Um pouco de Colo e Contos

Um pouco de Colo e Contos



Eles aparataram de volta para a Toca, aliviados por estar em casa. Jorge foi direto para o seu quarto sem falar com ninguém mas a Sra. Weasley balbuciava com Fleur coisas referentes a almoço e avental. Enquanto eles entravam na cozinha Harry se manifestou.
- A senhora não precisa se preocupar, eu posso trazer o Monstro...seria muito mais fácil, a sra. podia descansar enquanto isso... – o amigo acrescentou incerto.
- Oh sim... um elf-domestique virria a calharr... – Fleur parecia um tanto aliviada – Pom, enton vou me juntar com Gui na sala... – e dizendo isso a loira logo saiu de vista.
- Ah, cara seria ótimo – disse Ron antes que a mãe pudesse contestar – a comida do Monstro é bem razoável mãe...vá se deitar enquanto isso.
A mãe olhou para ele e o amigo com doçura e meio a contra gosto concordou.
- Você tem certeza querido? – ela voltou-se para Harry que confirmou com a cabeça. – Ora, está bem então..eu preciso mesmo me deitar um pouco...nem sei onde deixei o avental...
Enquanto ela subia as escadas ele voltou-se para o amigo.
- Valeu cara... – disse em um suspiro – ela precisa relaxar um pouco.
- Não é nada...é bom mesmo fazer o Monstro ser útil. – Harry se sentou na cadeira da cozinha ao lado dele. – Mas e você? Não quer subir um pouco? Eu fico aqui de olho na cozinha...quer dizer,no Monstro.
- É eu ...eu vou sim. – e dizendo isso, saiu da cozinha.
Mas ao subir os degraus para o seu quarto sentiu como se suas pernas fossem de chumbo. Não tinha certeza se queria mesmo se deitar, achava que nem queria sair da cozinha. Se tocou agora de que era a primeira vez, desde que tudo terminara, que ficava sozinho.
Seu quarto permanecia o mesmo, pelo visto sua mãe já havia arrumado ele para a sua volta a alguns dias porque não restava nenhum vestígio do vampiro que ficou fazendo o papel de Ron com spattergroit. Sem nem tirar os sapatos ele deitou em sua cama, por cima da colcha abóbora com dois grandes C entrelaçados. Fechou os olhos mas não dormiu, como estava sozinho pode dedicar seu tempo para pensar em tudo que aconteceu. A morte de Fred era apenas mais um dos sofrimentos que ele acumulou no último ano, a diferença era que esse era o único que duraria para sempre, que não havia solução nem consolo.
Lembrou-se das dificuldades que passara com seus melhores amigos, mas lembrou principalmente da sensação de ser torturado por aquela Horcrux, de como fora fraco ao abandoná-los... e se esforçou,logo em seguida, para não lembrar do profundo desespero que o acometera quando Hermione foi torturada.
Abriu os olhos respirando fundo, desviando esses pensamentos. “Ela está bem agora. Está com Harry na cozinha...o pior que pode lhe acontecer é olhar para a cara feia de Monstro.” Mirou a janela enquanto igualava a respiração, o sol lá fora agora era digno de uma bela tarde de verão. Tudo iria ficar bem com eles, o pior já tinha passado e não ia voltar.

Quando desceu, Hermione e Gina colocavam a mesa enquanto Harry levava as travessas da cozinha para a sala com a varinha. Assim que o viram elas pararam por um momento, Hermione forçando um leve sorriso.
- Então, estamos prontos para ser envenenados? – ele tentou parecer displicente – É frango ao molho de Poção Sufocadora ou o quê?
- Não...esse é o cardápio de amanhã – começou Hermione com paciência – Hoje temos um inofensivo pudim de rim.
- Oh, que pena.
A garota se aproximou enquanto Gina saía para chamar os outros. Parou na frente dele enquanto dobrava um guardanapo e perguntou com aquele ar de preocupação – Você tá legal?
- Humm..estou com fome, eu acho.
- Ah, acho que é um bom sinal então. Já estava na hora de você aceitar comida... – disse a garota daquele jeito que o fazia lembrar de sua mãe. – Se tem algo preocupante é você não sentir fome. – ela concluiu dobrando o último guardanapo.

