Primeira Dia de Aula (3 Pt ON)
Capítulo 3 – Primeiro Dia de Aula
Parte 1
Amanhecia mais um dia em Hogwarts. Tudo corria tranqüilo e os alunos começavam a acordar para o primeiro dia de aula. Serena já estava acordada há muito tempo. Pensava em tudo que tinha acontecido nesses últimos meses. A chegada do guardião. A vinda para Hogwarts. A descoberta de que Voldemort era um marcado.
Com esse pensamento ela emitiu um grunhido. O cara de cobra tinha excelentes contatos e estando dentro do grupo dele, poderiam ter muitas facilidades na hora da caça. Mas o maldito era marcado. Desde o primeiro momento que entrou naquele horrível castelo tinha sentido o cheiro de podridão e trevas. E soube que não viria boa coisa daquela possível aliança.
Já havia visto muita coisa na vida, mas mesmo tudo o que viu naquele castelo não a impediram de ficar irritada. Ficou esperando a maior parte do tempo do lado de fora e os idiotas daqueles comensais, um bando de incompetentes que ficavam se vangloriando de um poder que nem tinham. Se achando superiores, se soubessem quem ela era e tivessem o mínimo de inteligência com certeza não se comportariam assim.
Estava apoiada na janela do dormitório esperando Pamela. Ficou ali com seus pensamentos por mais alguns minutos até que a amiga apareceu, como sempre estava em alerta, mas um pequeno sorriso tentava aparecer em seu rosto.
-Podemos ir agora.
Serena desceu com Pamela até o salão comunal. Já tinha algumas pessoas por lá, entre elas estava à ruiva e a morena que estavam no mesmo vagão que Harry. A ruiva lhe mandou um olhar que pretendia ser assassino, mas que só a fez ter vontade de rir. Lançou um olhar de escárnio para a garota e continuou o seu percurso para o salão principal.
Pamela analisou a garota que parecia ser hostil a Serena. Depois de alguns segundos percebeu que a garota não era nenhuma ameaça. Na verdade não seria capaz de agüentar nem um minuto numa luta contra Serena. Com um sorriso de menosprezo para a garota seguiu a amiga.
As duas deixaram uma ruiva morrendo de raiva e já planejando uma vingança para aquelas duas malditas, como ela pensava.
Serena e Pamela estavam descendo as escadas e conversando tranquilamente. Falavam sussurrando sobre assuntos banais, como a última tortura que haviam feito ou até uma pequena competição de quem havia matado mais na última missão. Caminhavam calmamente até que chegaram ao salão principal e viram que apesar de ser cedo já havia algumas pessoas ali, mas o que as chamou a atenção não foi o fato de elas estarem ali. O motivo que as intrigaram: foi o fato de todos estarem em silêncio olhando para um mesmo lugar.
Curiosas como eram, elas acompanharam o olhar de todos e viram o motivo de todo aquele choque. Sentados à mesa da sonserina estavam nada mais nada menos que: Harry, Jason e Draco. Pareciam colegas conversando. Na verdade pareciam rir de alguma coisa que Harry havia dito. Por alguns instantes elas ficaram chocadas, mas foram ver o que tinha acontecido para aquele fato bizarro estar acontecendo. Porém ouviram uma exclamação atrás delas antes que dessem mais um passo:
-Mas que porcaria é essa?!
Elas chegaram para o lado para verem toda a cena de uma posição privilegiada. Os amigos de Harry haviam aparecido no salão e olhavam sem entender o que estava acontecendo por ali.
Rony, Hermione e Gina olhavam entre chocados e surpresos para Harry que estava conversando como se não prestasse atenção no que estava acontecendo ao redor dele. Até que Jason comentou alguma coisa e ele olhou para os amigos. Olhou divertido para eles e se despediu de Jason e Draco comentando em voz alta e surpreendendo ainda mais todos:
-Depois a gente conversa mais.
O que os chocou mais foi ouvir Draco Malfoy respondendo no que seria um tom amigável:
-Está certo. Só não vai bater a cabeça por aí, se não vai ficar mais maluco do que o seu normal, Potter.
Harry e Jason riram do comentário de Malfoy, parecia ser uma piada interna entre eles. Harry se dirigiu aos amigos com um sorriso no rosto.
-Finalmente vocês acordaram! Já estava pensando em voltar para acordar vocês. Como vocês...
Não deu tempo de ele terminar de responder. Os amigos começaram a fazer várias perguntas ao mesmo tempo. Variou entre você está maluco de conversar com a doninha albina e se ele havia sido atingido por uma manada de hipogrifos selvagens.
Todos os alunos estavam olhando atentamente para o que estava acontecendo e tentavam ouvir o que eles falavam até que um Harry extremamente entediado respondeu:
-Por que vocês não comem primeiro e depois conversamos num lugar mais privado. Porque se não perceberam estão atraindo ainda mais atenção de todos.
Olhando para os lados os três perceberam que o que ele falou era verdade e todos estavam olhando para eles. Ficaram vermelhos e foram se sentar-se à mesa da Grifinória ainda resmungando só que num tom mais baixo.
Os três se sentaram e comeram em silêncio enquanto Harry lia o jornal que tinha chegado para Hermione. Mcgonagall passou entregando os horários e falou para Harry:
-O diretor quer vê lo em seu escritório depois das aulas. A senha é Pirulito de Sangue.
Harry assentiu com a cabeça e analisou o horário enquanto esperava os amigos terminarem. Pensava sobre o que tinha que fazer e quem ele tinha que treinar. Já sabia o que tinha que fazer. Havia recebido um treinamento extra de seu mestre sobre suas obrigações como guardião. Treinamento este que nem Serena havia tomado conhecimento. O que seria um trunfo na hora de aprontar armadilhas para ela com as novas habilidades que ele havia adquirido.
Também teria que treinar os amigos. O nível deles era ridículo. Tinham potenciais, mas no momento não conseguiriam agüentar muito tempo numa luta. Teria que dar algumas respostas apesar de ter que esconder muitas outras coisas. Já tinha uma idéia do que falaria.
Hermione foi a primeira a acabar e se dirigiu seriamente para Harry:
-Será que agora você poderia nos dar algumas explicações? Primeiro você some por semanas, você volta e diz que tinha sido seqüestrado e age como se não fosse nada e agora se senta à mesa da sonserina e conversa com o Malfoy como se fossem velhos amigos.
Gina terminou de comer e completou perguntando:
-Pode nos dizer o que aconteceu e nos explicar? Estamos começando a pensar que realmente você ficou maluco.
-Eu não fiquei maluco. Mas eu não quero falar sobre esse assunto aqui. Vamos para um lugar mais seguro.
Assim que Rony acabou de tomar café da manhã, eles foram até a Sala Precisa. Acomodaram se na sala e os três olharam interrogativamente para Harry.
-Pode começar a se explicar.
-É bem simples. Eu realmente fui seqüestrado mais não foi uma coisa ruim como vocês possam estar pensando.
Gina arregalou os olhos e perguntou incrédula:
-Como você quer que a gente acredite que ser seqüestrado não é uma coisa ruim?
-Pelo fato de que eu fui seqüestrado para poder fazer um treinamento intensivo para lutar nessa guerra.
Hermione ainda estava desconfiada:
-Treinamento?! E por que você não nos avisou?
-Porque eu não pude. Apesar deu ter ido treinar, era ainda muito perigoso eu me comunicar com qualquer um de vocês.
-Essa história ainda está muito mal contada. Por que a casa de seus tios estava toda revirada?
-Quando meu mestre foi entrar em contato comigo fomos atacados, ele teve que se defender a maneira trouxa para não atrair atenção desnecessária. Dali fomos para sua casa e eu comecei o meu treinamento.
-E de onde você conhece aquela maluca?
Harry não entendeu muito bem de quem Gina estava falando.
-Que maluca?
-Aquela ruiva que você estava conversando na mesma cabine.
-Você está falando da Serena!
-De quem mais você acha que eu estaria falando?! De onde você conhece aquela estúpida?
-É melhor você não falar isso perto dela, ela é um pouco temperamental.
-Ela que tente fazer algo que vai se ver comigo.
-Você fala assim porque não a conhece. Quando ela não gosta de uma pessoa ela inferniza a vida da pessoa sem descanso.
Rony comentou:
-Você me parece saber muito sobre isso.
-E sei. Ela não vai muito com a minha cara então ela adora fazer armadilhas contra mim.
-Como assim armadilhas?
-Elas fariam os gêmeos parecerem anjos.
Gina não se importava com isso. Não havia ido nenhum pouco com a cara daquela maldita. Esperava ansiosamente por um momento para poder colocar aquela garota no lugar dela.
-Eu posso ser bem pior do que os meus irmãos.
Rony sabia que a irmã estava determinada e teve um pouco de medo pela novata. Harry balançou a cabeça negativamente, mas estava rindo por dentro, pensava aquilo seria bem divertido.
Hermione ainda pensava seriamente e lembrou-se de um assunto muito importante:
-E o Malfoy? Por que estava falando com ele?
-Ele não é tão chato quando demonstra ser.
Rony parou de pensar em comida e olhou boquiaberto para o amigo. Gina se esqueceu dos planos maquiavélicos que estava fazendo contra Serena e olhou surpresa para Harry, nunca pensara que o amigo também acharia aquilo do Malfoy. Hermione foi à única que conseguiu falar alguma coisa.
-Quando foi que você chegou a essa conclusão?
-Não tem o Jason? Ele é amigo do Malfoy. E eu meio que já conhecia o Jason, a gente estava conversando e o Malfoy chegou depois das ofensas iniciais até que rolou um papo legal.
Hermione estava um pouco chocada, segurou as mãos do amigo e olhando nos olhos dele perguntou preocupada:
-Harry você tem certeza que não foi seqüestrado por algum maluco que fez uma lavagem cerebral em você. E depois implantou memórias falsas sobre o acontecido para que você pensasse que tudo foi um treinamento e que o Malfoy é legal?
Harry arregalou os olhos e começou a rir.
-Hermione eu sabia que você era inteligente, mas não sabia que tinha uma imaginação tão fértil. Não fizeram uma lavagem cerebral em mim. E isso eu vou demonstrar nos treinamentos que vamos fazer juntos.
Rony ficou preocupado com isso. Viu o brilho medonho que apareceu nos olhos do amigo.
-Que tipo de treinamento?
-Físico mental e mágico. Temos que estar preparados para essa guerra que está acontecendo. No nível que estamos não conseguiríamos nos defender nem do mais fraco comensal e só sobrevivemos até agora por pura sorte.
Rony, Gina e Hermione sabiam que o amigo estava falando sério, mas ainda existia aquela dúvida de que ele estivesse em plena posse de suas faculdades mentais. Confiariam no amigo, mas se ele fizesse algo de anormal procurariam o diretor.
