Explicações
- Oi, professor. - disse ela.
- Olá, Srta. Weasley. - disse ele.
Andou alguns passos, sentando-se na cama ao lado da sua. Para o desespero ou talvez felicidade de Gina, ela não conseguia decidir, Harry sentou-se ao seu lado na cama.
Tentando se proteger de alguma coisa que ela não fazia idéia do que era, abraçou a si mesma, tentando ao máximo não olhar para Harry. Madame Pomfrey, parecendo pressentir que a conversa era particular, saiu da enfermaria rapidamente.
- Como se sente? - perguntou Dumbledore gentilmente.
- Estou ótima. - respondeu ela.
- Bom, Srta. Weasley...
- Pode me chamar de Gina, senhor. - disse ela o interrompendo.
Dumbledore sorriu.
- Tudo bem, Gina. Primeiro eu quero lhe dar os parabéns.
- O quê? - perguntou Gina sinceramente surpresa. - Porque?
- Por ter conseguido controlar e usar seus poderes. - respondeu ele sorrindo. - Foi muito bom.
- Mas eu não... quer dizer, eu não sei como fiz aquilo. - disse confusa.
- Usou seus poderes. Se concentrou em tentar tirar os dois de lá e conseguiu. - disse ele com os olhos brilhando por trás dos óculos. - Mas quero que me diga como sabia o que fazer.
Gina sabia que teria que explicar isso. Só não sabia que teria que explicar na frente de Harry. Tentando aliviar um pouco seu desconforto, ela abraçou mais a si mesma, mas simplesmente não funcionou.
- Eu... eu não sabia. - começou ela, olhando para algum lugar no chão. - Eu só queria nos tirar de lá e... Bom, eu escutei atentamente tudo que Voldemort nos falou. De tudo que ele disse, eu percebi que ele sempre dizia que o que ele queria era nos separar. Todos os planos dele serviram para isso, mas não funcionaram. Lá, ele nos manteve o tempo todo longe um do outro. Eu não entendia bem porque, mas eu achei que se nós estivéssemos juntos, aconteceria alguma coisa. Não só juntos... mas juntos. - terminou extremamente vermelha.
- Entendo. - disse Dumbledore sorrindo.
- Mas porque isso aconteceu, professor? - perguntou ela. - Quer dizer, como?
- Pra começar, Voldemort não sabia que você estava tão poderosa. Ele ignorava esse fato, pensando apenas que você não tinha nenhum controle sobre os próprios poderes. Eu mesmo não sabia que seu nível de poder estava tão alto. - respondeu o diretor. – O Sr. Weasley e a Srta. Granger foram até a minha sala e me contaram o que Harry havia dito antes de sair correndo pra lhe procurar. O professor Snape estava lá na sala nesse momento e eu pedi que ele fosse até lá para trazer o Harry de volta. O sonho que Harry teve podia ser apenas um sonho, mas não era. Era a verdade. Harry havia me dito que a ligação de vocês estava cada vez mais forte e o sonho que Harry teve comprova isso. O professor Snape chegou na Câmara e escutou tudo que Voldemort falou e só se revelou quando ele resolveu atacar. Ele me contou tudo que aconteceu lá na Câmara. - disse ele olhando para os dois significativamente. Os dois coraram. - Ele disse que nunca tinha visto nada igual antes. Um poder excepcionalmente grande, mas que precisava ser controlado, o que certamente, precisa.
- Mas eu não sei como fazer isso. - falou Gina.
- Mas saberá. - garantiu Dumbledore. - Eu estive pensando e resolvi que você tem que aprender logo a controlar seus poderes, Gina. Não sabemos o que mais Voldemort está planejando para se livrar de vocês dois, mas é de conhecimento geral que ele não vai desistir tão fácil. Quando começar o próximo ano letivo, você terá aulas para aprender tudo que precisa.
Gina assentiu um pouco nervosa.
- E Harry irá ajudar. - disse Dumbledore. - É essencial que ele esteja presente em todas essas aulas para ajudá-la. Você se torna mais forte quando está com o Harry, mas tem que aprender a usar seus poderes independente dele. Não estou dizendo que vocês têm que se afastar, apenas ser independentes um do outro e mesmo assim ser poderosos como se estivessem juntos. Não vão estar sempre juntos, como Voldemort nos mostrou. E quando isso acontecer, vocês tem que ser fortes, mesmo estando sozinhos.
Gina sentiu um arrepio ao escutar aquelas palavras. Tremeu involuntariamente, atraindo a atenção de Harry para si.
- Tudo bem? - perguntou ele.
- Sim. - respondeu ela sem olhá-lo. Voltou sua atenção a Dumbledore. - Professor, o que exatamente aconteceu com Voldemort?
- Ele apenas ficou um pouco fraco, mas agora já deve estar tão recuperado quanto você. Ele não suportou toda aquela luz. Era bondade demais pra ele, carinho demais, amor demais. Um sentimento forte e puro que ele nunca sentiu foi usado contra ele, por isso ficou fraco. Ele sentiu mais medo que vocês, podem ter certeza.