Todos se juntaram á mesa com exceção de Fred que tomara uma poção para dormir.
- É melhor assim mamãe, pelo menos ele descansa um pouco. – decretou Gui.

- É, mãe. Daí depois..quando ele acordar, eu preparo um prato pra ele ok? – acrescentou Carlinhos. Os mais velhos tentavam tirar o máximo de preocupação da mãe. O único que não se manifestava era Percy, estava lacônico e nem sequer olhava nos olhos dos irmãos.
De um modo geral, esse era o almoço mais silencioso que Ron se lembrava de já ter tido na Toca, família reunida sempre fora sinônimo de barulho para os Weasley. Era mais do que estranho, era desconfortável. O garoto imaginou que talvez fora prevendo isso que nem Hagrid nem Mundungo aceitaram o convite de ficar. “Por mais que mamãe implique, Fred gostava de Mundungo.E ele era da Ordem.Um dos poucos que sobrou da Ordem...”Tonks e Lupin seriam enterrados no dia seguinte, juntos, pelos Tonks. Kingsley não pode comparecer ao enterro de Fred porque agora havia muita coisa a ser feita, muitas prisões a serem realizadas e decisões a serem tomadas agora que estaria no comando do Ministério.
Ron já sentia falta de todos juntos na antiga casa dos Black, agora em posse de Harry, mas pela primeira vez percebeu de verdade o quanto sentia. Por mais que o alívio da vitória houvesse sido imediato, ainda levaria um tempo para fechar essas feridas de guerra que precisavam cicatrizar para eles serem realmente felizes.

Depois do almoço, todos foram para sala enquanto Monstro cuidava da louça, mas Ron realmente não queria estender o silêncio desconfortável da mesa para o sofá. Subiu mais uma vez deixando todos para trás, pisou as escadas pensando que não estava muito melhor que da última vez que o fizera. Sentou na cama, mas dessa vez tirou os sapatos e puxou a colcha para baixo. Sentiu-se miserável, porque não fazia diferença estar na sala com todos, ou sozinho em seu quarto, o peso desconfortável na boca do estômago e o nó na garganta não o deixavam. Alguém bateu de leve na porta, desviando seu pensamento.
- Entra – e quando falou constatou surpreso que sua voz estava embargada. “Deve ser esse nó maldito”