Harry sabia que os amigos ainda estavam com dúvidas, mas não podia falar sobre o que realmente tinha acontecido. Alguns dos segredos que tinha que guardar não eram só seus. Eram de outras pessoas que não gostariam nenhum um pouco de saber que ele andou falando.
Olhou o relógio e falou:
-Temos que nos apressar se não chegaremos atrasados para a aula de Transfiguração.
Hermione que estava totalmente distraída olhou à hora e deu um pulo do sofá que estava sentada. Começou a empurrar todos para fora e não os deixou parar até que chegassem à sala de aula, que já estava quase sendo fechada pela professora.
-Tentem chegar mais cedo da próxima vez.
-Sim, professora.
Sentaram lá trás nos únicos lugares vagos da sala. Gina já tinha ido para a sua aula de feitiços e não estava tão preocupada. A aula seria em conjunto com a sonserina. Malfoy estava sentado do lado de Jason num canto da sala enquanto Pamela e Serena estavam sentadas lá na frente.
A aula mal começou e Harry já estava entediado. Já sabia sobre a matéria. John havia ensinado isso durante o treinamento. Passou toda a manhã assim nas aulas. Olhos vidrados como se estivesse dormindo com eles abertos. Somente prestava atenção quando algum professor fazia alguma pergunta e para surpresa da maioria ele acertava.
O almoço chegou rápido e logo eles estavam indo almoçar. Enquanto isso Serena e Pamela conversavam calmamente:
-Não gosto desse garoto. Não confio nele. Como poderia ir realizar alguma missão e deixar você aos cuidados dele sem me preocupar?
Serena revirou os olhos para a amiga e retrucou mal humorada:
-Eu não preciso de babá. Sei me cuidar muito bem.
Pamela fitou incrédula a amiga e perguntou:
-E daquela vez na China que você se distraiu e quase foi torrada por um dragão chinês milenar?
Serena teve a decência de corar antes de responder:
-Eu não tenho culpa se aquela espada que eu encontrei era muito maneira, não foi minha culpa que ele quis me atacar do nada.
Pamela parou na frente da amiga e falou seriamente:
-Serena. Invadir o território de um bruxo poderoso que tem como bicho de estimação um dragão milenar para poder roubar a espada dele é considerado um bom motivo para ser atacada daquela forma.
Serena fez um gesto de indiferença e falou despreocupada:
-Foi divertido.
-Para você que não teve a cabeça quase cortada.
-Se não fosse por mim você não teria uma vida tão animada.
-Se não fosse por você minha vida seria segura.
-Mas muito chata.
-Segurança é muito importante.
-Só para você que é viciada em segurança.
-Serena, eu vim de uma família que a gerações é de protetores, o que você quer que eu faça?
-Relaxe um pouco. O garoto não é tão ruim quanto você pensa.
-Eu não tenho tanta certeza disso. Vou querer testa lo.
Serena ficou curiosa e perguntou:
-O que você está pensando em fazer?
-Uma coisa bem básica. Uma luta contra mim. O primeiro a estar à beira da morte é o perdedor.
-Bem básico mesmo.
Elas continuaram andando até o salão principal. Quando cruzaram o caminho com Harry e seus amigos. Pamela se adiantou e chamou:
-Potter!
Harry se virou e olhou seriamente para a garota.
-Fala.
-Em particular.
Harry foi até a garota e ouviu o que ela tinha a dizer. Concordou com um sorriso. Foi se juntar com os amigos que perguntaram o que ela queria. Com um sorriso maroto ele respondeu:
-Não é nada sério não. Ela só me convidou para uma brincadeirinha a dois hoje à noite.
Pamela ainda estava por perto e ouviu o que ele disse e com um movimento rápido de varinha fez chover pedras em cima do garoto que teve que correr para não ser atingido. Os amigos só ficaram observando a cena, estavam morrendo de rir, já estavam acomodados comendo quando Harry finalmente voltou. Ele deu um suspiro cansado e falou:
-Eu acho que ela não gostou do meu comentário.
Rony cuspiu a comida por causa da crise de risos enquanto Hermione se engasgava e falava:
-Você acha?
Harry fez um gesto de indiferença e começou a comer. Pamela e Serena chegaram depois. Serena estava com cara de riso e Pamela estava com uma cara neutra, mas em seus olhos podia se ver o brilho da raiva faiscando. Elas foram direto para a mesa da sonserina se sentarem com o Malfoy e com Jason.
Depois de alguns minutos sentados lá os garotos caíram numa crise de risos, mas pararam com o olhar que Pamela lhes lançou.
O almoço estava se encaminhando tranquilamente enquanto Gina comentava sobre o novo professor de DCAT.
-Ele é muito legal. Passou várias coisas muito interessantes. Falou sobre vampiros, lobisomens e maldições num nível que eu nunca tinha visto.
Hermione ficou interessada no assunto e perguntou:
-Quem é o professor?
Gina olhou ao redor e falou apontando para um homem que estava entrando no salão naquele momento:
-É aquele ali.
Os três olharam para a direção que Gina apontava. Então viram um homem caminhando tranquilamente para a mesa dos professores. Ele tinha os cabelos loiros escuros caídos até o ombro, eram um tanto encaracolados, os olhos eram extremamente azuis. Tinha a aparência de ter no máximo quarenta anos. Harry ficou surpreso por ver John ali, mas disfarçou bem e perguntou:
-Tem certeza que ele é um bom professor? Parece meio devagar.
Gina arregalou os olhos para o amigo e respondeu:
-Devagar que nada! Ele é bem dinâmico em aula e trouxe vários fatos e feitiços muito úteis e potentes contra várias criaturas. Todos adoraram as aulas dele.
-Se você diz.
Harry se perguntava o que John fazia ali. Pensava se ele iria vir porque me incumbiu de vigiar a Serena?Ele mesmo não poderia fazer isso? Ele queria é ficar de pernas para o ar sem fazer nada e passar todo o trabalho para mim. Resolveu deixar para lá. Tinha coisas mais importantes para fazer, como planejar a próxima brincadeira contra a Serena. Estava quase tendo uma idéia quando foi interrompido por Hermione que o chamou para a aula.
John não havia contado nada para sua neta nem para Harry que viria dar aulas em Hogwarts. Na verdade precisava avisar ao garoto que não podia demonstrar o conhecer em nenhum momento. A proximidade deles tinha que ser mantida em segredo pelo máximo de tempo possível. Tinha um plano em mente e todo cuidado era pouco.
Aproximou se da mesa do diretor e começou a conversar com Snape, como se fossem velhos amigos. Apesar do professor de poções continuar com a mesma carranca de sempre.
Os alunos ficaram surpresos, não era todo dia que viam alguém além do diretor e vice diretora conversarem com Snape tão tranquilamente. Pareciam conversar algo sério, pois imaginar o professor de poções conversando sobre algo banal era quase um sacrilégio de tão perturbador que era o pensamento.
Serena olhou tranquilamente para os dois. Estava surpresa por ver o avô ali, ele não tinha comentado nada sobre isso, mas resolveu deixar para lá. Sabia que ele devia ter um motivo para estar ali, suas ações sempre tiveram um motivo, por mais louco que esse fosse.
Tudo o que ela precisava agora era de alguma coisa divertida para fazer. Só poderiam começar as buscas na próxima semana quando a lua cheia estivesse lá no alto, até lá não sabia o que fazer. Havia se passado só metade de um dia e ela já estava aborrecida.
Olhou para o relógio e já estava quase na hora da próxima aula começar. Pamela estava quieta do seu lado, sabia que a amiga estava pensando sobre a luta com o guardião. Apesar de não gostar dele sabia que ele era poderoso. Draco e Jason estavam conversando animadamente sobre algum assunto idiota que ela não estava com a mínima vontade de prestar atenção.
Foi quando ela sentiu o cheiro, era familiar e que despertava lentamente a sua fúria interior. Um grunhido começou a se formar em seu peito, era baixo o suficiente par que só os seus amigos ouvissem. Começava a ver tudo vermelho pela raiva e ódio que crescia em seu peito, já estava se colocando em posição de caça, quando ouviu Pamela falando em seu ouvido:
-Acalme se. Não se deixe afetar pelo cheiro.
Serena tentava ouvir o que a amiga estava dizendo mais não conseguia se concentrar, ela tinha que encontrar o dono daquele cheiro, matar e deixar o corpo dele em pedacinhos... Seus pensamentos foram interrompidos pela voz de Harry na sua cabeça. No começo era uma coisa bem fraca mais foi aumentando até ela entender o que ele estava dizendo:
-“Não se descontrole, estamos no meio de muita gente para você fazer o que está pensando.”
Ainda pela ligação mental ela respondeu num tom que mais parecia um grunhido:
-“O que me importa isso? Se alguém se meter em meu caminho não terei piedade.”
“-O que você acha que aconteceria se você atacar uns dos alunos? Com certeza cairiam sobre você e não sobraria muita coisa.”
-Eles não são páreo para mim!”
-Não se esqueça das regras, eles têm um tempo a partir do aparecimento da marca. “Você que está há mais tempo nessa caçada deveria saber se controlar e seguir as regras de seu povo.”
Serena grunhiu em pensamento. Não conseguia se controlar direito há muito tempo que não entrava em caçada. Queria sentir o cheiro do sangue pútrido de um marcado se espalhar pelo ar. Harry apresentou a solução ideal.
-“Que tal uma luta entre você e eu, para você liberar um pouco dessa energia? Eu tenho a marca, e isso fará o seu instinto se saciar até você recuperar o controle.”
Serena ofegou com a idéia apresentada. Pamela e Jason não sabiam o que tinha acontecido, num momento Serena parecia querer atacar quem se colocasse na sua frente e num outro momento ela estava quieta sentada no banco, parecendo concentrada em algo, seus olhos buscavam alguém dentre a multidão, até que ela ofegou assustada.
Pamela deu um suspiro angustiado. Isso nunca tinha acontecido e ela não sabia o que se passava com Serena. Jason também estava preocupado, do mesmo jeito que Pamela também tinha sentido o cheiro da marca, mas também tinha sentido que a marca era recente, não podiam fazer nada contra ele até que a morte estivesse do lado dele.
Draco se remexia incomodado no assento, estava com a sensação de estar perdendo algo. Alguma coisa estava errada. Jason, Pamela e Serena estavam muito estranhos. E ele sentia algo diferente no ar, sentia a adrenalina correr por seu corpo o deixando agitado mais não sabia o porquê.
Serena depois de alguns segundos em choque respondeu:
-“Você é maluco ou o quê? Sabe muito bem que eu não estarei para brincadeiras.”
“Fui o escolhido para ser o seu guardião e a minha função é te proteger e se eu tiver que te proteger de sim mesma é o que eu farei, agora pare de reclamar e assim vamos para aquela sala que eu te avisei, para podermos convocar a luta.”
Serena se ajeitou no banco e abaixou a cabeça. Pamela já estava ficando estressada quando Serena finalmente falou num sussurro:
-Não vou conseguir ir para a aula agora, com certeza atacaria qualquer um que aparecesse na minha frente.
