CAPÍTULO IX



CAPÍTULO IX

Gina nunca havia se sentido tão infeliz em toda a sua vida. "Nem tão impaciente e mal-humorada", reconheceu ela, enquanto levava sua égua a pleno galope. Como chegara a acreditar, ainda que por um momento, mas contra a sua razão, que Harry pudesse dedicar-lhe um sentimento profundo e duradouro, algo de que se sentisse enfim segura?
Ele estava voltando a Londres, onde residia, para reunir e articular os membros da cabala do príncipe. Não duvidava mais que o conde de Potter fosse sinceramente devotado à causa e que lutaria por isso. Mas lutaria na Inglaterra e pela Inglaterra. E uma vez em seu próprio mundo, não lhe dedicaria um único pensamento!
Essa manhã, ele fora com seu pai para encontrar-se com outros chefes, no intuito de reanimar os desalentados e encorajar os hesitantes, como também presidir os arranjos gerais tendentes a colocar a coroa na cabeça do pai do príncipe Charles.
No inverno passado, Luís XV planejara invadir a Inglaterra. Mas a esquadra fora colhida por uma tempestade e a idéia de invasão abandonada. De qualquer forma, tornara-se claro, desde então, que o rei apoiaria o príncipe porque desejava ver no trono inglês um monarca que dependesse da França. Como era claro que Charles se valeria de todo o apoio dele, ou de outro grupo qualquer, para conquistar o lugar que era seu por direito.
Harry ia voltar a Londres e mover céus e terra pelo jovem príncipe. Fazia-se necessário, agora mais do que nunca, arregimentar os jacobitas ingleses para a campanha dos Stuart. Charles não era como James, seu pai. Não ficaria satisfeito em passar sua juventude nas cortes estrangeiras.
Quando chegasse o momento da rebelião, Harry lutaria ao lado dele. Mas voltaria para a Alta Escócia? E, sobretudo, voltaria para ela? Não acreditava. Um homem não deixava seu lar, seu país, por sua amada. Ele a desejava, mas ela já sabia como eram instáveis os desejos de um homem.
Para ela, no entanto, não era apenas desejo, era amor. Seu primeiro, seu único amor. Não amava senão a ele. Nunca amaria senão a ele. Mas, agora, esse a quem daria toda a sua alma preparava-se para partir.
Se ficasse, no entanto, que diferença faria? Os livros haviam lhe ensinado que o amor não representava necessariamente tudo. Romeu e Julieta. Tristão e Isolda. Lancelote e Guinevra. Gina Weasley não era fraca como a rainha da Távola Redonda nem doce e romântica como Julieta. Ela era uma escocesa de sangue quente e espírito indomável!
Além disso, havia um fato que não podia ignorar, agora ou jamais. Harry estaria sempre ligado à Inglaterra e ela à Escócia. Assim, era melhor que ele fosse embora. Para nunca mais voltar!
- Gina!
Ela voltou a cabeça e o viu chegar a toda velocidade. Amaldiçoando o destino, esporeou os flancos de sua montaria e a impeliu para o lago, esperando deixá-lo para trás. Contava ladear a margem, tomar o caminho das colinas e penetrar no campo agreste, onde Harry nunca seria capaz de alcançá-la. Mas ele conseguiu colocar-se a seu lado e agarrar-lhe a égua pelas rédeas, obrigando-a diminuir a velocidade.
- Calma, mulher! Que bicho a mordeu?
- Eu o odeio e quero que vá para o diabo!
- Não me importo com isso.
Enquanto governava o cavalo com a graça e a desenvoltura que lhe eram habituais, ele estudou-lhe o rosto.
- Você está chorando. Alguém a magoou?
- Vá embora! Eu vim aqui para ficar sozinha.
Ela estava chorando, embora negasse o fato. Harry queria tomá-la nos braços e confortá-la, mas sabia qual seria sua reação.
- Vou partir amanhã ao amanhecer, Gina. E há coisas que quero contar a você em primeiro lugar.
- Diga, então. E depois vá para Londres ou para o inferno!
A fisionomia de Harry não se alterou.
- Vamos desmontar?
- Faça o que quiser!
Ele saltou ao chão e, depois de amarrar os dois cavalos numa árvore, estendeu os braços para ajudá-la.
- Não quero sua ajuda!
- Pois eu lhe digo que vai querer.
- Será um ato de violência!
- Verdade?
Ato contínuo, ele arrancou-a da sela à força e a colocou no chão.
- Sente-se.
- Não!
- Sente-se! - repetiu ele, começando a perder a paciência.
- Está bem. Sobre o que quer conversar, my lord?
- Você torna tudo tão difícil... Tenho vontade de estrangulá-la!
Ela sorriu irônica.
- Devo lhe dizer, lorde Potter, que depois que chegou a minha casa fiquei conhecendo melhor as maneiras inglesas.
