CAPÍTULO XV



CAPÍTULO XV

Depois de algum tempo, Rony saiu de cima dela e Hermione encheu os pulmões de ar. Em seguida ele a abraçou e ela se deixou envolver, aninhando-se no conforto daquele abraço. Havia pensado em permitir a ele um pouco de intimidade, mas agora queria rir da própria ingenuidade.
No primeiro ato de generosidade que fazia em muitos anos, havia planejado se entregar a Rony para satisfazê-lo, achando que não sentiria nada além da excitação que os beijos dele causariam antes da dor da penetração. Mas acabou não sentindo nenhuma dor, apenas alegria e prazer como jamais havia imaginado. Fechando os olhos, procurou guardar tudo na memória enquanto ele roçava a face no alto da cabeça dela. Sentia-se esgotada, mas docemente esgotada, como se Rony a houvesse levado para um mundo de sonhos.
- Ele a estuprou, não foi?
Embora ele fizesse a pergunta com brandura, Hermione encolheu-se. Tentou sair do abraço, mas Rony a reteve com firmeza e ela estava sem forças para lutar. Obviamente ele não a soltaria enquanto não ouvisse a verdade, uma idéia que a deixou um pouco abatida.
Hermione fechou os olhos, sentindo uma súbita pressão nos olhos. Seriam lágrimas? Finalmente Rony estava tocando na coisa que existia entre eles, a história que ele parecia ter resolvido ignorar. Ela também havia ignorado, a princípio com descuidado desdém, depois com irrefletida complacência. Por Deus, nunca havia pensado que o assunto podia ter tanta importância. Depois de uma vida inteira sem ligar para a opinião dos outros, agora queria mais daquele homem. E, covardemente, não tinha coragem para olhar no rosto dele, com medo de ver horror e repulsa. Por outro lado, se ele sabia tanto, devia suspeitar do resto.
Ela havia cometido um assassinato e não se arrependia disso.
Depois de engolir em seco, Hermione procurou se encher de coragem. Era melhr acabar logo o que havia começado entre eles do que uma demorada agonia.
- Sim. - ela admitiu, falando sem vacilar. - Covarde e patife que era, Smith fugiu do Lobo. Com todos os grandes planos fracassados, resolveu se apossar deste castelo, já que não podia ter nada melhor. Veio para cá diretamente do campo de batalha, ainda sujo de sangue, e fez com que Edred nos casasse, embora eu me opusesse a isso. Logo depois, querendo garantir o que pretendia, tentou consumar o casamento. O verme asqueroso!
Hermione sentiu que começava a tremer, como tinha ficado durante toda a noite do ocorrido, mas procurou se acalmar. Não queria que Rony percebesse a agitação dela.
- Eu disse que não queria ser tocada, mas ele não me deu ouvidos. Por isso o matei.
Hermione cuspiu as palavras, como havia cuspido no corpo de Smith. Não importava o que pudesse acontecer agora, não se arrependia de tê-lo matado. Ele a havia atormentado, pondo nela as mãos sujas, deitando por cima dela o corpo pesado e suado…
Juntando as sobrancelhas, Hermione procurou afastar da mente aquelas imagens e concentrar o pensamento no novo marido. Ele ficaria ultrajado, claro, e rapidamente a condenaria, porque não só havia se casado com uma assassina como se deitado com ela. E agora se arrependeria, enxotando-a como se ela pudesse contaminá-lo, como Edred dizia que ela contaminaria quem se aproximasse.
Mas Rony apenas a abraçou mais, roçando o rosto nos cabelos dela como se sentisse muito prazer naquilo. Mas o que estava fazendo? Por que não mandava que os soldados a jogassem no calabouço? Hermione queria formular aquelas perguntas, mas não encontrava a voz. Até que, finalmente, foi ele quem falou.
- Eu teria matado pessoalmente aquele desgraçado, se tivesse a chance. - declarou.
Falou com tanta raiva, o que era raro nele, que Hermione ergueu a cabeça para fitá-lo. Mesmo na penumbra, viu o brilho dos olhos, o maxilar apertado. Era raiva, sim, mas não parecia dirigida a ela.
- Eu queria ter estado presente para protegê-la. - voltou a falar Rony, no mesmo tom. - Ou tê-lo encontrado em Wessex para liquidá-lo antes que ele pudesse machucar você.
