Imponência Natural
Capítulo 6 – Imponência Natural
Gina, após passar o dia praticamente todo ao piano treinando variadas peças musicais, resolveu descansar. Afinal, em pouco menos de dois meses o teste para escolher a pianista oficial da orquestra sinfônica seria realizado, e ela estava concorrendo. E apesar de ter executado cada peça com perfeição, sentia que faltava algo; algo que pudesse complementar tudo e torná-la imbatível no dia do teste.
E enquanto pensava na solução dessa questão, passos ritmados desciam as escadarias de seu porão; passos que vinham de sapatos italianos caríssimos e de um rapaz elegante, mas de ar esnobe. Alegre por reconhecer o som dos passos, pronunciou no seu conhecido tom zombeteiro:
- Pensei que tivesse se esquecido de mim, já que há meses não vem me visitar!
Ele, contente por ter escutado o som mavioso da voz de Gina depois de tanto tempo, encontrou-a no meio da escuridão e abraçou-a fortemente, levantando-a do chão e dando giros com ela no ar, fazendo-a rir. E logo após, levou-a para o centro do porão, onde poucas telhas de vidro deixavam transpassar com fraqueza a luz do sol; aquele era o único lugar iluminado naquele porão, e ele estava ansioso para admirá-la à luz do dia, para ver a beleza dela resplandecer juntamente com o brilho do sol. Maravilhado com a imagem que vislumbrava, respondeu, finalmente, à Gina:
- É praticamente impossível alguém se esquecer de um ser tão belo quanto você. Impossível. - Gina, ao ouvir, corou levemente, fazendo o rapaz sorrir e acariciar seu rosto com a ponta dos dedos enquanto falava – Nem mesmo meus sonhos fizeram jus à sua beleza.
- Você, pelo visto, não mudou nada. Continua exagerado e galanteador como sempre, não é, Draco?! – Ela falara, nervosa, afastando-se dos carinhos e elogios do rapaz. – Pensei que tivesse deixado claro que não pretendo ser nada mais do que sua amiga.
- E deixou. Bem claro, até. Mas é algo inevitável te ver e dizer alguma coisa, qualquer coisa relacionada a você, seja uma qualidade ou qualquer coisa do tipo. – Ele, então, encontrou-a e a abraçou por trás, acalmando-a - Parece que a sua presença, a sua beleza exige uma espécie de reverência de todos. Uma imponência natural, eu diria.
- Eu trocaria toda esta imponência por uma única coisa Draco. E você sabe muito bem o que é.
- Sei, sim. E também sei que esta imponência natural a qual lhe falei surgiu justamente para compensar esta falha, Gina.
Ela, então, o abraçara, agradecendo o carinho, e logo fora atrás de uma enorme estante que continha milhares de discos, CD’s, e fitas cassetes. Após tatear alguns, tirou um disco de vinil com as sonatas mais famosas de Beethoven e o pôs na vitrola para tocar. Sentando-se numa poltrona que ficava perto dali, ouviu as primeiras notas da música em silêncio profundo, até que anunciou a Draco, que estava parado no mesmo lugar em que ela o deixara:
- Fui selecionada para fazer o teste da orquestra sinfônica. Se eu ganhar, serei a pianista oficial, e vou ganhar uma fortuna por isso.
- Gina, isso é incrível! Parabéns! – Draco falara, entusiasmado e indo em direção à Gina, guiando-se pela voz melodiosa da garota. Ela continuou:
- Vou tocar essa sonata no dia. E mesmo ensaiando por dias a fio, ainda sinto que falta algo para torná-la... Única.
- Gina, tudo o que você faz é perfeito. Tenho certeza que isso é só paranóia sua. – Dissera Draco entre gemidos após esbarrar fortemente na estante de discos de Gina, fazendo-a rir.
- Sabe, Draco, pergunto-me se um dia você irá parar de esbarrar em meus móveis e aprenderá a se mover no escuro... Porque você me conhece há quase cinco anos e nunca conseguiu esse feito!
