O Cartório e o Ministro
CAPÍTULO TRÊS
O CARTÓRIO E O MINISTRO
Kain estava diante da maior e uma das únicas filiais de trabalho do mundo da magia na Inglaterra. Bruxos iam pra lá e pra cá, era estonteante para Kain, o piso verde escuro, quase preto, reluzindo seu rosto, aviõezinhos de papel voando para todos os lados.
- Muito bem, Kain – disse Miguel – venha comigo.
Os três, Jack, Kain e Miguel começaram a andar entre os vários bruxos que iam embora depois de um longo e cansativo dia de trabalho.
Kain olhou para a estatueta dourada que havia no centro do salão. Devia ter uns três metros, o menino com a cicatriz e o senhor que Kain já tinha visto em Hogwarts. Ele se aproximou mais da estátua e olhou uma placa que assim dizia:
Em memória
Das vítimas da segunda guerra mágica 1996 -1998
A um grande líder e um grande diretor. Alvo Dumbledore.
E seu maior e mais poderoso aliado, que onde quer que esteja, será o nosso maior herói. Harry Potter.
- Incrível, não é? – perguntou Miguel a Kain que olhava fixamente a figura do garoto chamado Harry Potter.
- Com certeza... – disse Kain olhando a estátua.
- Dizem que foi aqui, aqui mesmo – disse Jack, também contemplando a estátua – que Alvo Dumbledore e Harry Potter lutaram contra Voldemort.
- Lorde Voldemort – sussurrou Kain para si mesmo.
- Bem, meninos. Temos que ir – disse Miguel – temos coisas a fazer.
Os garotos saíram do caminho da estátua que estava no centro do enorme salão que se estendia até o topo de algum lugar bem alto.
Eles andavam num corredor com vários quadros que conversavam entre si, havia um bruxo que estava amarrando o cadarço do sapato com sua varinha, e um homem ditando alguma coisa e uma pena flutuante com um caderninho anotando as coisas que ele dizia.
Eles pararam num elevador vermelho, que dele saiam vários bruxos, muitos mesmo, parecia estar muito apertado ali no elevador, mas cada bruxo parecia estar acostumado com essa vida.
- Muito bem – disse Miguel – entrem vocês dois, temos sorte de pegarmos um elevador seco.
Miguel olhou para o menu de botões e parecia estar tentando se lembrar de alguma coisa, mas não conseguia.
- Pai – disse Jack – acho que temos que apertar o botão.
- Eu sei – disse Miguel – só não me lembro qual... Ah. Lembrei. Segundo Andar.
O homem apertou o botão, então o elevador não subiu nem desceu, ele foi para trás e então começou a ir de lado, e depois para cima, depois para frente, e começaram a descer.
Kain estava meio enjoado com as movimentações do elevador estranho, ele não estava acostumado a andar de elevador bruxo e ele pensou: “se o elevador é assim, imagine a escada rolante”.
O elevador parou num corredor que estava ainda, cheio de bruxos andando, falando alto, pareciam estar brigando com alguma coisa.
- Bem, Kain – disse Miguel – eu terei de fazer algumas coisas aqui nesse departamento.
O homem entregou a certidão de nascimento para Kain e um crachá de visitante que havia uma foto de Kain e seu nome.
- O que você tem que fazer é simplesmente ir direto nesse corredor – disse Miguel – dobrar a direita e entrar na porta dupla com o nome “cartório” escrito nele. OK?
- O Jack pode vir? – perguntou Kain.
- Creio que não – disse Miguel – tenho que retirar umas queixas dele, ele aprontou muitas coisas essas férias.
- Foi apenas um duende, pai – disse Jack – ele estava me enchendo.
- Duende ou não – disse Miguel – você tem que prestar uma desculpa à sociedade deles.
- Estou indo – disse Kain aos dois.
O garoto andou pelo corredor com vários bruxos indo à mesma direção, outros voltando de lá, alguns parados, olhando para o quadro de avisos que lembrava o da sala comunal da Grifinória.
Ele dobrou à direita e viu um corredor cheio de portas duplas. Havia várias portas, Kain passou pela ‘cópia’, pela ‘arquivo’, pela ‘sala chave’ e finalmente ‘cartório’.
Kain encarou a porta de madeira por um tempo, e colocou sua mão na maçaneta e a rodou. Quando ele entrou na sala, era enorme, absurdamente grande, tinha o tamanho do Grande Salão de Hogwarts. Havia várias pessoas escrevendo, aviõezinhos de papel voando para todo o lado, Kain foi até a mesa mais próxima, tinha um nome escrito numa plaqueta de aço presa na mesa, estava escrita:
Vanessa Mitchell
Informações.
Kain se aproximou, a mulher estava totalmente ocupada, com tantos papeis e pastas em sua mesa. Parecia que ela não era apenas uma informante, mas também tomava parte no trabalho que se realizava ali.
