Recomeço do Pesadelo
Capítulo 2 – Recomeço do Pesadelo
Parte 1
Tudo parecia normal naquele bairro do subúrbio londrino. A madrugada já tomava conta. Os moradores daquele calmo recanto estavam todos em suas casas dormindo tranquilamente e se preparando para a rotina do dia seguinte. Mas isso não acontecia num a certa casa. Nela um garoto de aparentemente dezesseis anos estava sentado na janela observando o céu. Esse garoto era Harry Potter. Ele poderia ser considerado um garoto normal. Isso se ele não fosse bruxo e também não fosse perseguido por um bruxo psicopata com a idéia fixa de dominação do mundo.
Sua vida não era nenhum mar de rosas. Seus pais foram mortos quando era ainda um bebê. Foi atacado sabe se lá quantas vezes. Quase morreu outras tantas. Nesse último ano, a pior coisa que podia ter lhe acontecido se realizou: seu padrinho Sírius Black foi assassinado na sua frente. Desde então vinha tendo pesadelos com aquela trágica noite no Ministério da Magia.
Mas não era por isso que ele estava ali sentado na janela pensativo. Havia três semanas que ele tinha entrado de férias da escola de magia e bruxaria Hogwarts e há uma semana ele estava tendo aqueles terríveis pesadelos, não com a morte de seu padrinho, eram sonhos esquisitos onde ele viu uma vila ser totalmente massacrada por um exército.
Para ele aquilo era muito estranho. Não entendia nada do que estava acontecendo com ele. Sentia como se tivesse participando daquele horrível massacre. A culpa tomava o seu coração sempre que via aquela barbaridade. O mais estranho havia sido o sonho daquela noite.
Estava de novo vendo aquela batalha. Ele via cada fileira de resistência da vila cair. Via a bravura e a coragem de cada guerreiro que tentava proteger sua família e sua casa. Não conseguia impedir que lágrimas rolassem sem controle de seus olhos. Foi então que tudo ficou cinza e uma garotinha apareceu em seus sonhos.
Era a mesma que havia visto sendo protegida pelos guerreiros da aldeia. Não entendia o motivo de está-la vendo. Foi aí que a garota falou:
-Você chora pelo sofrimento que o meu povo passou, mas não se esqueça que você também colaborou para que essa destruição acontecesse.
Harry olhou surpreso para a garota:
-Como assim eu tenho culpa?
-Você carrega a culpa de seus antepassados. Não está livre totalmente do sofrimento que causou, ainda terá que passar por muita coisa e terá que provar que merece ser salvo das mãos da Morte.
-Se quem fez isso foi o meu antepassado por que eu que tenho que pagar?
-Porque a maldição que foi lançada continuará sobre a cabeça de todos os descendentes dos verdadeiros culpados até que estes façam algo que os faça merecer ser salvos do terrível fim que lhes foi escrito.
Harry ficou um pouco confuso e perguntou:
-Como eu posso me livrar dessa maldição?
A garota olhou seriamente para ele e respondeu enigmaticamente:
-Você terá que descobrir por si mesmo como se salvar, mas só saberá quando reencontrar a pessoa de quem há muito tempo foi separado. Quando as trevas puderem ver novamente a luz, a e estas entrarem mais uma vez e comunhão.
Harry escutou aquele aviso em silêncio e ficou pensando por um instante, quando foi interrompido pela garota.
-Mas uma coisa: você carregará a marca da morte até o dia que encontrar a verdadeira liberdade.
A garota levantou a mão e um raio negro saiu dela, acertando Harry. Nesse momento Harry sentiu uma queimação na altura do peito, a dor era muito forte o fazendo acordar. Sentou se rapidamente na cama e abriu a blusa do pijama com violência arrancando os botões. Então viu que no lado esquerdo do seu peito tinha algo que parecia uma tatuagem, só que não dava para ver o que estava desenhando por estar em carne viva. Um filete de sangue escorria pelo seu peito enquanto a surpresa tomava conta de seu cérebro.
Quando a surpresa passou se lembrou do sonho, mas a única coisa que ficou gravada na sua memória foi à frase: “Mas uma coisa: você carregará a marca da morte até o dia que encontrar a verdadeira liberdade.”
Voltando ao presente, Harry ainda se indagava o que poderia significar aquilo tudo. O sonho se repetia desde aquele dia e nunca conseguia lembrar de tudo. Só da batalha e daquela frase. Estava concentrado pensando sobre aquilo quando Edwiges entrou pela janela o fazendo cair de bunda no chão.
A coruja olhou para o dono como uma cara de: se você não estivesse distraído não teria caído. Ela esperou ele tirar a carta que estava amarrada na sua pata. Harry rapidamente pegou a carta e leu:
"Harry deixe tudo preparado iremos buscar você na madrugada do dia do seu aniversário dentro de três dias. Não se arrisque.” R.L.
Harry terminou rapidamente de ler. Ficou feliz, pois poderia rever seus amigos. Aquelas semanas haviam sido terríveis ainda mais tendo que passar sem apoio nenhum.
-Finalmente poderei sair daqui. Já não agüentava mais.
Nesses dois dias que se seguiram Harry arrumou a mala com todos os seus pertences. Limpou o quarto para não ter que ouvir reclamações dos tios. Estava tudo pronto para a sua partida. Já havia avisado para os tios que tinham saído para comemorar. Estava sozinho em casa e seu antigo professor Lupin ia busca lo no começo da noite. Estava no seu quarto terminando de ler um livro que tinha comprado. Já era de madrugada quando ouviu um barulho na cozinha.
Harry decidiu ver o que era, podia ser Lupin. Foi com a varinha em punho e quando chegou ao último degrau da escada, chamou:
-Lupin é você?!
A resposta foi um soco muito bem direcionado que Harry recebeu no estômago. O impacto foi tão forte que o fez dobrar o corpo e quando fez isso recebeu uma cotovelada nas costas.
Harry não sabia o que estava acontecendo. Levantou se e tentou enxergar o atacante, enquanto pensava Quem poderia estar atacando ele? Seria um comensal? Não. Não poderia seu um comensal. Quem o atacou utilizava golpe de lutas trouxas e um comensal não saberia isso.
Utilizando os reflexos do Quadribol, conseguiu se esquivar de um outro soco, que vinha em sua direção, mas não conseguiu escapar do chute que o acertou em cheio no estômago. Com o impacto do chute voou direto de encontro à parede. Cuspiu sangue pela boca, sentia uma das costelas doendo. Levantou se do mesmo jeito, e erguendo a varinha pensou em lançar um feitiço, mas esta voou de suas mãos antes que começasse a pronunciar o feitiço. Foi então que ouviu uma voz de mulher:
-Você não vai conseguir se safar tão facilmente. Você morrerá como todos os outros.
Harry vislumbrou por alguns segundos os olhos cor de safira de sua atacante, pode ver o brilho maligno neles. Viu também um brilho de uma adaga subir e vir na sua direção. Quando a adaga estava a alguns centímetros de distância dele, ouviu um barulho de pancada e a sua atacante foi arremessada longe. Pensou que pudesse ser um de seus amigos, mas a esperança morreu ao ouvir uma voz desconhecida falar:
-O que você pensa que esta fazendo Serena!? Não pode mata lo!
Harry estava agora sentado encostado na parede. Olhou para o homem que tinha acabado de salva lo. Tinha os cabelos loiros escuros caídos até o ombro, era um tanto encaracolados, os olhos eram extremamente azuis. Tinha a aparência de ter no máximo quarenta anos. A garota tinha se levantado e estava arrumando a própria roupa, tirando a poeira dela. Ela tinha os cabelos vermelhos como os dos Weasley’s, a única diferença é que os dela eram vermelho sangue, seus olhos também eram azuis mas pareciam duas safiras de tão brilhantes. Ela não parecia muito feliz e falou:
-Por que não? Ele tem a marca da morte. Tem que morrer.
-Ele ainda não está no ponto de morrer. Tem que esperar.
-Nunca gostei dessa coisa de ter que esperar eles estarem no ponto. Para mim, é mais fácil mata los logo de uma vez.
-Se fosse assim não seria uma vingança eterna.
A garota fez um gesto de indiferença e completou:
-Ainda é uma bobagem.
Harry já não estava de bom humor por ter sido atacado e ainda tinha que ouvir esses desconhecidos falarem dele como se ele não estivesse ali era muito irritante.
-Será que vocês poderiam falar como se eu não estivesse aqui?
O homem olhou para Harry com um sorriso divertido e a garota com impaciência.
-Você é bem corajoso garoto. Mas vamos cuidar desses ferimentos.
A garota rosnou em desaprovação, enquanto que Harry olhava o homem surpreso e desconfiado.
-Não se preocupe garoto. Eu não vou machuca lo. E me desculpe pelo ataque de minha neta.
O homem ajudou Harry a se sentar e começou a curar os ferimentos. A magia que utilizou entrou em reação com a magia do garoto causando uma explosão de energia, que lançou os dois para trás.
O homem ainda estava caído no chão quando foi ajudado pela neta. Estava muito assustado e balbuciava palavras sem nexo parecia realmente surpreso. A garota parecia muito preocupada:
-Vovô o que foi? Fala comigo.
-Ele... Ele. É ele.
-É ele o quê? Do que você está falando?
O homem respirou fundo e se levantou com a maior altivez possível. Harry estava caído inconsciente no chão. O homem foi até ele e o pegou no colo com uma extrema facilidade. Com um floreio de mão fez a varinha de o garoto aparecer na sua mão.
-Vamos para casa Serena.
-Como assim? Você vai leva lo por quê?
-É ele, minha neta. Você não compreende o que foi aquela explosão de energia? Não percebe o que ela significou?
Serena arregalou os olhos surpresas. Isso não podia estar acontecendo. Não poderia ser ele!
-Não pode ser! Ele tem a marca da morte!
-Eu também acreditaria se tivessem me dito isso, mas eu vi isso.
Ele desapareceu silenciosamente e logo em seguida foi seguido por Serena que foi resmungando indignada.
Quando eles desapareceram o grupo que iria buscar Harry chegou. Lupin encontrou a sala toda revirado e se preocupou. Aquilo não podia estar acontecendo. Chamou por Harry e foi até lá em cima para ver se o garoto estava lá. Nada. Tonks foi para a cozinha e os outros se espalharam pela casa em busca do garoto. Nada. O garoto tinha sumido.
Depois da busca entorno da casa se reuniram na sala. Estava na estante destruída e podiam ver que uma das paredes estava rachada e no chão próximo dela havia sangue fresco. Lupin tinha respirado um pouco para se acalmar e falou já recomposto:
-Estavam aqui há pouco tempo.