-O que você vai fazer?
-O Potter se ofereceu para lutar contra mim, até eu me acalmar.
Jason e Pamela entraram em choque. Sabiam o quanto Serena ficava perigosa quando estava preparada para caça. Nunca se colocavam na sua frente e sempre tiveram o maior cuidado para não desviar a raiva dela para eles. Eles acreditavam fielmente que o novo guardião estava querendo a morte.
-Ele só pode ser maluco, não irá agüentar muito tempo contra você!
Pamela disse energicamente. Jason completou a fala dela dizendo:
-Como ele pretende agüentar uma luta até que você consiga recuperar o controle?
-Eu não sei o que ele pretende fazer, mas eu estou aceitando qualquer idéia antes que eu me levante daqui e rastreie o marcado até provocar nele uma morte lenta e fatal.
Draco que ouvia tudo isso em silêncio não entendia porcaria nenhuma. Tudo que conseguia identificar é que Serena estava com muita raiva. Conseguia sentir isso na própria pele, sempre teve muito respeito por ela e sabia que devia isso a ela, mesmo sem saber o porquê e naquele momento ele sentia do mesmo jeito que não podia mexer com ela. Ficou quieto apesar de toda aquela maluquice que estava acontecendo.
O horário da aula finalmente tinha chegado então os alunos começaram a esvaziar o salão. Por um pedido de Serena, Jason e Draco foram para aula enquanto Pamela a levava até a sala precisa disfarçadamente. Chegando lá Harry já estava sentado num banco.
A sala tinha tomado a forma do campo de treinamento da casa de John. O guardião esperava quietamente, já havia se levantado e olhava sério para as duas. Serena então pediu:
-Pamela pode ir para aula.
-Tem certeza?
-Tenho.
Pamela já estava saindo quando falou uma coisa para Harry:
-É melhor você ter cuidado rapaz, pois ainda teremos nossa luta hoje à noite.
-Não se preocupe me manterei vivo para a luta.
Pamela já tinha saído totalmente da sala. Serena ainda olhava para o chão e Harry olhava atentamente para ela.
-Preparada?
-Diga-me você.
Harry riu e tirou um colar que trazia pendurado no pescoço. Tinhas algumas inscrições nele, e assim que ele colocou o colar perto do banco, Serena levantou a cabeça. Seus olhos estavam negros, ela parecia ter sentido o cheiro da marca de Harry e olhava quase com um prazer demoníaco para o guardião.
-Você vai se arrepender de ter se posto nessa situação.
Harry deu um sorriso despreocupado e falou:
-Não se eu puder evitar.
Parte 2
Aquele colar que Harry tinha tirado era o único meio de defesa que ele tinha contra Serena. A magia contida no colar trancava o cheiro da marca dele permitindo que ele ficasse próximo a ela sem despertar os instintos assassinos da garota, mas agora ele havia tirado o colar. Serena podia sentir o cheiro da marca dele. Sua raiva aumentou consideravelmente se colocou imediatamente em posição de luta.
Harry parecia muito calmo em relação à luta e isso estava irritando Serena. Sua raiva não a deixava ver o olhar que ele a mandava. Num piscar de olhos, Serena correu para cima de Harry e começou uma série de ataques utilizando as mãos e os pés. Harry estava se defendendo bem. Os dois pareciam lutar somente para se avaliar. Ele só se defendia a maioria das vezes, não queria atacar Serena, só queria fazer com que ela descarregasse a raiva.
Serena estava se irritando cada vez mais por não ter conseguido arrancar nenhuma gota de sangue de Harry. Então deu um grito e pulou para trás. Uma aura negra a envolvia girando ao seu redor.
-Você está me deixando com mais raiva ainda se só ficar se defendendo!
Harry fez um movimento de indiferença com os ombros e falou ao mesmo tempo em que desaparecia e aparecia do lado de Serena dando lhe um soco na cabeça.
-Se assim que você quer...
Serena foi lançada para trás e ficou meio zonza. Quando se recuperou deu um sorriso enorme e falou:
-Agora sim a brincadeira vai ficar boa.
Ela correu em direção a Harry e simulou um ataque pela direita, mas no último momento ela deu uma cambalhota no chão, parou atrás de Harry e quando ele virou Serena o acertou com um chute na cabeça. Não deu tempo nem de se defender. Voou para o lado, mas conseguiu recuperar o equilíbrio e cair em pé no chão.
-Parece que finalmente você vai ter a chance de tentar me matar, mas sinto em lhe informar que só vai ficar na vontade.
Harry puxou a varinha e iniciou um duelo mágico. Serena que estava alerta desviou de um feitiço negro e sacou a varinha com rapidez. As explosões que se seguiram estavam abrindo enormes crateras no campo em que estavam. A magia da sala precisa reconstruía imediatamente os estragos causados pela luta dos dois, mas não adiantava muita coisa porque logo que eram reconstruídos outros estragos apareciam.
A luta entre eles parecia mais uma brincadeira de criança. O riso demoníaco de Serena contrastava com a expressão séria de Harry. Este estava concentrado demais para não perder o controle. Pelo menos ele deveria se manter controlado, se não aquela luta acabaria em morte. O duelo mágico conseguiu fazer uma coisa que a luta corporal não havia conseguido: tirar sangue. Os dois já estavam sangrando por causa dos cortes espalhados pelo corpo.
O brilho nos olhos de Serena se intensificou. Ela estava muito feliz por poder ver o sangue de um maldito marcado escorrer lentamente pelo seu corpo. Ver Harry coberto de seu próprio sangue era um sonho que ela idealizava há muito tempo. Estava se deliciando com aquela cena quando sentiu uma dor no peito, primeiro pensou que tinha sido acertado por algum feitiço, mas então percebeu que não era isso. Ficou intrigada, mas resolveu continuar atacando.
Com um amplo movimento, lançou uma série de maldições. Foi rápida nessa seqüência e sabia que Harry não conseguiria se defender de todas ao mesmo tempo. Uma aura branca o envolveu e absorveu todas as maldições. Serena arregalou os olhos e o questionou:
-Quando você aprendeu a utilizar o seu poder?
Harry riu e respondeu calmamente:
-Eu também tenho os meus segredos Serena. Não fiquei parado quando você ia a suas missões. Por mais que você não aceite eu sou o seu guardião. Tenho que sempre estar pronto para te proteger.
Serena revirou os olhos e sentiu aquela dor de novo. Nunca quis aceitar que ele era o seu guardião. Ainda mais por ele ser um marcado, por isso ainda tinha uma esperança dele não ter aquele poder, mas agora estava o vendo usar aquele poder e entende que tinha que se conformar com isso.
-Se você vai utilizar o seu poder eu também vou.
A aura negra de Serena se expandiu, tomando a forma de adagas atacou Harry que se defendeu com uma barreira feita por sua aura. Agora a luta seria entre as auras de seus poderes mais puros.
A luta ficava cada vez mais violenta. Revestidos por suas auras que tinha diminuído até os envolver como uma segunda pele. Os dois haviam voltado para a luta corporal. A potência de seus golpes ficou ainda mais forte e isso ficou evidente no tamanho da destruição que eles estavam promovendo. O que antes se reconstruía permaneceu destruído. A magia da sala estava se danificando com o poder deles.
A utilização da aura conseguiu eliminar a última barreira que segurava Serena para não matar Harry. A união do cheiro da marca dele com a liberação de seu poder conseguir nublar totalmente a sua mente e agora ela estava agindo completamente por instinto e o seu instinto queria ver o garoto na sua frente morto.
Os olhos azuis estavam negros. Suas mãos pareciam garras. Suas pupilas pareciam fendas. Sua posição foi mudando até fazer com que ela ficasse parecida com um felino prestes a atacar a sua presa. Harry olhou para aquilo e ficou surpreso. Pensou estou ferrado, ela nunca usou essa forma para me atacar antes isso só significa uma coisa... Ele tinha que acabar com isso logo.
Harry quando sentiu as garras de Serena passar de raspão nas suas costas não segurou uma reclamação:
-Isso dói sua maluca! Cuidado com as patinhas em cima de mim!
Serena respondeu com fúria e atacou Harry mais uma vez. Este já estava ficando muito irritado e os seus ferimentos estavam doendo apesar de não demorarem em cicatrizar. Como a sua irritação era muito ele resolveu liberar mais um pouco de poder. Sua aura expandiu e por ser branco o seu brilho feriu os olhos de Serena. Dando lhe tempo de pular em cima dela e a jogar contra uma árvore. Ela se levantou rápido mais Harry já estava preparado e manipulando sua aura a prendeu contra uma pedra enorme que tinha sido a única a sobreviver à luta deles.
Ela ficou muito estressada e não conseguia se mover dentro daquele aperto. Tentou se libertar por vários minutos até que percebeu que aquilo não ia dar em nada. Respirou fundo, repetidas vezes até recuperar um pouco da calma. Sabia que ele tinha usado aquela magia em especial. Ele devia saber o que aquele poder tinha sobre ela. E decididamente não queria ter aquele resultado naquele momento.
-Já pode me soltar. Eu já me acalmei.
Harry a fitou desconfiado, mas a soltou de qualquer jeito. Sabia que aquela magia neutralizava o poder dela. Como se estivesse acompanhando o seu pensamento ela perguntou:
-Por que você não usou esse poder logo?
Ele deu de ombros e respondeu:
-Eu também queria me divertir.
Ela revirou os olhos e ficou encarando o garoto que a tinha ajudado arriscando a própria vida. Se ele não tivesse esse poder característico do guardião, com certeza ele estaria morto. Não o entendia e talvez nunca fosse entender. A dor no peito tinha sumido logo depois que ele a tinha neutralizado. Lembrando disso ela ficou vermelha. A certeza de ele ser o guardião a lembrou das implicações que aquilo trazia para ela. Resolveu mudar de assunto e comentou com um pouco de raiva:
-Ainda não entendo como você pode ter esse poder. Você é um marcado.
Um vento frio passou pelo campo de batalha deles. A aura de Harry parecia ter aumentado e a cor de seus olhos se intensificou. Sua postura ficou ainda mais altiva e a voz que saiu de sua boca era diferente do normal.
-Você ainda não entende que é assim que deve ser para que tudo se conserte?
Serena sentiu uma emoção passar por seu corpo ao ouvir aquela voz. Lágrimas começaram a cair efusivamente em seu rosto. Ela não sabia de quem era essa voz, mas algo em seu subconsciente sabia e fazia com que ela se emocionasse tanto. Caiu de joelhos no chão com o peso da emoção.
Harry caminhou até ficar próximo dela, agachou na frente dela e aquela estranha voz que saia de seu corpo falou suavemente para ela:
-Não chore. Sabe que não gosto de vê La chorar, mas você tem deve entender que é assim que as coisas devem ser.
