Jovens Anti-Trevas



CAPÍTULO 34 - Jovens Anti-Trevas


Mais tarde, Harry não conseguiria calcular o tempo que ficou fitando aquele círculo desenhado sob o palco de madeira.         Só lembraria que havia permanecido com os olhos fixos no desenho, passando por cada figura do círculo, e pela inscrição Jovens Anti-Trevas – que ele não sabia o que era, mas acreditava ser de grande importância.


                Todos que estavam na sala pararam juntamente com o garoto, e procuraram ver o que chamava tanto sua atenção. Rony e Draco esqueceram-se da briga e grudaram os olhos no círculo.


                Harry podia distinguir as figuras agora. Ao redor, havia onze desenhos. Uma estrela de quatro pontas na parte de cima, e na parte inferior um crânio. Os desenhos ao redor constituíam de uma labareda de fogo, um olho, um sol, uma cobra, uma aranha, um leão, uma nuvem, um raio e um cristal – o conhecido cristal que Laurie indicara como sendo Miss Reynolds.


                Harry coçou a cabeça, intrigado. O que o círculo que o assassino fazia questão de deixar ao lado do corpo de suas vítimas estava fazendo ali, desenhado naquele palco circular, com tamanho capricho e com o nome de Jovens Anti-Trevas? Harry contou cada um dos desenhos, e o número de desenhos ao redor do círculo não batia com o número dos suspeitos. Isso atrapalhava seu raciocínio de que cada desenho indicava uma das vítimas.


                Havia muito no que pensar... Ainda havia muito... Harry despertou e olhou para os oito jovens ao seu redor. Por trás de algum (ou de alguns) daqueles rostos, alguém sabia muito bem o que era aquele círculo, e o que era aquela coisa de Jovens Anti-Trevas. O atormentava muito ter consciência daquilo... Ter que conviver com o mal sem saber por trás de quem ele se encontrava.


                Rony secava a testa com um lenço e fitava Harry com os olhos confusos, segurando o corte na perna, feito pelo heliopata, com a outra mão. Kevin, que indicara para Harry que havia alguma coisa sob o palco de madeira, cochichava algo para Draco, que arregalava os olhos no mesmo instante. Padma Patil mantinha o rosto impassível, ao lado da irmã, Parvati. James Smith lançava olhares furtivos para Padma, enquanto Christian e Jennifer, ao seu lado, olhavam boquiabertos o desenho. Gina, por sua vez, passava o olhar por todos os cantos da sala, sem dar a mínima para o círculo. Seu olhar ás vezes parava em um garoto de cabelos loiros e, em outras, num garoto de cabelos pretos e óculos de aros redondos.


                Harry suspirou.


                -Algum de vocês sabe o que é isso? – perguntou, num tom de voz grave.


                Demorou um tempo, mas, após alguns instantes, Christian Baker levantou a mão – que ostentava um curativo sobre um corte profundo, causado pelo incidente da noite anterior.


                -É o círculo que Michael Evans costuma deixar ao lado de suas vítimas.


                -Isso mesmo – respondeu Harry lentamente, olhando novamente para o círculo. – O mesmo desenho... Aqui, bem debaixo dos nossos olhos. O mesmo círculo...


                -O que isso quer dizer? – perguntou Gina.


                -Até agora não sei... A única coisa que esse círculo tem de diferente é que ele tem essa inscrição aqui embaixo. Esses “Jovens Anti-Trevas”. Não faço a mínima idéia do que é isso.


                -Um palco circular... – falou Gina, pensativa, aproximando-se do palco. – Com esse desenho... Essa sala camuflada, que não deixa de ser um lugar secreto. Sabe o que parece isso?


                -O que?


                -Uma espécie de grupo secreto, como o que montamos no ano passado. Igual a nossa extinta Armada de Dumbledore. Um local onde jovens bruxos deviam se reunir, como o próprio nome já diz, contra as artes das trevas.


                A sala mergulhou em silêncio. Harry coçava o queixo.


                -Harry, só pode ser isso – falou Gina, olhando para ele. – Eles criaram esse símbolo, esse nome, e encontraram um local seguro para se reunirem. A mesma coisa que fizemos no ano passado. Isso só pode ser um grupo secreto.


                Harry, que permanecera imóvel enquanto a garota falava, subitamente se moveu, com um estalido pipocando em sua cabeça.


                -Se você estiver certa... Se essa foi realmente uma sala usada por esse grupo secreto... Então, dentro desses armários ou em qualquer canto, deve haver algo sobre eles.


                -Pra que procurarmos algo sobre esse tal grupo idiota? – perguntou Draco, com a voz arrastada.


                -Porque esse grupo, isso se for um grupo, é o centro de tudo – respondeu Harry, aproximando-se do garoto, os olhos faiscantes. – Você não percebe a importância? Se esse grupo não tivesse nada a ver com tudo o que está acontecendo, por que acha que ele faria tanta questão em deixar o símbolo deles ao lado de cada corpo?


                Malfoy engoliu em seco, mas tentou não demonstrar que sentira uma pontada de medo ao ver a expressão furiosa que estava estampada no rosto de Harry.


                Harry virou-se para todos.


                -Eu já havia descoberto que cada símbolo indicava uma das vítimas do assassino. Porém, o que não havia pensado é que há menos desenhos do que vítimas.


                -Talvez um desenho indique mais de uma pessoa – sugeriu Christian.


                -Talvez – falou Harry. – O que ainda não sei é qual o critério escolhido pelo assassino para selecionar qual desenho indicaria qual vítima.


                -Quem sabe seja pela semelhança física – debochou Draco.