A cabeça de Hermione surgiu atrás da porta que ela ainda segurava entreaberta. – Oi.
- Oi, pode entrar. – dessa vez ele tentou concertar a voz. Ficou quase bom.
- É que você sumiu de repente...você prefere ficar sozinho? Eu ...qualquer coisa eu.. – ela disse meio sem jeito apontando lá pra fora.
Ele a observou por um tempo enquanto ela ficava parada ali, sem saber se entrava de uma vez ou se descia para a sala. Então ele pensou que a única coisa que ele realmente queria fazer era olhar pra ela por algum tempo, talvez se deixar consolar por ela...parecia bem melhor do que ficar sozinho no quarto contemplando os própios pés.
- Não, eu não prefiro ficar sozinho. – ele disse por fim, esquecendo-se de concertar a voz.
A garota fechou a porta com cuidado atrás de si e caminhou na direção da cama dele. Quando se sentou ao seu lado, parecia ansiosa e por um momento eles só se olharam e ela segurou a mão dele na dela. Ron olhou de suas mãos sobre as dele para seus olhos contorcidos.
- Ah, Ron... – ela suspirou – ...eu gostaria de poder fazer alguma coisa... – e então ela o puxou para si em um abraço reconfortante.
Ele se permitiu apoiar a cabeça na curva do pescoço da amiga e fechou os olhos se deixando abraçar, era muito bom só ficar ali afundado no colo dela sentindo aquele perfume familiar enquanto ela passava os dedos no seu cabelo. Era como se agora fosse permitido relaxar, então ele não se preocupou com sua mãe, nem em cuidar de Gina, nem em como Jorge iria ficar.Ele apenas se preocupou em como ele se sentia em relação à morte de Fred. De repente, todo aquele bolo que habitou seu estômago e garganta nas últimas horas pareceu emergir como uma onda e antes mesmo que se desse conta ele estava chorando.
Hermione intensificou o abraço, antes que ele pudesse se afastar, de tal maneira que o garoto se sentiu em um casulo de braços. Quando a onda em seu peito se intensificou ele tentou,sem sucesso, sair do abraço e em resposta ela beijou sua têmpora e o trouxe mais uma vez pra perto.Ficaram assim até que as últimas lágrimas secassem.
- Eu...eu acho que eu estou só... – ele ia dizendo assim que se afastou – to cansado, sabe? – terminou desistindo de se recompor.
- Talvez você devesse tentar dormir...
- É que eu não sei se conseguiria. Também não quero ter que tomar poção de novo, já vou tomar à noite mesmo. – era verdade. Por um lado se sentia bem mais calmo ali com Hermione, mas se ela saísse agora provavelmente ele voltaria a se sentir mal de novo, incapaz de dormir. Queria que ela ficasse, mas se sentiu sem jeito quando disse – Você pode ficar aqui...mais um pouco?
Ron não teria pedido isso em outras circunstâncias só que estava realmente cansado para se preocupar em parecer estúpido.
- Ah, Ron é claro que eu fico... – ela abriu um daqueles sorrisos que deixava ele sem graça, enquanto se ajeitava sentando na cama de maneira que as costas encostassem-se à cabeceira e as pernas esticadas. – Vem cá... – ela esticou um braço na direção de Ron; esse por sua vez demorou um pouco a responder o chamado.
Ela o trouxe de novo para um abraço onde ele, deitado ao lado dela, apoiava sua cabeça ruiva no estômago da garota. Era igualmente bom sentir o tronco que fizera de travesseiro subir e descer enquanto ele tentava igualar sua respiração com a dela.
- Agora tente dormir, sim? – ela disse enquanto mexia nos tufos ruivos. Com a varinha ela trouxe pela porta o exemplar de Beedle, o Bardo e o folheou enquanto o garoto fechava os olhos na tentativa de a obedecer.
- Hermione?
- Hum?
- Lê pra mim?
A garota permaneceu um tempo em silêncio. Ron sabia que Os Contos de Beedle, o Bardo era um livro de histórias para crianças, ele crescera com essas histórias. Aliás esse havia sido, pelo menos até o último ano, o único livro que ele lera e Hermione não. Só que era bom lembrar de quando era criança e escutava repetidas vezes os mesmos contos, gostava do medo que sentia com as histórias sombrias cheias de moral no fim.
- Qual você quer ouvir? – ela respondeu com toda a naturalidade que conseguiu reunir.
- Qualquer uma que não seja o Conto dos Três Irmãos.
- Há.Certo, me parece justo.- ela disse enquanto folheava – Que tal Babbitty, a coelha, e o toco que cacarejava?
- Haha ,ok. Eu gosto da Babbitty, coitada, ela sofre muito mas aprende alguma coisa no final. – Hermione riu incrédula. – Oh, leia...você vai ver...a história é boa!
- Hem, ok então. Deixa ver..aqui.
“Há muitos, muitos anos, na Floresta de Greensleaves morava uma simpática e ambiciosa coelhinha chamada Babbitty. Todos os dias ela saía para recolher lenha, ela fazia isso durante o ano todo para garantir que no inverno estaria abastecida. Ela e suas irmãs dividiam a casa e as tarefas domésticas...”
A voz de Hermione, assim como sua respiração subindo e descendo, foram embalando Ron que se deixava adormecer lentamente enquanto pensava sobre os apuros em que a coelha Babbitty ainda se meteria.

***
“... essa foi a última vez que Babbitty tentou enganar alguém. Agora que tinha perdido tudo ela entendia que havia coisas mais importantes do que o benefício próprio.Suas irmãs a levaram pra casa e lhe preparam um belo suflê de cenoura que comeram contentes.Fim. ”