Hermione espantou-se com aquela veemência, confusa ao ver uma reação tão diferente da que ela havia esperado. Como se percebesse aquilo, Rony moderou o tom de voz.
- Se pudesse, eu tiraria da sua cabeça todas as lembranças do toque dele.
E, embora fosse evidente que uma revolta muito grande o dominava, foi com enorme ternura que ele afastou uma mecha de cabelo da face dela.
- Queria que você se lembrasse apenas do meu toque. - murmurou, olhando para ela com tanta intensidade que Hermione ficou arrepiada.
Era como se toda a grande inteligência, a força e a compaixão de Rony se dirigissem apenas para ela. E era impossível não se submeter diante de um olhar tão intenso. Embriagada, Hermione ficou com os olhos arregalados enquanto ele a beijava nos cabelos, nas faces, no pescoço… sempre descendo com os lábios úmidos e quentes.
Os braços dela, a barriga, a ponta dos dedos, aparentemente todas as partes do corpo dela receberiam a visita daqueles lábios que espalhavam doces beijos. Hermione ficou parada, entontecida, enquanto ele prosseguia em seu passeio. Logo depois ela estremeceu, sem querer acreditar que um homem havia tomado o partido dela, sem censurá-la, sem julgá-la. Mas esse homem era Ronald Potter, e não havia nenhum outro como ele.
Hermione voltou a estremecer quando sentiu que ele afastava as pernas dela, sentindo também a respiração dele na virilha. Com o corpo todo quente, respirou fundo e deixou que ele agisse livremente. Outra vez, ela e o marido estavam no mundo dos sonhos.

Hermione despertou quando o sol já estava bem alto. Então virou-se na cama, surpresa. Não costumava dormir até tão tarde, com medo de que algum inimigo tirasse vantagem disso. Desorientada, constatou que estava nua.
Rony.
Um som escapou da garganta dela quando veio a lembrança. Olhando em volta, viu que, em cima do banquinho, estava uma bandeja com queijo, pão e cerveja esperando por ela. Havia também uma bacia de água deixada logo adiante.
Rony.
Hermione não tinha dúvida de que ele tinha feito aquilo pessoalmente, levando água para o banho e comida, o que nenhum outro lorde teria feito. Embora o pai dela e outros da espécie dele nunca levantassem um dedo para fazer alguma coisa por si próprios, menos ainda por outras pessoas, Hermione sabia que Rony havia levado aquelas coisas. Para ela.
Subitamente faminta, jogou o lençol para o lado e pegou o pão para morder antes de ir tomar banho. Como a bacia não era grande o suficiente para que ela se sentasse lá dentro, ficou de pé, lavando-se sem pressa. Depois enrolou-se numa toalha de linho e ficou parada, indecisa.
Com a testa franzida, caminhou até o baú que eles haviam levado na viagem a Wessex, trazendo-o de volta. Chegando lá, hesitou novamente antes de se abaixar para erguer a tampa. Levantou as finas roupas do marido e pegou as que Gina tinha feito para ela, deixadas ali, mas não esquecidas. Embora na ocasião houvesse desdenhado dos presentes, agora Hermione alisava os bonitos tecidos maravilhada. Será que poderia?
Por que não? Rapidamente Hermione vestiu a nova camisa de baixo de linho e a túnica amarela de seda. Girou o corpo bem devagar, com os olhos muito abertos, e passou as mãos no tecido, deliciando-se com a sensação que aquilo produzia. Parando subitamente, viu no chão a escova que Rony havia deixado ali. Então sentou-se no banquinho e começou a escovar os cabelos, tentando restaurar a ordem que ele havia estabelecido, embora não fosse tão cuidadosa quanto o marido, assim como não tinha a mesma paciência. O pensamento a fez parar e ela enrubesceu, lembrando-se das longas horas durante as quais, pacientemente, Rony havia cuidado dos cabelos dela.
Como se quisesse fazer pouco da indecisão dela, foi ele quem apareceu à porta e Hermione levou um susto, quase soltando um grito. Por alguns instantes ficou olhando para o peito musculoso do marido, recusando-se a cruzar o olhar com o dele, já que não tinha certeza de como seriam as coisas naquela manhã. Não suportaria ver censura ou indiferença depois de tudo o que havia acontecido durante a noite.
