou-se ao lado de James que a abraçou pela cintura.
- Você já olhou suas notas? – ele perguntou beijando os lábios dela carinhosamente.
- Ainda não...estava esperando que vocês acordassem. – Lílian respondeu entregando para cada um suas cartas.
Remus pegou a dele e sentou-se no chão em frente a ela. Sirius, relutante e olhando a carta como se ela fosse um verme gigante, pegou a sua e encostou-se a parede do quarto. Peter nem olhou direito para a sua.
- Ao mesmo tempo? – Lílian perguntou nervosa.
- É claro. – Remus respondeu rindo discretamente da amiga.
- No já, então. – ela falou fechando os olhos e respirando o fundo. – 1, já! – e rasgou o seu selo.
- O que aconteceu com o 2 e o 3 antes do já? – Sirius perguntou abrindo seu envelope lentamente.
- Estou nervosa, ok? – ela respondeu passando os olhos pela carta antes de ficar completamente imóvel enquanto encarava o pergaminho.
Todos abriram também, olhando cuidadosamente cada resultado.
- Bravo, posso me inscrever no curso de Aurores. – Sirius falou jogando o pergaminho para o alto. – Não preciso mais disso.
- Nossa, Almofadinhas, que cuidado o seu. – Remus alfinetou dobrando seu pergaminho cuidadosamente.
- E vocês, como foram? – Peter perguntou nervoso enquanto escondia ser pergaminho da vista dos amigos.
- Possa fazer o que quiser, também. – Remus respondeu dando de ombros.
- Que surpresa. – James falou irônico. – Eu também! – e completou com um sorriso maroto. – E você, Lírio?
James perguntou virando-se para a namorada que continuava estática. Ele passou uma mão lentamente em frentes as esmeraldas dela, que continuavam imóveis.
Sirius, com sua delicadeza de sempre, arrancou o pergaminho das mãos frouxas dela e olhou antes de soltar um bufo irônico.
- Nossa, ela teve um péssimo desempenho. – Ele comentou irônico. – Tenho certeza que nove ótimos estragam a vida de qualquer um!
- Mas...amor, por que você está com essa cara? – James perguntou começando a se preocupar.
- Eu consegui...- Lilian sussurrou levantando os olhos e com um sorriso bobo no rosto. – Eu passei...
- É claro que passou, Lílian. Sendo você...não esperávamos outra coisa. – Remus explicou abraçando a amiga.
- Tudo muito bom, tudo muito bem, mas por que não vamos tomar logo o café da manhã? – Peter perguntou pondo a mão na proeminente barriga.
- Vamos descer, então? – Sirius sugeriu já saindo do quarto.
Todos seguiram Sirius, Lily dando leve saltinhos pelo caminho com um
James divertido ao seu lado, e desceram as escadas da mansão Potter até a sala, onde poderiam tomar o café com a vista para o jardim traseiro que murchava com a aproximação do outono.
- Bom vê-los acordados, queridos. – Sara, mãe de James, falou de sua poltrona ao canto da sala.
Sara era uma mulher bonita, apesar da idade. De certo não era uma velha, mas ela sabia que já não era mais uma jovenzinha e nem sem comportava como tal. Sara tinha gestos delicados e espontâneos com uma vivacidade
incrível.
Os cabelos eram longos e levemente avermelhados, emoldurando seu belo rosto marcante. Os lábios viviam coloridos com um batom discreto, com pouquíssima maquiagem.
Os olhos lembravam muito os de James, sendo de um azul escuro meio esverdeado.
- Bom dia, mãe! – Sirius e James cumprimentaram juntos, sentando um em cada lado do braço da poltrona.
- E então, como foram os resultados? – ela perguntou deixando sua xícara de café de lado e abraçando os dois pelos ombros.
- Bons. Vou conseguir seguir os passos do papai! – James respondeu feliz.
- Tenho certeza que seu pai transbordará de alegria. – Sara comentou rindo. – Embora eu ache que sua futura carreira de Auror seja muito arriscada para o meu instinto de mãe, não vou me opor.
- Aqui os resultados. – James mostrou pra mãe o pergaminho, que o pegou e leu rapidamente com um leve sorriso.
- E você, Sirius, como foi? – Ela perguntou olhando para Sirius.
- Ah, fui bem também. – ele respondeu dando de ombros.
- Aonde estão seus resultados? – Sara perguntou com uma sobrancelha arqueada.
- Em uma forma não muito adequada no chão do quarto. – Remus respondeu pelo amigo.
- Eu já esperava. - Sara comentou com um bufo frustrado. – Remus, Lily, Peter, como foram também?