Ele fez um carinho no rosto dela e secou as suas lágrimas delicadamente. Serena o olhava séria e então uma mudança ocorreu em seus olhos. Eles voltaram a ficar na tonalidade azul safira, só que agora estavam ainda mais brilhantes. Sua voz saiu um pouco diferente do normal ao falar:
-Meine Liebe...
Ele sorriu e quando eles se tocaram com as mãos uma insuportável dor os atingiu e os jogou cada um para uma direção. Desmaiaram antes de caírem no chão.
Em outro lugar do castelo, John olhava para sua turma que treinava alguns feitiços defensivos que havia passado. De vez em quando corrigia ou dava alguma dica para os alunos, mas a sua mente estava longe. Pensava no que tinha acontecido no café da manhã. Tinha pensado em interferir, mas viu que não era preciso quando sentiu que Harry tinha entrado em contato com a sua neta. Apesar de ter ficado muito mais aliviado, ainda estava preocupado. Sabia da extensão dos poderes dos dois, pelo menos uma parte e também sabia que se eles não fossem parados com certeza destruiria tudo ao seu redor além deles mesmo.
Não conseguia sentir a energia deles e isso significava que eles estavam dentro da sala precisa. Imaginava que teria que ir até lá para poder consertar os estragos deles. Revirou os olhos e continuou a olhar para os alunos da turma que estava dando aula. Eram todos do quarto ano. Grifinória e Corvinal. Eram tranqüilos e se muito bem comparados a Grifinória e a Sonserina juntas. Passou o seu olhar de novo pelos jovens e seu olhar se deteve numa das garotas. Um pequeno sorriso apareceu em seus lábios e só pode pensar ao sentir a energia dela está próximo o seu despertar.
Pamela já estava ficando desesperada. As aulas já haviam acabado e nada de Serena voltar. Não se importava com o garoto, mas a sua prioridade era Serena. Estava quase correndo com Jason em seu encalce.
-Pamela se você não se acalmar você vai chamar a atenção para a gente.
O olhar que ela lançou para ele poderia ser descrito por uma única palavra: mortal.
-Temos que ir logo lá.
Quando chegaram a frente ao local onde deveria ser a sala precisa perceberam que não sabiam como entrar na dimensão em que eles estavam. Pamela que já estava irritada explodiu de vez.
-Quer porcaria é essa! Já não me bastava esses dois loucos estarem se matando lá dentro essa porta maldita não me deixa entrar!
John apareceu silenciosamente e falou calmamente:
-Grita um pouco mais alto que o pessoal que está lá no outro lado do castelo não ouviu.
Pamela se virou com um olhar mortal para John e já ia dar uma resposta mal criada quando percebeu quem era. Teve a decência de corar.
Como se não fosse nada, John ergue a mão e lançou um raio de luz em cima do local onde fica a porta da sala precisa. A porta apareceu e abriu se tranquilamente. Eles entraram e o que viram os deixou impressionado.
Ali dentro parecia o campo do castelo de John. Mas essa versão estava totalmente destruída. Viram os corpos de Harry e Serena largados no chão em direções opostas. Pamela correu rapidamente para ver como Serena estava, enquanto Jason ia ajudar Harry. John ficou parado percebendo os estragos da sala. Eram tão graves que a sala tinha perdido sua magia de reconstrução. Começou a refazer as magias desfeitas pelo casalzinho vinte.
Usando magia, colocou os dois um do lado do outro e fez um gesto desaprovação.
-Só me dão problemas.
Com movimentos rápidos das mãos ele começou a curar os ferimentos dos dois. Enquanto curava percebia que a magia deles estava em polvorosa. Sentia que a essência deles estava muito próxima da superfície. Isso só podia significar uma coisa... Desviando os próprios pensamentos, voltou a se concentrar na cura dos garotos. Os outros dois olhavam preocupados para o casal que estava desmaiado.
-Eles vão ficar bem?
-É claro que sim. Esses dois são teimosos demais, não admitiriam morrer assim tão facilmente. Com certeza seriam expulsos assim que entendessem a situação.
Os dois riram e concordaram com o Antigo. Pamela agora visivelmente mais calma lançou um olhara para Harry e comentou:
-Pelo visto ele não é tão fraco como eu pensei. Conseguiu controlar a Serena num dos acessos de fúria dela.
John riu e falou com uma voz sombria:
-Fraco é uma das únicas coisas que ele não é. Esse garoto tem um grande poder. Não se esqueça que ele é um dos caídos.
Jason deu um olhar de desgosto e respondeu:
-Em nenhum momento nós nos esquecemos disso. Nossa culpa não nos deixa e apesar de tudo ainda tínhamos a esperança de não ser ele. Assim ficaria muito mais fácil para a gente.
Pamela assentiu com a cabeça.
-Cada vez que eu os olho juntos, minha culpa me corrói um pouco mais. Nunca pensei que sentiria tanto remorso das minhas atitudes.
John balançou a cabeça calmamente e falou tentando acalmar os dois jovens:
-Você não tem que se martirizar tanto. Vocês não sabiam da verdade. Pensavam que estavam fazendo a coisa certa.
Jason olhou para John com uma cara de está brincando comigo?
-Você sabe muito bem que as únicas coisas que nos moveram foram à inveja, a vaidade e o orgulho. E foi isso que os custou a vida de nosso povo. Foi nossa a maldita culpa.
Jason estava totalmente furioso agora. Sua aura normalmente azul celeste irradiava furiosamente ao seu redor. A raiva e o ódio o dominavam. Já estava perdendo totalmente o controle de suas emoções quando ouviu Pamela falando fracamente:
-Se controle Jason! Não resistiremos por muito tempo se você continuar a se enfurecer desse jeito.
Ele olhou para os outros e percebeu que eles estavam com as mãos segurando a cabeça. Pareciam tentar aliviar alguma dor que estavam sentindo. De repente um clique se fez em sua mente e ele percebeu que era ele que estava provocando a dor de cabeça dos dois. Acalmou se como muita dificuldade.
-Desculpem-me. Eu não consegui me controlar a raiva foi mais forte que eu.
Pamela num dos seus raros momentos compreensivos respondeu:
-Eu te entendo meu irmão. Minha impotência diante dos fatos que se desenrolam diante de mim por causa daquela minha maldita decisão acaba comigo diariamente.
-Não adianta os dois se lamentarem agora, como diz o ditado: não adianta chorar pelo leite derramado. O que nos resta é apoiar esses dois agora.
Ao terminar de falar isso, os dois jovens caídos começaram a dar sinal de despertar. Harry se sentou olhando confuso para os lados. Serena estava de olhos abertos, mas continuava deitada olhando para o céu.
-Estou de saco cheio de virar um monstro sempre que sinto cheiro dessa marca. Isso está cansando minha beleza.
-Cansando a sua beleza? Isso está acabando com a minha saúde. Se toda vez que você enlouquecer a gente ter que lutar, com certeza eu estarei morto antes de me encontrar com o cara de cobra.
Serena se levantou e rolou os olhos com indiferença para o garoto sentado do seu lado. Relutantemente ela falou com uma raiva mal reprimida:
-De qualquer jeito muito obrigada por ter me impedido de enlouquecer lá fora.
Todos olharam para ela surpresos. Era muito difícil alguém conseguir um agradecimento dela. Jason sem querer perder a piadinha falou:
-Estou ficando maluco ou eu ouvi a Serena sendo educada com o Harry?
Pamela aparentemente se empolgou e perguntou brincando para Harry:
-Você lançou algum feitiço que fez a cabeça dela bater em algo?
Harry olhou escandalizado para Pamela e depois para Serena.
-Com certeza eu estou ficando maluco. As duas estão me tratando bem. Eu que devo ter batido com a cabeça.
Eles descontraíram um pouco rindo. John percebeu que o clima estava muito mais tranqüilo e perguntou:
-O que vocês vão dizer para o pessoal para explicar o motivo de não terem ido para as aulas?
Os dois se encararam e como se tivessem entrado num acordo falaram ao mesmo tempo.
-Diremos que estavam juntos por aí.
-Fazendo o quê?
E mais uma vez eles responderam juntos:
-É um segredo para ser mantido entre quatro paredes.
-Está bem isso já está ficando muito assustador. Parem de falar juntos. E que história é essa de vocês afirmarem uma coisa dessas?
Serena fez um gesto indiferente e respondeu calmamente:
-Eles pensarem que eu tenho algo com o Potter seria o menor dos meus problemas. Imagina o que eles pensariam se eu dissesse que perdi a cabeça e iria matar todos dentro daquele salão se eu não tivesse ido para esta sala lutar contra o Harry a ponto de destruir a sala precisa?
Isso fez com que todos calassem a boca e refletissem sobre o assunto. Jason expos o pensamentos de todos:
-Tenho certeza que o melhor caminho para despistar o pessoal é falar isso mesmo. Só vai ser engraçado ver a cara desse pessoal quando vocês falarem isso.
-Vai ser no mínimo hilário, mas que tal nós irmos para o salão principal para jantar?
Os outros concordaram e foram para o SP. John seguiu por outro caminho. Não podia ser visto com eles para não criar suspeitas demais. Os quatro jovens entraram calmamente no salão, mesmo tentando serem discretos todos olharam para eles assim que ultrapassaram as portas.
O grupo foi se sentar-se à mesa da Grifinória. Jason foi junto o que gerou um olhar nada feliz dos grifinórios. Harry se sentou e Serena se colocou a direita dele. Pamela estava de frente para Serena e Jason na frente de Harry. Começaram a pegar comida quando Rony e Hermione sentaram do lado de Harry.
-Harry e Serena porquê vocês desapareceram depois do almoço?
Para dar um tom mais verídico para a encenação. Harry olhou para Serena que fingiu corar. Rony e Hermione perceberam a troca de olhares e não entenderam muito bem o que tinha significado, quer dizer o Rony não entendeu muito bem. Hermione logo arregalou os olhos que se tornaram maior quando Harry explicou:
-Eu estava resolvendo alguns assuntos particulares com a Serena.
Rony com sua natural inconveniência perguntou:
-Que assuntos particulares?
Pamela revirou os olhos enquanto Jason dava uma risadinha. Serena teve que se segurar para não dar uma resposta, mas criada. Harry respondeu tentado parecer sem graça, mas ao mesmo tempo com um sorriso malicioso.
- É um segredo para ser mantido entre quatro paredes.
Aparentemente Rony entendeu o que Harry quis dizer e ficou extremamente vermelho ao mesmo tempo em que ficava de boca aberta. Então demonstrando, mas uma vez sua sensibilidade apurada falou em voz alto:
-Harry, o que você ficou fazendo com a Serena entre quatro paredes?
Esse com certeza foi o fim da picada. Harry revirou os olhos. Serena apoiou a cabeças nas mãos e ficou repetindo o mantra ele não pode ser tão burro. Jason bateu com a cabeça na mesa, enquanto falava não acredito nisso. A cara da Pamela estava congelada na expressão WTF? Hermione olhou perplexa para Rony e perguntou:
-Rony, você não entendeu que eles estavam juntos?