- Você está tão linda que até me dói nos olhos. - disse Rony, deixando Hermione boquiaberta.
E não foi só a surpresa, porque o tom de voz dele a fez sentir as faces quentes e um arrepio pelo corpo. Quando finalmente olhou para cima, Hermione viu-lhe nos olhos aquele ar sonhador que indicava desejo. Nunca ninguém havia demonstrado sentir desejo por ela. A não ser Rony.
Todas as preocupações dela desapareceram com o conforto da presença dele. A manhã já ia alta, mas ele ainda a queria. Um sorriso aflorou naturalmente nos lábios dela.
- Hermione. - ele murmurou, aproximando-se.
Trêmula de expectativa, ela desejou que ele se inclinasse para beijá-la na boca, mas Rony apenas estendeu a mão.
- Venha, antes que eu mude de idéia e a leve para a cama.
Hermione enrubesceu novamente, tanto por causa da espalhafatosa ameaça quanto pelo desapontamento que sentiu. Seria tão ruim assim retornar ao ninho onde eles haviam encontrado tantos prazeres, ou era depravação pensar em tais coisas à luz do dia? Então ela abaixou a cabeça, procurando esconder a vergonha. Talvez Rony só devesse tocá-la por baixo das cobertas e na escuridão. Vexada com aquele pensamento, Hermione franziu a testa, mas deixou que ele a levasse na direção da porta.
- Vamos. O dia está muito bonito e eu quero cavalgar com a minha esposa.
Pelo tom de voz, aquelas palavras pareciam ter algum significado escondido, mas ele não disse mais nada enquanto entrelaçava os dedos nos dela.
Um pouco embaraçada, mas gostando muito de estar de mãos dadas com ele, Hermione deixou-se levar. Depois de descer a escada eles atravessaram o salão, passaram pelos pasmados servos e chegaram ao pátio, rumando para a estrebaria, onde os cavalos já estavam arreados. Obviamente Rony tinha estado ocupado naquela manhã, enquanto ela dormia, pensou Hermione, fazendo uma careta.
Mas aquela expressão desapareceu tão logo eles atravessaram o portão do castelo e tomaram a direção das colinas. Rony parou o cavalo numa campina coberta por uma relva alta, de onde subia um cheiro bom. Vistosas e floridas trepadeiras subiam por um barranco ali perto e Hermione respirou fundo, enchendo os pulmões de ar. Nunca havia se sentido tão viva ao mesmo tempo que tinha tanta paz. Desmontando, Rony aproximou-se e ergueu as mãos para ajudá-la a descer da montaria. Hermione sentiu vontade de rir, porque nunca nenhum homem havia oferecido aquele tipo de ajuda a ela.
Menos Rony.
Logo depois ela sentiu na cintura as mãos quentes do marido e ficou séria quando roçou o corpo nos fortes músculos dele. A descida foi vagarosa e, antes de pisar no chão, Hermione sentiu a respiração difícil e um estranho entorpecimento. Depois que ela ficou de pé, Rony sorriu de um jeito misterioso e voltou ao cavalo para pegar um cobertor, que, para surpresa dela, abriu sobre a relva. Depois, calmamente, tirou as botas e o cinto com a espada, pondo tudo ao lado do cobertor.
Hermione sentiu que ficava com as faces vermelhas quando suspeitou do que podia acontecer. Mesmo assim, ergueu a cabeça e sentou-se ao lado dele. Fingindo admirar as montanhas ao longe, virou-se para o lado, apenas para sentir nos cabelos o passeio dos dedos dele. lncrivelmente deliciada com aquilo, moveu a cabeça para trás. Nunca havia pensando nos próprios cabelos como alguma coisa especial, nem que alguma parte dela fosse… bonita. Podia ser absurdo, mas a sensação que teve naquele momento foi de que o marido poderia convencê-la de qualquer coisa.
Rony devia ter se chegado mais para perto, porque Hermione sentiu às costas o calor dele. Logo depois os cabelos dela foram afastados para o lado e ele a beijou na nuca, o que a fez sentir um estremecimento.
- Rony! - ralhou Hermione, procurando superar a fraqueza que sentiu pelo corpo.
