Conhecendo Gina Weasley
Quando terminaram de fazer todos os deveres, já era hora do almoço. Gina pediu (literalmente, ela obrigou) para ele comer rápido, pois precisavam ir logo para o lugar especial que ela mencionara.
Quando terminaram o almoço, Gina pegou algumas tortinhas de chocolate da mesa e saiu arrastando Harry para fora do salão. Ela viu de relance Cho a fuzilar com os olhos, mas não se importou. Várias garotas olhavam para os dois e soltavam risinhos, os garotos apenas olhavam curiosos e davam de ombros.
- Gina, onde é esse lugar? – perguntou Harry ignorando os olhares sobre si.
- Eu já disse que é surpresa, querido. – respondeu sorrindo.
- Não vai mesmo me dizer?
- Não... – disse com um sorriso maroto. – Eu vou lhe mostrar...
Harry sorriu, mesmo sem saber o motivo. Existia alguma coisa em Gina que o fazia ficar feliz, o fazia sorrir sempre. Era como se a alegria dela fosse contagiante. Gina o arrastou pelos corredores de Hogwarts para fora do castelo. Os dois andaram pelos jardins, que estava vazio porque todos ainda estavam almoçando, e Harry viu que Gina estava o levando para a Floresta proibida.
- Gina, nós vamos para a floresta? – perguntou espantado.
- É, mais ou menos. – disse Gina sorrindo.
- Como assim “mais ou menos”? Gina, pra onde nós estamos indo?
- Não se preocupe, Harry. – ela disse enquanto adentravam a floresta. – Confie em mim, está bem?
Harry assentiu lentamente e a seguiu. Mesmo sendo dia, a floresta não deixava de ser assustadora e Harry se surpreendeu com a naturalidade que Gina andava por ali, era como se ela fizesse isso sempre, o que ele não duvidou nada.
Quando Gina finalmente parou de andar, Harry já ofegava de tão cansado, mas não parecia que ela tinha andado tanto, pois estava do mesmo jeito. Harry estava apoiado nos joelhos ofegando e de olhos fechados.
- Onde... nós... estamos, Gin? – perguntou cansado.
Gina riu sarcástica.
- Eu acho que se você abrir os olhos, você vê bem melhor, Harry. – disse ela.
Harry abriu os olhos e seu queixo caiu, literalmente. Estavam em um lugar que em nada se parecia com a Floresta proibida. Ele era grande e espaçoso, mas no lugar de ter as árvores altas e horrorosas da floresta tinham flores de todos os tipos e cores. Um pouco mais adiante, Harry reparou que tinha uma cachoeira que dava em um lago de águas bem claras que e à frente dele tinha uma árvore grande, onde tinha pendurado um balanço. O lugar tinha um cheiro doce de flores que lembrava estranhamente o cheiro de Gina, pelo que ele percebeu.
- Que lugar é esse? – perguntou boquiaberto.
- Eu não faço idéia, Harry. – ela disse colocando a mão em seu ombro. Harry a olhou chocado. – Que foi?
- Como assim “o que foi”? – perguntou Harry. – Você não sabe que lugar é esse e vem aqui?
- Relaxa, Harry. – ela disse sorrindo tranquilamente. – Eu venho aqui desde o meu primeiro ano, nunca me aconteceu nada.
- Desde o primeiro ano? – ele repetiu.
- Sim, eu sempre gostava de vir aqui quando eu queria ficar sozinha, pensar, relaxar, essas coisas. – disse displicente.
Gina andou um pouco e sentou na beira do lago. Harry a seguiu.
- Você nunca mostrou isso aqui pra ninguém? – perguntou Harry sentando ao lado dela.
- Hum... já. – ela disse depois de alguns segundos pensando. – Eu só mostrei isso aqui a uma pessoa, além de você.
- Quem? – perguntou Harry curioso.
Gina suspirou.
- O professor Dumbledore.
Harry levou alguns minutos para absorver a informação, mas ele sabia que estava com uma cara muito idiota, porque Gina começou a rir.