Foi nesse momento e ouvindo o tom de Hermione que Rony foi entender realmente o que tinha se passado. Ele ficou super sem graça por ter dado uma mancada daquelas.
-Desculpa gente, mas eu estava um pouco distraído.
Jason riu mais um pouco e comentou alegremente:
-Isso me pareceu mais burrice do que distração.
Rony ficou mais vermelho e antes que pudesse dar uma resposta à altura ouviu uma voz arrastada se dirigir para eles.
-Parece que mais alguém além de mim percebeu que o cabeça de fósforo é burro e olha que eu nem precisei falar nada.
Todos olharam para o dono da voz que tinha se sentado do lado da Pamela. O choque no rosto de todo salão foi no mínimo digno de uma foto. Draco Malfoy tinha se se sentado à mesa da Grifinória. Junto com Harry Potter e sua turma.
Rony que já estava vermelho ficou ainda mais. E com raiva transbordando de seus olhos perguntou:
-O que você está fazendo aqui doninha albina?
Com um olhar de desdém o loiro respondeu:
-Não é da sua conta cabeça de cenoura.
Rony já ia partir para cima do loiro quando Harry falou tranquilamente:
-Nada de brigas aqui. Eu o convidei para sentar conosco.
O silêncio que se seguiu depois desse pronunciamento deixou todos que o ouviram mais uma vez em choque. Como o SP estava em silêncio desde que Draco se sentou na Grifinória, a fala de Harry pode ser ouvida por todos. Até os professores estavam chocados com aquela informação.
O resto da janta foi passado em silêncio. Rony e Hermione estavam confusos demais para dizerem alguma coisa. Harry e Serena estavam cansados de mais para falar algo. Pamela, Jason e Draco se falavam tranquilamente sobre assuntos banais.
O fim do jantar chegou. Harry estava um pouco mais relaxado depois de ter se alimentado. Ainda sentia uma fraqueza devido ao quanto ele gastou de magia na luta. Apesar disso o que o estava preocupando não era isso. No momento final da luta ele apagou. Ele não se lembra de nada do que aconteceu, sua memórias só voltam quando eles já estavam sendo tratados por John.
Aparentemente ele sentia como se algo tivesse tomado o seu corpo. Quando forçava sua mente. Só conseguia se lembrar de um sentimento paz e uma sensação de nostalgia. Olhou para Serena que parecia estar em outro lugar.
“Você se lembra de algo do final da luta?”
Serena continuou a conversar com os amigos ao mesmo tempo em que respondia a pergunta mental de Harry.
“Nada. Isso está me irritando.”
“Eu sei. Parece que tem um buraco na minha mente.”
“E não é só isso. As únicas coisas que eu me lembro são uma sensação de felicidade e depois uma dor muito grande.”
“Também sinto isso. Eu queria saber o que aconteceu.”
“Também. Não gosto dessa sensação de estar perdendo algo.”
Serena fez um pequeno gesto de desolação com a cabeça e interrompeu a conversa mental quando os amigos se levantaram para sair. Jason e Draco foram para a Sonserina enquanto que os outros foram para Grifinória. Harry ainda estava silencioso. Somente os outros estavam conversando. Rony e Hermione resolveram se sentar um pouco no SC para conversar com os outros. Alegando cansaço Pamela, Serena e Harry decidiram subir. Na divisão das escadas, Pamela subiu na frente. Harry e Serena pararam um momento ali, estavam bem próximos e trocaram algumas palavras. Todos estavam atentos aos movimentos deles e não deixaram passar quando Harry segurou a mão de Serena e a beijou na mão. Depois disso ela subiu pela escada que dava ao dormitório feminino enquanto Harry ia em direção a saída do SC.
Gina que já estava no grupo perguntou:
-Eles estão realmente juntos?
Hermione balançou a cabeça num gesto de confusão e respondeu:
-Não sei muito bem. Mas pelo que eles disseram passaram toda a tarde juntos.
-Fazendo o quê?
Hermione lançou um olhar descrente para Gina que logo compreendeu a indireta.
-Então eles estão realmente juntos.
-Isso que está me deixando desconfiada. O Harry está muito diferente desde que voltou das férias. Tenho certeza que ele tem segredos muito sérios com a Serena e também sei que essa história deles estarem juntos está muito mal contada.
-Por que você acha isso?
-Eles ficaram em silêncio a maior parte do jantar e aparentavam estar muito cansados.
Gina deu uma risadinha maliciosa e respondeu:
-Isso não significa nada. Eles podem estar cansados porque fizeram muito exercícios físicos durante a tarde.
Hermione revirou os olhos e falou como se estivesse explicando a uma criança.
-Não é desse cansaço que eu estou falando. Eles pareciam estar cansados mentalmente. Além de não demonstrarem estarem felizes. Se eles tivessem realmente feito o que eles estão tentando nos convencer de terem feito, eles estariam radiantes.
Gina refletiu seriamente sobre esse isso. Hermione realmente tinha razão.
-Pensando melhor sobre isso. A mudança que Harry tem apresentado depois das férias é muito suspeita. Essa Serena e a sombra dela Pamela são muito estranhas, me parecem perigosas. E essa proximidade entre o Harry e aqueles dois sonserinos também é muito esquisito. Ele era um dos primeiros a desconfiar do pessoal da Sonserina.
Hermione concordou com a cabeça e chamando Gina para mais perto falou num tom mais baixo:
-E se você reparar Harry aparenta estar muito mais poderoso do que antes. Alguma coisa no poder dele se modificou, dá para sentir só de ficar perto dele.
Gina olhou por onde Harry tinha saído e perguntou distraidamente:
-Eu gostaria de saber o que aconteceu nas férias para ele ter voltado tão diferente.
Harry estava caminhando tranquilamente para a sala do diretor. Quase tinha se esquecido de que tinha que encontrar com ele depois do jantar. Tinha uma idéia do que o diretor queria tratar com ele. O sumiço dele não iria passar despercebido pela Ordem.
Chegando a frente à gárgula de pedra falou a senha:
-Pirulito de sangue.
A escada apareceu e ele entrou no escritório. Ouviu vozes do outro lado da porta, soube que o escritório estava cheio antes mesmo de entrar. Bateu na porta e ouviu a voz do diretor dizer:
-Pode entrar.
Harry entrou e viu quem estava no escritório. Sentado na cadeira do diretor estava... o diretor. Em pé apoiado no canto mais afastado estava o Profº Snape. A Professora McGonnagal estava sentada numa das cadeiras perto da mesa do diretor junto com o novo professor de DCAT. Os outros professores estavam espalhados pela sala aleatoriamente como se fossem figurantes. Dumbledore olhou seriamente para Harry.
-Sr Potter foi uma irresponsabilidade de sua parte ficar tanto tempo sem dar notícias. Vivemos um tempo perigoso e o senhor não pode se dar ao capricho de ficar por aí sem proteção.
Harry revirou os olhos ao mesmo tempo em que Snape. Harry respondeu tranquilamente:
-Que isso diretor, não precisa ficar tão irritado assim. Estresse faz mal para a pele.
As reações das pessoas naquela sala variaram entre choque e diversão. Minerva com uma expressão chocada repreendeu o garoto:
-Olha o respeito com o direto Sr Potter!
-Desculpa, mas eu só queria explicar que não precisam ficar preocupados eu só viajei para aproveitar um pouco a vida. A situação estava muito tensa. Já estava ficando entediado com tudo aquilo, então resolvi viajar.
Snape estava com cara de esta de sacanagem?
-Sr Potter não sei se você percebeu mais não somos idiotas. Como você explica os sinais de luta na casa de seus tios.
-Foi tudo uma encenação que eu fiz para despistar.
Harry falava isso tudo com uma cara muito falsa de santo. Ele sabia que não estava enganando ninguém, mas achava aquela situação muito divertida.
Dumbledore olhou para o seu aluno mais problemático e perguntou:
-Você realmente acha que acreditamos nessa história?
Harry ficou sério de repente e falou:
-Não, mas eu realmente não vou contar o que me aconteceu durante o período que eu estive fora. E não adianta tentarem invadir a minha mente para descobrir.
Essa parte ele falou olhando diretamente para o professor Snape.
-A única coisa que eu vou falar é que: eu aprendi muita coisa pelas ruas afora e não sou tão fraco como vocês pensam que eu sou. Posso fazer coisas que vocês nem imaginam. Agora me dêem licença que eu tenho mais coisas para fazer do que ficar aqui.
Harry se levantou sem se importar com as reclamações da professora Minerva. Saiu da sala sem olhar para trás. Os professores olhavam atônitos para a porta. Snape como sempre pensava na arrogância do moleque Potter. Minerva pensava na falta de respeito. John se segurava para não cair na gargalhada ali mesmo. Por sua vez Dumbledore olhava sério para porta e comentou atraindo a atenção de todos:
-Pelo visto o Sr Potter está muito diferente esse ano.
-Ele me parece cada dia mais parecido com o pai, ou seja, cada dia mais arrogante.
-Foi muita falta de respeito ele ter saído desse jeito. Não é essa a educação que um Grifinório deve demonstrar.
Como se estivesse contra a maré, John comentou calmamente:
-Para mim, ele mostrou ser bem descontraído.
Todos olharam para ele como se ele tivesse chifres na cabeça. Começaram a debater as atitudes que o Sr Potter tinha apresentado desde que voltara das férias. Eram muitas dúvidas e poucas respostas.
Harry voltava para o SC da Grifinória calmamente. Não estava com pressa, queria colocar todos os pensamentos em ordem. Já estava chegando perto da SC quando decidiu ir para a Torre de Astronomia. Quando passou pela porta da torre, ele ouviu uma voz dizer:
-Pelo visto eu não sou a única com muitas coisas na cabeça.
Harry reconheceu a voz de Serena e foi se sentar do lado dela. Ficaram olhando para as estrelas durante um bom tempo sem dizer nada, até que ela cortou o silêncio:
-Tenho a sensação que ‘acordaremos’ em breve.
-Creio que sim. Acredito que hoje a tarde só foi uma pequena mostra disso.
-Sim.
-Você não está mais com raiva por saber o que isso significa?
-Ainda estou com raiva, mas ao mesmo tempo eu estou em paz. Finalmente poderemos resolver essa situação.
Harry de um pequeno sorriso e comentou feliz:
-Pelo visto você finalmente aceitou a verdade.
-Também não vamos exagerar, eu só me conformei. Ainda não aceitou tudo.
Ela baixou a cabeça e com uma voz totalmente diferente do normal ela falou:
-Eu ainda não acredito que eles fizeram isso com a gente.
Harry olhou de um jeito diferente para Serena e falou com a voz também mudada:
-Também fico muito indignado com isso. Muito do que estamos passando agora é fruto do erro deles.