- Eu poderia ser Auror, juntamente com esses dois manés ai! – Remus implicou apontando para os dois marmanjos agarrados a Sara.
- Eu não sei o que farei...- Lily respondeu mordendo a ponta dos dedos.
- Também, com tantas opções! – Peter pontuou comendo uma maçã que havia pego na cozinha.
- Talvez eu trabalhe como uma inominável...não sei bem... – Lily respondeu dando de ombros. – Farei minha decisão na hora certa, sei disso.
- É claro que sim, querida. – Sara apoiou levantando-se e pagando uma carta na mesa de apoio. – E isso chegou para vocês.
Sara entregou o envelope para eles e arrumou o colete que usava com a calça social preta.
- Amores, estarei no Ministério, caso precisem de mim já sabem aonde me encontrar, tudo bem? – ela perguntou virando-se para ele com agora o cabelo preso magicamente em um coque chique, porem frouxo, no alto da
cabeça.
- Tudo bem, mãe. – James respondeu e viu a mãe acenar antes de entrar na lareira e dizer seu destino com clareza.
- De quem é a carta? – Remus perguntou olhando por cima do ombro de Lílian.
- Louise...sua namorada, seu irresponsável! – Lily falou rindo e implicando com o amigo. – Ela diz aqui que está com muitas saudades de nós, é claro, e que se inscreverá no curso de Medibruxaria amanhã cedo quando ela e Lyra levarem os irmãos as compras de inicio de ano letivo.
- Poderíamos nos encontrar com elas lá e também nos inscrever. – Sirius sugeriu dando de ombros.
- É essa a intenção. – Lily pontuou rindo. – Posso mandar uma resposta positiva, então?
Os meninos concordaram, então Lily subiu para pegar tinta, pergaminho e pena e mandar uma resposta afirmativa para a amiga.
Seria uma ótima maneira de matar as saudades causadas pelas férias prolongadas que teriam.
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- Oh meu Mérlin, Alex, escolhe logo quais penas você vai querer e vamos dar o fora! – Lyra pediu com cara de tédio.
Seu irmão e o de Summer haviam rodado animados pelo Beco Diagonal por quase toda a manhã, correndo de um lado pro outro sempre que avistavam alguma coisa interessante.
Peter não parava de girar o pescoço, deslumbrado pelo novo mundo que se abria pela primeira vez pra ele. Summer ria da expressão curiosa do irmão e sorria ao imaginar que a sua cara não devia ter sido muito diferente na primeira vez que visitara o beco.
- Pronto, terminamos. – Peter anunciou parando ao lado das amigas que esperavam perto da vitrine.
- Finalmente! – Lyra resmungou levantando-se da cadeira que havia conjurado.
Louise e Lyra pegaram os diversos embrulhos do chão e saíram da loja com os irmãos a seguindo.
- Que horas são? – Luh perguntou começando a caminhar em direção ao Caldeirão Furado.
- Meio dia. O povo deve estar chegando daqui a pouco. – Lyra respondeu seguindo seu irmão e o de Summer com o olhar enquanto eles brincavam com as corujas da loja de animais.
- Então vamos despachar logo esses dois para casa. – Summer falou rindo e passando pela passagem que levava aos fundos do Caldeirão Furado.
- Mas já vamos embora? – Alex perguntou fazendo um bico para a irmã.
- Nós vamos nos matricular nos cursos que faremos e reencontrar as pessoas com quem estudamos. Vocês ficariam enfadados. – Lyra respondeu os conduzindo até uma das lareiras usadas para transporte.
- Peter, comporte-se na casa de Lyra. Seja educado! – Summer instruiu o irmão enquanto o colocava na lareira com os pacotes.
- Que saco, Louise, eu já sou bem grandinho. Não preciso de uma babá! – Peter reclamou enquanto pegava o pó-de-flú da bolsinha da irmã.
- Alex, está pronto? – Lyra perguntou se afastando dos dois e ficando ao lado de Summer.
- Até parece que é a primeira vez que faço isso. – Alex resmungou revirando os olhos.
- Então, vão logo! – Summer mandou rindo.
Os dois amigos se entreolharam e soltaram uma risada antes de soltarem o pó e ordenarem o destino de sua pequena viagem.
- Ei, se não são as duas malucas que conhecemos bem...- Lily implicou entrando no bar pela rua que dava a Londres.
- Ai, que saudades de vocês! – Lyra falou correndo para abraçar os amigos.
- Remus! – Summer gritou correndo e pulando em cima do namorado, beijando os lábios dele várias vezes. – Que saudades.