- Ok, reconheço que essa não é uma habilidade minha... Mas sei que é de uma certa pessoa que tem te visitado todo final de tarde, há um mês, não é? – Draco provocara a pianista, tocando finalmente no assunto que o motivara a estar ali. Ele vigiava cada movimento que a garota fazia, cada palavra que ela dizia, porque tudo o que dizia respeito a ela lhe interessava. Gina lhe interessava.
- O quê? – Gina indagara com a voz falha. Draco a pegara desprevenida, ela não esperava que ele soubesse das visitas de Harry.
- Você sabe muito bem do quê e de quem estou falando. Quando ia me contar?
- Contar o quê?
- Que Harry Potter anda lhe visitando há pouco mais de um mês. Gina, não se faça de idiota, e muito menos me faça. Eu descubro cada passo seu, por menor ou em falso que ele seja. – Draco já estava começando a se irritar com as respostas de Gina. Elas eram um sinal de que ela estava nervosa e tentando lhe esconder algo, e ele não suportaria se existisse algo a mais nesses encontros. Não mesmo.
- Draco, não é pra tanto. Não acontece nada demais nessas visitas. Nós somente conversamos! – Gina finalmente levantara-se da poltrona onde estava acomodada para ficar cara a cara com Draco, que até aquele momento não localizara a garota.
- Ah, vocês conversam! E qual é o assunto? Como nascem os bebês, é?!
Neste momento, Gina não se controlara e, como se pudesse ver com clareza o rosto de Draco naquela escuridão, deu-lhe um tapa no rosto, o mais forte que podia, deixando uma marca vermelha na face branca do rapaz. Ela, alterada e extremamente zangada, respondera lentamente:
- Não me venha com suas ironias sem cabimento, Draco Malfoy. Nunca, nunca lhe faltei com o respeito nem duvidei de você. Então faça o mesmo comigo, porque eu me dou ao respeito e tenho caráter. E se for pra continuar com esses questionamentos e dúvidas, acho melhor você ir embora.
- Gina, por favor, me desculpe. Eu... Perdi a cabeça, o controle... Não suporto a idéia de Harry Potter lhe visitando aqui quase todos os dias, nesta escuridão, no final de uma tarde, podendo te tocar e... – Draco, segurando e acariciando o rosto de Gina com as mãos, ficara nervoso de repente e percebeu que desculpas e exageros formados através de especulações não adiantariam de nada. Tinha de mostrar à pianista quem Harry realmente era e o perigo que ele exercia sobre ela: - Você sabe a fama que ele tem? O quão irresponsável e mulherengo ele é? Porque acha que seus irmãos, que são amigos dele, nunca te apresentou a ele, ou mencionaram sua existência?
- Fácil: porque eu sou uma aberração.
- Errado: porque você é o caminho para a perdição. Gina, você não faz idéia do quanto é linda. Do quanto eu tenho de me controlar quando estou ao seu lado, da força de vontade que eu tenho para me satisfazer somente com o fato de ser só seu amigo, e do esforço que eu faço para não bater nos rapazes que te olham toda vez que saio com você. – Gina, então, esboçou um sorriso ao ouvir isso, e estremecera diante da revelação de Draco. Ele, vendo que obteve sucesso no comentário, continuou: - Ele já viu você alguma vez?
- Não, ainda não.
- E sabe de seu problema?
- Também não.
- E como ele é com você?
- Ele é totalmente diferente do que você e meus irmãos disseram para mim. Sempre me respeitou muito, me trata com carinho... É simpático, bonito, forte, bem-humorado, esperto, galanteador... E muito, muito legal. Além de ter bom gosto pra música, claro. E ele sabe de cada coisa! Parece que já viu de um tudo nesse mundo! E ele tem uma voz tão aveludada, e um cheiro amadeirado que apetece qualquer olfato... Nossa, ele... Ele é incrível. Ah, e ele também...
- NÃO, NÃO E NÃO! – Draco gritara, afastando-se de Gina com passos rápidos e fortes, demonstrando a raiva que sentia ao ouvi-la falar de Harry Potter daquele modo. Ela, percebendo que fizera algo que o aborreceu, perguntou:
- Draco, o que aconteceu? O que eu fiz de errado?