- Dumbledore? – perguntou só pra ter certeza. Gina confirmou. – Tá bom, deixa eu ver se eu entendi. Você está me dizendo que você trouxe o professor Dumbledore aqui?
- Isso mesmo. – disse Gina prendendo o riso.
- Ok, você trouxe o Dumbledore aqui e ele fez o quê? Tomou banho no lago de sunga? – perguntou com uma careta ao imaginar a cena.
Gina gargalhou gostosamente. Harry não estava entendendo e muito menos achando graça, mas ele tinha a nítida impressão de que Gina estava rindo dele, ou pelo menos da cara dele, que ele sabia que devia estar muito engraçada.
- Harry, você é louco? – ela perguntou rindo. – Porque você acha que o Dumbledore viria tomar banho aqui no lago de sunga?
- Eu não tenho idéia. – disse sinceramente. – Porque ele veio?
- Ele queria conhecer o lugar. – ela respondeu olhando para o fundo do lago.
- Mas você que falou desse lugar pra ele?
- Sim, eu falei no meu primeiro ano... – ela disse se mexendo desconfortavelmente. – Depois que você... Bom, depois que você me tirou da Câmara secreta.
Harry olhou para o lago também. Ele sabia que Gina não gostava de falar nesse assunto, então não insistiu mais. Mas mesmo assim, Gina continuou falando.
- Depois que todos saíram da sala dele, ele disse que queria falar comigo e me pediu para contar tudo o que aconteceu. – ela disse sem expressão alguma no rosto. – Ele queria que eu dissesse a ele tudo que eu conversei com o Tom. Tudo o que eu disse a ele e tudo o que ele me disse. Eu contei tudo pra ele, depois ele me disse que eu era uma pessoa muito forte por ter agüentado tanto tempo com o diário e também lá na Câmara. Então eu contei a ele sobre esse lugar. Ficar aqui quando eu não sabia o que estava acontecendo comigo no meu primeiro ano, me ajudava muito. Eu não sei por que, mas eu nunca falei desse lugar para o Tom. Eu confiava nele, hoje eu sei que não devia, mas naquela época eu era uma idiota e acreditava em tudo o que ele me dizia.
Harry escutava tudo em silêncio sem saber o que dizer. Gina nunca tinha falado disso com ele. Aliás, ele duvidava que ela algum dia tivesse falado disso com alguém.
- Eu falava tudo pra ele, às vezes eu até estava aqui quando estava escrevendo no diário, mas nunca nem sequer citei esse lugar. – Gina continuou. – Quando eu tinha 11 anos, eu acreditava em muitas coisas que hoje eu me acho uma idiota por acreditar. Eu confiava em todos ao meu redor, mas hoje não. Não mais. No momento em que eu descobri que estava sendo enganada pela pessoa que eu acreditava ser meu melhor amigo, eu perdi a confiança nele e em todos. Eu não suporto que mintam pra mim, eu nunca perdôo uma mentira ou uma traição. Deixei de ser uma garota idiota que acreditava em contos de fadas e chorava por qualquer coisa. Minha infância acabou naquele dia, junto com a minha confiança nas pessoas. Era como se eu não confiasse em mais ninguém. Acredito nos meus pais, nos meus irmãos, nos meus amigos, mas não é a mesma coisa e eles conseguiram isso aos poucos. Eu não posso dizer que confio neles, eu só acredito. E perto do que eu sentia quando eu tinha 11 anos, isso é muito pouco. Pouco demais, quase nada.
Gina respirou fundo e continuou.
