Loucura



CAPÍTULO 6


 


Remus disse a si mesmo que ele apenas queria saber sobre o machucado em seu rosto. Que era uma tarefa heróica de sua parte ter certeza de que a dama não estava sendo abusada. Ele havia mentido a si mesmo. O que ele realmente queria era tocá-la novamente. Beijá-la. Sentir o calor crescendo entre eles como no dia do baile em Greenleys. Ela extraía dele emoções que ele pensava ter controlado há muito tempo atrás. Ela o fazia sentir. Ela o fazia querer. Ela o fazia se comportar como um tolo.


 


- Eu o confundi – ela disse, e tentou se afastar ainda mais dele. Apesar do meu comportamento na noite do baile, eu não sou o tipo de mulher que permite a um homem entrar em seu quarto sem convite para facilmente se deslizar pela minha cama. Devemos esclarecer tal fato entre nós de uma vez por todas.


 


Ele sabia que tipo de mulher ela era. Seus beijos, embora o tivessem afetado muito mais do que os que havia trocado com mulheres mais experientes, tinham sidos inocentes na noite do baile. Ela tinha sido inocente ao brincar de insolente. Mas por que ela deixou o jogo ir tão longe? Ele ainda não entendia isso. Por atenção? Bem, ela havia conseguido isso, e ele devia lembrá-la de que atenção não era sempre uma coisa boa quando se tratava da sociedade ou de homens como ele.


 


- Essa formalidade comigo não combina com você – ele disse. – Não quando eu sei que debaixo desse gelo corre um incêndio. Você não está nem um pouco tentada a se queimar novamente?


 


As mãos dela fecharam a gola de sua camisola simples. Sua pequena língua rosada molhou os lábios, um gesto inconsciente, mas que capturou o olhar dele para sua boca pecaminosa.


 


- Se eu pudesse voltar atrás e mudar o que aconteceu conosco aquela noite, eu o faria. Agora percebo como fui tola em sair do baile com você. Eu percebo que não estava pensando com clareza, que não tinha pensado em todas as ramificações de fazer algo tão ousado. Eu o usei para meus propósitos, e já me desculpei. O que mais você quer de mim?


 


“Muito mais” ele estava pensando, mas apesar de sua boca pecaminosa, um ar de inocência ainda a rodeava e fez com que a consciência mostrasse sua cara feia. Seus cabelos escuros caiam pelos ombros, desarrumados. Suas curvas eram visíveis debaixo da modesta camisola. Como ela podia despertar sentimentos de decência e desejo dentro dele ao mesmo tempo? O que mais ele podia pedir a ela? Não tanto quanto ele gostaria, mas mais do que deveria. Ele se inclinou para ela.


 


- Outro beijo.


 


- Um beijo. – ela sussurrou sem fôlego, então ergueu as mãos como se para pará-lo. – Um beijo e nada mais? Depois você irá embora e me deixará sozinha?


 


- Se for o seu desejo – Verdade seja dita, Remus tinha de deixá-la em paz. Ela era perigosa para ele. Ele não iria se enganar acreditando que não era. Supostamente, ele também gostava de brincar com fogo, porque era exatamente isso que estava fazendo.


 


Vagarosamente, ela abaixou as mãos. Permissão concedida, ele entendeu. Porém, agora que Remus teve permissão, ele não sabia se não deveria colocar o rabo entra as pernas e fugir. Conseguiria beijá-la e não querer mais nada? Poderia beijá-la e deixá-la em paz daqui para frente? Com certeza que não. Mas ele o fez de qualquer modo.


 


Como Hermione poderia não ter curiosidade para saber se a ocorrência daquela  noite na carruagem não tinha sido algo estranho e mágico que nunca mais aconteceria novamente? Ou se Remus Wulf não havia desenterrado algo dentro dela que tinha estado adormecido todos esses anos? Hermione sentia que podia confiar na palavra dele, talvez por ele não ter tirado vantagem total dela aquela noite e isso ele poderia ter feito. Ela pensou que estava relativamente a salvo com ele... até que ele a beijou novamente.


 


Seus lábios eram firmes contra os dela, sua boca aberta úmida, sua língua procurando. Ela se abriu para ele como uma flor sedenta de chuva. Foi uma chama lenta, o crescendo entre a primeira tentativa de toque de seus lábios e o modo como ele o possuiu completamente. O fogo dentro dela rugiu com vida, se alastrando pelos ossos, acendendo sua carne, enviando chamas por todos os lados até que ela queimava inteira.


 


- Hermione – ele a chamou – Como posso lhe prometer que não pedirei mais, quando tudo sobre você me faz querer mais? Mais calor, mais pele, mais do que me permite minha vida amaldiçoada?


 


Ela se lembrou, então, sobre a maldição de sua família. Embora seus beijos a fizessem esquecer de tudo. Seria ele um louco? E se fosse, ele tinha lhe passado a doença. Ela estava certamente tão louca quanto ele por permitir que ele entrasse em seu quarto, em sua cama, numa parte dela que ela nem sabia existir. Embora ela devesse empurrá-lo, suas mãos o agarraram pelo colarinho da camisa e o puxou mais para perto.


 


- Isso é loucura,  ela conseguiu murmurar entre os beijos – É errado me sentir desse modo. E nem mesmo o conheço.


 


Ele se afastou dela rapidamente. Ela viu seu rosto no brilho fraco das brasas do quarto – viu seus olhos. Por um breve momento, eles brilharam e estavam cheios de uma luz azul iridescente; então, tão rápido como surgiu, o brilho desapareceu.


 


- Não, você não me conhece – ele concordou.


 


Remus soltou as mãos dela de seu colarinho. Levantou-se e sem dizer uma palavra atravessou o quarto, saiu pelas portas da sacado e desapareceu. Hermione ficou pensando se não estivera sonhando. Se ele realmente esteve em seu quarto. Tocou os lábios inchados. Eles queimavam. Ela queimava. Debaixo de sua apropriada camisola de algodão, coisas muito impróprias aconteciam com seu corpo.


 


Seus seios estavam inchados e doloridos. Ela se sentia úmida e quente entre as pernas. Ela estava faminta por mais do que ele havia lhe dado. E ela se sentia confusa por que ele conseguir extrair esses sentimentos dela. O que seria preciso para destruir esse controle aparentemente inumano que ele tinha? E o que a possuía que  a fazia querer descobrir? Ela já tinha muitos problemas na vida. Remus Wulf não era um problema que ela precisava.


 


Ocorreu a ela naquele instante que nada em Remus Wulf apelava para as necessidades de uma mulher, mas tudo nele apelava para os desejos de uma mulher. Ele a havia advertido na primeira noite em que se conheceram sobre o perigo de se brincar com homens como ele. Homens como ele? Ela nem mesmo tinha certeza de que tipo de homem ele era, mas ela sentia que havia poucos, se é que a havia, outro como ele.


 


~*~


 


DESSSSSSCULLLPAS! ._.


Sei que demorei pra caraleo, mas tá ai...


Espero que vcs gostem. *3*


Obrigada a todas que comentaram. Fico muito feliz quando leio-os.


até. :D


 


 

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