Moody que também estava ali falou:
-Deu para ver por causa do sangue fresco. Também vemos que teve luta aqui.
Um outro homem da Ordem comentou:
-Será que foram os comensais?
Tonks entrou na conversa ao voltar da cozinha:
-Não acho que tenho sido comensais.
Lupin queria saber o porquê de ela achar isso e ela explicou:
-Não a sinais de que se tenha usado magia aqui. Só sinais de luta comum.
-Realmente a garota está certa. Quem levou o Potter provavelmente não era bruxo e se for não usou magia para captura lo.
O que eles fariam?! Harry tinha sumido e não tinham a mínima idéia de onde procura lo. A única coisa a se fazer no momento era voltar para a sede da Ordem. Lupin pensava tristemente, quando Tonks o chamou:
-Remo, não é melhor levar a mala dele logo para a sede da Ordem. Quando o acharmos ficará melhor.
-Que Merlin te ouça. E é melhor arrumar essa bagunça toda, se os tios dele virem isso vão ter um ataque.
Arrumaram tudo e foram para a sede da Ordem da Fênix que tinha sido mudada de lugar depois da morte de Sírius. Chegaram lá desolados. A Srª. Weasley os recebeu ansiosa para ver Harry, mas quando não o viu sentiu um aberto no coração.
-Onde está o Harry? Por que ele não está com vocês?
Lupin se adiantou e quando ia começar a falar o resto do pessoal atraído pelo barulho da porta chegou e foi logo perguntando pelo garoto. Todos falaram ao mesmo tempo não deixando o grupo explicar nada. Moody se irritou e gritou:
-Silêncio! Deixe a gente pelo menos entrar e discutiremos isso na sala de reunião.
Todos se calaram e foram para a sala de reuniões. Lupin não estava no grupo, tinha ido avisar Dumbledore. Estavam ali à família Weasley: Arthur, Molly, Rony, Gina e os gêmeos e a Hermione. Os outros membros da Ordem tinham ido realizar suas missões.
Moody começou:
-Fomos buscar o Potter e não o encontramos. A sala mostrava claramente sinais de luta e ele foi levado.
Perguntou uma aflita Molly:
-Por quem?
-Não sabemos ainda.
Todos se olharam em silêncio e então veio a pergunta:
-Foi Você –sabe- Quem?
-Acreditamos que não. Já que não havia indícios de magia no local.
-Então quem pode ter sido?
-Não temos a mínima idéia.
Molly já fungava tentando controlar o choro. Rony estava pálido e com uma expressão triste enquanto Hermione e Gina deixavam as lágrimas caírem livremente. Os gêmeos não tinham nenhuma brincadeira ou piada para fazer, estavam tristes demais até para isso.
Então o momento de silêncio foi interrompido pela batida forte de porta que se fez ouvir. Dumbledore irrompia na sala. Por ser tão espirituoso, nunca se notava a sua idade, mesmo com o longo cabelo e barba branca, mas naquele momento, Dumbledore mostrava bem os seus cento e cinqüenta anos. Estava pálido e com uma cara de extremo cansaço.
-Alastor, o que Tonks disse é verdade?
Em seu rosto ainda havia uma esperança, quase nula mais ainda existia.
-Sim, Alvo. Não o encontramos em lugar nenhum das redondezas.
O fraco brilho que ainda existia nos olhos do diretor sumiu. Os jovens saíram para seus quartos, a notícia os havia abalado de mais. Enquanto isso os mais velhos ficaram na sala para discutir sobre o que eles fariam a partir de agora e o que poderia ter acontecido com o jovem Potter. Mas nenhum deles tinha a mínima idéia do que lhe tinha acontecido.
Enquanto isso em algum lugar da Europa......
Serena andava de um lado para outro em uma sala ricamente mobiliado. Nela podia se perceber o luxo e a riqueza com que fora decorada. Serena enquanto andava reclamava rapidamente em um idioma antigo há muito tempo perdido. Ela parou de repente e falou para o homem que estava sentado na cadeira do outro lado da escrivaninha.
-Como você pode traze lo para cá vovô! Ele é nosso inimigo, tem que ser morto não salvo.
O Homem a encarou seriamente e respondeu calmamente:
-Eu já te expliquei quem ele é e o porquê de que não podemos mata lo.
-Não pode ser! Ele tem a marca, não pode ser ele. Seria totalmente errado!
-Não está nada errado minha neta. Você sabe muito bem que foi assim que a maldição foi lançada.
Serena se jogou numa poltrona. Sua feição mostrava o seu desgosto em aceitar aquela informação.
-Você tem certeza vovô?
-Tenho minha neta.
-Vou ter mesmo que aceitar a presença dele aqui?
-Sim. Pelo menos até terminarmos o treinamento. Então ele irá embora.
A garota deu um suspiro frustrado e abaixou a cabeça, mas logo se levantou de um pulo e falou:
-O senhor se esqueceu de uma coisa! Eu ainda posso mata lo mesmo ele sendo o que é.
-Você não pode mata lo antes que o destino dele conosco esteja completo.
-Então é isso! Não posso mata lo enquanto ele não cumprir a parte dele no contrato, mas depois disso eu estou liberada para matar sem nenhuma conseqüência negativa para mim.
O homem balançou a cabeça negativamente e falou:
-Você se tornou uma assassina muito obcecada minha neta.
A garota deu um sorriso que poderia ser considerado diabólico e com uma leve reverência falou num tom frio:
-E o senhor tem muito orgulho de mim por isso, não e vovô?
O homem de uma risada tão fria quanto o sorriso da neta. E falou com um ar de satisfação:
-É claro que sim minha neta. Você é o meu orgulho.
Ele então balançou a cabeça e falou:
-Vamos lá que o garoto acordou preciso explicar qual é a nova situação dele.
Os dois caminharam juntos por um corredor muito bem decorado com quadros de representações históricas da família. Os moveis era feitos de madeira de lei e as tapeçarias eram todas feitas com detalhes e cores ricamente vividos. Chegaram até uma enorme porta e a abrindo com um simples empurrar de mão, o homem entrou no quarto seguido da neta.
O quarto era como toda a casa. Luxuoso. Na cama estendido estava Harry que começava a se mexer incomodado. O homem se posicionou numa cadeira do lado da cama enquanto que Serena se sentava perto da janela. O garoto abriu os olhos e olhou ao redor confuso. Quando não reconheceu onde estava se sentou rapidamente.
-Não se preocupe garoto. Você está em boas mãos.
Harry olhou alarmado para o homem, depois de alguns segundos o reconheceu como o que tinha lhe salvo da ruiva que o tinha atacado, foi quando ouviu um estalar de dedos e virou para a janela onde estava a garota que o tinha atacado. Ficou surpreso, pois ela parecia ter a sua idade e por ver que era ela mesmo que o tinha atacado.
-Você me diz que eu estou a salvo e vejo ali na janela a louca que me atacou.
Serena não gostou de ser chamada de louca e falou:
-Também não morro de amores por você garoto.
O homem os olhou seriamente e falou:
-Não ligue para minha neta. Ela não o atacará.
A garota sorriu e falou:
-Não agora.
Harry sustentou o olhar dela e viu os olhos dela escurecerem um pouco de raiva. Não entendeu o porquê da raiva mais deixou para descobrir isso depois.
-Então por que eu estou aqui e não na casa dos meus tios?
-Você é direto. Isso é bom. Você está aqui pelo simples motivo de ser quem você é.
Harry não entendeu muito bem e perguntou:
-Por eu ser Harry Potter?
-Não. Por você ser o Guardião.
-Guardião de quê? E porque eu seria isso?
-Você é isso, por causa de um contrato firmado há muito tempo por um antepassado seu.
-E o que eu tenho que fazer sendo guardião?
-É simples. Você terá que proteger o maior tesouro dos Malditos.
Harry já não entendia mais nada. Por que ele faria isso? Já não bastava os seus próprios problemas e ainda teria que ficar protegendo algo que nem sabia o que era! Não iria fazer isso de jeito nenhum. Quando terminou de ter esse pensamento, sentiu uma pontada forte no coração. A dor foi tanta que o fez se curvar.
-Acredito que tenha pensado em recusar as suas obrigações como guardião.
-Como você sabe? Viu na minha mente?
-Não. É simples a explicação. Você acabou de sentir uma dor no coração, não é?
Harry concordou e o homem continuou a explicar.
-Essa dor se apresentará sempre que tentar fugir das suas obrigações.
Harry não podia acreditar no que estava acontecendo. Aquilo só podia ser um pesadelo. Não podia estar acontecendo de verdade. Era muita doideira para uma só pessoa. Além de ser perseguido por um bruxo das trevas psicopata com mania de grandeza ainda tinha que ficar protegendo um tesouro que ele nem sabia o que era. Só podia acontecer com ele mesmo.
-O que mais pode acontecer?
O homem olhou para o garoto sem entender e perguntou:
-O quê?
-Além de ter um maluco me perseguindo ainda vou ter que proteger algo que eu nem sei o que é?
O homem parou um pouco para pensar e falou:
-Exatamente.
Harry deu um suspiro frustrado e perguntou:
-Eu não tenho outra opção não?
-Não.
-Que droga!
-Pense pelo lado positivo.
-E tem?
-É claro que tem! Você irá treinar comigo durante algum tempo.
-Esse é o lado positivo?
-É. Você terá um treinamento adequado e que poderá usar contra esse maluco que o esta perseguindo...
Harry considerou positivamente aquele detalhe mais fechou a cara pelo comentário que o homem fez depois:
-...já que com o nível que você está não pode nem proteger a si mesmo, quanto mais um precioso tesouro.
Quando ia reclamar o homem se levantou e falou:
-Descanse um pouco, pois o treinamento começa amanhã à tarde.
-Tão rápido? Não tive tempo nem de assimilar o porquê de tudo isso.
-Você não tem que assimilar, só tem que fazer se não morre.
Aquilo com certeza tinha feito Harry calar qualquer pergunta que ia fazer.
-Vamos minha neta, temos que resolver outros assuntos.
-Sim vovô.
O homem saiu do quarto e estava sendo seguido pela garota que antes de sair falou:
-Não pense que só porque é o guardião, que vai se livrar de mim. Eu vou espreitar até o momento certo e então...
Nesse momento ela deu um sorriso que fez Harry sentir um calafrio nas costas e pensar que tinha um dementador do seu lado.
