Capitulo 50 – O QUE A TIA ZELD
Capitulo 50 – O QUE A TIA ZELDA VIU NO TANQUE DOS PATOS
Estamos outra vez na creche do Exército da Juventude.
Na semi-escuridão da creche do Exército da Juventude, a Matrona Parteira senta-se, cansada. Não para de olhar ansiosamente para a porta, como se esperasse a entrada de alguém a qualquer momento. Ninguém aparece.
Um ou dois minutos mais tarde levanta-se da cadeira e vai até o catre onde o seu próprio filho está chorando e o pega no colo.
Nesse momento a porta se abre, a Matrona Parteira dá meia volta, pálida, assustada.
Uma mulher alta, vestida de preto está à porta. Sobre as vestes negras, bem passadas, veste o avental branco, engomado, de uma enfermeira, mas em torno da cintura usa um cinto vermelho-sangue, exibindo as três estrelas negras de Voldemort.
Veio buscar Harry Potter.
A Enfermeira está atrasada. Tinha se perdido a caminho da creche, e agora está afogueada e receosa. Voldemort não tolera atrasos. Vê a Matrona Parteira com um bebê no colo, tal como lhe tinham dito que aconteceria. Não sabe que a Matrona Parteira tem o seu próprio filho ao colo e que Harry Potter está dormindo num catre na penumbra da creche. A enfermeira corre até à Matrona Parteira e tira-lhe a criança dos braços. A Parteira protesta. Procura recuperar seu bebê dos braços da Enfermeira, mas o seu desespero é mais do que igualado pela determinação da Enfermeira em regressar ao barco a tempo de apanhar a maré.
A Enfermeira, mais alta e mais nova, triunfa. Envolve o bebê numa espessa manta vermelha brasonada com três estrelas negras e corre porta afora, perseguida pela Parteira aos gritos, que agora sabe o que Lílian Potter sentiu há apenas algumas horas. A Parteira é obrigada a desistir da perseguição à porta da caserna onde a Enfermeira, exibindo as suas três estrelas negras, faz com que a Matrona Parteira seja detida pelos guardas, e desaparece na noite, levando, triunfante, o próprio filho da Parteira a Voldemort.
Na creche, a velha mulher que deveria tomar conta das crianças desperta do sono. Levanta-se, tossindo e fungando, e prepara quatro mamadeiras noturnas para as crianças a seu cargo. Um para cada um dos trigêmeos, os Garotos 409, 410 e 411, e um para o mais recente recruta do Exército da Juventude, o bebê com doze horas de idade, Harry Potter, destinado a ser conhecido pelos próximos dez anos como Garoto 412.
Tia Zelda suspirou. Era tal e qual como estava esperando. A seguir pediu à Lua que acompanhasse a criança da Parteira. Havia ainda mais uma coisa que queria descobrir.
A Enfermeira consegue chegar a tempo ao barco. A Coisa está na proa do barco e o conduz através do rio servindo-se do velho método dos pescadores, com apenas um remo. Do outro lado são esperados por um cavaleiro Negro, que monta um enorme garanhão negro. Puxa a Enfermeira e a criança para que montem por trás dele e mergulha na noite. Têm pela frente uma viagem longa e desagradável.
Quando finalmente chegam ao covil de Voldemort, no topo das velhas pedreiras das Terras Más, o bebê da Parteira está a berrar e a Enfermeira tem uma terrível dor de cabeça. Voldemort está à espera de ver sua presa, que pensa ser Harry Potter, o sétimo filho de um sétimo filho. O Aprendiz com que todos os Feiticeiros e todos os Necromantes sonham. O Aprendiz que lhe dará o poder para regressar ao Castelo e reclamar aquilo que legitimamente lhe pertence.
Olha com desagrado para a criança que chora. Os gritos fazem-lhe doer a cabeça e zumbir os ouvidos. É bem grande para um recém-nascido, pensa Voldemort, e bem feio, também. Não lhe agrada nada. O Necromante tem um ar desiludido quando diz à Enfermeira que leve o bebê.
A Enfermeira deita o bebê no berço já preparado e vai se deitar. No dia seguinte sente-se muito mal para conseguir se levantar, e ninguém se dá ao trabalho de alimentar o filho da Parteira até bem tarde na noite seguinte. Não há Ceia de Aprendiz para este Aprendiz.
Tia Zelda sentou-se junto do tanque e sorriu. O Aprendiz está livre de seu Mestre Negro. Harry Potter está vivo, e encontrou sua família. A Princesa está a salvo.
Recordou-se de uma coisa que Marcia costumava dizer: as coisas têm um estranho costume de funcionar. No fim.
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