- Esse lugar me trás uma paz inexplicável. Eu lembro que eu sentia muito medo de quando eu acordava em um lugar sem saber como fui parar lá, então eu vinha pra cá. Eu escrevia no diário dizendo o que eu estava sentindo, Tom parecia compreensivo, ele parecia me entender, mas ele só estava me manipulando, me usando. E acho que você sabe disso, ele deve ter te dito isso lá na Câmara. Hoje eu conheço Tom Riddle como se eu sempre tivesse o conhecido assim, mas não quisesse ver. Ele não perderia essa chance de humilhar alguém, ele deve ter te dito alguma coisa que eu escrevi no diário. Mas acho que mais da metade do que eu escrevi naquele diário, hoje não faz mais sentido nenhum pra mim. Hoje eu não sinto mais medo dele. A única coisa que sinto por ele é raiva, eu tenho pena dele. Porque ele nunca vai aprender a amar uma pessoa de verdade, ele nunca vai saber o que é isso. Depois que Dumbledore me disse que eu era forte, eu contei que achava que minha força vinha desse lugar, era como se ele recarregasse as minhas energias cada vez que Tom me possuía. Dumbledore pediu para ver o lugar e eu o trouxe aqui. Ele disse que já tinha ouvido falar desse lugar, mas ninguém nunca tinha o encontrado. Sabia que ficava nas terras de Hogwarts, mas não exatamente onde. Dumbledore disse que esse lugar era especial e que eu só devia mostrar para alguém que eu confiasse de verdade.
Harry olhou para ela e viu que ela sorria.
- E eu confio em você. – ela disse sorrindo. – Na verdade, eu acho que você é a única pessoa que eu confio de verdade.
- Por quê? – perguntou Harry curioso.
- Eu não faço idéia. – respondeu sinceramente. – É muito estranho, mas eu sinto que eu posso confiar em você, eu simplesmente sinto. Não tem como explicar.
- Não precisa. – disse Harry sorrindo. – Eu fico feliz por saber que você confia em mim.
Gina o abraçou carinhosamente.
- Obrigado por estar aqui comigo e me escutar, Harry. – ela disse se afastando para olhá-lo nos olhos. – Você é um grande amigo.
Harry sorriu e se levantou a puxando junto.
- Você sabe nadar? – ele perguntou com um sorriso maroto.
- É claro que eu sei nadar. – ela fingiu-se de ofendida, depois mudou para uma expressão desconfiada. – Porque?
- Porque nós vamos nadar, oras. – disse ele revirando os olhos e apontando para o lago. – Vamos. – disse ele a puxando pela mão.
- Espera, Harry. Eu não vou nadar de roupa. – disse ela apontando para si mesma.
- E vai fazer o que? Tirar? – perguntou com ironia.
- Harry! – Gina gritou e ele riu. – É claro que não.
- Tá bom, eu estava brincando. O que você vai fazer?
Gina tirou a varinha das vestes e sorriu.
- Eu vou transfigurar minhas roupas. – ela disse.
Harry sorriu.
- Você não sabe fazer isso. – ele falou incerto. Gina ergueu as sobrancelhas. – Sabe?
- Você realmente não conhece Gina Weasley, Harry. – ela falou sorrindo. – Eu sou a melhor aluna de Transfiguração em toda a escola, você não sabia disso?
- Não.
- Então agora já sabe.
- Mas isso não é matéria do quarto ano, eu não estudei isso. – disse Harry confuso. – Ou estudei e não me lembro?
Gina riu.
- Você deve ser muito desligado nas aulas pra não se lembrar do que estudou ou não, Harry. – disse ela rindo. – Mas você não estudou isso.
- E como você está estudando? – perguntou sem entender.
- Eu não aprendi nas aulas, aprendi na biblioteca. – disse sorrindo. – Eu li alguns livros de Transfiguração.
Harry deixou o queixo cair.
- Mas não espalha pra ninguém, eu não quero que pensem que eu sou uma nerd. – completou ela.
Harry riu.
- Você me surpreende, ruiva. – disse balançando a cabeça. Gina riu.
- Eu sei que sou incrível. – disse sem modéstia alguma. – Mas vamos lá, o que você quer?
- O quê?
- O que você vai querer vestir? – ela explicou. – Ou vai nadar de roupa mesmo.
- Eu não sei. – respondeu Harry.
- Olha, presta atenção. – disse Gina, apontou a varinha para si mesmo, fechou os olhos e se concentrou.