-... Eu vou matar você bem lentamente e te fazer gritar que nem um porco.
A garota deu uma gargalhada fria e saiu rapidamente fechando a porta. Harry engoliu a seco e falou em voz alta:
-O que é que eu fui arranjar para mim!
Parte 2
Harry estava há uma semana com aqueles dois estranhos. O homem ele descobriu depois o nome: era John. Mas dele só descobriu isso e o fato dele ser poderoso. Os dias pareciam se arrastar dentro daquele castelo. Não que o lugar não fosse bonito, mas quase não tinha tempo de admirar nada já que ficava treinando quase o dia inteiro, só tinha um curto período para dormir e ainda por cima tinha que fugir das tentativas de assassinato daquela louca.
Ela já havia feito de tudo para mata lo, mas não era tão fácil, o motivo era simples, o avô dela não deixava, apesar dele se divertir ao ver o garoto quase sendo esquartejado ou envenenado. Cansava mas Harry estava agüentando firme e forte.
Os treinamentos eram excelentes. Além de aprender várias coisas diferentes na magia, ainda aprendia a lidar com armas trouxas, brancas e de fogo. Sem contar nas lições onde aprendia a manejar armas brancas junto com magia, isso sim era muito interessante.
Apesar de todas as horas de treinamento físico, John ainda o colocava para treinar o lado intelectual. Nunca pensou que teria que aprender etiqueta e bons modos. Quando perguntou ao mestre sobre o porquê daquilo a resposta foi simples:
-Se você tiver que fazer alguns serviços em detrimento da defesa do tesouro, você terá que saber o básico de como se comportar em situações adversas. Você ainda terá que aprender a dançar.
Harry se lembra que naquele dia arregalou tanto os olhos que pensou que eles iam saltar para fora das órbitas. Tentou argumentar mais John estava irredutível. Ainda bem que as aulas de dança só começariam dentro de duas semanas, poderia retardar esse momentos tão tenebroso.
Voltando o pensamento ao treinamento. Harry ainda considerava tudo isso muito confuso. Não entendia o que tinha acontecido para ele receber aquela missão. John não o explicava nada sobre esse assunto e Serena... Ele nem ousava perguntar a ela. Já estava de saco cheio da garota e de suas tentativas de assassinato. Se fosse com outra pessoa tudo bem, mas era com ele e isso o incomodava muito.
Estavam numa trégua, ou seja, ela tinha saído. Apesar de chata ela pelo menos o distraía, assim que teve esse pensamento Harry chacoalhou a cabeça e arregalou os olhos, como poderia ter pensado aquilo? Era melhor voltar a pensar uma vingança contra Serena. Ele sempre que via uma brecha aprontava alguma coisa com ela. O que o deixava muito feliz e ela irritada. Eles criaram um círculo vicioso de brincadeiras que quase matavam um ao outro. John se divertia muito com isso e não fazia nada para impedir. Só incentiva ainda mais.
Harry ouviu uma batida na porta e foi ver quem era. John estava li parado e com um sorriso de criança que acaba de ganhar presente de natal adiantado fala:
-Vamos lá garota ta na hora de mais um dia de treinamento. E hoje vai ser bem interessante.
O garoto arqueou uma das sobrancelhas e desconfiado e falou:
-Espero que não seja nada que possa me matar.
-Não se preocupe. Nada de tão grave assim. Claro pode render alguns arranhões.
Harry olhou incrédulo para ele e o homem consertou:
-Está bem, pode render algumas costelas quebradas e alguns outros ossos, mas é só isso!
Harry continuou olhando desconfiado, mas depois relaxou e falou:
-Bem se só vai ter alguns ossos quebrados e arranhões tudo bem. Eu só não quero ter que ver o meu braço a dois metros de mim.
O homem revirou os olhos e falou:
-Deixa de ser fracote garoto. Aquilo não foi nada.
-Realmente aquilo não foi nada comparado a ter dois cortes enormes nas costas que quase me fez em quatro pedaços.
John riu e falou calmamente:
-Aquilo realmente foi sem querer. Você que deveria ter prestado mais atenção durante a luta.
Harry fechou os olhos e respirou fundo, quando abriu os olhos estes estava mais escuro que o normal e então falou com uma voz que ele pretendia ser controlada:
-Claro Serena não queria de jeito nenhum me matar com aquele golpe. Ela só estava treinando do outro lado da arena quando sem querer me acertou.
John já não segurava o riso e falou sério depois de muito custo:
-Correto. Você tem que prestar atenção em tudo. Durante uma batalha se quiser proteger alguma coisa tem que se esperar ataques de todos os lados.
-Só falta você me dizer que era tudo parte do treinamento.
John fez um gesto de indiferença e continuou guiando Harry até a arena. Chegando lá Harry se surpreendeu ao ver um enorme dragão negro na sua frente. Deveria ter uns quatro metros de altura e dez de comprimento. Estava com a cabeça apoiada nas patas e observava os passos dos dois.
-Harry essa é Layna. Ela é um dos bichinhos de estimação de Serena.
O garoto olhou do dragão para o homem que estava do seu lado. Aquilo só podia ser zoação.
-Está de brincadeira com a minha cara?
-Não. Esse dragão é um dos bichinhos de Layna. Ela adora bichinhos.
-De bichinho esse dragão não tem nada. Olha o tamanho dela.
-O gosto de Serena sempre foi estranho.
Harry olhou sarcástico para John e perguntou:
-Só o gosto dela ou ela é estranho?
-Sem comentários sobre esse detalhe. Agora vamos nos aproximar dela.
-Por quê?
-Porque hoje o seu treinamento será com ela.
-Por quê?
-Você tem que aprender a lidar com qualquer tipo de animal mágico. E vamos começar pelo mais dócil que temos aqui.
Harry já estava cansado de questionar as maluquices que seu mestre dizia, então resolveu seguir tudo o que ele dizia, pelo menos assim ele não sairia tão mal.
-Então o que eu tenho que fazer?
John deu um sorriso demoníaco e falou simplesmente:
-Você lutará com Layna até... Não sei ainda bem até quando, mas ficarei vigiando e no momento certo eu mandarei parar a luta.
Harry sentiu a garganta seca quando ouviu aquilo e pensou Me ferrei. Ele não soube o que foi pior: ouvir aquilo, ouvir o mestre dizer para o dragão:
-É só para treinar. Não precisar matar.
Ou ver aquele enorme dragão vindo na sua direção.
Oito horas depois Serena voltava para casa. Sabia que treinamento John ia fazer hoje, mas também sabia que já deveria ter acabado. Era triste ter que perder a diversão, mas o trabalho vinha primeiro. Chegou à arena e encontrou Layna descansando tranquilamente. Tinha algumas marcas e viu que em vários pontos tinha um tipo de pasta. Sabia que ali eram onde estavam os machucados.
-Como você está Layna?
O dragão se levantou e olhou para a garota que estava na sua frente, depois de dar o que parecia um suspiro, surpreendentemente o dragão falou:
-Estou bem, apesar de que esses ferimentos cocem muito e fica pior com essa pasta.
Com um olhar amoroso, Serena se aproximou e fez um carinho na cara da amiga.
-É para o seu bem. Então como foi o treinamento?
O dragão deu um rosnado que parecia mais um riso.
-Foi muito divertido. Apesar dos machucados, eu me diverti muito.
Com um brilho nos olhos, Serena esperava esperançosa quando perguntou:
-E o garoto como ficou?
-Muito mal. Acho que exagerei e queimei setenta por cento do corpo dele.
A garota mal se continha de felicidade e começou a dar pulinhos e gritinhos de alegria. O dragão na sua frente balançou a cabeça, estava achando engraçada a atitude da pequena amiga.
-Mas apesar de tudo o achei bem simpático e bonito. Tenho certeza que ele é a opção certa para guardião.
Serena parou de pular e fez uma careta.
-Até você Layna! Ele tem a marca da morte!
O dragão olhou surpreso para a menina e falou:
-Isso é diferente, mas não impossível.
A garota balançou a cabeça se negando a aceitar. Foi então que o dragão falou depois de se por rapidamente em pé e fazendo o chão tremer:
-Será que ele é...
Serena não deixou que a amiga terminasse e deu um grito assustador. Parecia até um sinal de mau agouro.
-NÃO PENSE EM PRONUNCIAR ESSE NOME!
O dragão se calou, pois sabia o que aconteceria se a menina ficasse mais irritada.
-Tudo bem. Não está mais aqui quem falou.
A garota concordou e perguntou:
-Já se alimentou?
-Sim.
-Então eu vou voltar para o castelo preciso me alimentar e tomar um bom banho.
O dragão pode reparar pela primeira vez no estado da amiga. Estava coberta de sangue na roupa e tinha alguns rasgões na mesma. Os braços estavam com arranhões, mas não parecia ser muito grave.
-Você está bem?
-Estou. Somente tive uma pequena interferência, mas deu para resolver.
-Então tudo bem, vai descansar.
A garota concordou e foi para o castelo se arrumar. Aproveitou para descansar antes que precisasse fazer algum outro serviço. Relaxou em sua própria cama e pensou no que sua amiga quase tinha dito. Dormiu repetindo o mantra Não podia ser...
Nos dias seguintes foram tão normais quantos os anteriores. Harry conheceu alguns outros ‘bichinhos’ de Serena e treinou com eles. Não sabia como poderia cuidar de alguma coisa se era quase morto pelos bichinhos com que era treinado. Já reclamou sobre isso, mas a única resposta foi um sorriso indiferente e um tapinha nas costas.
Depois que pegou o ritmo e passou a gostar e se divertir com o treinamento, Harry pensou que o tempo estava passando rápido demais. Voltaria só para embarcar no trem de Hogwarts, já que havia sido ‘seqüestrado’ pelo seu mestre e este o proibiu de sair dali até o básico do treinamento estar completo. Não queria voltar tão cedo, ainda mais agora que havia começado as aulas de dança antigamente tenebrosas, agora eram muito interessantes, ainda mais pelo fato de que algumas das aulas, John obrigava Serena a dançar com ele, e era nesses momentos que ele perturbava sabendo que o avô dela não ia permitir bagunça.
Estranhamente eram divertidos esses momentos e ele ia sentir falta disso na escola. Seu mestre já havia comprado todo o seu material assim que a carta chegara. Faltavam dois dias para ele ir para Hogwarts. John e Serena tinham saído e disseram que tinham que resolver algo muito sério. Devia ser mesmo para eles saírem juntos. Geralmente um ficava na casa com ele.
Tinham saído de noite e Harry estava cansado para esperar e foi dormir.