- Não há limites para a sua insolência, não é? - Harry fixou-a com uma frieza que a gelou. - Sou inglês e não me envergonho disso!
Ele fez um esforço sobre-humano para controlar-se.
- Agora ouça. Não há nada em minha linhagem que me faça corar. Pelo contrário, os Potter são uma antiga e respeitável família e eu me orgulho muito dela. Portanto, pare com seus insultos e ironias!
- Não era sua família que eu pretendia insultar, my lord.
- Era a mim, então? Ou talvez a toda a Inglaterra?
Ela fez menção de falar, mas Harry agarrou-a pelos ombros com ar tão ameaçador que a obrigou a manter silêncio.
- Sei o que seu clã sofreu. Sei que o nome Weasley ainda está proscrito e que muitos de vocês são obrigados a adotar outros. É uma crueldade que perdurou tempo demais. Mas não fui eu que os persegui nem a maioria dos ingleses. - concluiu ele, apertando-lhe ainda mais os ombros.
- Que pensa que eu sou? - queixou-se ela. - Está me machucando!
Ele a largou de repente e disse com voz fria:
- Perdão, madame.
Gina, subitamente, caiu em si. Havia apenas uma coisa a fazer: apresentar desculpas pela sua grosseria.
- Sou eu que lhe devo desculpas. Você tem razão. Não é justo culpá-lo pelas coisas que aconteceram antes que tivéssemos nascido. Não é justo culpá-lo porque alguns dragões ingleses abusaram de minha mãe, ou porque jogaram meu pai numa prisão durante um ano, para que a desonra não fosse vingada.
Ela fez uma pausa e depois acrescentou, baixando os olhos.
- Sei que não tem culpa de nada, mas é que... estou com medo.
- Do quê? - perguntou Harry em tom mais brando.
Ela retraiu-se, mas ele a obrigou a encará-lo.
- Fale!
- Deixe-me ficar sozinha, my lord.
- Quero uma resposta, Gina. Do que você tem medo?
Ela hesitou um instante, antes de responder:
- De esquecer quem você é.
- Isso importa?
Pela expressão de Harry, ela percebeu que, fosse qual fosse a resposta, seu destino estava selado.
- Sim, importa.
- Pois eu acho que não.
Antes que Gina pudesse retrucar, ele a puxou para si, abraçando-a com força. Ela debateu-se furiosamente, até que os lábios dele encontraram os seus. A partir daí, uma grande sensação de abandono invadiu-a, anulando qualquer possibilidade de resistência. Com um gemido sufocado, moldou o corpo ao dele e correspondeu-lhe aos beijos com uma lentidão deliciosa.
- Oh Harry, não quero que vá embora!
Ele se afastou um pouco para olhá-la.
- Eu voltarei. Três semanas, quatro no máximo, e estarei de volta.
- Voltará?
- Sim, voltarei. Não acredita em mim?
Gina acariciou-lhe ternamente o rosto. Se isso era amor, por que doía tanto? Por que não lhe trazia a felicidade e a alegria que vira nos olhos de Mione?
- Não acredito que voltará para mim. Mas não quero falar sobre isso agora.
- Então vamos falar de outras coisas.
- Não, não falaremos nada. - Devagar, ela começou a desabotoar o casaco.
- Que está fazendo?
Em resposta, ela deixou o casaco escorregar pelos ombros, pondo à mostra o fino corpete róseo, sob o qual se desenhavam os seios pequenos e redondos.
- O que nós dois queremos.
Ele juntou-lhe as mãos e olhou-a com infinita tristeza.
- Não assim, Gina. Não é justo para você.
- Por que não? - ela perguntou ofegante.
- Há coisas que não precisam ser ditas.
- Quero que me tome nos braços e que me faça sonhar. Você não quer?
Ele a abraçou docemente e, procurando-lhe os lábios, deu-lhe um longo beijo na boca.
- Não há nada no mundo que eu queira mais.
- Então me faça sua. Dê-me algo de si mesmo, antes de ir embora.
Ela lhe tomou a mão e pressionou os lábios quentes e macios na palma.
- Mostre-me o que é ser amada, Harry.
- Gina... Não sei o que dizer.
Ela exasperou-se.
- Você vai embora amanhã!
- Eu não iria, se tivesse o poder da decisão.
- Mas irá! E eu quero ser sua antes disso.
Harry ergueu-lhe o rosto e fitou-a nos olhos.
- Tem certeza?
Ela esboçou um sorriso e colocou-lhe a mão sobre seu coração.
- Sinta como ele bate depressa. É sempre assim, quando estou perto de você.
- Você está gelada. - disse ele aconchegando-a nos braços.
- Pegue a manta de meu cavalo. Podemos estendê-la ao sol. Ficaremos bem aquecidos.