- Não vê? O modo como você fala dele, o carinho que você põe na voz, os sorrisos que intercalam cada frase... Tudo indica que você está apaixonada por ele, que ele conseguiu o que queria.
- E se eu estiver realmente apaixonada por Harry? Qual o problema em apaixonar-se, Draco? – A pianista instigara, intrigada com a possibilidade de estar apaixonada pelo playboy mais famoso de toda a Londres.
- O problema não está em se apaixonar, mas por quem se apaixonar. Ele é um despedaçador de corações, Gina, um especialista em iludir garotas de todos os jeitos, tamanhos, cores e crenças! Será que você não consegue enxergar isso? Que você vai ser somente mais uma na lista dele? E quando ele souber de tudo, te ver como realmente é, aí sim é que você não vai passar de mais uma para ele. Harry Potter não liga pra mais ninguém que não seja ele próprio.
- Draco, ele mudou! Eu sei que mudou. Ele está dando um duro danado aqui no Instituto, mantendo-o de pé, reerguendo-o! Sem contar que ele está largando a vida que tinha. Parou de fumar, não vai mais a festas... E eu sei que parte dessa mudança deve-se a mim!
- Você é tão inocente, Gina... Acredita em tudo que ele lhe diz. Gina, garotos como Harry procuram diversão o tempo todo. Com você, não vai ser diferente. Vamos imaginar essa situação: Harry é um alcoólatra que está em abstinência há 4 semanas, e que foi preso com correntes num quarto... Ele cansou de bebidas baratas, e você é o vinho mais refinado desse quarto, a única bebida existente no quarto, da melhor safra, colocado num local propositalmente distante; difícil de conseguir, mas que ele tem de saborear a todo custo. Enquanto ele não obtiver o que quer, vai insistir mais e mais, tentar se libertar das correntes, até te conseguir. Entende agora o que quero dizer?
- Mas se ele cansou de bebidas baratas, ele pode muito bem deixar a vida que tinha e passar a desfrutar somente daquele vinho, já que é o mais refinado, não? Existe essa possibilidade, Draco. E eu estou acreditando nela.
- Você disse que ainda não falou sobre o seu problema a ele. Fale, e verá o que acontece. – Draco falara friamente, percebendo que não adiantava mais manchar a imagem de Harry. Gina insistia em deixá-la limpa.
- O que você quer dizer com isso?
- Que você tem de ser justa com ele antes que as coisas piorem. Não quero vê-la decepcionada, chorando pelos cantos, sabendo que poderia ter evitado isso há mais tempo. – E ao dizer isso, ele a beijou na face, com todo o carinho possível, e subiu as escadarias do porão onde ela morava. Quando ia saindo porta afora, gritou, mesmo sabendo que Gina conseguiria escutá-lo mesmo ele falando baixo:
- Você não imagina o quanto eu daria pra que, algum dia, você falasse de mim do mesmo modo como fala dele. Não imagina.
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- Harry! Quanto tempo, rapaz! – Falou com certo saudosismo um homem velho e de barbas longas, robusto demais para a idade e muito alegre, que usava um macacão jeans surrado e um chapéu de palha sobre a cabeça, protegendo-se do sol que estava incrivelmente forte depois de muitas chuvas durante o ano. Harry, que trajava um uniforme de equitação verde escuro, respondeu com um enorme sorriso no rosto:
- É verdade, Alvo. Vim aproveitar o dia de sol para visitar o Hércules e treinar um pouco. Onde ele está, a propósito?
- Parece que eu adivinhei que você viria, porque acabei de selá-lo. Está lá na baia à sua espera. Vamos, vou acompanhá-lo.
Ao dizer isso, os dois passaram a andar lado a lado pelo gramado daquela hípica. O local era enorme e muito bonito, muito arborizado e cheio de animais... Cheio de vida. Ao lado dela existia uma enorme e bela fazenda, e ambas eram de propriedade de Alvo Dumbledore, o homem que guiava Harry à baia.
- Soube que anda muito ocupado, trabalhando no Instituto de sua mãe. Fiquei feliz ao saber disso.