Enquanto isso num esconderijo em algum lugar da Inglaterra John e Serena se encontravam com Voldemort. Esse encontro já havia sido marcado há algum tempo. Foram recebidos pessoalmente pelo Lorde Negro.
John entrou na sala particular de Voldemort e o encontrou sentado em seu trono. Serena esperou do lado de fora. Não se curvou quando chegou à frente do bruxo das trevas, só fez um leve cumprimento de cabeça. Voldemort não gostou, mas não pode fazer nada, ele não era seu comensal, ainda não.
-É um prazer recebe lo em meu castelo das sombras. Você marcou uma reunião comigo, então o que o traz aqui, Barão?
John se adiantou e falou num tom totalmente sem emoção:
-Soubemos de seus feitos, e temos interesse em nos unir a você.
Um brilho passou pelos olhos de Voldemort antes dele falar:
-E qual seria o seu interesse?
-Alguns de seus alvos também são os meus.
Voldemort fitou o homem que estava na sua frente. Sabia que aquele que estava na sua frente não era simplesmente um homem, não se enquadrava nessa designação, sabia que a palavra certa para ele seria criatura. Já pensava em contatar ele quando soube que ele gostaria de uma reunião. Isso facilitou muito. Sabia o que ele fazia, apesar de que algumas coisas eram para eles sem sentido.
-Então temos alvos em comum?
-Sim.
-Então você receberia a minha marca no braço esquerdo para se unir a mim e matar os alvos que você tanto deseja.
John ou Barão, como era chamado pelas sombras falou:
-Não. Pensei em algo como, me uno a você e estarei a sua disposição enquanto caço as minhas presas.
Voldemort não gostou muito daquela idéia. Levantou se rapidamente da cadeira e olhou diabolicamente para o homem na sua frente. Encararam se durante um longo tempo. Voldemort estava avaliando a situação. Sabia que eles seriam aliados poderosos e então resolveu relevar por mais um tempo, mas depois ele voltaria o assunto e os colocaria sob o seu domínio.
-Então será assim, mas terão que prestar obediência a mim perante as sombras.
John concordou e falou:
-Chame o meu acompanhante que está la fora. Ele também lhe prestará obediência.
Voldemort concordou, já havia ouvido falar do pupilo de Barão era um excelente espécime. O pupilo era reconhecido como um ótimo rastreador. Seja qual fosse o alvo e em onde ele estivesse escondido, o jovem pupilo achava. Seria uma ótima aquisição para o seu exército.
Mandou que Rabicho trouxesse rapidamente o garoto. Este entrou ainda com o capuz cobrindo o rosto. Esperou que o garoto estivesse do lado do mestre e percebeu que o garoto era pequeno, mas não importava, quando ia falar o pupilo levantou um pouco o rosto, ainda não dava para ver sua face, mas quando o viu fazer aquilo um arrepio subiu pela espinha de Voldemort o surpreendendo.
Serena olhou pela primeira vez para aquele que era considerado um dos maiores bruxos das trevas que já se teve notícia. A cara dele era muito estranha, parecia uma cobra, não. Não era certo ofender as cobras daquele jeito, ele era ainda mais feio que isso. Foi então que sentiu um odor familiar. Sentiu o cheiro da marca da morte, o cheiro da maldição, então foi instintivo. Assumiu uma posição de defesa e rosnou para Voldemort.
O lorde das Trevas não entendeu o comportamento do garoto e não gostou.
-O que o seu pupilo tem?
Barão olhava fixamente para Voldemort. Seus olhos foram perdendo a cor azul até ficarem bem escuros.
-Sim, Ull, é verdade. Realmente ele é um marcado.
O sussurro que Ull deu foi frio e cortante, sem identificar quem era realmente:
-Não faço negócios com marcados.
Ull se aproximou rapidamente de Voldemort e depois voltou a sua posição normal.
-Com ele não há restrições. E pelo que eu o vejo é alvo.
Voldemort não estava entendendo e isso o estava irritando. O que era aquela palhaçada toda e quem aquele garoto pensava que era para falar aquilo.
-O que está acontecendo aqui?
-Não faremos mais negócios com você. Diante do novo fato apresentado, não juraremos fidelidade a você.
Foi ai que Voldemort estourou, a sala pareceu mais escura e assustadora. O castelo inteiro sentiu que o Lorde das Trevas estava irritado e tinha um pouco de pena de quem estivesse com ele.
-Como assim?! Como vocês ousam dizer que não farão parte de meu exército!
Barão fez um gesto de indiferença e falou calmamente:
-Simples. Você tem a marca da morte no peito, não merece nossa obediência.
Voldemort ficou surpreso com aquela declaração, já que ele era o único que sabia daquela marca que havia aparecido no peito dele. Mas antes que pudesse falar mais alguma coisa, o garoto se aproximou mais uma vez e falou:
-Temos que ir, mas você nos verá de novo. Será breve, pois já posso escutar o seu nome sendo chamado pelos demônios do inferno.
O Lorde das Trevas levantou a mão rapidamente e laçou uma maldição no garoto que se desviou pos milímetros e depois desapareceu com o Barão. Isso só fez com que Voldemort se irritasse ainda mais. Ninguém conseguiu ficar na presença dele sem sair ferido. Sua fúria era imensa e as únicas coisas que ele falava entres seus urros era:
-Eles vão pagar pelo insulto. Principalmente aquele moleque intrometido que estragou tudo.
Sua gargalhada foi ouvida por todos os comensais, nela havia a promessa da vingança e um ódio irracional concentrado, fazendo com que muitos sentissem um frio na espinha e pensassem que estavam do lado de um dementador.
Serena e John chegaram de manhã em casa. John não queria arriscar levar a neta direto para casa e ter alguma destruída pela fúria da garota. Ela estava muito irritada e isso era muito ruim. Ao chegarem ao castelo encontraram Harry tomando café. Serena estava bem mais calma, mas não parecia muito sociável por isso foi direto para o seu quarto, antes que matasse alguém.
John se sentou pesadamente numa cadeira atraindo a atenção de Harry que ainda estava olhando pela porta que Serena tinha saído.
-O que aconteceu para a Serena estar daquele jeito e o senhor estar aparentando tanto cansaço?
O homem olhou para Harry e respondeu:
-Tivemos problemas numa negociação. Serena não ficou muito feliz e eu também não.
-Por quê?
-Por causa de uma informação de última hora soubemos que não era confiável realizar a negociação.
-Isso me parece ruim. Sem a negociação, as coisas ficam complicadas para vocês?
-Não muito. Com ela teríamos acesso a mais algumas informações que estamos tentando reunir, mas sem ela é claro que fica complicado mais dá para resolver bem.
Uma sombra atravessou a janela e tomou forma de um belo falcão negro que estava com um pergaminho preso na pata.
-Bom trabalho, Hugin. Pode descansar.
John leu concentrado o pergaminho, antes de terminar de ler, já tinha um sorriso enorme estampado no rosto. Deu um pulo da poltrona que estava sentado e com um floreio de mão a roupa que estava usando foi substituída por um tanto quanto formal, e diferentemente das suas roupas usuais essas eram bruxas. Ele virou para Harry e falou rapidamente:
-Tenho que resolver um assunto rapidamente. Uma excelente notícia.
E sem dar maiores explicações desapareceu rapidamente sem fazer barulho.
Harry ficou totalmente perdido. Então resolveu terminar o café da manhã e não ficar tentando entender John que era a mesma coisa que tacar a cabeça na parede. Três horas depois ele estava sentado lendo o livro de poções do sexto ano quando viu Serena se aproximando. Deixou a varinha por perto e baixou o livro.
-Não precisa se preocupar não quero atacar você. Só vim aqui te perguntar se você viu o meu avô.
-Depois que ele chegou ele recebeu uma carta trazida por Hugin e depois desapareceu. E não avisou aonde ia.
Serena revirou os olhos. Devia ser alguma coisa importante para o avô ter saído com tanta pressa.
-E outra coisa ele parecia muito feliz?
-Como assim?
-Antes de terminar de ler o pergaminho ele já estava pulando da cadeira com um sorriso enorme.
-Isso é realmente estranho.
-Com certeza.
Serena olhou para o lago que tinha na sua frente e se perdeu em pensamentos. Quando foi trazida de volta pela voz de Harry:
-Que pena que as férias estão acabando eu gosto daqui.
-Aqui é muito bom mesmo.
-Vou sentir saudades de tudo.
Serena riu e olhou para ele. Harry entendeu o olhar e respondeu:
-De tudo menos de suas tentativas de homicídio.
-Não negue Harry você adora isso também.
Harry tentou manter a cara indignada por algum tempo mais não conseguiu:
-Está abem eu assumo. É divertido... A partir do momento que eu passei a revidar.
-Você quer dizer a partir do momento que teve condições de revidar.
Ele fez um gesto de indiferença e respondeu:
-Tanto faz.
Eles então ouviram a voz de John falando:
-Você não precisam mais se preocupar com isso. Não terão tempo de sentir saudades.
Nenhum dos dois entendeu, mas quando John explicou, ficaram surpresos, intrigados e Serena foi logo falando:
-Por que eu tenho que ir para Hogwarts?
-É um assunto delicado, mas o motivo simplificado é: você tem que é pegar algumas informações que estão dentro do castelo.
Serena não podia acredita nisso. Mas antes de pensar no lado negativo, começou a pensar na parte boa.
-Até que pode ser uma boa idéia. Hogwarts tem um espaço incrível e poderia ser divertido estar lá, não é Harry?
Serena estava com um rosto de anjo, mas em seus olhos o brilho do inferno mostrava todos os planos demoníacos que passavam naquela cabeça, apesar de saber que teria muitos problemas com isso, ergueu a cabeça em desafio e respondeu:
-Com certeza, será muito interessante.
John viu aquela troca de olhares que mais pareciam adagas como uma coisa normal e falou:
-Agora temos que esclarecer algumas coisas. Harry você saberá mais sobre o porquê de ter sido escolhido como o Guardião. Vamos par ao escritório.
Harry ficou surpreso mais estava satisfeito finalmente ia saber o motivo de tudo aquilo. O que ele não sabia é que aquelas informações mudariam muita coisa.
Parte 3
Estavam no escritório. Serena se sentou numa poltrona afastada perto da janela. John estava do outro lado da mesa, enquanto Harry sentou na poltrona de frente para a mesa.
John olhou para o garoto na sua frente e começou a falar.