- Ora essa coelha realmente mereceu não acha?....Ron? – só então se deu conta que o amigo ressonava no seu colo. – Ahn, pelo menos você dormiu...
Ela pousou o livro na mesa de cabeceira e espreguiçou os braços, se sentia cansada também. Iria para sua cama no quarto de Gina, mas ficou com medo de que ao levantar pudesse acordar Ron.
Ao olhar para o rapaz deitado em seu estômago, com a mão na sua cintura e mergulhado em um sono profundo, não demorou para lembrar do carinho que sentia por ele.
Ron havia sido, ao longo dos anos, o grande responsável pelo conhecimento dela de diversas emoções. Definitivamente ele tinha o dom de tirá-la do seu eixo racional estável – eixo esse que ela quase não encontrou nesse último ano. Haviam passado por tantas coisas horríveis juntos...
Ela brincou por um momento com os fios ruivos entre seus dedos. Tinha a impressão de que ao mesmo tempo em que Ron a tirava do prumo, era ele quem a segurava firme em muitas situações. Lembrou-se a contragosto da sensação de perder ele, de correr atrás dele indignada ordenando para que voltasse...implorando que voltasse. Demorou a perceber que ele não iria voltar, que era inútil permanecer sob a chuva sozinha. Ela entrou na barraca amargando a idéia de que ele os havia abandonado – que ele havia a abandonado.

Naquela noite na barraca, quando ela desabou em prantos na poltrona, não havia sido só pela atitude do rapaz e sim pelo terror que sentiu quando visualizou que ela provavelmente nunca mais o veria de novo.

Os raios de luz que entravam pela janela tinham agora um tom alaranjado, intensificando a sensação de que estavam deitados em uma das abóboras gigantes de Hagrid. Ron se acomodou melhor balbuciando qualquer coisa sem acordar.

Chegara um ponto em que Hermione não saberia o que fazer de sua vida sem seus dois melhores amigos.Ao ter esse pensamento, ela riu debochando de si mesma. “Amigos, han? A quem afinal eu quero enganar?”
Harry era o irmão que sua mãe decidiu não ter.Ela o admirava como irmã caçula, se preocupava como uma irmã mais velha e mais do que qualquer outra coisa o amava como família. Queria estar sempre ao seu lado quando precisasse, para dar um conselho, ou realizar um favor porque sabia perfeitamente que ele a atenderia em qualquer situação.
Mas desde o princípio as coisas foram diferentes com Ron.Não era fácil lidar com o carinho que sentia por ele do jeito que ela fazia com Harry. Quando menores, se sentia confortável e sem culpa ao abraçar este, mas não podia dizer o mesmo do outro que procurava sempre manter uma distância razoável dela. Era mais fácil admiti pra si mesma o quanto gostava de Harry do que de Ron que era sempre tão implicante. Mas logo ela entendeu que precisava dos dois e com o tempo certos sentimentos foram amadurecendo e ela pôde definir com distinção o que sentia por cada um.
Ron havia amadurecido também e conquistou além do carinho, a admiração de Hermione, mas mesmo assim relutou muito em perceber e admitir o afeto que se desenvolvia entre eles.
- Porque você tornou as coisas tão complicadas, hein? – Hermione fitava o topo da cabeça ruiva sabendo que não obteria respostas.
Com um longo suspiro ela se acomodou como pôde sem mudar muito de posição para não acordá-lo, fechou os olhos e decidiu que dormiria também e então, sem que pudesse evitar, veio na sua cabeça o melhor acontecimento dos últimos dias – talvez da última década.

Ele estava lá parado na sua frente, sendo nobre quando uma onda trouxe a tona todo aquele sentimento acumulado em anos dentro dela. As últimas horas haviam sido um turbilhão de adrenalina, eles tinham muita coisa a fazer e muito pouco tempo. Ainda tinham uma Horcrux para procurar no castelo e a última que eles conseguiram, Hermione foi quem destruiu graças a Ron que tivera uma idéia brilhante de última hora e incentivou a garota a acabar com a taça. Todo tempo em que eles estiveram lado a lado na Câmara Secreta ela manteve os olhos nele; vê-lo assim, tomando conta dela e solucionando os problemas fazia com que ela desejasse abraçá-lo para nunca mais soltar. Só que aconteceu tudo tão rápido enquanto estiveram na Câmara que ela não teve oportunidade de tocá-lo ou dizer qualquer coisa.
Mas agora ele estava ali na sua frente...e se lembrara dos elfos! Ele se lembrara dos elfos-domésticos e ela se esquecera das coisas que ainda tinham pra fazer, do tempo que era curto, das presas de basilisco que segurava nos braços e esquecera até mesmo da presença de Harry.
Num impulso que trazia toda a urgência que ela sentia, Hermione se lançou na direção de Ron e o beijou como se nada mais importasse. Estava consciente de cada movimento: os dela e os dele também. Prestou atenção no punhado de cabelos dele que segurava com sua mão esquerda assim como em cada contorno que sua outra mão traçava desde o ombro dele até o abdômen, sem deixar de apreciar quando ele a puxou pra mais perto de si segurando-a pela nuca e cintura. Era como se naquele momento ela fosse capaz de captar todos os detalhes da cena, os braços dele envolta dela, o cheiro da pele dele assim tão perto, a sofreguidão com que ele a trazia, bambeando,pra si enquanto eles se beijavam pelo que poderiam ter sido horas...