- Com licença – disse Kain à moça que estava na mesa – poderia me dar uma informação?
Ela parou no meio da papelada, e arredou a papelada toda para o canto da mesa, ela olhou para Kain com uma cara de “você está me atrapalhando”, mas logo mudou de cara. A moça era bem jovem, devia ter uns dezessete anos, usava óculos e era loira, tinha uma expressão cansada em seu rosto.
- Boa noite, em que posso ajudar – disse ela ajeitando os óculos.
- Bem, eu sou Kain Rellen – disse o garoto – vim aqui fazer minha nova certidão de nascimento.
- Muito bem – disse a garota – espera aí, você é Kain Rellen, da Grifinória?
- Sou – disse o garoto assustado – por quê?
- Eu também sou da Grifinória – disse a garota – eu já vi você e seus amigos estudando lá na sala comunal, ano passado.
- Eu também acho que te vi na seleção das casas – disse Kain – você era a monitora não era?
- ainda sou – disse a moça – isso é um estágio de férias, tenho que descolar um dinheiro, eu estou saindo de Hogwarts esse ano.
- Você é da sétima série? – perguntou Kain.
- Sim, sou sim – disse a moça – mas vamos lá, o que você quer mesmo?
- Fazer minha nova certidão de nascimento – disse Kain.
- Muito bem, vá até o final do corredor – disse a moça – lá você encontrará um senhor barbudo, ele fará para você a certidão.
- Obrigado – disse o menino.
E o garoto seguiu seu caminho, em direção ao senhor barbudo, onde quer que ele esteja.
Kain olhou para os lados, vendo várias pessoas trabalharem com muita energia, pareciam estar muito ativos. Foi quando ele viu uma enorme mesa, muito grande, com a mesma plaqueta que havia na mesa anterior, mas agora estava escrito assim:
Peter Strange
Chefe da seção
Diante da mesa maior, havia uma mesa menor, com um sininho nela, e estava escrito nele “toque para chamar”.
Kain fez, ele deu um toque no sino, e ele tocou. Um homem barbudo e com óculos fundo de garrafa montado em seus olhos.
- Boa noite – disse Kain nervoso para o velho barbudo.
- Boa noite, senhor – disse o velho que queria completar a frase, mas não sabia o nome do garoto.
- Rellen, Kain Rellen – disse o garoto.
- Ah, senhor Rellen – disse o velho – estávamos o esperando.
- É – disse o garoto – me mandaram aqui para fazer a minha nova certidão de nascimento.
- Muito bem – disse o velho – venha comigo.
O velho desceu. Pelo fato da mesa ser grande, Kain pensou que o velho seria alto, mas na verdade eles tinham a mesma estatura.
Os dois seguiram por uma porta atrás da mesa, a porta também era dupla, lá havia vários bruxos escrevendo em máquinas de escrever, Kain ficou os olhando. Eles não diziam nenhuma palavra, era incrível, pareciam máquinas.
- Fascinantes, não são? – disse o velho.
- O que eles são? – perguntou Kain – digo, eles são humanos?
- Ah, não, eles não são humanos, por mais que se pareçam, não são – disse o velho.
- Então o que são?
- São produtos da mais pura Alquimia – disse o velho se sentando na outra mesa e começando a escrever a certidão.
- O que são exatamente? – perguntou Kain.
- Homúnculos. – disse o velho – me de sua certidão de trouxa, por favor.
O garoto deu a certidão sem questionar, olhando as criaturas, maravilhado.
- Eles têm sentimentos?
- Depende dos criadores senhor Rellen – disse o velho.
Um tempo passou-se na sala, Kain estava sentado num banco que havia perto da porta de entrada, ele estava assistindo o senhor Peter trabalhar na certidão, foi quando o velho parou e tirou a certidão da máquina.
- Muito bem – disse o velho – tome aqui senhor Rellen.
O garoto foi até o velho que lhe entregou a pasta com as duas certidões de nascimento.
- Agora, qual seu ultimo passo? – perguntou o velho.
- Ir à sala do Ministro – disse Kain.
- Muito bem – disse o velho – siga o mesmo caminho, vá até o sexto andar, lá você o encontrará.
- OK – disse o menino que saiu andando até a porta.
Ele viu a moça arrumando a mesa e Kain deu um tchau para ela.
- Até Hogwarts, Kain – disse ela.
- Até – respondeu o garoto, que depois sorriu.
Ele voltara para o corredor que levava até o elevador e chegando lá, havia um homem cheio de cicatrizes no rosto, ele era pálido e magro, parecia uma vareta. Ele olhou para Kain com um rosto de “você me é familiar”. O garoto não se intimidou e disse – O que foi?
- Qual o andar? – perguntou o homem mostrando a placa com botões.
- ah, sexto – disse o garoto.