-Hoje lhe contaremos tudo que você precisa saber para fazer o seu serviço direito e também para manter você consciente do porquê de ter que fazer isso. Eu vou resumir a história, porque ela é muito longa.
Há muito tempo atrás, existia uma vila onde os habitantes dela, eram pessoas muito tranqüilas e pacíficas. Por causa da ambição das pessoas de fora, a vila foi acusada de heresia e foi barbaramente invadida. Todos que moravam na vila lutaram até a morte para protegê-la, mas acabaram caindo. Os invasores se vangloriaram e comemoraram a sua vitória sobre os corpos ainda quentes dos habitantes da vila. Umas das crianças que sobreviveram era a sacerdotisa principal da vila. Ela havia sido ensinada para isso. Essa menina viu toda a destruição que os invasores haviam feito e ficou transtornada. Usando seu poder, ela amaldiçoou todos aqueles que ousaram destruir a sua vila e a sua família. Sem salvar ninguém ela marcou todos os invasores e suas famílias, para que pagassem por todo mal que trouxeram. Ela depois disso nunca mais foi vista.
Harry ouviu aquilo atentamente e percebeu que aquela descrição batia exatamente com o sonho dele. Concordava com a garota. Ela tinha razão em amaldiçoar aqueles que destruíram sua vida. Mas ainda tinha algumas dúvidas.
-Como eu entro nessa história?
-Simples. A maldição foi lançada sobre todos os invasores e suas famílias, mas ela é hereditária, ou seja, vai passar de geração em geração. Você é o descendente de um dos invasores.
-Então eu tenho que pagar pelo erro de um antepassado?
-Sim, porque você ainda carrega a culpa na própria alma. Você não tem tido sonhos sobre a batalha?
Harry concordou. Por mais que negasse, sempre que sonhava com aquilo seu coração se enchia de remorso, não entendia de onde ele vinha, mas mesmo assim sentia. Agora sabia, mas não queria aceitar. Que escolha ele tinha?
-Então Harry, a única coisa que te salva é o fato de que o seu antepassado ter salvado a pequena sacerdotisa, quando ela estava fraca depois da maldição. Isso deu a você uma chance a mais.
-E qual é essa chance?
-A sua chance de remissão é ser o guardião.
-E qual seria a função do guardião? Pois até agora eu aprendi diversas coisas, como luta e magia avançada, mas continuo sem saber o que eu devo fazer exatamente como guardião e não venha me dizer que eu tenho que proteger algo, porque você repetiu isso mil vezes durante esses dois meses.
John concordou com a cabeça e explicou calmamente:
-Meu povo nunca teve o desejo de acumular riquezas. Sempre fomos humildes com as nossas posses, somente os tesouros que representavam nossos clãs é que eram valiosos. Além disso, nossa magia nos colocava muito em contato com as coisas mais simples da natureza, podíamos ser considerados puros e isentos desses desejos materiais.
Ele olhou para Serena que parecia estar concentrada no que acontecia do lado de fora da janela, mas ele sabia que não era isso. Voltou o olhar para Harry e continuou a falar:
-A única coisa que mais protegíamos eram nossos sacerdotes. Havia oito na queda da vila. Eram eles que mantinham dentro de si os nossos deuses.
Harry arregalou os olhos e perguntou, pensando que tinha ouvido errado:
-Como assim ‘mantinham dentro de si os nossos deuses’?
-Isso que você entendeu. Os sacerdotes de nossa vila eram aqueles que possuíam a essência de um de nossos deuses. Possuem dons relativos à essência que têm. Cada um com a sua. Essas pessoas eram os mais preciosos tesouros que a nossa vila tinha. A sua missão será proteger os sacerdotes até que eles despertem suas essências.
John começou a explicar o quê Harry iria fazer. Tudo em detalhes. Como proteger e incentivar o despertar das essências dos sacerdotes. Remexeu em algumas gavetas e pegou duas caixas de jóias. Uma caixa era grande e a outra parecia ser a de um anel.
-Estas duas jóias são de família. Você terá que guardá-las até o dia em que os donos delas acordem a sua verdadeira essência. Você protegerá essas jóias e as entregará no momento certo.
Harry concordou e pegou as caixas da mão de John. Abriu e viu as belíssimas jóias que tinham ali dentro, as pedras nelas incrustadas eram bonitas mais pareciam sem vida.
-Por que as pedras estão assim tão apagadas?
-Porque só com o poder do dono é que elas ganharão a sua verdadeira cor. Elas têm uma utilidade maior do que servir de enfeite. E nunca toque nelas com as mãos nuas, a não ser que queira ter toda a vida sugado do seu corpo.
-Acho que eu não quero isso.
-Que bom. Então eu vou mostrar quem são os sacerdotes que você deve proteger.
Pegou duas pastas que estavam encima da mesa e entregou nas mãos de Harry.
-São esses dois adolescentes. Eles devem ter quase a mesma idade que você. Estudam em Hogwarts, por isso será mais fácil. Serena vai estudar esse ano lá para te dar cobertura se tentarem fazer algum tipo de contato com eles, sem ser a gente.
Harry estava estático. Olhava para aquelas fotos sem acreditar. Não poderia ser eles. Era um absurdo! Principalmente ele.
-Tem certeza que são eles?
-Tenho. Meus informantes confirmaram.
-Como?
John deu um sorrisinho maroto e respondeu:
-Isso já é segredo.
Harry não perguntou mais nada. A primeira e ultima vez que quisera saber sobre um desses segredos teve que lutar contra uma quimera para poder salvar a própria vida.
-Então tudo bem.
John parecia decepcionado.
-Você não quer saber como eu descobri?
-Querer saber eu quero, mas tenho até medo de perguntar depois daquela quimera.
John não agüentou de rir e com uma das mãos no peito fez uma cara sonhadora ao lembrar da quimera.
-Foi bem divertido.
-Só para você que não teve a cabeça quase arrancada.
John deixou isso de lado e continuou a conversa:
-São eles que você terá que proteger. Quando eles libertarem sua essência não será mais necessário proteger, só treinar para que estejam aptos para o que virá depois.
-E o que virá depois?
John ficou sério por um instante e respondeu:
-Teremos a nossa chance de vingança. Faremos mais uma vez a luta pela nossa vila.
Harry entendeu em parte o que ele queria dizer com isso. Apesar de não ter gostado, entendeu a sua missão e o que teria que fazer, tinha que fazer planos agora.
Serena que estava em silêncio até agora falou:
-Como vamos dentro de dois dias pegar o trem para Hogwarts, vou começar a separar a minha mala.
Ela saiu rapidamente do escritório, murmurando se daria todas as armas dela na mala. Harry ia seguir o exemplo dela quando foi barrado por John:
-Ainda tem mais uma coisa.
- O quê?
-Eu quero que você fique de olho na Serena.
-Por quê?
-Se tiver alguém marcado lá, você tem que evitar que ela mate.
Harry pensou um pouco e falou:
-Você quer que eu me coloque entre o alvo da Serena e ela?
-Sim.
-Você está maluco! Ela vai me fazer em picadinhos se eu fizer isso.
-Não importa. Mesmo que você tenha que fazer isso escondido. Vigie Serena e cuide dela. Ela pode ser muito obtusa quando está cega pelo ódio. E eu sei que você entende do que eu estou falando.
Harry confirmou com a cabeça e já estava se retirando quando John falou por fim:
-E Harry, a Serena é muito importante para mim, e para o meu povo, não deixe que ela faça muitas besteiras.
O garoto concordou com a cabeça e saiu do escritório para poder arrumar o que ia levar.
Enquanto isso na nova sede da Ordem da Fênix que ficava na casa de Dumbledore. Todos estavam ali reunidos. Um clima de tristeza impregnava o lugar. Todos estavam preocupados com Harry. Fazia quase dois meses que não viam o garoto. Desde que ele havia sido seqüestrado.
Não sabiam de nada. Se ele estava vivo. Se ele estava bem. Quem tinha feito isso. Nada. Nenhuma resposta. Conseguiram manter o assunto por debaixo dos panos. Não seria nada bom que saísse no jornal que, Harry Potter estava desaparecido. Na verdade seria um desastre total.
A Srª. Weasley passou todo esse tempo com uma cara de choro. Para ela Harry era quase um oitavo filho. Esperava ansiosamente e sempre perguntava aos aurores se tinham alguma notícia do menino. O Sr. Weasley também andava cabisbaixo pelo sumiço do menino.
Os gêmeos tentavam animar o pessoal, mas nem eles estavam conseguindo isso ultimamente. Dos filhos mais velhos, Guilherme e Carlinhos ainda estavam fora do país por causa do trabalho, mas já tinham se comprometido a voltar. Percy finalmente havia voltado as graças da família, quando pediu desculpas. Rony e Gina sentiam muito a falta de Harry. Rony por ele ser seu melhor amigo e Gina, que depois de esquecer a paixonite que tinha por ele, se tornou uma irmã mais nova para ele.
Hermione também estava ali. Também sofria com o desaparecimento do amigo, mas foi ela que teve a brilhante idéia. Harry tinha desaparecido a três dias quando ela falou com os amigos:
-Gente eu estava pensando...
Rony respondeu um pouco desanimado:
-E quando você não está?
Hermione nem se deu ao trabalho de replicar, e continuou a falar:
-Por que não começamos a pesquisar?
Gina se sentou perto da amiga e perguntou:
-Por quê?
-Com o sumiço do Harry... – ela parou de falar um pouco e respirou fundo, uma sombra passou por seus olhos ao lembrar disso. – Com o sumiço dele, temos que nos aperfeiçoar para poder ajudar na busca dele.
-Mas os membros da Ordem já estão fazendo isso.
-Mesmo assim. Nós conhecemos nosso amigo como ninguém. Temos que nos preparar enquanto podemos. Eu tenho um plano.
-Que plano seria esse?
Gina, Rony e os gêmeos se aproximaram de Hermione que começou a explicar:
-Nós temos que aprender tudo que for possível até o dia de entrar no trem para Hogwarts. Entramos no trem normalmente e fugimos para poder buscarmos por nós mesmo o nosso amigo.
-Mas como faríamos isso? Se os adultos não conseguiram, por que você acha que a gente conseguiria?
Hermione fez uma careta para Rony e respondeu:
-E você prefere fazer o quê? Eu sei que não vou conseguir ficar parada me lamentando pelos cantos enquanto meu amigo está desaparecido. Eu TENHO que fazer algo para ajudar o nosso amigo.