Enquanto adormecia, ela pensou em como é maravilhoso finalmente conseguir algo que se ansiou por tanto tempo.

***

Estava frio e ele se encontrava coberto de poeira em meio aos destroços. Foi com horror, ao se livrar dos blocos de pedra e lascas de madeira, que ele viu ao som do grito de Percy o corpo desacordado no chão. As suas pernas fraquejaram e ele caiu de joelhos ao lado do irmão enquanto olhava sem acreditar nos olhos abertos e vidrados a sua frente. Não podia ser verdade. Não com Fred. Não.
- Não! – Ron abriu os olhos para a escuridão ao seu redor. Tentou se levantar apoiando na cama quando tomou conhecimento parcial da presença de Hermione.
- Ron? – ela procurou seus ombros com as mãos tateando no escuro. – Ron você está bem?Lumus.
Com o rosto ainda transtornado ele se virou na direção do feixe de luz. O suor empapava sua camisa e parecia impossível respirar, sentiu as mãos da garota alisarem seu cabelo igualmente molhado na altura das orelhas.
- Shiii..foi só um pesadelo,Ron. Só um pesadelo.

Ele se afastou dela sentindo náusea pelas imagens recentes ainda na sua cabeça, arrastou-se até a ponta da cama onde sentou com os pés pra fora. A amiga não foi atrás dele, ao invés disso permaneceu muito quieta na cabeceira da cama ainda segurando a varinha com luz.
Demorou algum tempo até que a respiração dele pudesse voltar ao normal.
- Herm...eu..desculpa, eu – tentou enquanto passava a mão nos cabelos para se acalmar - ...er que horas são?
A garota pareceu estranhar a pergunta porque se demorou antes de responder. – É,não sei. Quer dizer eu acabei dormindo depois de você. – ela se justificou apressada enquanto procurava o relógio na cabeceira. – Hum, aqui. Nossa... quase dez.

- Droga. – ele soltou sem ânimo. – Dormi tudo que eu tinha direito...sem chances agora de pegar no sono de novo.
- Ah, eu ia mesmo preparar uma poção pra todos nós lembra? Eu vou à cozinha agora, estou com uma receita igual àquela do sono pesado e sem sonhos que Madame Pomfrey usava. – Já fora da cama ela parecia apressada. – Eu não demoro. – com um último olhar de preocupação ela saiu pela porta.

Vendo ela ir embora, Ron não pôde deixar de pensar que teria sido maravilhoso dormir no colo dela em outras circunstancias. Era constrangedor quando seus sentimentos pela amiga se misturavam com o peso da perda do irmão. “Como se não bastasse toda essa droga!”
Quando ela voltou não estava sozinha, Harry caminhava ao lado dela segurando seu próprio copo com poção. O amigo lhe informou que quase todos, sendo Gui a única exceção, já haviam ido dormir. Monstro se instalara na garagem, com muita resistência por sinal, mas Harry lhe convenceu argumentando que era melhor que dormir com as galinhas.
Os rapazes se despediram de Hermione e beberam de um gole só a esperança de uma noite tranqüila.




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N/A: Apesar da minha referência aos Contos de Beedle o Bardo, os trechos citados não são trechos do livro de verdade.
E por favor, não deixem de comentar para que eu possa ver aonde devo melhorar, thanks ;*

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