O homem apertou o botão e Kain sentiu a cabine subir, ele não queria olhar para o lado, o homem ainda o fitava com seus olhos.
O elevador parou no quarto andar onde um senhor um pouco mais velho que o outro homem, aparentava ter uns quarenta anos, tinha uma cicatriz também, vinha descendo de sua testa do lado direito, até seu queixo.
- Olá David – disse o homem pálido.
- Olá Rodolfo – disse o outro – como tem passado?
- Bem, eu acho – disse Rodolfo – ainda há muitos problemas na comunidade, mas isso sempre aconteceu.
Então o elevador parou no sexto, Kain saiu correndo de lá, ele chegara num corredor com um piso azul.
Ele andou mais à frente, havia quadros, uns conversavam com os outros, eles discutiam sobre coisas que Kain não entendia. Ele dobrou na próxima esquina que viu e achou uma porta dupla, tinha as ombreiras douradas, e uma plaqueta escrita “Sala do Ministro”.
Kain foi até a porta e bateu nela. A porta havia se aberto, ele entrava numa sala ampla, cheia de quadros, papeis, parafernálias que Kain nunca havia visto na vida, além da sala do diretor de Hogwarts.
No final dela, havia um homem, ele era moreno, ele usava uma roupa preta e com detalhes dourados nas mangas do terno que ele usava.
- Pode entrar – disse o homem.
O garoto entrou e foi em direção ao ministro que parecia estar escrevendo uma carta.
- Sente-se, sente-se – disse ele – espere só um minuto.
Ele pegou o pergaminho e colocou-o num envelope e deu para a sua coruja que saiu voando pela ampla janela no alto da sala.
- Muito bem – veio o homem a sentar novamente na sua poltrona – Kain Rellen não é mesmo?
- Sim, sim senhor – disse o garoto.
- Eu sou Kingsley Shacklebolt – disse o homem para Kain estendendo a sua mão para o garoto.
Ele não hesitou e cumprimentou o Ministro com um aperto de mão.
- Me desculpe senhor Ministro – disse Kain – mas, sem querer ser mal-educado, mas o que você quer de mim?
- Bem, Auronel disse que para mim que queria lhe entregar uma coisa – disse o ministro procurando alguma coisa em sua mesa.
- achei – disse o ministro dando um papel para Kain, um pedaço bem pequenino.
Kain o abriu, estava uma palavra escrita no papel.
“Elpizo”.
O garoto não entendera o que e porque estava escrito isso lá naquele pedaço de pergaminho.
- ele deixou comigo isso, há dois dias – disse o Ministro – normalmente teve que fazer uma viagem de negócios.
Kain estudou o papel mais uma vez e disse – é só isso? Quer dizer... – disse Kain – ele me deixou só isso?
- Pelo visto foi – disse o ministro – agora senhor Kain, presumo que a espada de Godric Gryffindor esteja em suas mãos não é?
- Por direito de sangue – disse Kain – sim, está sobre a minha tutela.
O ministro saiu de trás da mesa e começou a andar pela sala, pensando em alguma coisa.
- Bem, gostaria que você a guardasse com sigilo – disse o ministro – há pessoas no mundo, que desejam essa espada.
- Como assim? – perguntou o garoto.
- A espada é muito desejada – disse o ministro – além de preciosa e rara, ela derrotou o Basilisco de Lorde Voldemort e uma peça que pertenceu ao primeiro Gryffindor.
- Mas porque ela é desejada? – perguntou Kain novamente – isso qualquer espada pode ser.
- você está terrivelmente equivocado senhor Kain – disse o Ministro – esta espada é nada mais e nada menos do que o símbolo do poder mais precioso que qualquer coração possa ter... A coragem.
Ela move a coragem através do coração, isso não é uma teoria – disse o homem – pode me emprestá-la por um segundo?
- Como você soube? – perguntou Kain indignado.
- Eu tenho meus métodos – disse o homem.
Kain se levantou e tirou a espada do casaco. O ministro a estudou com seus óculos meia-lua, ele a estendeu para Kain novamente.
- Esta espada pode destruir almas, Kain – disse o Ministro seriamente – presumo que o senhor não fará isso, não é?
- Não se preocupe – disse Kain se levantando da cadeira – não farei.
- Venha, o acompanharei até a porta – disse o Ministro.
Eles foram andando até a porta.
- Kain – disse o Ministro – sei que essa espada está em boas mãos, só espero que ela e o dono não estejam em perigo.
Kain o olhou, o Ministro ainda sorria, Kain olhou para a espada e a colocou em seu casaco de novo.
O garoto saiu da sala e disse – se eu estiver em perigo, acho que posso contar com o ministério para me ajudar a pegar aquele que está atrás de mim, não é?
- Certamente – disse o Ministro.
E Kain continuou a andar em direção ao elevador.
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