Rony e os outros refletiram sobre o assunto. Realmente ficar parado esperando que as coisas acontecessem não era uma boa idéia. Mas ainda tinham muitas dúvidas. Não estavam muito confiantes com aquela idéia. Foi então que uma frase de Hermione mudou tudo:
-Vocês acham que o Harry ia ficar sentado sem fazer nada enquanto um de nós estivesse desaparecido?
Aquilo explodiu em suas cabeças como uma bomba. Sabiam que o amigo moveria céu e terra para encontrar eles, mesmo que não tivesse condições para isso, ele arranjaria um jeito. Estavam se deixando levar pelo medo e a fraqueza e isso não podia ficar assim.
Com um suspiro de aceitação Gina falou o que todos estavam pensando:
-Vamos treinar então, temos pouco tempo e precisamos aprender tudo que for possível até o dia do embarque.
Hermione deu um sorriso para a amiga e concordou:
-Temos sim, temos que fazer tudo rapidamente, mas não podemos esquecer de que os membros da Ordem não podem saber de nada.
Fred e George que estavam em silêncio até agora, se pronunciaram:
-Essa parte deixa com a gente, podem ter certeza que arrumaremos tudo e ninguém vai descobrir o que iremos fazer. Não é George?
-É claro Fred. Como nos velhos tempos em que fazíamos nossas experiências aqui em casa.
-Com certeza.
Os dois estavam com a mesma cara marota, enquanto confabulavam. Fazendo com que as meninas e Rony rissem, aliviando um pouco a tensão da conversa.
Eles utilizaram esses dois meses para treinar tudo o que podiam. Os gêmeos que já eram maiores de idade começaram a treinar a prática e tentavam criar uma nova gemialidade que ajudaria os outros a usarem magia sem serem detectados pelo ministério. Depois de um mês que, Gina, Rony e Hermione só absorviam teoria, os gêmeos conseguiram inventar uma gemialidade capaz de cobrir a magia que os adolescentes estavam fazendo. Utilizavam uma sala da casa de Dumbledore escondido de todos.
E não eram só treinos mágicos que eles faziam. Colocando como desculpa estarem enferrujados para o quadribol. Os jovens passaram a se exercitar constantemente. Os aurores que estavam preocupados demais com os ataques de Voldemort e o sumiço de Harry não perceberam o que estava acontecendo debaixo de seus narizes.
Todos estranharam que Hermione também participasse dos treinos. Remo se aproximou da menina e perguntou:
-Hermione eu pensava que a senhorita não gostasse de quadribol?
A menina fez a sua melhor cara de tristeza e falo, com uma voz um tanto quando falha no final:
-Realmente eu não gosto muito, mais eu não agüentaria ter que ficar sozinha enquanto os outros estão jogando.
-Por quê?
-Eu não conseguiria me concentrar em meus livros e sozinha eu ficaria pensando no Harry.
Remo viu toda a tristeza no rosto da menina e compreendeu o que ela estava passando. Deixou isso para lá e foi para a reunião da Ordem.
Gina veio correndo falar com a sua amiga. Tinha ouvido a conversa.
-Menina, eu não sabia que você conseguisse dissimular tão bem!
Hermione riu e respondeu:
-Nem eu. Mas eu não gostei muito de mentir para o professor Lupin.
-Nem eu gostaria, mas temos que fazer isso. Não se esqueça de nosso objetivo.
-Eu não esqueci. Nós vamos encontrar o Harry.
Hermione falou isso decidida e Gina concordou. As duas estavam decididas sobre o assunto.
O treinamento deles foi pesado, mesmo tendo sido eles que organizaram o que iam treinar. Como todos estavam concentrados nas buscas de Harry não perceberam algumas mudanças que ocorreram com os jovens que eles tinham sob seus cuidados. E assim as férias se passaram. Todos estavam prontos para irem embarcar no trem para Hogwarts. Ou era isso que se esperavam deles.
Finalmente o dia primeiro de setembro havia chegado. Harry estava ansioso para ver seus amigos. Enquanto Serena não escondia a curiosidade de estar em Hogwarts. Tivera que agüentar Harry falando do castelo por dois meses e isso tinha avivado a sua curiosidade. Faltavam algumas horas até eles irem para a plataforma nove e meio.
Estavam todos tomando o sue café da manhã, quando Harry começou a falar:
-O castelo é magnífico. Ele é enorme e esconde muitos segredos. Ninguém conhece todos os segredos daquele castelo, nem o próprio diretor. Talvez os fantasmas conheçam alguma coisa, mas com certeza não tudo. O melhor de tudo é...
O garoto não pode terminar, pois teve que se desviar de uma faca que ia certeira no meio de seu rosto. Ele se arrumou e viu Serena o encarando com raiva.
-Por que você não cala a boca! Já não agüento mais você falar desse castelo.
-Mas você está tão animada quanto eu para ir.
-Problema. Isso não significa que eu tenho que ficar ouvindo você falar.
Harry ia abrir a boca para continuar, mas foi impedido por várias facas que começaram a voar na sua direção. Desviou de algumas usando os reflexos que adquiriu nos treinos, mas quando o número de facas aumentou, ele teve que apelar para a magia.
John continuava o seu café da manhã, mas por costume do que necessidade. Estava lendo o jornal e nem se importava com a brincadeira dos dois adolescentes. De vez em quando, seu escudo destruía alguma faca que havia sido desviada de seu alvo.
A brincadeira estava animada. Harry tinha alguns cortes nos braços, enquanto Serena tinha cortes nas pernas. O número de facas havia aumentado consideravelmente, atrás deles centenas de facas estavam postas, prontas para serem lançadas, foi quando um barulho alto se ouviu. Vários latidos e passadas pesadas fizeram com que o chão tremesse. A porta do salão foi lançada longe, enquanto um relativamente pequeno, cão de três cabeças entrava no salão. O bichinho parou na entrada e olhou para dentro. Viu Serena e correu para ela.
Com um movimento de mão, ela o fez parar calmamente na frente dela. O que lhe deu chance para fazer carinho nas três cabeças do cachorro. O bichinho aproveitou o carinho. Uma das cabeças que estava esperando por mais carinho focalizou os olhos em Harry que tentava sair e fininho sem ser visto. A cabeça começou a latir para as outras, que atentas logo olharam para a direção apontada. Quando as três localizaram o garoto, saíram numa corrida acelerada que só terminou quando o garoto estava caído no chão sendo lambido pelos três cachorrinhos.
Harry tentava sair debaixo do bichinho, mas estava firmemente seguro pelas poderosas patas deles. Serena se acabava de rir, enquanto John continuava a ler o jornal.
Serena sabendo que os dois ainda tinham que terminar de arrumar algumas coisas, então chamou o seu bichinho:
-Shi, vem aqui e deixe o garoto em paz.
O cachorro largou Harry a contra gosto e foi até Serena que lhe deu um carinho e falou:
-Se quiser brincar, veja se Layna quer. Nós temos que arrumar algumas coisas.
Shi deu três latidos em concordância e saiu correndo derrubando alguns vasos, que logo se consertavam sozinhos.
Harry estava totalmente babado. A careta que ele estava fazendo era tamanha que Serena ficou rindo por alguns minutos antes de conseguir pronunciar alguma coisa.
-Vamos garoto! Temos que levar as malas para o salão principal.
Serena já estava na porta do salão quando falou isso, Harry olhou para o seu estado e depois olhou para Serena. Um pensamento divertido passou pela sua mente o fazendo dar um sorriso diabólico.
-Sereninha...
Serena não teve tempo de escapar. Harry já tinha pulado em cima dela e a abraçando, ou seja, passando toda a baba para a garota, que fez uma cara de nojo e com raiva lançou Harry contra a parede.
-Não precisava ficar tão irritadinha.
-Se eu não tivesse que pegar as malas para embarcar naquele maldito trem, eu acabava com a sua vida.
Harry fez uma cara de ofendido e exclamou:
-Serena, nunca pensei que você pudesse fazer uma ameaça tão sórdida contra mim! Ainda mais depois dos deliciosos momentos que passamos juntos!
Serena como uma boa ruiva que era, estava ficando cada vez mais vermelha. Quando a cor de seu rosto já estava da cor do cabelo, Harry percebeu que estava encrencado e começou a correr. Alguns segundos depois, a garota corria atrás dele lançando as mais diversas azarações.
-EU ACABO COM A SUA RAÇA SEU IDIOTA!
Harry teve que correr muito e só conseguiu escapar da fúria da ruiva quando John impediu que a morte iminente do garoto e avisou que estava na hora deles irem para a estação.
Serena ainda estava com raiva, mais foi calmamente o caminho inteiro. Chegaram bem cedo na plataforma e para não serem reconhecidos, estavam com capas que cobriam seus rostos.
John deu as últimas instruções antes de eles embarcarem. E se despediu dos dois, quando percebeu que a plataforma estava enchendo e já estavam olhando para eles com desconfiança, já que estavam com os rostos cobertos.
Os dois entraram no trem e se acomodaram numa cabine. Cada um ficou lendo um livro, pois se começasse a conversar com certeza iria rolar briga.
O tempo foi passando e o trem foi enchendo. As pessoas que pensavam em entrar na cabine se assustavam com os dois encapuzados e saia antes mesmo de perguntar se podia sentar.
O trem se colocou em movimento. Hermione, Rony e Gina já estavam com tudo planejado para poderem fugir do trem. Os planos deles estavam até agora dando certo. Apesar de ser bem maluco. Eles iriam pular do trem, mas antes romperiam a proteção mágica da porta e depois se jogariam. Para não se machucarem eles tinham arranjado uma poção e um novo produto feito pelos gêmeos para essa situação. Deixá-los-ia invisíveis e assim poderiam sair sem serem vistos e o produto amorteceria a queda deles.
Já estavam com tudo preparado e se dirigindo para a porta de trás do trem quando ouviram várias coisas quebrando. Também ouviram uma voz de garota gritando no que parecia italiano.
Hermione foi ver o que acontecia. Seu dever como monitora falou mais alto. Rompeu o cerco que a multidão fazia em torno da cabine. E seguida pelos amigos conseguiram entrar.
O que viram os deixou impressionado. Havia uma garota ruiva, gritando furiosa com um garoto que estava meio encolhido sentado no banco. Ela parecia estar com muita raiva, já que estava extremamente vermelha. Então ouviram a voz do garoto que tinha aproveitado que ela se calou:
-Garota para de gritar. Que coisa mais irritante.
A garota já revidar quando Hermione reconhecendo a voz do garoto falou:
-Harry?
O menino olhou para a porta da cabine e quando viu quem estava retirou o capuz, mostrando cabelos pretos extremamente rebeldes e olhos verdes esmeralda muitíssimo brilhantes.