- Também estava com saudades, meu amor. – Remus responder rindo e a abraçando pela cintura.
- Ei, cadê o Peter? – Lyra perguntou olhando em volta.
- Não veio. Falou que tinha um compromisso e uma pendência para
resolver. – Sirius responder dando de ombros.
- E então, já se inscreveram nos cursos? – James perguntou abrindo a passagem do Beco.
- É claro que não, esperávamos por vocês! – Summer respondeu animada.
- Aonde fazemos as matrículas mesmo? – Sirius perguntou coçando a cabeça.
- Em uma loja perto da Floreios e Borrões. – Remus respondeu enquanto enfrentavam a massa de pessoas que andavam pelo estreito beco.
- Todo mundo já decidiu o que quer fazer? – Lily perguntou pensativa.
-Aham...- todos responderam em coro.
- VERD...- Summer e Lyra começaram a falar, já olhando para todos os lados.
- Não, aqui não! – James pediu segurando a morena que estava mais perto.
- Lyra, para de tentar tocar no verde! – Sirius pediu enquanto Lyra se debatia nos seus braços.
- Na verdade eu estou tentando fugir da sua varinha que está no seu bolso. Ela é abusada que nem o dono! – Lyra reclamou fazendo uma careta.
Sirius soltou Lyra que se manteve afastada. Todos estavam rindo da cena, e as pessoas que passavam nas ruas paravam para olhar a cena com caras de
enfado.
- Vamos logo...- Remus pediu rindo e puxando a mão da namorada.
Caminharam até a loja onde fariam as inscrições conversando sobre amenidades, a maior parte do tempo relatando como havia sido o pequeno tempo que haviam passado afastados.
- É aqui. – Lyra indicou empurrando uma porta de madeira.
O prédio onde deveriam fazer as inscrições para seus cursos era alto e sem janelas. Uma grande placa com o símbolo do Ministério oficializava o lugar.
Entraram todos juntos e passaram por uma inspeção de varinhas como teriam passado no Ministério. Receberam crachás e passaram por um enorme portão que dava em pequenos elevadores.
O andar das inscrições era o último e o elevador demorou até que chegassem lá. Muita gente entrava e saía ao mesmo tempo, com memorando voando enlouquecidos pelo espaço já limitado.
- Pense pelo lado positivo, eles não podem fazer titica em nossas cabeças... –
Sirius falou enquanto saíam para o longo corredor, até alcançarem um balcão onde uma mulher de meia idade organizava uns panfletos.
- Bom tarde. – Sirius cumprimentou educadamente.
– Em que posso ajudá-los? – a mulher perguntou sorrindo simpática.
- Viemos fazer as inscrições para os cursos. – James respondeu apontando os panfletos.
- Ah, é claro. Todos já sabem que área seguirão? – Ela perguntou colocando um óculos de armação rosa berrante.
- Acho que sim. – James perguntou olhando de relance para os amigos.
Ninguém aparentava cara de dúvida.
- Ótimo. Então preencham esses formulários com os dados pedidos. – Ela ordenou entregando um formulário de 5 páginas para cada um.
- Isso é um formulário ou um interrogatório? – Summer perguntou sentando-se no sofá com Lyra para começarem.
- Os dois...- Remus murmurou começando a preencher o seu.
Ficaram cinco minutos em silencio, o único som audível era o do arranhar de penas no pergaminho.
- Terminei. – Sirius anunciou levantando-se e indo até o balcão.
- Pois bem...- a bruxa falou pegando o formulário e o olhando rapidamente. – Seu nome é Sirius Black? – ela perguntou para confirmação, escondendo
habilmente o tremor que o sobrenome lhe causava.
- Sim, senhora. – Sirius respondeu cortesmente.
- Precisarei de sua varinha. – ela falou abaixando os documentos de Sirius e os colocando sobre sua mesa.
- Aqui. – Sirius falou tirando sua varinha do bolso e a entregando para a mulher.
A bruxa colocou a varinha em uma espécie de balança e um papel foi impresso. A senhora voltou a colocar os óculos e passou os olhos pela informação antes de verificar com os documentos.
- As informações batem. – ela informou devolvendo a Sirius a varinha e virando-se para um quadro atrás de sua mesa. – Portroit!
Ela chamou. Em poucos segundos, um senhor baixinho e engomado apareceu na moldura do retrato, olhando-a com sorriso.
- Em que posso ser útil, Madame Yolar? – ele perguntou fazendo uma
reverencia.
