Capítulo 2



Capítulo 2
Sexta-feira 15


Casa da Hermione


- PORQUE SERÁ QUE EU PERCO MEU TEMPO COMPRANDO CAFÉ SE NINGUÉM NESSA CASA TOMA O CAFÉ? OLHA! OLHA SÓ O SAQUINHO! CHEIO DE PÓ DE CAFÉ! – gritou a mãe de Hermione, parecendo ameaçadora segurando um saco de café em pó pela metade. – VOU JOGAR TODO ESSE MALTIDO CAFÉ NO LIXO PARA VOCÊ TER DE IR COMPRAR PARA VER COMO EU ME SINTO! AH, SE AGORA TERÁ DE SER ASSIM! DEUS ME LIVRE.

Gina, Draco e Hermione a encaravam com medo. Não sabiam ao certo o porque da mãe de Hermione de repente ficar pê da vida e começar a surtar de vez. Só tinham uma vaga lembrança de estarem usando o café para fazer uma pintura artística e depois...

Deu um branco geral.

Mas ao que parecia, sra. Granger estava pirando o cabeção porque eles não estavam exatamente tomando o café, e sim usando-o para fins que não tem nada a ver com o café em forma liquida.

- TÃO ESPERANDO O QUÊ? A CARROÇA? VÃO LOGO! – gritou a mãe de Hermione, jogando o resto do pó de café no lixo.

Os três se apressaram em ir.

Loja de CDs do shopping.


- HAHAHAHAHAAH! – riu Draco. – Você deveria ter tomado café...

- Café? Porque café? – indagou Gina.

- Café é uma substância extraída de uma planta, caso isso seja novidade pra você. – Draco revirou os olhos.

- Não importa se é extraído de uma planta ou de uma vaca – criticou Hermione. - Isso é irrelevante.

- Ah olhe, Hermionezinha do meu coração, você precisa entender que se tivesse tomado café, o pó acabaria, sua mãe não ficaria chateada por ter de jogar fora, e não estaríamos aqui, comprando mais café. Aliás, porque estamos numa loja de CDs se temos que comprar café? E... Porque mesmo que eu estou aqui? – confundiu-se Draco.

- Nossa, Draco, você demorou esse tempo todo para concluir isso? – debochou Gina. – Você está aqui por causa do maldito professor de artes que resolveu colocar a gente junto do maldito trabalho sobre arte grega. Clareei sua mente, agora?

- Não, digo... – Draco sacudiu a cabeça. – Porque eu concordei em vir até aqui comprar café com vocês?

Silêncio.

Draco parecia estar em uma notável perda de memória repentina.

- Draco? – preocupou-se Gina, empurrando um de seus ombros.

- AI! – berrou Draco.

E Hermione, nesse meio tempo, estava morrendo de rir deles. Draco e Gina se entreolharam. Draco sorriu, desviando o rosto, parecendo lembrar-se de alguma coisa. Talvez da aranha de borracha, talvez não. Os pensamentos de Draco não são muito claros.

Nem os de Hermione. Nem os de Gina.

Mas isso é irrelevante.

- Bom, o papo ta bom, mas se não levarmos café pra minha mãe ela vai começar a surtar e quebrar alguma coisa, como as janelas, ou a porta da frente, então temos que ir – disse Hermione de repente, olhando no relógio de pulso.

- Sim, tem razão – falou Draco, sem parar de olhar pra Gina.

Gina se assustou e se escondeu atrás da Hermione, que sorriu. Estava achando muita graça nessa historia toda, apesar de estar com medo da sua mãe. Ela fez um pequeno comentário sobre isso. Draco riu, e os três foram comprar o café da mãe da Hermione.

Supermercado.


- Eu levo descafeinado... Em pó... Em barra... Com creme de ervilha... Com cafeína duplicada...? – indagava Draco, enquanto passava pela galeria de cafés dentro do carrinho que Gina empurrava, olhando tudo como se fosse a primeira vez que fosse ao supermercado.

Hermione queria se enfiar em baixo das calças. Não agüentava fazer parte daquela situação. Como se não bastasse todo o lance da mãe dela e da porta da frente... Hermione resolveu dar um basta na situação antes que eles levassem café com cafeína duplicada e sua mãe quebrasse mesmo a porta da frente.

- Café normal, gente. – explicou ela, caminhando ao lado de Gina, que pegou o primeiro pacote de café normal que viu e jogou para Draco, que colocou no carrinho.