-Mione!
O garoto deu um pulo para perto da garota e a girou num abraço apertado. Hermione ficou por alguns minutos sem ação mais depois retribuiu o abraço.
Rony e Gina fizeram o povo que estava ao redor da cabine se dispersar, enquanto Serena deu um olhar maligno para o grupo e saiu batendo pé, com as coisas dela.
Harry soltou à amiga e viu que os outros amigos estavam ali. Ele deu um abraço apertado em Gina e um tapa amigável no ombro do amigo. Estava com um enorme sorriso no rosto.
-Como vocês estão bem! Meninas vocês estão muito bonitas!
As duas garotas ficaram vermelhas, mas não sabiam se era de raiva ou de vergonha. Rony viu que as duas não iam conseguir articular nada se adiantou:
-Por onde você estava Harry?
O moreno respondeu calmamente, com um sorriso no rosto:
-Ora, vocês não sabem? Eu fui seqüestrado.
Parte 4
Rony, Gina e Hermione se entre olharam incrédulos. Hermione se levantou e falou nervosa:
-Pare de brincadeira, Harry Potter! Estávamos todos preocupados com o seu sumiço e você fica fazendo brincadeirinhas!
Harry olhou calmamente para a amiga e respondeu:
-Eu não estou fazendo brincadeirinhas, Mione. Simplesmente, estou dizendo a verdade. Eu fui seqüestrado.
Seus amigos o olharam surpresos pela calma com que o amigo falava sobre o próprio seqüestro.
-Harry como você pode estar tão calmo falando sobre o seu seqüestro?
Com um gesto indiferente o moreno respondeu:
-Não foi tão mal assim ser seqüestrado.
Agora sim seus amigos achavam que ele estava maluco. Com certeza devem ter feito alguma coisa para deixar o amigo tão sem noção. Começaram a falar ao mesmo tempo, sobre o que fazer.
-Temos que levar ele até madame Pomfrey.
-Não, temos que falar imediatamente com o diretor Dumbledore.
-Com certeza, devem ter lançado muitos feitiços ou até maldições em cima dele.
-Eu já vi um caso num livro, no qual um bruxo levou tantas cruciatus que ficou assim...
Harry chamou a atenção do trio para ele e falou:
-Eu sei que pode parecer estranho para vocês, mas vocês têm que acreditar no que eu estou dizendo.
Gina se sentou na frente de Harry, segurou as mãos do amigo e falou como se estivesse com uma criança de sete anos:
-Harry, preste bastante atenção no que eu estou dizendo. Seqüestro não é uma coisa boa. Você deve ter sido enfeitiçado para pensar assim, mas não se preocupe quando chegarmos a Hogwarts vamos até o Dumbledore e resolveremos isso.
Harry balançou a cabeça negativamente mais antes que pudesse responder uma voz feminina comentou num tom mais que visível de sarcasmo:
-Sempre soube que você era idiota e pelo que estou percebendo não era só eu.
Todos olharam para a porta e viram a mesma garota que harry estivera discutindo.
Serena olhou atentamente para os amigos de Harry. Havia um ruivo, muito alto, com olhos azuis que transpareciam confusão e divertimento. Uma garota morena que a olhava com um ar sabe tudo de quem não está entendendo. E uma ruiva, de olhos cor de mel, que estava agachada na frente de Harry e a olhava com uma expressão um tanto quanto curiosa.
Serena entrou na cabine e se jogou no bando de frente para os quatro. Harry parecia segurar o riso, olhando para os amigos. Gina foi a primeira a falar:
-Quem é você?
Com um sorrisinho no rosto, a menina respondeu:
-Não te interessa.
Gina ficou vermelha de raiva e se levantou de um pulo. Rony e Hermione tinham fechado a cara, enquanto Harry só observava a cena.
-Quem você pensa que é para falar assim comigo!?!
-Uma pessoa superior a você com certeza.
Antes que a ruiva pudesse pular no pescoço de Serena, a porta da cabine se abriu e um garoto loiro seguido de dois brutamontes apareceu.
-Olha se não é o cicatriz, a sangue ruim e os traidores do próprio sangue.
Desta vez quem se levantou de um pulo foi Rony, que só foi impedido de prosseguir por causa de Hermione. Mas quem falou não foi Rony nem Hermione, foi Serena:
-Draco Malfoy.
Draco olhou para a garota que falou seu nome. Era ruiva como o Weasley e a Weasley fêmea, mas os cabelos eram vermelho sangue, Era muito bonita, e tinha um rosto familiar...
-Serena!
Com um sorriso que deixou todos na cabine surpresos, Draco deixou a postura arrogante de lado e se aproximou da menina que já tinha se levantado e retribuiu o abraço do loiro. E num ato que parecia normal entre eles, ela lhe deu um selinho.
-Que surpresa! O que você está fazendo aqui?
-Meu avô decidiu que eu deveria me sociabilizar mais.
Draco riu e depois percebendo os olhares surpresos de todos, falou voltando a antiga postura arrogante e perguntou:
-O que você está fazendo na mesma cabine que esses daí?
Gina encarou o loiro com desprezo e mais alguma coisa que Serena não conseguiu identificar na hora. Harry não tinha nenhuma expressão no rosto, estava totalmente neutro. Rony estava furioso e só não tinha feito nada porque Hermione o estava segurando. Draco olhava para Serena esperando uma resposta.
-Eu não tinha nada para fazer então vim perturbar aquele idiota ali de óculos, já que me irritou, daí eu encontrei esse pessoal aqui.
Draco sorriu para ela e falou:
-Já que você não tem nada para fazer, vamos para a minha cabine podemos conversar melhor lá.
Serena sorriu para garoto e saiu com ele, esbarrando em Gina ao sair. Esta ficou furiosa e ia atrás para tirar satisfações quando a porta se fechou na cara dela com um movimento de Serena.
Gina só faltou botar fogo pelas ventas com aquilo e se não fosse o irmão, ela já tinha partido para cima daquela maldita, como ela mesma tinha classificado a garota.
-Quem aquela maldita pensa que é para falar daquele jeito comigo?! Eu vou acabar com a raça dela na escola, assim que eu a encontrar sozinha num corredor.
Harry estava achando aquilo tudo divertido. Conhecia o temperamento das duas ruivas e sabia que não viria nada de bom num embate entre elas. Resolvendo distrair um pouco o assunto, falou:
-Não precisam se preocupar tanto assim comigo. Estou muito bem e depois eu explico o que me aconteceu. Agora me digam como foram as suas férias?
Seus amigos não estavam nenhum pouco convencido do que Harry falou e passaram o resto da viagem reclamando e tentando arrancar alguma coisa. Mas Harry não dava ponto sem nó. Quando as perguntas começavam a ficar perigosas ele desviava do assunto habilmente.
Sempre usando a beleza das garotas ou alguma história que conhecia de seu melhor amigo. As distrações que ele fazia deixavam os amigos vermelhos e só depois de zoar o suficiente para eles esquecerem o que tinham perguntado.
O trem parou e todos se encaminharam para o castelo. Harry não viu Serena até que estivesse instalado na mesa da Grifinória e o diretor tinha começado a falar.
-Queridos alunos, é um prazer revê-los. Iremos fazer a seleção das casas dos novos alunos.
Os primeiranistas entraram tímidos e intimidados. Um a um foram escolhidos para as casas que o Chapéu Seletor os achava digno. Quando a fila dos novos alunos acabou, Dumbledore se levantou e se pronunciou:
-Esse ano, teremos algumas novidades. A primeira delas é a presença de alguns alunos transferidos.
Então pela porta principal entraram três adolescentes. Deviam ter entre dezesseis e dezessete anos. Harry viu que Serena caminhava no meio dos três. Estavam lado a lado mais ele pode perceber que Serena estava se posicionando inconscientemente na frente. Arrogante.
O que os antigos alunos da escola viram foi: Uma garota de cabelos cor sangue, altura mediana e olhos extremamente azuis e um corpo bem feito. Ao passar os garotos babaram imediatamente arrancando olhares de raiva e inveja das garotas.
Do seu lado direito havia uma garota com cabelos loiros escuro, era mais alta do que a ruiva, mas por alguns poucos centímetros. Também tinha os olhos azuis, mas eram escuros diferentes da outra garota. Pelo que se percebia também tinha um corpo lindo. Sua expressão era um pouco séria.
Por fim do lado esquerdo da ruiva tinha um garoto com uma beleza incrível. Era muito parecido com a loira e isso fez com que a população de Hogwarts pensasse num provável parentesco. Era loiro, só que com o cabelo num tom mais claro do que o da outra garota. Seus olhos eram igualmente escuros mais exibiam um brilho entre o divertido e o malicioso. Era bem alto, e olhava calmamente para todos com um pequeno sorriso na cara.
Chegaram perto do chapéu seletor e a professora McGonnagal pegando outro pergaminho falou:
-Mayfair, Jason.
O garoto pegou o chapéu e o colocou enquanto se sentava no banco. Depois de alguns minutos o chapéu anunciou:
-Sonserina.
As garotas da casa foram as que mais aplaudiram. Os suspiros e os resmungos das outras casas conseguiram atrair a atenção da ala masculina que não gostou muito daquilo.
O garoto se dirigiu calmamente para a mesa da nova casa enquanto se sentava perto de Draco Malfoy que o cumprimentou brevemente, atiçando a curiosidade de todos.
A professora McGonnagal chamou a atenção de todos e pronunciou o próximo nome:
-Morgan, Serena.
A garota ruiva foi até o banco com um sorriso maroto no rosto. Colocou o chapéu e ficou durante algum tempo ali.
Serena tinha acabado de colocar o chapéu e ouviu a voz do chapéu:
-Uma mente bem peculiar. Não consigo analisar direito sobre qual casa a colocar Se abrisse um pouco a sua mente talvez eu pudesse fazer uma leitura melhor.
Serena liberou um pouco da mente para o chapéu. Que ficou em silêncio analisando e falou:
-Sua mente é mais negra que seu passado minha jovem e isso me preocupam. Sua casa é decididamente sonserina.
-Acho que tenho que discordar. Você vai me mandar para a Grifinória.
-Mas a casa na qual se daria melhor com certeza é a Sonserina.
-Não me importa seu pedaço de pano encardido. Você vai me mandar para a Grifinória ou eu vou te dar o que merece por não ter me obedecido.
Serena logo pensou em tudo que faria com o chapéu e ele por sua vez fez sua voz ouvir por todo o salão:
-Grifinória!
