Lucio Malfoy



Parecia que tinha acabado de pegar no sono quando acordei assustado, os pesadelos invadiram minha cabeça. Me arrumei e fui para o salão comunal. Estava colocando alguns livros na mochila e escutei umas bicadinhas. Abri a janela e lá estava a coruja responsável pelo barulho. A carta era de minha mãe, até tinha esquecido que escrevera para ela. Tentei tirar o envelope do pé da coruja sem fazer muitos ruídos. Desamarrei o pergaminho e comecei a ler

‘Querido Filhinho!
Espero que esteja gostando da escola.
Estou muito orgulhosa de você. Continue estudando bastante, assim você será um grande homem, como seu pai.
Mamãe’

Ela não falou muito sobre papai, desconfio que ele esteja trabalhando (como sempre). Como perguntaria sobre a gruta? Não falaria nada para mim, mamãe o impediria. Isso se ele lesse a carta, duvido muito. Quem sabe Alvo me desse uma idéia. Mas ainda era cedo, faltava mais de uma hora para encontra-los no jardim. Mais tarde teria aula de herbologia, história da magia e trato das criaturas mágicas. Pensei em adiantar a matéria de história da magia. Pelo que eu sabia, era difícil e necessitava de muita atenção. Além disso, a aula seria com a corvinal e eu estaria preparado para responder as perguntas antes da sabe-tudo. Ou eu poderia fazer algo melhor, ir até a sala precisa e tentar descobrir mais sobre a gruta, assim estaria bem mais preparado para escrever a carta.

Pelo visto eu era o único acordado. Tentei fazer o mínimo barulho para chegar na sala. Como ontem, pensei três vezes ‘ Quero saber sobre os segredos de hogwarts. Quero saber sobre os segredos de hogwarts. Quero saber sobre os segredos de hogwarts’. A portinha apareceu e corri para dentro. Sentei no chão e comecei a procurar. Havia vários livros que não falavam nada interessante. Desaparatação, elfos domésticos de hogwarts, proximidades do castelo, bruxos e bruxas que estudaram em hogwarts... Acabei achando um capitulo que falava sobre mistérios do colégio. Nada de mais, câmara secreta e passagens (até que era interessante saber algumas maneiras de sair de Hogwarts despercebido).

Não sabia que horas eram, imediatamente apareceu um relógio em uma das paredes. Que coisa estranha, meu pai não falou nada sobre isso. Faltava pouco tempo para encontrar meus amigos, eles deveriam estar lá já. ‘Não se atrasem’, eles não ousariam a chegar mais tarde.

O jardim estava vazio, exceto por um menino sentado na frente do lago. Ao chegar mais perto percebi que era o Robert.

- Cadê a Lizzy? – perguntei nervoso, eu tinha dito bem claro que era para TODOS estarem ali.

- Bem, ela falou que não quer se envolver com essas encrencas. ‘Assim nunca vou conseguir o cargo de monitora chefe’ - ele imitou com uma voz feminina. - Mas e ai, o que você quer falar?

- Espere Alvo chegar – falei nervoso. Potter estava atrasado, ridículo como o pai, era a minha única opinião.

Sentei-me ao lado de Robert e fiquei pensando, ou melhor, tentava pensar por que uma gritaria chamou minha atenção. Quando vi era Alvo com a Weasley. Que menina mais... mais otária, se achava a mandona. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto e suas vestes da corvinal esvoaçavam com o vento, encantadora. Ok, ok, eu não pensei nisso (repeti para mim mesmo). Já estavam próximos quando alvo gritou:

- Desculpe, ela me encontrou no corredor e queria saber onde estava indo. É claro que não contei, então ela veio gritando comigo até aqui. – dava para perceber a raiva que Alvo estava, prestes a estrangular a prima.

- Se soubesse que ia encontrar qualquer um aqui, nem teria vindo junto – Rose falou zangada.

Qualquer um? Eu escutei bem? Essa menina estava me tirando do sério. Ela não era ninguém pra falar isso, filha de um traidor do sangue com uma nascida trouxa. Respirei fundo, tinha coisas mais importantes para me preocupar.