-Agora estamos aqui nessa situação. Eu te odiando mesmo sem querer. Uma guerra se aproximando. E um total descontrole sobre os meus poderes.
Harry passou a mão perto do rosto dela sem a tocar de verdade. Sentia se muito triste com aquilo.
-Nossos receptáculos um dia entenderam a profundidade dos sentimentos deles. Então um dia poderemos ser nós mesmos.
-Espero que esse dia chegue antes que mais uma vez eles morram. Eu não agüento mais tantas mortes por esse longo caminho até a verdade. Parece que nunca chegaremos ao final dessa estrada.
-Se acalme. Tudo se resolverá. E alguma coisa me diz que será ainda agora nessa vida. Pense positivo: todos os sacerdotes estão vivos e teoricamente juntos. Logo tudo se resolverá.
Ela concordou com um sorriso triste. E falou olhando mais uma vez para as estrelas:
-Temos que ir.
-Eu sei, mas é tão raro esses momentos de paz entre eles.
-Concordo. Tenho certeza que amanhã tudo irá voltar ao normal.
Eles se olharam rindo. Então seus olhos se nublaram. Os dois balançaram a cabeça num gesto confuso e Serena foi a primeira a falar com a voz normal.
-Aconteceu de novo não é?
-Aconteceu.
-O que será que foi isso?
-Não tenho certeza mais um dia saberemos.
-Espero que sim.
Os dois voltaram a olhar para as estrelas e ficaram por um bom tempo lá, até que perceberam que já era muito tarde e voltaram silenciosamente para o dormitório.
PARTE 3
A semana tinha passado tranquilamente sem maiores preocupações e acontecimentos. O ano letivo mal tinha começado e os alunos já estavam comemorando o tão esperado final de semana. Harry estava sentado na beira do lago conversando com Rony, Hermione e Gina. Então de repente Gina arregalou os olhos como se tivesse visto um fantasma. Os outros seguiram o olhar dela para verem o que a tinha deixado daquele jeito e a reação deles foi idêntica.
Passeando pelo jardim estavam Neville e Luna. Os dois estavam de mãos dadas e conversavam sorrindo um para o outro de um modo típico de namorados. Todos os outros estudantes que estavam no jardim também estavam em choque. Aparentemente eles não estavam notando mais ninguém. Os dois estavam com cara de avoados enquanto se olhavam.
Gina cutucou Hermione no braço e perguntou meio hesitante:
-Mione, eu acho que estou tendo uma alucinação. Estou vendo o Neville e a Luna caminharem de mãos dadas pelo jardim.
Hermione também parecia incrédula com isso.
-Se você também está vendo então estamos tendo uma alucinação coletiva.
Rony não estava conseguindo desenvolver nenhuma comentário coerente sobre o assunto, como sempre. Harry depois de um momento de aturdimento como todos os outros, começou a rir descontrolavelmente.
-Esse Neville é danado! Quem imaginaria que ele estaria namorando.
Como se tivesse ouvido seu nome, Neville se virou para onde os amigos estavam sentados sorriu e falou alguma coisa para Luna que também olhou para o pessoal que estava sentado perto do lago. Os dois foram caminhando até eles, enquanto o grupo tentava se recuperar da surpresa.
-Olá pessoal como vocês estão?
Harry que era o único que tinha recuperado o dom da fala se expressou marotamente:
-Estamos bem, mas parece que você está melhor ainda.
Neville ficou um pouco envergonhado enquanto Luna sorria cúmplice para Harry. Este se dirigia a garota:
-Como você está Luna? Sua férias foram agradáveis?
Um pouco menos avoada do que o normal, ela respondeu calmamente:
-Foi tranqüilo. Eu viajei com o meu pai em busca de espécimes raras de cogumelos mágicos do deserto. Pena que não conseguimos encontrar nenhuma amostra.
Todos ficaram com uma cara de que doideira enquanto Neville dava um olhar apaixonado para Luna. O que mais surpreendeu o grupo não foi à frase de Luna e sim foi o que Harry respondeu:
-Vocês procuraram no deserto do Saara?
-Sim, por quê?
-É por isso que vocês não encontraram. Esses cogumelos raros do deserto só tem na Namíbia num oásis próximo de uma aldeia mágica de anões do deserto. Creio que seu pai fez uma reportagem sobre eles no ano passado.
Luna arregalou os olhos e confirmou surpresa por Harry saber sobre essa reportagem em especial e por não ter pensado nessa probabilidade antes.
-Realmente eu não tinha pensado nisso. Se me lembro bem, os anões do deserto tem costume de tomar uma Chá de cogumelo principalmente para poderem viver debaixo das areias escaldantes daquele deserto durante o dia.
-É uma poção interessante. Apesar de ser um pouco alucinógena para quem não é acostumado em tomar, mas dá para se acostumar depois.
O grupo olhou chocado para Harry.
-Você já tomou esse chá?
-Sim, nas minha férias.
Neville ficou intrigado e perguntou o que todos queriam saber:
-O que você nas férias?
Harry deu um sorriso misterioso e se levantou limpando a sujeira da roupa com um movimento da varinha.
-Fiz muitas coisas maneiras, mas não é um bom momento para se discutir sobre isso. Eu tenho que resolver alguns assuntos por aí.
Ele se virou para Neville e falou calmamente:
-Espero que você trate muito bem a Luna. Porque se você a magoar vai ter que se ver comigo.
Com essa declaração totalmente desconexa, Harry saiu andando cantarolando uma musiquinha animada.
Neville estava totalmente perdido no assunto. Luna estava se sentindo emocionada apesar de não demonstrar suas emoções. Depois de descobrir que Neville retribuía o seu amor e de saber que Gina a considerava sua amiga. Descobrir que Harry a considerava tanto para protege La era uma sensação muito boa.
Gina, Hermione e Rony ficaram olhando para as costas do amigo enquanto o viam caminhar de volta para o castelo. Hermione balançou a cabeça lentamente num movimento de negação e comentou:
-A cada dia eu fico mais surpresa e chocada com esse novo Harry.
Neville que não sabia muito bem da história perguntou intrigado:
-Como assim novo Harry?
Gina indicou para eles se sentarem e começou a explicar com a ajuda de Hermione enquanto Rony só acompanhava.
-Desde que o Harry voltou das férias ele está estranho e misterioso. E nós não sabemos o que aconteceu com ele nas férias.
Neville ficou um pouco confuso e questionou:
-Mas ele não estava com vocês? Como não sabem o que aconteceu?
Hermione então explica:
-Aí que está o problema Neville. O Harry não passou as férias conosco. Ele desapareceu durante todo o recesso e só fomos nos reencontrar no trem vindo para o castelo.
-Nós não sabemos o que aconteceu. Nem onde ele foi e o que ele fez. Só sabemos que ele voltou mais poderoso e misterioso. Além dessas novas amizades que ele tem agora.
Nisso Luna olhou para eles, seu olhar não estava mais avoado:
-Realmente ele está diferente. A aura dele mudou, está mais vibrante. E sobre as novas amizades dele eu sinto que há uma ligação muito forte entre eles. Algumas coisas os liga de um jeito surpreendente. O que eu posso dizer para tranquiliza los é que a ligação não parece ser maligna.
Os outros quatro olharam atentamente para Luna enquanto ela falava isso. Neville sabia que a namorada era muito especial. Então em seus olhos só se via admiração. Enquanto os outros três estavam muito confusos. Hermione meio desacreditada perguntou:
-Como você pode ter certeza disso?
Luna de um jeito que ele não tinham visto saiu de seu estado calmo e avoado de sempre e falou:
-Não sou tão avoada quanto vocês pensam. E como eu sei que a maioria dos bruxos se esquece que a magia que corre em nossas veias servem mais do que para fazer feitiços e poções não me surpreendo por vocês não saberem nada sobre a magia das auras.
Rony se intrometeu na conversa pela primeira vez:
-E o que seria essa magia das auras?
Luna se sentou confortavelmente apoiada em Neville e começou a explicar:
-A magia das auras é uma habilidade difícil de ser aprendida. E como nem todos a conhecem, somente aqueles que já nascem com ela sabem a seu respeito.
Ela deu uma pausa e percebendo que tinha a atenção de todos continuou:
-Essa magia consiste em poder sentir as auras. Tanto a sua quanto a dos outros...
Hermione já foi logo interrompendo deixando o seu lado sabe-tudo florescer ainda mais evidente:
-Então você só sente a aura dos outros? Se for só para isso que serve essa magia eu a considero inútil. Qualquer bruxo depois de muito treinamento e pode conseguir ver as auras e não precisa de nenhum treinamento difícil.
-Se você me deixar falar eu explicarei melhor.
Hermione ficou vermelha pela censura que recebeu e então ficou calada.
-Como eu estava explicando. A magia das auras não é só sentir e ver as auras. Dominando essa magia você pode controlar esconder, dar forma ou modificar a aparência.
-Como assim modificar a aparência?
-Você pode criar uma aparência diferente com a sua aura. Como se fosse uma fantasia, ela ficaria por cima da sua real aparência.
-Não seria mais fácil fazer um feitiço de transfiguração?
-Só que utilizando a magia das auras você acaba ganhando algumas vantagens. Nenhum feitiço ou poção pode reverter esse processo. Só o próprio manipulador pode desfazer.
-Isso poderia ser muito útil numa missão de infiltração. Nunca conseguiriam provar que não somos aqueles que as nossas feições parecem ser.
Luna concordou com a amiga e lhe deu um sorriso.
-Além do mais podendo manipular a aura desse jeito você pode saber quando uma pessoa está mentindo ou não.
-Pode se ver os sentimentos da pessoa?
-Com certeza. Somos formados por mais de uma aura. Um delas representa os sentimentos. Pode se ver pela cor que ela adquire se uma pessoa está mentindo, se está apaixonada ou com raiva, medo. Todos os sentimentos tem uma cor.
-Seria muito legal saber os sentimentos das pessoas. Mas porque você disse que é muito difícil de aprender?
-Porque não é uma habilidade que se aflora. Ela tem que ser forçada no corpo de quem quer ter esse tipo de habilidade.
Rony não gostou nenhum pouco do jeito que ela falou tem que ser forçada no corpo. Gina olhou para a amiga e perguntou:
-De que jeito forçada?
Luna sorriu e respondeu calmamente:
-Como a magia das auras não é uma habilidade avulsa ela vem em pacote.
-Em pacote?
-Sim. Ela vem em conjunto com outras habilidades que precisam ser treinadas através de alguns feitiços de um pequeno, simples e indolor ritual.
Hermione sentiu que o ritual que Luna estava falando não era nenhum pouco simples e indolor e ela expos isso para todos:
-Porque eu estou começando a achar que esse ritual não é tão simples como você diz?
Luna voltou ao jeito avoada de novo e respondeu:
-Deve ser impressão sua.
Gina olhou para amiga numa expectativa muda e perguntou:
-Como nós podemos aprender isso? Você poderia nos ajudar?