A mesa dos leões foi a que mais gritou animada. Todos os garotos ofereceram lugar para a ruivinha e ela se sentou perto de um pessoal do sétimo ano. Gina não gostou nenhum pouco de ver aquela garota na mesma casa que ela e perguntou em voz baixa para Hermione:
-Por que ela não foi logo para a sonserina?! Assim eu não precisaria olhar para a cara dela todos os dias.
Hermione riu do comentário e Rony que também tinha ouvido falou:
-Eu não me importo dela ter vindo para a nossa casa.
Rony falou isso olhando para a garota e quase babando o que deixou Hermione vermelha de raiva e a fez lançar olhares mortais para a garota e concordar silenciosamente com a amiga.
Harry só observava curioso aquela cena. Perguntava-se por que Serena tinha ido para a Grifinória. Seu pensamento foi interrompido pela voz da professora de transfigurações:
-Randall, Pamela.
A outra garota se sentou no banco e colocou o chapéu. Ficou ainda mais séria e em menos tempo que os outros, a casa dela foi escolhida:
-Grifinória!
A mesa dos leões comemorou mais uma vez e quase todos os garotos sorriam com a idéia de ter as duas alunas gostosas transferidas na mesma casa que eles. Dumbledore anunciou liberando todos para o jantar:
-Sem querer matar ninguém de fome. Bom apetite.
A comida apareceu e as conversas aumentaram. O assunto principal eram os alunos novos. A garota loira nova havia se sentado do lado da ruiva e pelo cumprimento delas logo foi percebido que se conheciam.
As duas formavam uma dupla estranha ali. Serena era extremamente comunicativa. Falava com todos normalmente, enquanto Pamela ficava mais no canto dela, e falava só algumas poucas palavras.
As sobremesas já tinham sido devoradas quando Dumbledore voltou a falar:
-Agora que todos já estão satisfeitos eu gostaria de dar alguns avisos. Como sempre a lista de objetos proibidos aumentou e a lista inteira esta na porta da sala do inspetor Filch. A Floresta Proibida é proibida como o próprio nome já diz.
Ele olhou atentamente e continuou:
-Também gostaria de avisar que haverá um novo professor de Defesa contra Artes das Trevas, mas ele só poderá vir amanhã, já que teve que resolver algumas pendências.
Todos estavam curiosos para saber que seria esse professor misterioso. Começaram a cochichar e só se silenciaram quando Dumbledore continuou com os avisos e depois os liberou para sair.
Os alunos foram encaminhados para os seus dormitórios. Todos estavam cansados demais para pensar em qualquer coisa se não fosse dormir.
Menos três pessoas que não se importavam com o toque de recolher nem com a possibilidade de serem pegos. Eram duas horas da manhã, e havia decidido se encontrar numa sala abandonada que tinham visto durante o trajeto até o salão principal.
Os alunos transferidos colocaram proteções na sala e começaram a conversar. Estavam bastante sérios. Discutiam sobre um importante tema. Jason falou:
-Já estamos aqui dentro e só nos falta investigar e fazer as buscas.
Pamela concordou e acrescentou:
-Eu já sabia que esse castelo era grande mais não imaginaria que fosse desse tamanho. Teremos problemas para encontrar o que queremos.
Serena fez um gesto de indiferença e falou calmamente:
-Não temos que nos preocupar com isso. As nossas magias irão se atrair e com certeza não ficará escondido por muito tempo.
-Isso com certeza facilitará o nosso trabalho. Agora Serena me explique mais uma vez sobre o Guardião.
Serena revirou os olhos com a pergunta do amigo.
-É simples. Ele tem no sangue a magia guardiã. Meu avô sentiu quando foi curar ele dos ferimentos que eu o tinha feito. As magias dos dois se chocaram imediatamente. Comprovamos isso depois e agora ele recebeu a tarefa de proteger os sacerdotes.
Pamela ficou ainda mais séria se possível e com um tom de escárnio falou:
-Não sei se ele conseguirá nem se proteger, quanto mais nos proteger.
-Eu sei muito bem que ele não parece ser grande coisa. Mas não posso negar que ele seja poderoso. Conseguiu vencer Layna numa luta justa e conseguiu a confiança dela.
Os dois loiros ficaram surpresos com aquela revelação.
-Realmente não da para subestimar o cicatriz. Mas isso não o torna poderoso o suficiente para o que virá.
Serena concordou com a cabeça e falou com um pesar na voz:
-Nem nós sabemos se somos poderosos o suficiente para o que virá.
-Mas não podemos desanimar. A primeira coisa que devemos fazer e procurar o que está perdido e depois ficaremos muito mais poderosos.
Pamela virou se para a amiga e perguntou curiosa:
-Você tem notícias dos outros?
-De vez em quando eu sinto a magia deles oscilar. Mas não tenho a mínima idéia de onde eles estão. Só sei que estão bem.
-Felizmente. Iremos ficar o ano inteiro nessa escola?
Jason estava curioso para saber se teria que agüentar ficar em salas da aula ao contrário de estar la fora em campo.
-Não. Só teremos que encontrar o que buscamos e podemos sair daqui.
Pamela era reservada com os outros mais com os amigos desabafou:
-Vai ser um inferno ter que ficar tanto tempo inativa. Vamos acabar acumulando ou perdendo trabalhos interessantíssimos.
Jason concordou meio abatido. Os dois mostravam claramente que não estavam gostando da idéia de ter que ficar no castelo de Hogwarts estudando. Seus pensamentos amargurados foram interrompidos pela risada de Serena que falou:
-Vocês não pensaram que ficariam aqui nesse castelo sem fazer nada?
-E não vamos fazer isso? Só teremos a busca e nada mais.
-Como vocês podem ser tão ingênuos de pensar nisso. Se eu mesma não vou agüentar ficar parada por tanto tempo, imagine se deixaria de fazer o que nascemos para fazer. Continuaremos os nossos serviços, só não teremos o nosso horário muito flexível.
Os dois deram sorrisos idênticos. Pamela deu um abraço na amiga e falou:
-É realmente bom ter você com a gente de novo.
-Também acho.
Ela continuava abraçada com a amiga e Jason deu um pigarro e falou:
-Eu também tenho direito aqui.
-Direito de ficar calado isso sim.
Mesmo falando isso Pamela soltou à amiga e falou:
-Vou deixar vocês em paz, voltarei para o dormitório e não demore Serena, não quero que fique andando por esses corredores sozinha.
-Sim, mamãe.
Sem se importar com o apelido Pamela saiu da sala e foi rapidamente para sua sala comunal sem ser percebida por ninguém. Jason logo que viu Pamela sair se virou para Serena com um sorriso extremamente malicioso e falou:
-Já faz um bom tempo que não nos vemos.
-Com certeza.
-Creio que temos pendências a resolver.
-Acho que sim.
-Então que tal terminarmos o que começamos antes?
Serena de um sorriso ainda mais malicioso que Jason e o desafiou:
-Vai ficar falando ou podemos partir logo para a ação?
-Seu pedido é uma ordem, senhorita.
Em um segundo eles já estavam se agarrando. E parecia que não iam sair dali tão cedo...
Enquanto isso no salão comunal da grifinória. Pamela já estava subindo a escada para o seu dormitório quando ouviu falarem com ela:
-Vejo que já saíram para conhecer o castelo.
Viu o garoto que era considerado o guardião. Não o achava digno e poderoso o suficiente para o cargo, mas não era assim que as coisas funcionavam.
-O que você quer guardião?
Não se surpreendeu por ela lhe chamar por aquele nome, já havia sido informado dela e de sua posição em toda aquela bagunça.
-Onde está Serena?
Pamela ergueu a sobrancelha em descrença e falou:
-Isso não te importa.
-Você sabe muito bem que me importa sim. Eu sou o guardião e tenho que sempre me preocupar com a segurança dela.
Pamela ficou furiosa. Uma aura azul escura a envolveu. A temperatura do ambiente caiu e com uma voz fria ela falou:
-Você ousa insinuar que eu não me preocupo com a segurança da Serena?!
A cada palavra que ela dizia o ambiente se afundava mais e mais num frio terrível. Harry no começo não se importou já que depois do treinamento com John sua resistência tinha aumentado, mas agora a situação estava ficando difícil.
-Eu não quis dizer isso...
-Nunca diga que eu não me importo com a Serena. A séculos minha família protege a família dela e não seria agora que mudaria.
-Pamela, eu já entendi...
-E o que a minha amiga faz e deixa de fazer é problema dela. E eu confio plenamente nela e tenho certeza que ela sabe se defender muito bem.
-Eu sei que ela sabe se defender...
-Agora, presta bastante atenção.
Harry a viu desaparecer e sentiu uma lâmina fria em seu pescoço. Não tinha nem percebido a movimentação, nem a lâmina que agora estava firmemente pressionada em seu pescoço.
-Eu sei muito bem desempenhar as minhas funções e não vai ser um amador como você, que vai tentar me ensinar algo.
Ela desapareceu na escada que a levava para o seu dormitório. A lareira se acendeu de novo e o calor pareceu voltar para a sala comunal. Harry suspirou aliviado e comentou:
-Garotinha estressada!
E depois de dar alguns passos em direção a escada acrescentou:
-E como fala! Não sei como pude pensar que ela seria quieta.
Depois fez uma cara séria e com um suspiro desanimado falou:
- Pelo visto vou ter mais trabalho do que pensei com essa nova tarefa.
N/B: Ok, ok gente eu ainda num acredito... A minha personagem apareceu xD kkkkk \o/ ok, desculpem a felicidade dessa pobre criança... Mas alem disso quero dizer publicamente... que to AMANDO a fic da Duda xD eu já enchia o saco dela quando num era beta agora então xD mas digo uma coisa... Comentem bastante e votem muito... garanto que não vão se arrepender... a fic ta ficando muito boa ^-^ no mais beijão galera... Ps. Dudinha você sabe que te adoro ne? Então num demora a escrever o próximo cap vai ;)
N/A: Gente, primeiramente eu fico feliz de que a minha beta tenha gostado da minha homenagem para ela. Uma personagem com a sua personalidade! Espero que vocês gostem do resto do capítulo e aproveitem.
Agora a tristre notícia : vou ser separada de meu pc a partir de domingo, ou seja, não mexerei nele por um bom tempo, motivo: vestibular. Estou mais enrolada que novelo de lã. Vou ter que me dedicar totalmente aos estudos se eu quiser uma vaga na faculdade. Me desculpem pelos transtornos mais até uma proxima.
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