- Vá até a sala de Dumbledore e peça para ele me enviar o histórico escolar do aluno Sirius Black, casa Grifinória. – o homenzinho do retrato sumiu
depois de um meneio.
- Precisamos do histórico? – Sirius perguntou com uma careta.
- É claro que sim! – Madame Yolar respondeu exasperada.
- Ferrou pra você, Almofadinhas...- James implicou entregando seu formulário para a senhora, que checou o nome e a varinha dele.
O histórico escolar de Sirius apareceu na mesa de Madame Yolar juntamente com o de todos os outros, e uma pequena missiva de Dumbledor.
Sei que me pediu apenas o histórico do aluno Sirius Black, mas tenho certeza que todos esses também serão necessários.
Lembranças, Alvo Dumbledore.
Visivelmente, a pasta de Sirius era a maior, seguida pela de James.
Madame Yolar arqueou a sobrancelha ao ver o tamanho das pastas mas seu profissionalismo impediu que ela fizesse qualquer comentário.
Terminada todas as inscrições e documentos recebidos, os amigos saíram do prédio, que começa a lotar por causa do horário, e dirigiram-se para a sorveteria de Florean.
As meninas se sentaram em um dos bancos perto da rua, a fim de avistar as pessoas que passavam nas lotadas ruas, e os meninos, em um gesto de
cavalheirismo, foram comprar os sundaes que pediriam.
- E então, em que curso cada um se escreveu? – Sirius perguntou entregando a Lyra seu sorvete.
- Eu vou ser Aurora, indo contra todos os princípios de preservação do meu pai! – Lyra respondeu animada enquanto tomava seu sundae.
- E contra todos os padrões. Vai ser a única mulher no batalhão, Lyrazinha. – James alfinetou rindo e dividindo um sundae de cereja com Lily.
- Não me importa. – Lyra retrucou dando de ombros. – Eu sei como lidar com homens...- ela completou com um sorriso malicioso.
- Não gostei nada disso. – Sirius falou se emburrando.
- Ah, totó, não se preocupe, eu também sei como lidar com animais de estimação. – Lyra alfinetou piscando para as amigas.
- Ei, o que você...- Sirius começou irritado.
- Oh...olha quem vem vindo aí...- Summer cortou a discussão com os olhos fixos em um ponto no início da rua.
Todos viraram ao mesmo tempo em direção ao pequeno grupo que
caminhava pela rua como se fossem os donos dela.
- Parece que sua priminha não largou as antigas companhias, Sirius. – Remus comentou.
Bellatrix Black vinha andando a frente do grupo como se os liderasse.
Apesar do calor, ela usava uma calça de couro bem justa, que marcava suas curvas súbitas. Usava um corpete que também era preto e de couro, tomara que caia, o que deixava os delicados ombros dela de fora.
Nos pulsos, um bracelete de couro amarrado com cetim. Os lábios cheios estavam pintados de vermelho e a maquiagem pesada nos olhos ressaltava a cor azul clara.
Lúcio Malfoy vinha logo atrás, sua pose metida tão arrogante quanto fora na escola. Seu cabelos estava curto, literalmente raspado, o que chocou um pouco as meninas ao lembrar de como ele amava o longo cabelo que tinha.
De mãos dadas com Malfoy, vinha sua noiva, Narcisa, que usava seus cabelos tão longos quanto sua classe permitia. O olhar verde e frio estava cravado no espaço a frente, como se nada mais importasse.
Atrás deles, vinha a usual corja de Sonserinos. Crab, Goile e todos os antigos Nobres das famílias bruxas.
- Narcisa sustenta esse bendito anel de noivado como se fosse um troféu. –
Sirius resmungou com os olhos fixos no enorme diamante do anel.
- Olá, priminho. – Bellatrix cumprimentou parando a frente deles como se fosse dona do lugar e enrugando o nariz assim que olhou para Summer, Remus e Lily. – Sabe, eu esperava que você melhorasse seu gosto quando terminasse a escola.
- Eu também esperava que você melhorasse. – Sirius falou fazendo cara de pensativo. – Ah, não, espera, eu não esperava não. Sempre soube que você é um caso sem saída.
- Srta Holand. – Malfoy cumprimentou com um sorriso. Narcisa, automaticamente segurou o braço do noivo com mais força e cravou os olhos em Lyra.
Lyra dignou-se a não responder e a terminar seu Sundae. Os Sonserinos continuavam apenas ali porque Goyle havia parado para resolver problemas do outro lado da rua.
- Vou comprar outro sorvete. – Lyra anunciou quebrando o silêncio e se levantando de sua cadeira.