Ele a apertou nos braços e cobriu-lhe as pálpebras de beijos.
- Não tenha receio. Não vou magoá-la.
Gina confiava nele. Tinha certeza de que seria gentil e cuidadoso. Estava escrito em seus olhos, enquanto a fitavam com ternura e em seus lábios, enquanto deslizavam sobre seus ombros nus. E em suas mãos, enquanto se punham a acariciá-la, transmitindo calor e um desvelo infinito.
Por um momento sem fim, abandonou-se, enlanguescida, às sensações provocadas por aquele contato mágico. Depois, adquirindo confiança, devolveu-lhe as carícias, correndo os dedos pelo contorno daquela boca sensual, que tinha tanto poder sobre os seus sentidos.
Quando se ajoelharam um diante do outro, com o sol a aquecê-los, soube que se entregava não cegamente, mas com a confiante certeza de que quando se separassem, teriam a alma cheia de recordações.
Harry olhou-a, deslumbrado. Ela nunca lhe parecera tão linda, com os olhos brilhantes sob as pálpebras e as faces coradas pelo prazer. Sentiu um assomo de ternura. Seria delicado com ela.
Embora dispusesse de pouco tempo, agiu como se aquele instante fosse durar para sempre. Acariciou-a lenta, suavemente, sentindo que aos poucos a paixão se apoderava do corpo delicado.
Quando Gina deslizou as palmas macias para dentro de seu colete, os dedos tímidos lutando com os botões da camisa, acompanhou-lhe os gestos, achando insuportavelmente excitante ser despido por mãos tão inexperientes. Era quase uma tortura, mas tinha de se controlar. E não apenas por causa da inocência de Gina, mas por si próprio. Queria gravar na memória cada instante, cada carícia que compartilhavam. Para sempre.
Ainda ajoelhada, Gina tirou-lhe a camisa e depois seguiu o contorno da cintura quase medrosamente. O corpo dele era tão moreno quanto seu rosto, um corpo musculoso, forte e firme, em perfeita harmonia com sua personalidade altiva e resoluta. Não teria imaginado que um homem pudesse ser tão bonito!
Quando ele lhe beijou os seios, ela fechou os olhos e caiu arquejante sobre a manta, perdida na tensão sensual que fazia todos os seus nervos vibrarem em sucessivas ondas de prazer.
Harry enlaçou-a e deslizou a mão pelo ventre liso de Gina até alcançar os pêlos dourados entre as coxas. Então, com o cuidado de um homem experiente, curvou-se para beijar-lhe delicadamente o sexo.
Quando a sentiu despertar para a volúpia, teve que lutar consigo mesmo para não possuí-la nesse instante. Porém, era preciso iniciá-la para o amor de modo correto e satisfatório, continuando a excitá-la e fazendo-a chegar à beira do êxtase, antes de torná-la sua.
- Sonhei tanto com esse instante, querida!
- Quero você, Harry.
- Você me terá, amor. No seu devido momento. Antes disso, quero oferecer-lhe muito mais.
Ela quis dizer que era impossível. Seu corpo parecia saciado. Mas quando ele tornou a beijá-la, sentiu-se arrebatada por uma onda de volúpia tão intensa, que pensou que iria desfalecer. Abandonando-se por completo àquele apelo ardente, mergulhou com ele num mundo de puro prazer.
Ao perceber que Gina estava à beira do êxtase, Harry apartou-lhe as coxas e, com cuidado, penetrou-a. Ao ouvi-la soltar um grito abafado, selou-lhe a boca com um beijo profundo e demorado. Quando a sentiu mais descontraída, soergueu o corpo e começou a movimentar-se lenta e compassadamente.
Gina tinha a impressão de que as emoções iriam levá-la ao desvario. Instintivamente, ergueu-se um pouco para amoldar-se melhor a ele, e o acompanhou em seu ardor.
Não pensou mais em nada, abandonando-se completamente à torrente de paixão que a conduziu a um mundo de indizível prazer.
Quando abriu os olhos, as sombras alongavam-se, a luz era menos intensa e o azul do céu mais profundo. Perdera toda a noção de tempo. Sabia apenas que o sol começava a declinar no horizonte e que os pássaros silenciavam, recolhidos a seus abrigos no bosque.
Porém, experimentava tal sensação de conforto nos braços de Harry, que preferiu prolongar um pouco mais aquele instante de encantamento. Era quase impossível acreditar, se tornasse a fechar os olhos e não pensasse em nada, que a política ou a guerra não iria separá-los jamais.
- Eu te amo, Gina.
Ela o fitou e sorriu.
- Eu também te amo. E gostaria que pudéssemos ficar juntos para sempre.
- Será assim. Em breve.
Ela ergueu-se para apanhar o corpete e nada disse.
- Duvida?
- Eu sei que você me ama e que gostaria que fosse assim. E sei também que o amor que me deu esta tarde nunca será compartilhado com mais ninguém.