- Hermione. - ele respondeu, num tom brincalhão.
Logo depois ela sentiu nas laterais do corpo o passeio das mãos dele, que finalmente alcançaram os seios dela.
- Por que está fazendo isso aqui? - protestou Hermione, com a voz trêmula. - Ficou louco?
- Acho que estou louco por você. - declarou Rony, num murmúrio rouco.
Hermione ficou muito espantada. Embora começasse a se sentir dominada pelo calor, voltou-se para encará-lo. Se podia possuí-la na cama, por que ele se dava ao trabalho de levá-la para aquele lugar? A resposta estava nos olhos dele.
Prontamente Hermione percebeu que Rony havia querido tirá-la do castelo que guardava lembranças tão ruins. A intenção dele era fazer com que ela conhecesse o prazer ali, livre da escuridão, na brilhante beleza da campina. Era um gesto que só um homem muito bondoso pensaria em fazer. Emocionada, ela pôs as duas mãos nas faces do marido e balançou a cabeça vagarosamente, sem querer acreditar que era o alvo de uma gentileza tão grande.
- Ah Rony…
Então ele a beijou, com uma ternura tão cheia de emoção que Hermione teve medo de se derreter. As misteriosas dores que antes sentia agora eram pontadas de pura alegria e deliciosa surpresa. E aquilo a incentivava a entrar em ação.
Então ela correspondeu ao beijo, expressando da única forma que sabia o que estava sentindo. Rony gemeu, mostrando gostar, o que a deixou muito contente. Ela queria… precisava fazer alguma coisa. Ciente disso, correu as mãos pelo peito dele por cima da túnica.
- Toque em mim, Hermione. - pediu Rony interrompendo o beijo para despir-se da túnica.
Contendo a respiração, Hermione se viu olhando para o musculoso peito coberto por uma fina camada de pêlos escuros. À luz clara do dia, ele era fascinante, tão forte, tão poderoso, mas, o que também era espantoso, não mais a intimidava. Ela conhecia aquele corpo, que sabia ser habitado por um homem bondoso. Como se quisesse confirmar o pensamento dela, ele ficou esperando, sentado, enquanto ela o olhava, maravilhada. Ela, sim, estava inquieta, subitamente sentindo vontades que exigiam ação.
Bem devagar e muito excitada, Hermione ergueu a mão para encostá-la na altura do coração do marido, que batia fortemente. Então ela o fitou, surpresa, e enrubesceu ao ver o olhar com que ele retribuiu. Mais que sonhador, era um olhar intenso, produzindo estranhas sensações no ventre dela.
Enchendo-se de coragem, Hermione correu os dedos pelos macios pêlos do peito dele, sentindo um prazer muito grande com aquilo. Depois, mais ousada ainda, subiu com as duas mãos pelos braços do marido, acariciando os músculos que faziam dele um cavaleiro forte e destemido. Não sentiu com isso nenhuma amargura, mas sim um reconfortante calor, além de uma forte excitação.
Aquele era Rony, a coisa mais linda que ela já vira no mundo. Inclinando-se, Hermione encostou a face no peito do marido, como ele tinha feito uma vez com ela, e inalou o cheiro másculo. Mas isso não foi suficiente. Virando-se um pouco ela encostou a boca na pele dele, espalhando beijos no largo peito. Depois encontrou uma protuberância endurecida e passou ali a língua.
Quando Rony soltou um gemido ela começou a sugar o local, inspirada pelas já quase esquecidas conversas com Gina. Agora os conselhos da cunhada de Rony voltavam com clareza à mente dela, lembrando-a daquilo e de muito mais, coisas que antes ela havia considerado depravação, mas que agora pareciam atraentes e… necessárias.
Rony estava cutucando a túnica dela e, dominada por uma estranha inquietação, Hermione a tirou e jogou-a perto de onde estava a do marido. Logo depois fez o mesmo com a camisa de baixo. Quando passou os braços por trás do pescoço de Rony e apertou os seios contra o peito dele, não sentiu nenhuma vergonha ou medo, apenas prazer. Deliciando-se com as carícias que aquelas mãos faziam pelo corpo dela, Hermione soltou um gemido. Por acaso aquele homem fazia idéia de como era maravilhoso?