Gina desejou não ter feito aquela pergunta. Se sentiu tão embaraçada quanto antes.
- Ah... e porque eu fiquei tanto tempo desacordada? - perguntou Gina tentando mudar o rumo da conversa.
- Usou muito poder, imagino. - disse Dumbledore.
- Usei? - perguntou confusa.
- Sim. Lembra quando fez aqueles comensais desmaiarem no ataque em Hogsmeade? - perguntou ele. Gina assentiu. - Você ficou tonta. Quando emitiu aquela luz no meio salão principal, ficou desacordada por três dias. E aquilo que fez, na Câmara, foi sua maior demonstração de poder até hoje. Depois daquilo, precisava descansar para recuperar todas as energias que tinha gasto.
- Mas porque Harry ficou desacordado apenas por dois dias e eu por duas semanas?
- Porque Harry não usou nenhuma magia. Foi como se ele apenas tivesse dado um pouco, muito pouco de sua energia pra você. A energia, o estímulo que você precisava para poder fazer qualquer.
Gina se perguntou porque todas as suas perguntas, acabavam tendo uma resposta que sempre a deixava embaraçada.
- Mas como eu disse, Harry não vai estar sempre por perto e você terá que usar sua própria energia, tentando se focar em suas lembranças. - disse Dumbledore.
- Como um patrono? - perguntou Harry, franzindo a testa.
- A idéia é quase a mesma. - respondeu ele. - Mas não é tão fácil quanto um patrono. Na hora certa, vocês saberão.
Os dois assentiram.
- Mas porque isso aconteceu? - perguntou Harry, atraindo a atenção dos dois para ele. - Digo, não é qualquer pessoa que faz o que Gina fez e tem o mesmo resultado, não é? Porque isso aconteceu?
Gina balançou a cabeça e cobriu o rosto com as mãos.
- Coisas assim não tem explicação, Harry. - disse Dumbledore, sorrindo. - Só se pode sentir e as únicas pessoas que sentem aqui, são vocês dois. Coisas assim, Voldemort sempre ignorou.
- Que coisas?
Gina podia ter rido da cara de confusão dele se a situação não fosse tão séria e ela não se sentisse tão embaraçada, ao ponto de querer abrir um buraco na terra e se enfiar dentro dele pra sempre.
- Amor, Harry. - respondeu Dumbledore pacientemente. - Amor. Um sentimento que Voldemort nunca sentiu.
Depois disso Harry ficou extremamente sem jeito. Dumbledore sorria divertido.
- Agora eu quero falar sobre a sua proteção, Gina. - disse Dumbledore.
- O quê? - perguntou ela voltando-se para ele. - Que proteção?
- Nas férias você vai ficar na Toca, então vou ter que lançar todos os feitiços de proteção que conheço lá. Acredite, Voldemort não vai medir esforços para tentar pegar você novamente. Seus pais já concordaram.
- Meus pais? Eles sabem? - perguntou assustada.
- Não, eu disse a eles que você estava em perigo porque podia ser usada como isca para atrair o Harry. É melhor assim.
Gina franziu a testa.
- Mas então todos acham que eu estou em perigo por culpa do Harry? Isso não é justo, não é culpa dele, não quero que ninguém pense isso. - disse indignada.
- Eu não me importo, Gina. - disse Harry tentando acalmá-la.
- Mas eu me importo. - retrucou ela. - A culpa não é sua, eu não quero que pense isso.
- Eu não penso. - disse Harry. - Voldemort explicou tudo, Gina. Eu sei exatamente porque ele me quer e sei porque ele te quer. Quer acabar com nós dois, por razões diferentes, mas juntos. Embora eu preferisse que você não estivesse envolvida nisso, não penso que é minha culpa. Se eu pensasse isso, eu estaria menosprezando você, seus poderes e tudo que você fez lá na Câmara para nos salvar.
Gina se calou, pensando no que ele tinha dito. Suspirou, voltou a olhar para Dumbledore e assentiu.
- Tudo bem, mas ele também vai estar seguro, não vai? - perguntou ela.
Dumbledore sorriu.
- Vai. Ele vai estar seguro na casa dos tios.
Gina assentiu novamente.
- E onde estão meus pais e meus irmãos?
- Estão todos na minha sala. Eu disse que precisava conversar com você e pedi para eles esperarem lá.
Gina ergueu as sobrancelhas.
- Não vai ter nenhum vigia, não é? - perguntou desconfiada.
- O quê? - perguntou Harry sem entender.
- Naquele passeio em Hogsmeade, Hagrid estava me vigiando, não era? - perguntou ela.
- Vigiando não é bem a palavra, Gina. - respondeu Dumbledore sorrindo. - Ele só estava dando uma olhadinha. Foi um favor que eu pedi pra ele.