- Mione... Você não queria pasta de dentes? – perguntou Draco distraidamente.

- Tem razão! – gritou Hermione, alto demais. – Vou sair daqui e pegar a pasta de dentes. – falou Hermione, feliz por sair da imagem humilhante em que havia se metido.

- Bom, ela foi embora. – disse Draco, saindo do carrinho com um pulo.

- É, Draco... Ótima dedução... – disse Gina, distraída.

Draco revirou os olhos, e como se fosse a coisa mais normal do mundo, pegou a mão de Gina, e com a mão livre empurrou o carrinho.

- Vem, amor, vamos comprar frutas – disse ele, sorrindo amarelo.

- Me larga, Draco. – ordenou Gina, surpresa, mas ao mesmo tempo irritada. Não gostava de ser tocada. Por ninguém. Só pelo cachorro.

- Por quê? – indagou Draco, colocando morangos no carrinho. – Incomoda?

Gina pensou um instante.

- Não... – respondeu ela, por fim.

- Ótimo. Quer maçãs? – perguntou ele.

- Mas afinal, pra quê estamos comprando frutas? – perguntou Gina.

- São para o piquenique. – respondeu Draco, normalmente.

- Mas que piquenique? – perguntou Gina, evidentemente confusa.

- O nosso piquenique. – respondeu ele, pegando maçãs verdes.

- O que foi que eu perdi? – falou Gina, ficando séria.

- Como assim? – perguntou Draco.

- Sexta passada você saiu do cinema com uma nojentinha implantada no seu braço. – começou Gina.

- Nojentinha? – riu Draco.

- Espera. – ordenou Gina, encarando Draco com uma expressão séria. - E agora resolve do nada fazer um piquenique pra nós? – criticou, tirando o que Draco havia colocado no carrinho.

- Ah... Por falar nisso... Foi você que colocou a aranha de borracha na minha jaqueta não foi? – perguntou ele, recolocando as coisas no carrinho.

- Foi. Mas isso não vem ao caso. Não agora. – disse Gina.

- Bom, me deixa explicar antes de ir embora e recusar o encontro. – pediu Draco.

- Tudo bem, vá em frente. – permitiu Gina.

- Antes de tudo, a nojentinha é a namorada do Scott. E o plano que era fazer você ficar com inveja pelo visto funcionou... A Hermione me ligou e disse que você estaria lá. Não foi coincidência. Desculpe-me. – pediu Draco

- Agora que eu não vou a nenhum lugar com você, nem agora nem nunca – gritou Gina. – E eu não fiquei com inveja, entendeu bem? A parada da aranha era pra te chatear, não pra me vingar de você, Draco Malfoy. Bom dia. – disse ela, caminhando até a porta do supermercado dramaticamente.

Draco ficou um tempo encarando as frutas, que resolveu comprar de um jeito ou de outro.

Shopping.


- Draco... Sinto muito. – disse Hermione, enquanto tentava alcançar ele, que caminhava rápido e tentando esquecer-se de tudo.

- A culpa foi minha. Não precisa sentir pena. – disse Draco parecendo irritado.

Hermione se calou. Sabia que não deveria tentar animar Draco quando... ele não queria ser animado. Então ela desviou o olhar pra frente, avistando uma massa de cabelos ruivos que se deslocava entre a multidão e que ia dar de frente com o Draco, que não estava prestando mais atenção pra onde estava indo.

- RON! – gritou Hermione, alertando Draco.

- Oi, Mione... Oi Draco... – respondeu Ron, achando que estivessem falando com ele.

Draco olhou pra ele, encarando, sem falar nada. Desviou o caminho e continuou andando.

- O que foi que aconteceu? – perguntou Ron.

- O Draco brigou com a Gina... – explicou Hermione com um suspiro cansado.

- Ah, sim... – lamentou Ron. – De novo vamos ter que aturar uma semana de ignorância.

Piquenique do Draco, parque municipal, um pouco mais tarde


Fim de tarde, Draco remexe as pedrinhas, jogando num riacho, e observando com cautela como eram levadas pela correnteza. O piquenique montado ao seu lado. E sem esperanças de um impossível milagre.

Do outro lado do parque, está Gina, procurando por Draco, com um papel nas mãos. Quando o achou, correu até ele.

- Draco... – falou Gina, sentando ao seu lado, esperando reação.

O dito cujo ergueu a cabeça e olhou pra ela, surpreso.

- Gina! – exclamou ele. Draco passou as mãos no cabelo, sem graça.