- É, foi idéia de Sirius, e eu acabei cedendo. Mas sabe, até que estou gostando. Finalmente estou exercendo a profissão em que me formei, e acho que já estava na hora de criar um pouco de vergonha e ter responsabilidade, afinal. Não poderia passar a vida toda em festas e orgias, não é?
- Está certíssimo, Harry. Sabe, seus pais ficariam orgulhosos de ver que tomou um rumo na vida, depois de tanto tempo. Só falta casar.
- Casar? Não, creio que ainda está meio cedo pra isso. – Harry ficara incomodado com a idéia dada por Dumbledore. Só de pensar em ficar preso a uma única pessoa pelo resto de sua vida, tinha calafrios. E isso não passou despercebido por Alvo:
- Por quê? Ainda não encontrou a pessoa certa ou simplesmente tem medo de se apaixonar, Harry?
- Medo de me apaixonar? Não, Harry Potter nunca se apaixonou. Não se apaixona de jeito algum.
- Quer dizer que, se encontrasse a pessoa perfeita para você, feita especialmente pra ficar ao seu lado por toda a vida, desperdiçaria essa oportunidade porque acha que não tem a capacidade de se apaixonar? Deixaria esta pessoa escapar por puro machismo, por achar que é forte o suficiente pra viver sozinho? – Alvo questionara, abrindo uma portinhola para tirar um belo e enorme cavalo branco.
- Sirius e você fizeram isto, não? Ou estou enganado? – Harry provocara, gostando nem um pouco do rumo que a conversa tomara. Sentiu uma vontade imensa de simplesmente pular no cavalo e galopar por aí, deixando Dumbledore falando sozinho. Mas preferiu continuar e ver a reação do velhote, que disse baixa e lentamente:
- Sim, fizemos. E com certeza nos arrependemos, porque ficamos velhos e sozinhos, sem a companhia de ninguém para nos confortar pelo resto da vida, contentando-se com as migalhas que a vida nos dá de quando em vez. Não vale a pena trocar uma vida de felicidade plena por outra de diversões pequenas e instantâneas, que acabam tão rápido quanto a nossa juventude. Com certeza, não. – E recompondo-se, saiu da baia em passos largos e firmes, dizendo: - Aí está o Hércules, pronto pr’uma corrida. Faça bom proveito.
Harry, intrigado com o que ouvira, ficou parado e em silêncio por um tempo, até que finalmente colocou o capacete e subiu em Hércules, que, sem o uso de chicote, espora ou qualquer outro tipo de violência contra ele, galopava mais rápido que qualquer animal dali. E cada vez que o vento batia em seu rosto, o rapaz lembrava-se da pianista misteriosa e perguntava-se se ela era a pessoa certa. E pior: se ele estava se apaixonando por ela. Céus, se ele estivesse, estaria perdido. Ele não podia estar gostando de uma garota que nunca vira, não mesmo. Rapazes como ele não podiam, não deviam se apaixonar, e ele tinha de comprovar aquilo o quanto antes. E seria naquela noite, depois de um mês inteiro fugindo da vida que tinha, que ele mostraria a todos que era capaz de seguir sozinho. Não seria uma garota misteriosa, inteligente, talentosa e extremamente provocante que o faria mudar completamente de vida, seria? Bem, isso era o que ele iria descobrir.
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Quando saíra da hípica, a primeira coisa que Harry fez foi sair para a cidade à procura de uma festa. Havia negado tantas naquele mês que seus amigos já tinham desistido de convidá-lo. E com a proporção em que deixava de sair, seus amigos também iam saindo de sua vida, como se ele não fosse mais tão interessante como antigamente. Enquanto andava a 160 Km/h no seu Corvette azul e bebia uma garrafa enorme de uísque puro, a voz de Gina dizia-lhe internamente a todo o momento que ele parasse com aquela loucura. Mas a vontade de provar a todos que garota alguma o domava era maior do que tudo.