- Mas não vai ter ninguém “dando uma olhadinha” em mim, não é?
Dumbledore riu.
- Não, a não ser seus pais, claro. - disse ele. - Mas eu não vou fazer isso. Pensei que você não tivesse percebido nada sobre Hagrid.
- Não tinha como não perceber. - disse ela. - Ele é bem grande, não é?
- Verdade. - concordou Dumbledore.
Gina sorriu.
- Tem mais uma coisa. - disse ela. - Voldemort disse que aquilo que eu fiz àquele dia no salão principal, era um escudo de luz.
- Ah, sim. - disse ele sem rodeios.
- Então o senhor sabia? - perguntou Harry. - Porque não nos contou?
- Não era importante saberem disso. Você, Harry, já sabia que Gina confiava inteiramente em você. Saber que o fato de você ter conseguido ultrapassar o escudo, demonstrava confiança, não iria mudar em nada a maneira como ela confia em você. Não é realmente importante.
Gina olhou para Harry pensativa e de repente lembrou de uma coisa.
- Aconteceu uma coisa, professor. - começou ela. - Quando eu estava na aula de adivinhação um dia, a professora Trelawney disse uma coisa.
- O quê? - perguntou Dumbledore interessado.
- Ela estava dando quiromancia. Pediu pra ler a minha mão e eu deixei. Ela começou a falar algumas coisas, disse que meu futuro não é fácil, é sombrio, disse que eu ia sofrer muito. Depois ela ficou meio estranha.
- Mais estranha do que o normal? – perguntou Harry interrompendo-a.
- Sim. Ela começou a falar alguma coisa sobre linha do amor. - disse ela olhando distraída para a própria mão. - Falou alguma coisa sobre ser pura, que era amor verdadeiro...
Dumbledore sorriu.
- Mas ela disse que era curta. - continuou Gina.
- Curta como? - perguntou Harry curioso.
- Não sei, eu também não entendi muito bem. Quando eu perguntei, ela...
- O que? - perguntou Harry.
Gina ergueu os olhos das próprias mãos e o fitou.
- Ela ficou em um tipo de transe. - disse. - Começou a falar com uma voz estranha. Disse que era uma linha curta, que um dos dois não ia voltar, disse que eu ia sofrer muito e ele não ia estar lá, que eu ficar sozinha...
- Ele quem? - perguntou Harry.
- Não sei. - disse ela com um suspiro. - Bom, essas palavras não saem da minha cabeça desde o dia em que as escutei, mas eu não sei se podemos confiar, certo? Quer dizer, a professora Trelawney não acerta muitas coisas, não é?
- É, não podemos... - disse Dumbledore pensativo. - E você não contou isso pra ninguém?
- Não, nem para o Harry. Não era uma questão de contar para alguém que eu confiasse. Eu só não sabia se era importante e não queria preocupar ninguém.
- Tudo bem. - disse Dumbledore sorrindo e levantando-se da cama. - Descanse, Gina. Acho que você vai querer estar bem disposta para o baile de depois de amanhã.
Pela cara que Harry fez, ele provavelmente também tinha se perdido no tempo e não lembrava sobre o baile. Dumbledore saiu da enfermaria, deixando os dois sozinhos.
Gina se sentou confortavelmente na cama ficando de frente para Harry.
- O baile... - disse ele.
Gina sorriu.
- Pelo visto você esqueceu completamente. - disse ela.
- É, esqueci.
Gina achou que nunca tinha vivido um silêncio tão constrangedor. Depois de tudo que tinha falado a Harry, ficava difícil encará-lo, ainda mais com ele fingindo que nada tinha acontecido. E seu pânico aumentava ao lembrar que iria ao baile com ele. Ouviram barulhos de passos e a porta se abriu dando passagem a toda a sua família novamente.
- Gina, querida. - disse a Sra. Weasley se atirando sobre ela e a abraçando novamente. - Dumbledore nos contou o que aconteceu. Não é sua culpa, Harry. - acrescentou ela rapidamente para Harry.
- Tudo bem, Sra. Weasley. - disse Harry sorrindo.
Durante o tempo em que todos falavam ao mesmo tempo, Gina viu Harry sair da sala sem ser notado por ninguém, a não ser ela. Ninguém mais pareceu sentir a falta dele. Somente ela. Ela sempre sentiria falta dele.
Continua...
N/A: Oi, gente.
Desculpem a demora pra postar esse capítulo, ok? É que minhas aulas começaram essa semana e eu já estou cheia de tarefas pra fazer.
Minha enooorme sorte é que estou sem professor de matemática, o que é uma pena porque eu amo matemática, e não tive os últimos dois horários Cheguei há mais ou menos uma hora e pude postar o capítulo.
Espero que gostem. Agradeço a todos os comentários e comentem esse capítulo. Não vou demorar tanto pra postar o próximo. Prometo! Palavra de escoteira! (mesmo eu não sendo uma ).
BEIJOS!
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