- Desculpe... Fiquei chateada com a história de hoje. Mas pensei e vi que... Faria a mesma coisa. – Gina riu, desviando o olhar de Draco para o riacho em que Draco já não jogava mais pedrinhas

- E veio aqui para...? – perguntou Draco.

- Para te fazer companhia. – disse ela.

Ele sorriu, olhando o riacho.

- Por que fez isso? – perguntou Draco num murmúrio.

- Eu não sei – disse Gina como se não se importasse, aproximando seu rosto do de Draco, com um sorriso.

- Certeza que não sabe? – disse ele, correspondendo ao movimento.

- Pode ficar só entre a gente. – propôs ela.

Ele suspirou. Sorriu. Fechou os olhos, aproximando seu rosto, chegando a ficar a centímetros do rosto dela.

- Promete? – perguntou ele, ainda de olhos fechados.

- Prometo. – respondeu ela, entre dentes.

E a beijou. Um beijo simples, sem muito compromisso por trás.

- Obrigado – disse ele, ao separar-se.

- Pelo quê? – indagou Gina.

- Por não sair correndo e berrando por ter me beijado, como imaginei que faria. – respondeu ele.

Ela riu.

- No começo pensei em fazer isso. Mas desisti. – declarou ela.

- E porque desistiria? – perguntou ele, com voz sedutora.

- Por que eu gostei. – disse ela, beijando Draco novamente.

Quando se separaram, Draco parecia meio vermelho.

- Morangos? – perguntou ele, meio querendo fugir do assunto

- Claro – agradeceu Gina, pegando um morango e o colocando na boca de uma só vez.

- A cartinha é pra quem? – indagou Draco, servindo os morangos em um pote.

Gina engoliu o que estava comendo rapidamente. Era importante explicasse isso.

- É pra você. É um mapa... – explicou, se lembrando de repente do mapa que tinha nas mãos.

- Mapa? Mapa de quê? – indagou Draco curioso, se aproximando de Gina novamente para espiar o que quer que estivesse no mapa.

- Um mapa ora, não vou dizer. – disse ela, pegando outro morango.

- Gina... – começou a dizer ele, mas ela enfiou um morango na boca dele e saiu correndo.

Draco não percebeu de imediato que ela tinha largado o papel no colo dele, porque depois que tirou o morango da sua boca, quis gritar um pouco.

- Ah! GINA! – gritou ele. – TENHOS COISAS MAIS DURAS QUE MORANGOS AQUI!

- NÃO TEM MAIS! – gritou ela em resposta, ao longe.

Automaticamente ele olhou para a cesta de piquenique, sem as maçãs.

- Posso jogar um sanduíche – ameaçou Draco. Mas ela não escutou. Então se pôs a ler o tal mapa. – Isso não é um mapa – disse ele surpreso, falando sozinho que nem um louco.

“Querido Draco, que bom que você resolveu ler o meu mapa... Não vou te dizer onde isso vai dar. Vai até a sorveteria, rápido, homem, corre, eu sei que você ainda está aí, sentado. Draco, Vai logo. DRACO!

Fechou o mapa e correu pra sorveteria sem saber muito bem o que iria acontecer. Mal percebeu que tinha deixado todas as frutas e a cesta de piquenique para trás, mas isso não importava no momento.

Sorveteria, esquina com a principal.


Chegando lá, o viu Hermione, de óculos escuros e roupa preta, sentada numa das mesas. Ela estendeu um papel para ele e saiu da sorveteria. Draco sentou num dos bancos perto do balcão onde se faziam os pedidos e abriu o papel curioso.

“Muito ágil, muito ágil... Agora vai até a Avenida principal”

- Gina. – pensou ele. – Você está me fazendo brincar de caça ao tesouro.

Avenida principal.


Na avenida principal estava Ron, com o mesmo visual da Hermione, óculos escuros e roupa preta. Passou um já esperado papel a Draco, mais parecendo passar maconha ou algo do tipo.

- Valeu, eu acho – disse Draco, desdobrando o papel que Ron o entregou. Ron, tendo cumprido sua tarefa, olhou para os lados e foi embora.

Só que antes mesmo de Draco desdobrar por completo o papel, Ron foi interceptado por um cara enorme, com cara de mau. Ele puxou alguma coisa de dentro do paletó e apontou para Ron, que tinha parado no meio da calçada. Era um distintivo

- Aí, cara, que foi? – perguntou Ron, a encarnação da inocência. Draco ergueu uma sobrancelha e começou a se aproximar devagar.