Please come now, I think I'm falling
Por favor, venha agora, eu acho que estou caindo
I'm holding on to all I think is safe
Eu estou me segurando em tudo que acho ser seguro
It seems I've found the road to nowhere
Parece que eu achei a estrada para lugar nenhum
And I'm trying to escape
E eu estou tentando escapar
Foi quando ele viu uma boate aberta, com enormes e ofuscantes luzes de néon dizendo que haveria um grande show àquela noite. Alegre por ter encontrado alguma diversão, estacionou e entrou extremamente animado naquele lugar; dançando no meio de todos, procurava alguma garota que estivesse afim de sair com ele. E encontrou. Era uma loira, linda de morrer, que logo percebera quais as reais intenções de Harry naquela noite e naquele lugar, e passou a dançar com o rapaz de modo sensual e provocante, insinuando que ela queria o mesmo que ele: diversão por uma noite.
I yelled back when I heard thunder
Eu gritei quando ouvi o trovão
But I'm down to one last breath
Mas estou no meu um último suspiro
And with it let me say
E com ele deixe-me dizer,
Let me say
Deixe-me dizer
- Está sozinho, querido? – Perguntou a garota de voz aguda, com a boca extremamente perto da dele. Ele, com um sorriso torto capaz de seduzir qualquer mulher, afirmou:
- Sozinho e disposto a ter uma noite inesquecível com alguém.
- E eu posso ser esse alguém?
- Se quiser...
- É lógico que quero. Não vê? – E ela insinuou-se ainda mais para o rapaz, rebolando e, logo após, envolvendo-o em seus braços e beijando o pescoço dele. Ele fechou os olhos, e a lembrança de Gina tocando seu rosto lhe veio à mente, atormentando-o. Nervoso por perceber que até mesmo naquela boate cheia de gente, com uma mulher muito bonita ao seu lado, não conseguia tirá-la de sua mente, segurou o rosto da loira e passou a beijá-la com avidez e voracidade. Ela retribuía o beijo na mesma intensidade, e no meio dele, Harry perguntou-se se o beijo de Gina poderia ser melhor que aquele... Que gosto ela teria... Se ela gostaria de beijá-lo.
Hold me now
Segure-me agora
I'm six feet from the edge and I'm thinking
Eu estou a seis passos do precipício e eu estou achando que
Maybe six feet
Talvez seis passos
Ain't so far down
Não sejam tão distantes assim
Assustado por pensar novamente na pianista, interrompeu o beijo e afastou-se rapidamente da loira, e foi até o bar pedir um drinque. Ela, estranhando a atitude do rapaz, foi atrás dele e perguntou, quando sentou numa banqueta:
- Aconteceu alguma coisa?
- Falta de álcool no sangue, só isso. – Brincou Harry, dando novamente o sorriso torto e bebendo de uma só vez o drinque que o barman acabara de colocar no balcão. Depois, pegou-a pelo braço e sussurrou em seu ouvido: - Não acha melhor irmos para um lugar mais calmo? Aqui tem muitas testemunhas...
- Só se for agora. – Respondera a loira num sorriso, enquanto Harry a guiava para fora da boate. Logo encontraram o carro dele e, assim que entraram, a sessão de amassos iniciou-se, só que com menos roupas.
- Você sabe como tratar uma mulher... – Sussurrava a loira com a voz irritantemente aguda que tinha, enquanto Harry a acariciava das mais diferentes formas. Ele, orgulhoso com a afirmação, indagou:
- Sei, é?
- Até demais... Essa vida é muito injusta... Devia ter te conhecido há mais tempo... – Sussurrava a garota, sendo que a frase fez Harry recordar-se novamente de Gina, no primeiro dia em que a conheceu. E percebeu que era loucura aquilo que estava fazendo. Um erro enorme.
I'm looking down now that it's over
Estou olhando para baixo agora que tudo acabou
Reflecting on all of my mistakes
Refletindo sobre todos os meus erros
I thought I found the road to somewhere
Eu pensei que havia encontrado a estrada para algum lugar
Somewhere in HIS grace
Algum lugar em Sua graça
I cried out heaven save me
Eu clamei aos céus "salve-me"
But I'm down to one last breath
Mas estou em meu último suspiro
And with it let me say
E com ele deixe-me dizer,
Let me say
Deixe-me dizer
Nesse momento, seus olhos se abriram, e ele finalmente viu em que situação se encontrava: Entre beijos e carícias extremamente provocantes, ele estava enroscado com uma loira seminua no banco de seu carro, uma loira a qual ele nem sabia o nome, e por quem não estava nem um pouco atraído. Afinal, a toda hora pensava em Gina, fosse nos beijos, carícias ou frases. Ele queria que ela estivesse ali, não àquela mulher de voz irritante. Atordoado, largou a garota e passou a abotoar sua camisa. Ela perguntou, estranhando:
- Há algo de errado? Estava tudo saindo tão bem e...