Harry esperou e depois de uns poucos segundos, ele viu com espanto as roupas delas irem encolhendo e se transformaram em um biquíni vermelho que combinava perfeitamente com seus cabelos ruivos. Ela abriu os olhos, se olhou de cima abaixo e sorriu. Depois voltou a olhar para Harry, que olhava para ela boquiaberto.
- Como você... o que... mas... – Gina sorriu ao perceber que Harry falava coisas desconexas.
- Por isso que eu adoro Transfiguração. – falou ela.
Harry balançou a cabeça.
- Isso foi... demais. – disse admirado.
- Obrigado, que bom que gostou. – disse ela sorrindo. – E aí? E você?
- Eu estou ótimo assim mesmo. Vamos logo!
Sem avisar, Harry a pegou no colo e pulou com ela dentro do lago. Como a água do lago era clara, Gina abriu os olhos e viu Harry sorrindo maroto para ela. Ela sorriu, subiu até a margem e esperou Harry fazer o mesmo.
- AHHH... – ele gritou por trás dela a assustando.
- Harry, não faz isso. – gritou rindo.
- Eu não fiz nada, querida. – disse sorrindo inocentemente.
Gina lhe deu um tapa no ombro e ele riu.
- Hey, isso dói. – ele protestou.
- Eu sei que dói, e isso se chama tapa. – ela disse nadando para longe dele.
- Ruiva, você é louca. – ele sussurrou para si mesmo sorrindo. – Mas inacreditavelmente, é a louca que eu mais gosto.
Os dois ficaram nadando durante muito tempo e quando Gina saiu da água, cansada, ela foi até o balanço e ficou lá sentada apenas observando Harry, que ainda estava nadando.
- Virou peixe, Harry? – ela perguntou divertida.
Harry riu e saiu da água se sentando na sombra da árvore.
- Estou com fome. – disse Gina sentando ao seu lado. – Você não?
- Estou, mas se eu pudesse, ficaria aqui pra sempre. – ele respondeu sorrindo. – Esse lugar traz mesmo uma paz inexplicável.
- Eu também ficaria aqui pra sempre, esse lugar é o meu refúgio. – ela disse. – Não se arrependeu de ter vindo aqui comigo.
- Não, nem um pouco. – Harry respondeu. – Esse lugar é incrível.
- É, assim como eu. – ela disse sorrindo.
- Não sabia que você era tão convencida. – disse divertido.
- Ora, é a verdade. Eu sou incrivelmente esperta desde o dia em que eu nasci.
- Porque? O que você fazia? – perguntou Harry.
Gina pensou.
- Bom, pra começar, no dia do meu nascimento choveu o dia inteiro, mas quando eu nasci parou de chover e o sol apareceu. – ela disse orgulhosa.
- Sério? – perguntou Harry espantado.
- Não, isso é mentira. – disse displicente abanando as mãos. – Na verdade, aquele foi um dos verões mais secos que já existiu. Eu sofri muito com o calor.
Harry riu.
- Mas mesmo assim eu era esperta. – ela continuou. – A minha primeira palavra foi idiota, seguido de um chute no meio das pernas do Fred.
Harry gargalhou.
- Você só pode estar brincando. – disse rindo.
Gina sorriu.
- Não, não estou. Pode perguntar a qualquer um dos meus irmãos, ou aos meus pais. Eu acho que é por isso que eles têm tanto medo de mim quando estou com raiva, principalmente o Fred.
- Mas não tem como você lembrar disso. – argumentou ele. – Você devia ser muito pequena.
- Mas eu lembro. – teimou ela. – Foi uma das minhas melhores lembranças, eu não vou esquecer a cara que o Fred fez nunca.
- Mas porque você fez isso?
- O motivo eu não lembrava, mas mamãe disse que foi porque ele pegou a minha boneca e escondeu. Parece que eu fiquei com muita raiva dele e fiz isso. – disse sorrindo.
- Me lembre de nunca deixar você com raiva. – falou espantado.
Gina riu.
- Até hoje a única coisa que Fred faz comigo é me fazer rir, acho que ele tem medo que eu fique com raiva dele e repita o que eu fiz há tanto tempo.