Ela seguiu para dentro da sorveteria e Malfoy a seguiu com os olhos.
Bellatrix estava parada, lançando olhares ameaçadores para qualquer um que ousasse olhar em sua direção.
- Lúcio, meu querido...- Narcisa começou com voz manhosa. – Vou comprar um sorvete para mim. Quer alguma coisa?
- Não, obrigado. – Malfoy respondeu curto e indo para o lado de Bellatrix.
Narcisa soltou sua mão delicadamente da dele e entrou na sorveteria. Ela procurou uma massa de cabelos castanhos até encontrar quem queria encostada no balcão enquanto separava seu dinheiro.
- Eu quero você longe do meu noivo. – Narcisa falou gélida parando ao lado de Lyra, que recebia seu sorvete de pistache.
- E quem disse que eu o quero perto de mim? Pode ficar com ele. – Lyra retrucou tentando passar por Narcisa que voltou a se por em seu caminho.
- Não me trate como uma idiota...- Narcisa sibilou com os olhos verdes claros e frios cravados nos de Lyra, que eram verdes escuros e quentes.
- Então não sejas uma! – Lyra respondeu sorrindo irônica.
- Escuta aqui, sua traidora do sangue! – Nasrcisa falou perdendo a compostura e apontando para Lyra. Algumas pessoas viraram para olhar o que estava acontecendo.
- Aqui, Narcisa, cala a sua boca. – Lyra interrompeu colocando o sorvete de pistache que havia comprado na boca aberta de Narcisa.
Todos que estavam ao redor começaram a rir e Lyra voltou para onde os amigos estavam.
- Podemos ir? Estou ficando enfadada. – Summer comentou olhando com cara de educado tédio para os Sonserinos.
- É claro. – Lily respondeu sorrindo e levantando-se.
- Até nunca. – James falou para os Sonserinos enquanto abraçava a namorada pela cintura e a conduzia para longe do grupo Sonserino.
Caminharam em silêncio até alcançarem a esquina, quando Lyra começou a rir desesperadamente. Todos pararam em um canto da calçada e olharam para a amiga com o cenho franzido.
- Colocaram alguma coisa no seu sundae? – Remus perguntou enquanto as lágrimas escorriam dos olhos da amiga.
- Vocês tinham que ter visto! – Lyra falou entre risadas.
- Visto o quê, sua maluca? – Sirius perguntou começando a se perguntar sobre a sanidade da amiga. De novo.
- A cara da Narcisa quando eu enfiei o meu sorvete de pistache na boca dela! – e voltou a rir.
- Você o quê? – Lily perguntou arregalando os olhos.
- Ah, ela torrou minha paciência. Precisava calar a boca dela. – Lyra respondeu depois de respirar fundo e voltar a caminhar.
- Só você mesmo, Ly. – James comentou rindo e balançando a cabeça.
- Essa eu queria ter visto. – Sirius lamentou enquanto imaginava o sorvete verde espalhada pelo rosto furioso de Narcisa.
- Você também provoca, não é, Lyra? – Remus perguntou meio apreensivo. – Você devia ter mais cuidado, sabe o que eles andam tramando.
- Que venham pra cima de mim. Eu não tenho medo. – Ly respondeu dando de ombros.
- E então, vamos sair hoje à noite para comemorar? - Summer perguntou com os olhos repentinamente brilhantes e tentando mudar de assunto.
- Em que você está pensando, moreninha? – Remus perguntou apreensivo.
- Um momento. – a morena pediu parando e começando a mexer em sua bolsa enorme que parecia não ter fim. – Aqui!
Ela mostrou um panfleto de cores berrantes e letras garrafais. Lyra passou os olhos rapidamente pelo conteúdo e sorriu de canto.
- Isso é uma boate? – Lily perguntou animada.
- É. É em um bairro trouxa, mas acho que podemos nos divertir por lá. – Luh comentou sorrindo animada. Já podia imaginar como seria a noite.
- Tudo bem...acho que não teríamos problemas em ir até lá. – James concordou devolvendo o panfleto para Louise.
- Então, tudo mundo na minha casa as nove? – James sugeriu. Era a casa mais perto da boate.
- Combinado. – todos concordaram em coro.
A noite prometia. A maior idade bruxa e trouxa, a felicidade de início de cursos e a certeza de que a vida poderia e iria ficar pior depois desse curto tempo de paz.
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N/a: Bem, gente. eu sei que demorou, mas convenhamos que o capítulo é beeeeem compridinho né? Bessos, comentem! Mika, bem vinda e sinta-se a vntade! Bessos
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