- Eu é que estou mal. Eu sou o problema. Olha me desculpe, mas não vai dar, ok? – Ele desculpou-se sinceramente, enquanto ajeitava a gola da camisa. – Minha cabeça está em outro lugar e...
- Está pensando em outra garota, não é? – Ela observou, percebendo nos olhos verdes e penetrantes de Harry o motivo para desistência. Ele, impressionado com a perspicácia da garota, afirmou:
- É. Estou.
Hold me now
Segure-me agora
I'm six feet from the edge and I'm thinking
Eu estou a seis passos do precipício e eu estou achando que
Maybe six feet
Talvez seis passos
Ain't so far down
Não sejam tão distantes assim
Ela somente balançou a cabeça, compreendendo tudo, e passou a se vestir, como Harry também estava fazendo. Ao terminar, constatou lentamente, com a voz calma:
- Ela tem sorte de ter um cara como você apaixonado por ela. Muita sorte. – E depois de mandar um olhar reconfortante ao rapaz, saiu do carro, constrangida. Ele, por sua vez, ficou pensando várias e várias vezes no que a garota dissera antes de sair do carro. Se até mesmo uma desconhecida constatou e reconheceu que ele estava apaixonado, por que ele não?
Pela primeira vez em 26 anos, Harry Potter apaixonou-se por uma garota. Uma garota chamada Gina.
Sad eyes follow me
Olhos tristes me seguem
But I still believe there's something let for me
Mas eu ainda acredito que tenha restado algo para mim
So please come stay with me
Então, por favor, venha ficar comigo
'Cause I still believe there's something left for you and me
Porque eu ainda acredito que tenha restado algo para mim e para você
For you and me, for you and me
Para mim e para você, para mim e para você
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N/A: Em primeiro lugar, mil perdões pela demora. Passaram-se meses, e eu não postei nada. Só percebi o quanto estava abandonando minhas fics quando o Rodrigo (aliás, muito obrigada pelo carinho e pela dica) me mandou um e-mail perguntando como eu queria ser uma autora feliz, se não postava mais capítulos para serem comentados. Sério, fiquei muito puta comigo mesmo e criei vergonha na cara: comecei novamente outro capítulo (que espero que gostem! ^^).
Os motivos pr’eu ter parado de escrever? Bem, fiquei de recuperação em Física, e estudei muito pra tentar recuperar a nota (o que não adiantou muito, devo ressaltar. =[ Por causa disso, estou criando planos para tentar matar meu professor, e isso tomou muito do meu tempo. Aliás, aceito sugestões.). E depois da recuperação, veio o novo semestre, cheio de novos assuntos e trabalhos escolares. Sério, nunca estudei tanto na minha vida, não é fácil ser estudante de escola pública federal. E conciliar essa vida de estudante com a de musicista, filha, amiga para minhas amigas, e a de autora de fanfictions é muito difícil. Espero que compreendam e me perdoem, de coração.
Além disso, tive umas desilusões amorosas com meu namorado, e tal, e isso me desmotivou pacas. Mas o importante é que tou me recuperando e voltei a escrever. Queria agradecer ao carinho de todos os leitores que comentaram e continuam comentando. Vocês são o motivo principal para essa fic estar de pé, sabiam? Senão, teria desistido no meio do ano, porque estou sofrendo pressão demais por aqui.
No mais, obrigada por tudo, TUDO MESMO, e comentem. Se não comentarem, votem. Se não votarem, somente leiam e gostem. Se não gostarem... Bem... Prefiro não comentar. Opinião vai de pessoa a pessoa. Beijos!
Carpe Diem
Hannah B. Cintra
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