- Quer dizer que quando a senhorita fica com raiva, fica muito perigosa?
- Na verdade, quando eu estou com raiva, quando eu estou com muita raiva, eu não controlo o que eu faço e muito menos os meus poderes. – ela falou nervosa.
- Como? – perguntou Harry sem entender.
- Quando uma criança bruxa fica assustada ou com muita raiva, ela não tem controle dos seus poderes e faz magia involuntária. – explicou Gina. – Eu, como qualquer criança, também já fiz isso quando era pequena.
Harry assentiu e Gina continuou.
- Agora eu não sou mais uma criança, mas mesmo assim ainda faço isso. – ela disse.
- Faz? Faz o que, por exemplo? – perguntou Harry curioso.
- Bom, você lembra que no dia que nós chegamos a Hogwarts, você me perguntou o que aconteceu com o Malfoy? – Harry confirmou com a cabeça. – Então, naquele dia, eu perdi totalmente o controle das minhas ações. Malfoy sempre me provocou, assim como provoca todo mundo, mas eu sempre o ignorava, nunca liguei pra o que ele falava. Mas naquele dia eu não agüentei, não consegui ficar só ouvindo, era demais. Num segundo eu estava de costas pra ele escutando tudo, no segundo seguinte, eu já tinha dado um tapa na cara dele e estava pegando minha varinha. Eu fiquei com medo naquele dia... não do Malfoy. – acrescentou perante o olhar de Harry. – Ele teve muita sorte de receber só um tapa no lugar de um dos meus famosos chutes. Eu fiquei com medo do que eu senti. Era uma raiva que eu nunca tinha sentido antes. Eu senti como se eu pudesse matá-lo apenas em dois segundos. E isso me deu medo. Se a Chang não tivesse aparecido naquela hora, eu não sei o que eu teria feito. É claro que o Malfoy ficou com muita raiva, disse que ia se vingar. Eu não tenho nenhum pouco de medo do que o Malfoy pode fazer comigo, mas eu tenho muito medo do que ele pode fazer com as pessoas que eu amo. Eu não me importo, e nunca me importei com o que aconteceria comigo, mas acho que eu morreria se acontecesse alguma coisa com alguém que eu amo por minha causa.
Um vento forte soprou e fez os cabelos de Gina balançarem. Ela se encolheu de frio, afinal ainda estava molhada e de biquíni. Harry a abraçou pelos ombros e ela continuou.
- Eu prefiro morrer do que ver alguém que eu amo morrer na minha frente. – ela disse encostando a cabeça no ombro de Harry. – Me sacrificar no lugar dessa pessoa.
Os dois ficaram em silêncio durante vários minutos, até que Harry se lembrou de uma coisa que estava o incomodando.
- Gin... – chamou delicadamente.
- Hum...
- O que o Malfoy falou?
Podia ser só impressão de Harry, mas Gina pareceu ficar tensa com a pergunta. Ela respirou fundo antes de responder.
- Bom, eu estava andando pelo trem quando esbarrei nele. Ele ficou falando aquilo que ele sempre fala, de ter nojo de sangues-ruins e traidores do sangue, mas dessa vez ele foi longe demais. Ele falou que eu e minha família devíamos ser mortos por sermos traidores do sangue, que um devia ter uma morte pior do que o outro. Isso pra mim não é uma coisa com que se deve brincar. Depois ele falou de você...
- De mim? – perguntou Harry a afastando procurando seus olhos, mas Gina desviou o olhar para o lago.
- Sim... ele falou que você também devia morrer... ele falou que você vai morrer... que Você-sabe-quem iria matar você e depois matar todos os Weasley que te protegiam... claro que eu não acreditei nele. – acrescentou quando sentiu Harry a olhar indagador. – Mas mesmo não acreditando, eu não agüentei ouvir isso... mas eu também sei que isso pode acontecer... e eu não quero que aconteça...
Harry a abraçou mais forte. Ficaram assim durante um tempo desconhecido para os dois e já estava escurecendo, mas eles não se importavam. De repente, Harry sentiu uma dor lancinante atravessar a sua testa, como se a tivesse rachando ao meio. Imediatamente, ele soltou um gemido de dor e levou as mãos a testa se afastando de Gina. Gina o olhou assustada.