- Ajude-me com isto. - murmurou Rony, e Hermione viu que ele queria despir-se do calção.
A ereção era evidente, erguendo o fino tecido, mas ela hesitou apenas alguns segundos antes de estender as mãos para os quadris dele e puxar o calção para baixo. Rony reagiu com um estremecimento e deitou-se de costas no cobertor, levando-a consigo. Hermione abriu as pernas por cima dele, sentindo uma inquietação pelo corpo que a fez esfregar-se nele. A parte baixa do corpo dela pulsava de desejo, mas ele não fazia menção de inverter as posições. Impaciente, Hermione o mordeu no ombro.
Outra vez Rony estremeceu e puxou os joelhos dela para a frente. Hermione lembrou-se novamente das palavras de Gina e enrubesceu levemente. Logo depois sentou-se e moveu os quadris até sentir no sexo o contato com o membro dele. Era isso o que Rony queria? Fechando os olhos e erguendo bem a cabeça, Hermione pôs-se a mexer os quadris, entontecida pelo prazer.
Então percebeu qual era a intenção do marido e abaixou os olhos para ele. Rony estava muito quieto, mas a observava com um olhar intenso, quase sorrindo. Certamente fazia aquilo em benefício dela. Havia pensado na possibilidade de incomodá-la com o peso do corpo, o que fazia sentido, e por isso à deixava ficar por cima, eliminando o incômodo. Aquele cavaleiro, forte e valente, um rico e poderoso Potter, estava deitado por baixo dela, com as mãos calmamente repousadas nas coxas dela, deixando que ela buscasse a penetração quando achasse que era o momento.
Hermione sentiu lágrimas nos olhos e olhou para Rony, lindo e generoso. Precisava oferecer em retribuição alguma coisa… tudo. Respirando fundo, sacudiu a cabeça e deixou os cabelos caírem para a frente, cobrindo o peito dele.
Parecendo possuído por um prazer que se misturava com uma alegria quase infantil, Rony encheu as duas mãos com aqueles cabelos e pôs-se a beijá-los. Hermione meneava os quadris em movimentos circulares, num abandono crescente, até que ele voltou a falar.
- Receba-me dentro de você. - disse, em meio a gemidos.
A urgência que havia no pedido a espantou, mas mesmo assim Hermione sentiu uma onda de calor nas entranhas. Ergueu os quadris e outra vez os abaixou, mas não consumou a penetração. Ergueu-se novamente e olhou para o que havia entre eles. O membro de Rony estava em máxima ereção, como uma espada que precisasse da bainha.
Então Hermione o tocou.
- Sim, Hermione. - murmurou Rony, apertando as coxas dela com os dedos. - Agora.
Aquelas palavras pareceram ressoar no sangue dela e Hermione guiou-o até a sua intimidade. Feito isso abaixou os quadris, até sentir que a penetração era completa. Suspirando de alívio e prazer, inclinou-se para a frente e beijou repetidas vezes o pescoço e os ombros do marido. Depois sentou-se novamente e começou a se mover num ritmo vagaroso e sensual. Rony também se sentou e pôs as mãos nos quadris dela, ajudando-a nos movimentos. Os murmúrios que ele emitia faziam contraponto aos gemidos dela, quebrando o silêncio da campina, e Hermione achou que nada poderia ameaçar a perfeição daquele momento. Eles estavam partilhando um sonho, algo bem diferente da dura realidade que sempre tinha sido a sua vida.
Mas ainda não podia haver a garantia de que tudo daria certo. Não muito longe dali, escondido por trás de uns arbustos, alguém os observava e, maldizendo a união deles, fazia planos cheios de maldade.

Hermione se recusou a entrar. Mesmo depois que eles retornaram ao castelo, não queria voltar ao grande quarto ou ao que ocupava antes, onde havia passado tanto tempo praticamente como prisioneira em sua própria casa. As maravilhosas sensações despertadas por Rony nela permaneciam e ela queria continuar sentindo aquilo pelo resto do dia. Futuramente ele pretendia construir um castelo maior, um lugar para viver com a família, como tinha dito, mas por enquanto ela ficaria no jardim enquanto ele era levado por um dos seus homens para resolver alguma coisa.