- Mas não acredita que voltarei, é isso? - perguntou ele, amargo, enquanto começava a vestir-se.
Gina tomou-lhe a mão. Ela não estava arrependida de nada e queria que ele soubesse disso.
- Acho que se voltar, voltará pelo bem do príncipe. E é justo que seja assim.
Harry olhou-a com uma profunda tristeza.
- Será que não me conhece? Acha que o que aconteceu entre nós já estará esquecido quando eu chegar a Londres?
- Não. Acredito que esses momentos serão lembrados para sempre. Quando formos velhos...
Essa resposta enfureceu-o.
- Não há meio de fazê-la compreender que disse a verdade?
Ela fez menção de falar, mas ele a impediu com um gesto.
- Voltarei a Escócia e por sua causa. Não se esqueça disso. E quando a guerra terminar, eu a levarei comigo para Londres.
- Seria impossível! Não pensa na vergonha que se abateria sobre minha família se...
Ele a interrompeu:
- Não entendo por que o fato de levar minha esposa a Londres possa envergonhar sua família!
- Sua... esposa? - Ela o fitou boquiaberta. - Está falando em... casamento?
- Casamento, sim! Que estava pensando?
Então, ele compreendeu o motivo da insegurança dela e a cólera transformou-se em piedade.
- Foi por isso que pediu tempo para pensar, na última vez que estivemos juntos? - A risada dele foi sem alegria. - Que belo julgamento você faz de mim, Gina!
- Eu... - Ela deixou-se cair sentada numa rocha. - Eu pensei... Os homens preferem ter amantes a...
- Só uma pequena doida poderia supor que eu estava lhe oferecendo outra coisa, a não ser meu coração e meu nome!
- Como poderia saber que estava falando de casamento? Você nunca me disse nada!
- Já falei a esse respeito com seu pai.
- Falou com meu pai? - disse ela, medindo cada palavra. - Falou com meu pai sem ao menos me consultar?
- Nesses casos, a etiqueta exige que se peça a permissão dos pais.
- Para o inferno as formalidades! - Ela apanhou a manta e dobrou-a. - Você não tinha o direito de tomar a iniciativa sem antes falar comigo.
Ele o olhou com intensidade.
- Acho que lhe disse mais de uma vez que te amo, Gina.
Ela corou e foi jogar a manta sobre o dorso do cavalo.
- Não sou tão ingênua a ponto de não perceber que, depois do que aconteceu entre nós, dificilmente haverá casamento.
Ele a agarrou pelo braço e a fez voltar-se.
- Acha então que sou um vil sedutor, que adapta seus projetos às circunstâncias e trama de acordo com os acontecimentos? E minha promessa de casamento? Foi igualmente calculada?
- Não sei o que se passa em sua cabeça.
- Pois então saiba que eu quero que seja minha esposa!
- O senhor quer. Mas quem lhe disse que eu quero? Não estamos na Inglaterra, my lord!
- Mentiu, quando disse que me ama?
- Não, mas...
Ele a trouxe para mais perto de si e cobriu-lhe os lábios com um beijo que sufocou-lhe os protestos. Depois disse:
- Então você mente, quando afirma que não quer ser minha esposa!
- Como posso deixar a Escócia para acompanhá-lo à Inglaterra? - ela perguntou desesperada.
- Então é isso...
- Precisa compreender que eu não quero tornar-me a esposa de um conde!
- De um conde inglês. - corrigiu ele. - Afinal, você é filha de um lorde.
- Isso não é suficiente. Você mesmo me disse, e mais de uma vez, que não sou uma dama.
- Quero que seja minha esposa, não uma dama!
- Não!
- Não terá outra escolha, quando eu disser a seu pai que a comprometi.
Gina ficou transtornada.
- Você não se atreveria!
- Sim, eu me atreveria. - disse ele tristemente.
- Eu o mataria!
- Acredito que seu pai não seja tão sedento de sangue quanto você.
Antes que ela pudesse retrucar, ele a ergueu do chão e colocou à força sobre à garupa do cavalo.
- Já que se recusa a casar comigo porque me ama, então irá casar-se comigo porque será obrigada a isso!
- Preferia casar-me com uma mula de duas cabeças!
Ele montou seu cavalo e fez meia volta.
- Mas se casará comigo, querida. De bom ou mau grado. Durante minha ausência, terá tempo para pensar sobre o assunto. Quando voltar, eu falarei com seu pai e tomarei as necessárias providências.
Gina lançou-lhe um olhar furioso e esporeou o cavalo. Esperava que ele quebrasse o pescoço, durante essa viagem a Londres!
Mas no dia seguinte, à hora de sua partida, ela virou-se de bruços na cama e, abraçando o travesseiro, chorou até esgotar todas as lágrimas.



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