- FBI – disse o cara de terno, brandindo o distintivo no rosto de Ron. Os óculos escuros do cara refletiram a luz do sol, que quase cegou o coitado do Ron. – Eu sei agora qual é o teu esquema, então não adianta tentar encobrir.

- Encobrir o quê? – perguntou Ron surpreso.

- Eu sei que tu ‘tá metido até o topo da cabeça na conspiração M.A.C.O.N.H.A. Admite, cara, que vai ser melhor pra você.

- M. A. C. O. N. H. A.? – perguntou Ron muito, muito surpreso. Ele não estava entendendo mais nada. Só que de repente veio uma luz na sua mente e clareou tudo. Ele começou a rir. – Hermione! Eu já sei que é você! Para com isso, tira essa mascara de cão que não come há dias...

E agarrou o pescoço do cara de terno, tentando tirar uma possível mascara que não existia. Quase nesse instante, Draco, perplexo com a capacidade E.T. de Hermione de se fantasiar e ao mesmo tempo com medo que Ron matasse o cara, sentiu um tapa nas suas costas e se virou assustado para trás.

E lá estava Hermione, livre da roupa preta que vestia há minutos antes, lambendo calmamente um sorvete de morango. Ela acenou freneticamente com a mão direita para Draco, que não sacou mais nada.

- Se você, Hermione, ta aqui... Então... Quem ta lá? – perguntou Draco, mais perdido que cego em tiroteio, apontando com o polegar a cena bizarra que se desenrolava por cima do seu ombro.

- Eu que não sou. E a Gina também não – declarou Hermione, dando mais uma saborosa lambida em seu sorvete.

Hermione deu uma espiada na cena que se assucedia mais lá pra frente, e arregalando os olhos, foi ajudar seu amigo. Olhou por cima do ombro para ver se Draco tinha aberto o papel que continha instruções da caça ao tesouro que Gina tinha bolado e berrou:

- Draco! Abre logo o papel que eu me viro aqui!

E, pensando fazer uma daquelas cenas legais de filme onde a pessoa joga alguma coisa por cima do ombro e acaba indo parar numa cesta de lixo, Hermione jogou deliberadamente o sorvete por cima do ombro e foi correndo ajudar Ron. Só que o sorvete, aparentemente seguindo as leis da física, foi parar na testa de Draco.

- AAHHH! – berrou Draco do nada, chamando a atenção de algumas velhinhas que passavam na rua. – Esse troço é gelado!

- AAHHH! – berrou uma das velhinhas, dando uma chupada na dentadura e avançando ameaçadoramente pra ele, que não tava enxergando nada, porque o sorvete impedia o coitado de enxergar. – Monstro do lago Ness!

E a velha começou a dar bolsadas no coitado do Draco.

- AAHHH! VELHA MALUCA! – berrou Draco, antes de limpar o sorvete do rosto e sair correndo desesperadamente para longe da louca da velha.

- E não volte mais! – berrou a senhora de idade, parecendo muito tresloucada.

Ao mesmo tempo em que a velha chupada sua dentadura, feliz por ter afugentado, Ron e Hermione, querendo esquecer a cena passada pelos seus olhos nos minutos anteriores, começaram a se distanciar calmamente, mas...

Ron sentiu uma mão em seu ombro e se virou tão depressa que estalou o pescoço.

- Bom, crianças... Velinhas... Temos que ir... Não podemos ficar muito tempo com agentes idiotas e medíocres da M.A.C.O.N.H.A. Então, estão liberados. Mas estaremos de olho em você, garotinho com cara de pêssego. – disse o cara do FBI, guardando o distintivo no paletó.

Ron e Hermione se entreolharam.

- OK, isso foi estranho – disseram em uníssono, antes de voltarem a se distanciar, agora rindo.



N/EstranhaMisteriosa; OIE; bem, pra começar, eu queria deixar claro que praticamente o capítulo todo a Desconhecida que escreveu... Eu escrevi desde a parte que o Ron entrega o bilhete pro Draco (que não foi aberto, pra deixar claro) e fiz umas alterações pequenas lá em cima, por que a Desconhecida esqueceu umas coisas e tal. Enfim, a Desconhecida acabou de sair do MSN, porque ela tinha que ir dormir e tal, porque agora são onze horas, na verdade vinte pra meia noite, ui. Ela mandou um beijo.

Até mais,
Estranha Misteriosa.

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