Hermione ficou espantada quando pensou nas mudanças que haviam se operado nas atitudes dela. Não fazia mais questão de ter a posse da propriedade, entregando-a de bom grado. Na verdade o castelo nunca havia significado para ela nada além de um lugar onde estaria protegida. Agora tinha outras… necessidades.
Rindo por causa daquele pensamento caprichoso, Hermione debruçou-se no muro baixo e olhou em volta. Novos canteiros estavam sendo cultivados, por ordem de Rony, mas ela se lembrava de uma época em que aquele lugar era cheio de beleza e deliciosos aromas. Não havia um banco ali? Ela devia encontrar algum para aproveitar dias como aquele.
Pela primeira vez Hermione não ficou mal-humorada ao se lembrar da infância. Até a morte da mãe dela, aquele lugar tinha sido muito bonito. Lembrando-se do nome das flores que tinham sido cultivadas ali ela sorriu. Falaria desses nomes com Rony. Ele certamente conhecia. Conhecia tudo.
E logo ela seria como ele, teria amor pelo conhecimento…
Respirando fundo, Hermione olhou para o livro que tinha na mão. Rony o havia deixado com ela, juntamente com as desculpas por não começar imediatamente as lições. Interesses mais urgentes tinham tido precedência, mas ela não se importava, porque havia adorado aquele dia como nenhum outro.
Cautelosamente ela abriu o livro de primeiras letras. Sentiu uma onda de contentamento quando olhou para os símbolos que a levariam para um mundo inteiramente novo… e talvez a tornassem digna do marido.

O salão já estava quase cheio quando Rony chegou para o jantar. O novo mordomo nomeado por ele o havia retido por muito tempo, deixando-o impaciente, não só para comer, mas também para ver a esposa, agora esposa em todos os sentidos. Naquela manhã ele a fizera dele… não na noite anterior, no quarto que tinha sido do pai dela, mas naquela manhã, em plena luz do sol. Era um novo começo para eles e, pela primeira vez desde o dia do casamento, Rony se sentia pleno de esperanças no futuro.
O que mudou quando ele puxou a cadeira.
Sentindo um cheiro de coisa podre, Rony parou e recuou um passo quando viu uma coisa escura sobre o assento dele. Automaticamente levou a mão ao cabo da espada, mas soltou-o quando ficou claro que o bicho deixado ali já estava morto. Ao verem a hesitação dele, os cavaleiros de Harry imediatamente o cercaram, ambos fazendo expressões de nojo quando viram o que estava sobre a cadeira.
Uma flecha diferente de todas as que ele já tinha visto prendia alguma coisa à madeira do assento. Menor do que as conhecidas, a flecha prendia à cadeira uma massa flácida que parecia carne estragada. Vencendo o nojo, Rony chegou mais perto e quase rogou uma praga quando viu que se tratava de um coração, menor que o humano, na certa pertencente a algum animal. Vísceras vindas do açougue? Embora não fosse época de matança, sempre se abatiam animais para o consumo do castelo. Devia ser uma ameaça contra ele. Mas quem podia ter deixado aquilo ali?
Qualquer um. A lembrança de que continuava a não ser bem recebido na nova casa encheu Rony de raiva e ele se adiantou para arrancar a flecha da cadeira, mas foi contido por um dos cavaleiros.
- Não. Olhe para a flecha, meu lorde. - disse Malcolm - Ela está preta e lambuzada com alguma substância, talvez veneno!
- Não é boa coisa. - concordou Talebot.
- Será um mau presságio? - sugeriu Malcolm.
- Ou um aviso. - disse Talebot, enquanto Rony olhava enraivecido para a coisa.
Teria aquilo alguma significação conhecida apenas pelas pessoas do lugar ou destinava-se simplesmente a perturbá-Io? Imediatamente ele pensou em Montgomery e Serle, mas esses estavam banidos do feudo. Quem mais poderia ser um inimigo?
Erguendo a cabeça, Rony correu os olhos pelo salão, com o semblante fechado. Sentia-se como se desde a chegada estivesse lutando contra os que queriam afastá-lo, primeiro a esposa, depois um cavaleiro traidor e finalmente um mordomo desonesto. Por acaso essa luta não teria fim? Haveria um traidor escondido por trás de cada um daqueles rostos espantados? Os que se encontravam mais perto da mesa dele se mostravam enojados com o presente deixado sobre a cadeira, enquanto os que estavam mais afastados pareciam assustados.