- Harry, o que aconteceu?
- Minha... cicatriz... – falou com dificuldade. – Está doendo... muito...
Ele sentiu Gina se aproximar hesitante. Ele levantou a cabeça, abriu os olhos e viu ela erguer a mão lentamente, tocar suas mãos e afastá-las da testa, depois afastar seus cabelos que cobriam a cicatriz e tocá-la delicadamente. Ele não soube explicar porque, mas sentiu uma grande melhora, quase não sentia mais a dor.
- Está tão vermelha... – ela sussurrou assustada.
Harry colocou sua mão por cima da dela e Gina desviou seus olhos da cicatriz para ele.
- Nós temos que voltar... – ele falou com uma voz urgente. – Isso significa que Voldemort está feliz ou com raiva. Ele pode ter feito alguma coisa.
Gina assentiu, levantou e rapidamente transformou o biquíni nas suas roupas novamente. Ela apontou a varinha para Harry, secou suas roupas e depois guardou-a no bolso das vestes.
- Vamos. – ela pegou sua mão e o guiou para longe dali.
Quando eles finalmente saíram da Floresta já era noite, provavelmente o jantar já tinha sido servido. Como estavam com muita fome, eles foram direto na cozinha, onde Harry encontrou Dobby e ele os encheu de comida.
- Dobby gosta quando Harry Potter vem vê-lo e trás um Whezzy, Dobby adora Whezzy. A Srta. Whezzy é muito bonita.
- Que isso, Dobby? – disse Gina corada, comendo uma torta de chocolate.
Harry olhou para Gina e sorriu. Há muito tempo não a via corada daquele jeito, resolveu sair logo dali antes que Dobby a fizesse explodir de vergonha.
- Nós já vamos, Dobby. – disse ele levantando da mesa.
Gina também levantou, mas antes encheu as mãos de tortinhas de chocolate e empurrou algumas nas mãos de Harry.
- Pronto, agora podemos ir. – disse sorrindo.
Os dois saíram da cozinha a foram em direção a sala comunal da Grifinória.
- Harry, você acha que aconteceu alguma coisa? – perguntou Gina preocupada.
- Não sei, mas nós só vamos saber amanhã quando o Profeta diário chegar. Se Voldemort tiver feito alguma coisa, com certeza nós iremos saber.
Gina assentiu, disse a senha para a mulher gorda e os dois entraram na sala comunal. Ela estava cheia de alunos barulhentos que logo pararam de falar para observar os dois.
- Provavelmente devem estar imaginando porque nós sumimos o dia todo. – cochichou Gina para Harry, enquanto eles iam em direção ao sofá em frente a lareira, onde avistaram Rony e Hermione os olhando boquiabertos.
- Onde vocês estavam o dia todo? – perguntou Rony exaltado. As pessoas continuavam observando tudo em silêncio.
- Nós estávamos por aí, Roniquinho. - respondeu Gina sorrindo amigavelmente, depois fechou a cara e continuou. – Não enche, Rony. Eu estou cansada, então é melhor me deixar em paz. – depois ela virou para Harry e sorriu docemente. – Boa noite, Harry.
Ela deu um beijo em sua bochecha, girou nos calcanhares e subiu as escadas do dormitório feminino comendo mais uma tortinha sem ligar para todos que a observavam. assim que Gina desapareceu, todos os olhares se voltaram para Harry como se fossem uma pessoa só. Ele olhou ao redor e depois para Rony e Hermione.
- Er... eu vou... dormir, boa noite. – e subiu as escadas do dormitório masculino comendo uma tortinha que Gina havia lhe dado. Agora ele conhecia um pouco mais de Gina Weasley. E isso era muito bom.
Continua...
N/A: Mais um capítulo postado, espero que estejam gostando. Eu gostei muito desse capítulo, é bastante revelador e vai servir como base para os outros. Comentem... Beijos!
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