- Deixe essa ... essa ... deixe ela para lá – não sei porque a palavra ‘idiotinha’ não quis sair da minha boca – Não sei se você viu em algum livro, mas ontem achei sobre ‘a gruta dos mistérios’. Achei interessante e queria investigar porque o livro não dava informações, estava escrito que só comensais da morte sabiam a verdadeira localização da gruta.

- Maravilha, vamos começar a procurar hoje mesmo – Potter falava corajosamente. Pelo menos alguém também estava entediado com a monotonia deste colégio.

- Então – continuei – estava pensando em escrever uma carta para papai, mas duvido que mamãe deixaria ele contar alguma coisa. Não sei o que fazer – estava desanimado, precisava achar outra pessoa .

- Scorpius, você não tem mais ninguém da família que tenha sido seguidor daquele-que-não-deve-ser-nomeado? – sussurrou Robert. Esse ai era daqueles medrosos que gritava por socorro. Retardado.

- Vovô Lucio, tenho certeza que ele contaria tudo para mim. Digamos que vovô tem um orgulho de ter sido comensal da morte. Vou enviar uma carta pra ele hoje mesmo, aí poderemos descobrir o que tem lá. – Brilhante! Como eu não tinha pensado em meu vô? Era tão obvio.

- O que? Vocês estão tentando achar um jeito de serem expulsos? Não posso permitir isso, vou agora mesmo contar tudo para algum professor. – Weasley estava indignada, essa menina nos daria sérios problemas.

- Não vai não. Se você fizer isso eu conto ao tio Rony que você está namorando o Malfoy – Alvo gritou para ela.

Ele estava ficando louco? Imagine eu namorando uma nojentinha. Eca!

- Mas isso não é verdade – Ela estava furiosa, deu para perceber pelo brilho nos olhos.

- Tio Rony não vai querer saber se é verdade ou mentira, vai te dar uma bronca e você vai ficar de castigo – Alvo estava querendo uma briga por acaso? – então fique na sua, você sabe e vai ajudar a gente sem contar nada para ninguém.

Aquilo estava me cansando, tirei um pergaminho e uma pena e comecei a escrever.
“Oi vovô Lucio!
Não sei se você sabe, fui para a sonserina também! Isso era obvio.
Estou indo bem nas aulas também, logo vou ser um grande homem como o senhor e papai.
Queria te perguntar uma coisa, você sabe alguma coisa sobre a gruta dos mistérios? Li sobre isso em um livro e fiquei interessado. Além disso, tenho certeza que você sabe!
Espero respostas
Scorpius Malfoy”

Quanta puxação se saco, mas isso era importante. Deixei eles (Robert tinha se intrometido) e fui para o corujal. Peguei a primeira coruja que vi e amarrei o pergaminho em sua perna, fiquei olhando ela levantar vôo até atingir uma certa altura.

Voltei para os jardins e dei um basta naquela discussão imbecil.
- Vamos, vamos para as aulas. Vejo vocês mais tarde! Vamos Robert – gritei irritado.

Para variar cheguei cedo nas estufas. Havia um homem com cara de retardado lá, imaginei que seria o professor. Não se demorou muito para o lugar encher.

- Olá, sou Neville Logbottom, diretor da Grifinória. Hoje iremos aprender sobre o guelrricho – Nem prestei atenção na aula, estava perdido em pensamentos. O tempo passou rápido. No fim tínhamos recebido um trabalho: um rolo de pergaminho sobre as propriedades do guelrricho.

História da magia foi entediante, fiquei a aula toda encarando a Weasley (que não desgrudou os olhos do professor). Mesmo assim tenho certeza que se sentiu incomodada comigo a alguns metros de distancia. Escutei a professora falar algo coisa sobre alta magia e baixa magia, mas nem prestei atenção.

Em trato das criaturas mágicas aprendemos sobre os centauros, o professor até nos mostrou um (Firenze, pelo visto era professor de adivinhação). Para a próxima aula tinha que preparar 3 rolos de pergaminho sobre os Centauros. Será que em nenhum dia eu teria folga?

No fim do dia eu fui para o salão comunal, fiquei esperando a carta de vovô até tarde. Todos já tinham ido dormir quando uma coruja entrou pela janela.

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