Enquanto continuava a vasculhar o ambiente com os olhos, buscando alguma expressão de culpa ou um olhar enraivecido, Rony reparou que aos poucos os rostos iam se voltando para o corredor que vinha da cozinha. Outra vez ele levou a mão ao cabo da espada, mas surpreendeu-se ao ver que não era nenhum cavaleiro andante ou perigoso camponês quem estava chegando.
Era Hermione.
Rony franziu a testa quando o silêncio foi substituído por uma onda de murmúrios. Embora não pudesse ouvir o que estava sendo dito, entendeu a palavra bruxa e ficou tenso. A esposa dele já tinha sido chamada de muitas coisas, antes e depois do casamento deles, mas nunca de bruxa. A filha de Voldemort era conhecida como uma presença ameaçadora, pela determinação e pelo temperamento explosivo, mas não por usar poções ou fórmulas mágicas. Aquela nova designação deixou Rony inquieto, porque a maior parte da população analfabeta acreditava em superstições e estava sempre pronta a acusar alguém.
Mantendo a mão na espada para o caso de alguém ousar falar mais abertamente, Rony olhou para a esposa. Ela devia ter ouvido a mesma coisa que ele, porque mantinha a cabeça abaixada, deixando os cabelos caírem para a frente enquanto enfrentava o olhar daquelas pessoas, sendo a raiva sua única arma. Rony sentiu uma onda de justa ira, porque aquela criatura guardava pouca semelhança com a mulher que ele havia tido nos braços naquela manhã, cheia de paixão e desejo. A túnica era a mesma, mas a mulher não, e outra vez ele dirigiu um olhar enraivecido aos presentes.
Quando viu que Hermione se recusava a se aproximar, ao mesmo tempo que os murmúrios se tornavam mais altos, Rony resolveu pôr um basta naquilo.
- Silêncio! - vociferou, num tom de voz mais próprio do irmão mais velho. - Não digam disparates na minha presença!
Girando vagarosamente o corpo ele reparou, com interesse, que agora aquelas pessoas o fitavam com a cabeça abaixada. Estariam todos com sentimento de culpa? Só os cavaleiros vindos de Wessex mantinham uma postura ereta.
- Sirvam o jantar. - ordenou Rony, voltando-se depois para onde estavam os homens de Harry. - Talebot, leve a cadeira para o pátio e lave-a bem. Enterre as vísceras longe de olhares curiosos.
O cavaleiro assentiu, sério, enquanto Malcolm parecia aliviado por ter escapado da desagradável incumbência.
Rony arranjou lugar no comprido banco colocado no outro lado da mesa e fez um gesto chamando a esposa. Por alguns instantes ela hesitou, mas acabou se adiantando e sentando-se ao lado dele. Ainda enraivecido com o incidente que havia estragado a reunião deles, Rony respirou fundo. O melhor seria apenas comer a refeição, como sempre.
Por enquanto.
O assunto não podia ser simplesmente esquecido e naquela noite ele interrogaria pessoalmente cada um. A pessoa que havia deixado o presente sobre a cadeira devia ter feito isso antes do jantar. Como sempre havia gente por ali, o dia todo, Rony estava certo de que alguém devia ter visto alguma coisa. Ele só precisava descobrir o quê, onde e quando. Depois talvez descobrisse quem.



N/A: Galera, dia 07 foi meu aniversario, por isso postei esse capitulo como um bonus. Fiquei muito feliz, pois minha irmazinha fez uma festa surpresa pra mim, com nossos amigos, o que me deixou surpreso e ao mesmo tempo alegre, por isso o capitulo hoje. Abraços a todos.

Agradecimentos especiais:

(-( Duda Pirini )-): espero que tenham gostado do capitulo, e uma pena que esteja na reta final. Beijos.

Carol Pimenta: Que bom que gostou Carol, é uma pena que a fic esteja terminando, mas fico muito satisfeito com os elogios, obrigado. Bem que eu gostaria de ter vivido naquela epoca, eu meio que sou viciado em história antiga e em livros dessa época. Beijos.



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