-Infelizmente eu não posso te ajudar. Para se fazer esse tipo de ritual precisa de muito poder. Ainda mais em todos vocês.
Gina ficou um pouco triste mais deixou para lá. Eles mudaram de assunto e começaram a conversar sobre banalidades.
Enquanto isso dentro do castelo, Harry recebia duas cartas. Entrou numa sala e lançou feitiços sobre ela para evitar que a informação fosse rastreada. Sentou-se à mesa dos professor e começou a ler a primeira carta.
“Harry Potter?
Estou muito surpreso por receber uma carta sua. Fiquei ainda mais surpreso por ter me revelado que era o guardião e minha surpresa não passou quando você me convocou para lhe fazer uma visita. Estou quebrando à cabeça para saber o porque disso tudo. Minha curiosidade está quase me matando. Então creio que nos veremos em breve. Dentro de três dias devo estar chegando à Europa. Calcule por você mesmo até o momento de nossa reunião. Não fale nada para o pessoal que eu estou chegando. Vou fazer uma surpresinha para eles. Estou ansioso para ter uma luta com você menino que sobreviveu.
Até breve,
A.C”
Harry riu um pouco e pensou: menos um. Pegou a outra carta e começou a ler:
“Harry Potter,
Fiquei extremamente surpresa ao receber uma carta de ninguém menos do que o herói gatinho da Inglaterra. Depois de ter visto algumas fotos suas é claro que eu irei lhe fazer uma visitinha. De preferência particular. Tirando esses detalhes estou curiosa para saber o que você quer comigo. Não recebi nenhum chamado para essa área, ainda mais agora que ela já está ocupada com três caçadores. Está por acaso pensando em reunir o grupo todo? Posso não ter inteligente quanto um Graham e nem tão intuitiva quanto um Mayfair, mas posso sentir algo de estranho no ar e tenho certeza que você também. Devo chegar a cinco dias. Estou preparando uma surpresa então não se esqueça de ficar de bico calado. Já resolvi todo o assunto de acomodação.
Até mais gatinho,
Beijos N.F.”
Harry riu malicioso olhando para aquela carta, com certeza as coisas iam esquentar por ali se aquela garota fosse do jeito que ele imaginava, ou seja, extremamente louca. Passou para a terceira e última carta, se pudesse chamar aquilo de carta:
“Chegarei dentro de alguns dias. Tenho que resolver aquele assunto antes de aparecer por aí.
Até, J.M.”
Alguma coisa lhe dizia que Hogwarts ia ter uma enorme surpresa na semana seguinte. E não só isso, ele tinha até receio de que Hogwarts não agüentasse essas surpresas. Tinha certeza que aqueles três juntos iam aprontar todas.
Estava caminhando de volta para os jardins quando foi abordado por Pamela.
-Não pense que escapou da luta comigo Potter.
Sem tirar o sorriso do rosto Harry respondeu calmamente:
-Nunca pensaria isso. Só pediria que esperasse até semana que vem.
Pamela olhou para ele de um jeito sarcástico e perguntou:
-Por quê? Está com medo?
-Não. Na verdade estou até ansioso para essa luta, mas não por causa da luta com Serena, minha magia está oscilante. Creio que não seria um bom companheiro de luta.
Pamela percebeu que dali não sairia nada. Estava entediada e queria lutar. Agora teria que esperar. Se não fosse por um bom motivo atacava aquele garota ali mesmo no meio do corredor. E do jeito que estava com raiva não sobraria nem pedaços dele.
-Então está bem. Sexta feira sem falta será a nossa luta. Espero que até lá você não arranje uma desculpa.
Harry deu um sorriso ainda maior para ela como resposta e seguiu o seu caminho. Já estava bem distante deles quando estava fazendo a curva num corredor viu uma cena que por algum motivo que ele desconheceu no momento não gostou nem um pouco: Serena estava se agarrando com um garoto. E o amasso devia estar bom porque nãos e sabia quem era quem ali.
Deixando de lado essa sensação incomoda, o lado maroto dele aflorou totalmente. Aproximou se deles silenciosamente e quando estava próximo o suficiente conjurou uma balde de água em cima deles e falou:
-Olho o fogo!
A última coisa que viu antes de sair correndo, foi o olhar furioso de Serena. Saiu rindo feliz quando esbarrou em outra pessoa. Com certeza aquele era o dia dele de encontrar as pessoas.
Uma voz arrastada perguntou:
-Não olha por anda não Potter?
Harry deu uma olhada rápida para trás antes de responder:
-Foi sem querer eu estava com muita pressa.
-Percebi.
Draco percebeu que Harry estava com cara de quem tinha aprontado e agora estava fugindo.
-Você aprontou alguma coisa Potter?
Harry deu uma risada quando ele ouviu uma voz furiosa dizer:
-Eu sei que você está aí Potter eu posso sentir a sua magia!
Harry deu uma gargalhada e saiu correndo deixando um Malfoy muito confuso e intrigado. O moreno já tinha feito a curva quando Serena apareceu no corredor. Draco pode perceber que ela estava realmente muito estressada. Não. Mais do que isso ela estava furiosa!
Serena já chegou gritando:
-Onde ele está Malfoy?! Nem pense em dar cobertura para ele, senão vai sobrar para você...
Draco falou rapidamente antes que ele pagasse o pato pelas brincadeiras do Potter:
-Ele foi por ali.
Ela olhou para onde ele apontou e já estava saindo correndo quando Draco para apimentar ainda mais a situação falou:
-Quando ele passou por aqui ele estava rindo bastante. O que aconteceu?
Ele só recebeu um olhar ainda mais mortal do que o anterior e viu-aela sair correndo rapidamente. Ele riu um pouco e comentou:
-Quase que sobra para mim!
Foi embora morrendo de curiosidade para saber o que eu tinha acontecido.
Jason estava sentado tranquilamente debaixo de uma árvore. Estava cochilando quando o conteúdo dos seus sonhos mudaram. Ele estava agora em uma clareira. Podia ver do seu lado direito os túmulos sagrados. Ficou intrigado, por que estava ali? Quando pensou nisso um homem loiro apareceu e andou até ele. Ficou surpreso. Podia reconhecer um dos primeiros ali. Com muito respeito falou:
-Antigo Mayfair.
O homem recebeu o cumprimento com um aceno de cabeça e falou sério:
-Tenho assuntos graves para falar com você jovem Mayfair.
Jason olhou surpreso para o homem e esperou ele se dirigir novamente para ele.
-A situação não está boa. Esse marcado que tem aterrorizado a Inglaterra tem feito alianças perigosas. E a última ação dele nos deixou muito preocupados.
-O que ele fez para que até vocês ficassem preocupados?
-Ele libertou os demônios da Quinta Colina.
Jason arregalou os olhos e mostrou que realmente estava chocado.
-Como ele conseguiu isso?
-Ele tem companheiros perigosos. Odeio esses falsos sacerdotes idiotas! Aquela seita só tem nos causado estragos!
Jason concordou em silêncio. Esperou o homem se acalmar. Este olhou mais uma vez para o jovem na sua frente e falou:
-É melhor vocês treinarem ainda mais. Quero que vocês treinem mais a libertação da terceira porta.
Jason quase engasgou com a própria saliva ao ouvir aquilo. Não conseguia nem articular qualquer palavra que fosse.
-Isso mesmo que você escutou. Sei que é um passo muito grande para você, mas é preciso. As coisas não estão nada boas. Os Antigos estão agitados. Estamos atentos a todos os passos dessa cobra mal feita desde que a marca dele começou a dar os sinais da morte.
-Por que nós não sentimos?
-Serena sentiu só que quando estava na presença dele. Além do mais a magia dele está muito poderosa. E aparentemente tem uma profecia que o liga ao guardião.
Jason concordou já tinha ouvido sobre a profecia da boca do próprio guardião. Ia comentar algo quando o Antigo falou:
-Tenho que ir. Só vou deixar um aviso: vocês terão treinos conosco durante algum tempo. Só esperar o despertar dos outros para isso acontecer, ou seja, se preparem porque não pegaremos leve com vocês. Avise aos outros.
Jason acordou assustado e se sentou rapidamente. Lembrou do sonho e do olhar homicida que tinha visto nos olhos do Antigo. Sabia que não ia ser nada fácil aquele treinamento ou seria mais uma tortura. Lembrava-se nitidamente do último treinamento que ele teve no outro plano.
Precisava contatar os amigos. Fechou os olhos novamente e se concentrando mandou uma mensagem mental para todos:
“Atenção: reunião importante hoje à noite na sala precisa. Meia noite não se atrasem.”
Todos os outros receberam a mensagem imediatamente. Todos ficaram surpresos e preocupados ao mesmo tempo. Sabiam que geralmente era o Jason que recebia as mensagens do outro plano. Deixaram isso de lado por um instante e voltaram a fazer as suas atividades.
Serena estava realmente muito estressada com o Potter. Tinha parado de perseguir ele quando recebeu a mensagem de Jason. Num acordo silencioso cada um foi para um canto. Ela estava virando o corredor para poder ir para o lago quando esbarrou em alguém. Automaticamente falou:
-Desculpa.
-Não olha por onde anda não garota?
Ela levantou os olhos para a pessoa que tinha esbarrado. Ergueu uma das sobrancelhas quando viu a menina Weasley na sua frente. Sabia que a garota não gostava nenhum um pouco dela e ainda não entendia bem o motivo.
-Eu já pedi desculpa.
-Suas desculpas não fazem o fato de você quase ter me derrubado ser esquecido.
-Por acaso você quer arranjar briga comigo menina Weasley?
Com um brilho quase assassino Gina respondeu:
-E se eu estiver o que você faria?
-TE aconselharia a esquecer essa idéia. Não gostaria que você se machucasse.
Gina foi ficando muito vermelha, estava quase da cor dos cabelos.
-E quem disse que você me machucaria?
Quase se podia ver o fogo saindo dos olhos das duas. O clima era tenso. O corredor estava totalmente vazio. Num movimento impulsivo e esquecendo-se da magia, Gina deu um forte soco na cara de Serena que ficou imediatamente furiosa.
Sem ficar para trás ela de um gancho de direita na menina que fez a garota cair para trás e antes que ela pudesse se recuperar ela sentou em cima da barriga da garota e começou a socar a cara dela.
-Isso é para você aprender a não mexer com quem está quieto!
Gina viu uma brecha e conseguiu inverter as posições e começou a bater em Serena. Com os movimentos o sangue que estava escorrendo dos seus lábios e da testa começou a cair em cima de Serena e se misturar como sangue da mesma.
-Você é uma vadia metida arrogante!
Dando mais socos na cara de Serena e onde ela pudesse acertar ou puxar ela completou:
-Isso é para você aprender a ser menos arrogante e para deixar de dar em cima do homem das outras.
Serena já estava ficando mais que furiosa tinha se controlado até agora. Lançou Gina longe. Esta bateu na parede e escorregou em direção ao chão, mas antes de cair Serena a segurou pelo pescoço e a manteve no ar.
Gina se assustou quando viu que os olhos de Serena estava totalmente negros. Sentiu um arrepio na espinha, mas não nunca admitiria que estava sentindo medo. Foi então que Serena falou:
-Não precisa nem falar nada eu posso sentir o seu medo. Ele exala de seu corpo de uma forma impressionante.
Gina ficou ainda mais assustada quando percebeu que Serena leu a mente dela.
Serena deu uma gargalhada e falou num tom frio e cortante:
-Você é uma idiota por se lançara em uma luta sem saber nada sobre o seu inimigo. Você não está à altura dele. Ainda mais com esse nível ridículo de magia. Eu conseguiria te matar sem precisar usar nenhum um pingo de magia. É melhor você tomar jeito garota se não você vai se ferrar muito comigo! E como exemplo e castigo do que posso fazer com você...
Serena jogou Gina para o alto antes que ela caísse deu um pulo e lhe chutou o estomago. Com ela ainda no ar, deu mais uma sequência de socos e finalizou com um gancho muito bem dado que fez a garota bater na parede e abrir uma rachadura no local.
Gina estava choramingando no chão. Estava sangrando muito e não estava sentindo muito bem as pernas. Serena se aproximou lentamente com um sorriso diabólico. Gina tentou se arrastar para longe mais não tinha forças para nada. Sentia que estava perdendo os sentidos. A morena se aproximou o suficiente, se abaixou e falou:
-Espero que você tenha aprendido a lição agora.
Gina só pode sussurrar um sim antes de desmaiar. Serena puxou a varinha e fez alguns movimentos e feitiços. Todo sangue e ferimentos da menina Weasley desapareceram. Fez os feitiços necessários para se curar. Levitou Gina e a levou para a enfermaria e inventou uma desculpa de que a encontrou desmaiada no corredor, comentou algo sobre ela não ter se alimentado direito. A enfermeira agradeceu a ajuda dela e a liberou.
Serena saiu da enfermaria e deu de cara com Harry que estava com um sorriso maroto.
-Você realmente não presta garota. Não podia simplesmente ter ameaçado com aquele seu terrível olhar? Você literalmente espancou a garota.
-E que você tem haver com isso? Se por acaso estava tão preocupado porque não me impediu?
Harry fez um sinal de indiferença e respondeu calmamente:
-Ela precisava desse susto para ver se aprendia a baixar um à bola. Estava se achando demais. Ela precisa ver que não é tão poderosa quanto pensa.
-E os outros? Também quer que eu dê um susto neles?
Harry deu um sorriso sombrio e respondeu calmamente:
-Neles agora não. Talvez eu mesmo faça isso. Eles têm que tomar consciência de que as coisas não estão nada boas. Estão muito fracos.
-Sem querer ofender, mas os seus amigos são inúteis.
-Não é para tanto. Sinto o poder que eles têm. Para bruxos normais, têm muitos poderes ocultos. Vão ser úteis. E além do mais são meus amigos. Minha família.
Serena entendia o que Harry sentia pelos amigos, mas não podia negar que eles precisavam de muito treino.
-Você terá muito trabalho com eles.
-Eu sei.
-Conversarei com eles amanhã. Quero que eles comecem imediatamente um treinamento intensivo. Precisarei da sua ajuda.
Ela ficou surpresa por ele ter pedido ajuda. Muitos comentários sarcásticos passaram pela sua mente, mas só falou:
-Tudo bem, mas tenha certeza que eu pegarei muito pesado com eles.
-É por isso que eu estou esperando.
Harry saiu rapidamente dali indo pela direita enquanto Serena ia pela esquerda. Cada um foi para o seu lado perdidos em seus próprios pensamentos.
John estava no escritório de Dumbledore esperando mais uma reunião da Ordem começar. Encostado num canto tentava se mantiver o mais afastado e invisível possível. Estava entediado e olhou ao redor de onde estava. Com certeza seria uma reunião grande, já que a sala havia sido magicamente ampliada. A cada minuto chegava mais e mais pessoas. Não conhecia muitos daqueles rostos, mas isso era irrelevante para ele.
Depois de alguns instantes a sala ficou totalmente cheia e a porta se fechou. Dumbledore olhou para cada um daqueles rostos e se demorou um pouco mais no de John. Com um sinal imperceptível de a confirmação.
John só precisou daquilo para começar a fazer o que tinha sido contratado para fazer. Só tinha sido convidado para a Ordem por suas habilidades de caça. Seu trabalho era achar comensais da morte infiltrados.
Ninguém sabia que ele estaria ali em Hogwarts. E também não sabiam que Serena era sua neta. Por isso evitava ter muito contato com ela e com os outros sacerdotes. Observava tudo que acontecia com eles de longe, só interfere quando a situação ficava grave demais.
Estava concentrada em separar cada magia que tinha ali naquela sala quando ele sentiu a magia que a marca de Voldemort deixava como rastro. Eram dois rastros, um deles acabava no professor de poções, mas o outro rastro terminava num homem que ele sabia que era auror do ministério.
Deu mais uma verificada na sala e quando já ia relaxar sentiu aquele cheiro tão conhecido por ele. O cheiro da marca da Vingança dos Malditos.
Procurou rapidamente de onde estava vindo aquele cheiro. Viu uma mulher sentada numa das poltronas, nunca a tinha visto por ali. Sutilmente concentrou sua magia nela e confirmou. Ela era uma marcada. Olhou atentamente e pode ver que a morte já a rondava.
Deu um sorriso de lado e voltou a prestar atenção no que Dumbledore dizia não que ele estava interessado, mas ele tinha que disfarçar um pouco. Estava pouco lixando para aqueles idiotas.
Uma coisa ele sabia, uma das crianças ia se divertir muito hoje. Ninguém prestou atenção no sorriso malicioso que apareceu em seu rosto.
Assim que acabou a reunião, pensou em mandar em missão a primeira das crianças que ele visse. Andava pelo castelo quando viu Pamela. Sorriu sabia que ela ia amar. Ainda mais com o instinto assassino que tinha sentido dela ultimamente.
Não se aproximou muito dela só enviou um relatório mental de quem ela tinha que atacar e que horas. Pode a ver dar um sorriso de pura alegria. Tinha acertado a garota estava doida para matar alguém.
Pamela estava caminhando tranquilamente quando recebeu o relatório mental enviado por John. Deu um sorriso de felicidade, estava entediada demais e o que ela mais queria fazer era caçar.
Esperou pelo menos duas horas antes de sair discretamente do castelo. Deixou que a sua magia a levasse até o seu alvo. Viu a mulher chegando a casa. Estava sozinha. Um sorriso cruel apareceu em seu rosto. Ficou ali vigiando durante um bom tempo até que resolveu entrar.
Ouvia a voz a da mulher, ela parecia apressada. Sussurrou quase cantarolando:
-Para que se apressar a brincadeira mal começou.
Lançou diversos feitiços pela casa. Transformou a casa numa prisão. Percebeu o momento exato em que a mulher percebeu que não estava sozinha em casa. Sentiu-a tentar fazer alguma magia mais não conseguindo.
Com movimentos rápidos, correu silenciosamente até onde a mulher estava e chegou num escritório e com uma voz baixa, mas sombria e mortal sussurrou:
Por que você não sai para brincarmos um pouco minha querida. Não tenha medo eu não machucar você. Pelo menos não muito.
Podia se perceber claramente a mentira na sua voz. Pamela abriu a porta lentamente, e sentiu um feitiço ser absorvido pela barreira mágica que ela tinha conjurado ao redor do seu corpo. E num tom claramente divertido ela falou:
-Que isso é assim que você me recebe? Sabia que é muita falta de educação receber uma pessoa assim?
A mulher estava apavorada, mas num ato de extrema coragem ou burrice ela falou:
-Eu sabia que mais dia ou menos dia um de vocês me encontraria.
Os olhos de Pamela escureceram ainda mais. E ela começou a tremer de raiva. Aparentemente a mulher era muito demente e parecia que tinha se tornado mais confiante ao dizer.
-Desde que a marca apareceu eu comecei a pesquisar mais sobre o assunto e qual não foi a minha surpresa ao descobrir que eu estava marcada para morrer.
Com uma risada sarcástica e beirando a insanidade ela continuou:
-Posso ser morta agora mais uma coisa eu tenho certeza. Não me arrependo de nenhuma ação minha naquela invasão. Aqueles malditos mereciam morrer e foi com muito prazer que EU OS MATEI. Se tivesse mais uma chance faria tudo de novo.
Os olhos de Pamela estavam totalmente negros. Ela emanava uma aura de pura fúria. Ela tinha ficado confusa quando aquela mulher começou a falar aquelas coisas. Nem em seus sonhos esperava uma coisa desse tipo. Mas aquela mulher tinha conseguido despertar totalmente a sua fúria, ela ia ver só com ela...
-Então você não se arrepende? Então temos que nos esforçar muito para poder mudar esse pensamento não é?
Em apenas alguns minutos, Pamela estava uma adaga pressionada na garganta da mulher e sussurrou em seu ouvido:
-Eu vou fazer você engolir todas essas palavras. Acredito que vai se surpreender em como pode ser doloroso uma morte lenta. Mas como eu sei que você estava esperando ansiosa por isso. De darei esse enorme prazer.
Mas Pamela não esperava o que iria acontecer logo em seguida. As defesas que ela tinha criado para a casa foram derrubadas e a casa foi invadida. Ela podia sentir a magia dos invasores e arregalou os olhos surpresa:
-Mas que porra é essa?
Uma das criaturas apareceu no escritório em que ela estava e deu o que parecia um sorriso. A mulher em seus braços começou a rir.
-Gostou da surpresa meu amor?
Sem nem olhara para ela, Pamela passou a lâmina da adaga no pescoço da mulher e fez um corte preciso. Lançou um feitiço no corte. A mulher ia ficar sentido o corte aberto sem sangrar até o momento que ela decidisse terminar o serviço. Ela olhou atentamente para o novo adversário e falou:
-Bem parece que vou me divertir ainda mais, não é mesmo Caleb?
O demônio de dois metros de altura e coma pele avermelhada com inscrições pelo corpo respondeu com a sua voz diabólica:
-Pronta para morrer minha cara?
Mais uma parte postada. Já se foi muito tempo não concordam? Espero que me desculpem. Tentarei postar mais regulamente. Comentem para que eu me anime mais a escrever. Sinto muita falta de comentários.
E o rumo que a fic está tomando?
Bem obrigada a todos que insistiram para eu voltar a escrever. Bjs para todos.
Tentarei postar a parte final na semana que vem junto com a minha outra fic HP e a Rainha das Sombras
Comentários (1)
continue a escrever a historia por favor, ela é muito legal , nao deixe uma ideia maravilhosa como essa se perder
2013-07-12