                -Isso eu já desconsiderei – rebateu Harry. – Afinal, não tem nenhuma lesma desenhada lá que se pareça com você.


                Algumas risadinhas foram ouvidas na sala – a de Rony fora, sem dúvida, a mais alta de todas.


                -O único símbolo que eu sei quem indica é o cristal, já que, nas anotações de Laurie, havia um desenho do círculo e, do cristal, saía uma seta indicando o nome de Miss Reynolds. Agora... Como saber qual foi o critério escolhido? Eu peço a colaboração de vocês para que ajudem a procurar alguma coisa nessa sala sobre os Jovens Anti-Trevas.


                Harry encaminhou-se a um dos armários e abriu-o. Ele já imaginava que não haveria nada ali – já inspecionara os armários da sala anteriormente. Porém, usou a cabeça e resolveu compartilhar a sua idéia.


                -Provavelmente nada será encontrado de cara. No entanto, é só pensarmos. Se eles usaram uma superfície de madeira para cobrir o símbolo do grupo, era porque temiam que alguém encontrasse a sala. Deve haver fundos falsos nesses armários. Tentem encontra-los.


                Todos os alunos remexiam nos armários – até mesmo Draco e Kevin. Harry não pôde deixar de pensar que, quando a vida está em jogo, qualquer um abaixa a crista para salva-la.


                Harry voltou sua atenção para o armário. Tateou e encontrou o fundo falso na madeira em frente. Puxou com certa dificuldade e abriu-o. Novamente o círculo. O desenho era tão bem feito quanto o do palco.


                -Harry! Achei uma coisa! – chamou-o Jennifer, balançando nas mãos um pedaço de pergaminho.


                O garoto foi rapidamente até ela e tomou o pergaminho de suas mãos, com enorme ansiedade. Harry soprou, tirando o pó que estava sobre o pergaminho. E, no mesmo instante em que seus olhos bateram no pergaminho, Harry já leu os nomes dos fundadores do grupo secreto – sim, agora ele também tinha a absoluta certeza que se tratava de uma sociedade secreta. Os nomes dos fundadores... Os quatro nomes... Ele não podia acreditar... Seu coração pulsava forte, quase rasgando sua pele. Ele podia sentir as batidas doerem no peito, ecoarem em seus ouvidos...


 


 


 


 


 


SOCIEDADE SECRETA


 


JOVENS ANTI-TREVAS


 


Combatendo o mal que existe no mundo da magia


 


Fundadores:


Aluado, Rabicho, Almofadinhas, Pontas.


 


Membros:


 


Ludmylla Patil


Coddy Sawyer


Jane Reynolds


Frank Baker


Merita Chang


Calvin Yumi


Vinny Smith


Dennis Sheppard


Kleiton Parkinson


Hagrid


 


REPRESENTAÇÃO DE CADA JOVEM:


 


ESTRELA DE QUATRO PONTAS


Líderes


 


OLHO


O espião: Frank Baker, Kleiton Parkinson




SOL


Inteligência: Merita Chang, Calvin Yumi


 


COBRA


Investigação: Dennis Sheppard




ARANHA


Agilidade: Ludmylla Patil


 


LEÃO


Coragem: Coddy Sawyer




NUVEM


Membro Secreto: Hagrid




RAIO


Força: Vinny Smith


 


CRISTAL


Amizade: Jane Reynolds


 


E a representação de nossos inimigos:


 


CRÂNIO


O pior inimigo


Voldemort


 


LABAREDA DE FOGO


Prováveis inimigos


Lucio Malfoy, Brad Wallace, Crabbe, Ranhoso


 


 


Não nos responsabilizamos por futuros danos aos membros do grupo. Ninguém foi forçado a nada. Futuros danos, decapitações ou torturas sofridas estarão sob responsabilidade do próprio individuo.


 


 


 


               


Harry releu o conteúdo do pergaminho. Os nomes dos fundadores eram o que mais o abalava. Tinha que conferir novamente, para ter certeza de que aquilo não era uma arte produzida por sua mente.


                Não era. Lá estavam os nomes: Aluado, Rabicho, Almofadinhas, Pontas.


                Mas não era só isso que aquele pergaminho tinha de revelador. Cada um dos integrantes do grupo tinha o sobrenome das vítimas escolhidas pelo assassino.


                Harry olhou para os rostos curiosos que o encaravam. Voltou novamente sua atenção para o pergaminho e recomeçou a relê-lo, só que em voz alta.


                Harry aumentou sua voz na palavra Membros, e ia a aumentando a cada sobrenome. Os alunos que ouviam o nome do pai ou da mãe ser pronunciado ficava estático. Padma, Parvati, Christian, James e Jennifer pareciam ter ensaiado as mesmas expressões faciais por muito tempo.


                Harry só omitiu os nomes dos inimigos, para não provocar ataques em Malfoy.


                Após o término da leitura, Harry suspirou e retornou para o centro do palco, sobre o desenho do círculo.


                -O meu pai está entre os fundadores do grupo, assim como o pai ou a mãe de alguns de vocês está aqui também, na lista de participantes do grupo...O que houve, Rony?


                Rony erguia a mão no ar. Harry olhou e viu que o garoto segurava alguma coisa.


                -Tenho um papel aqui – falou Rony, já se encaminhando até o amigo - , e acho que pode ter alguma importância.


 


                MARCHA


 


A cada um que se alista


Coloca em risco a própria vida


Loucos, insanos, aventureiros?


Bobos, malucos? Ou, como diria,


Karkylus, o velho bobão: Idiota é o bruxo que arrisca a sua bunda,


Pode ficar com uma dor profunda.


* * *               


O brado ecoa, e a marcha se inicia.


E o penúltimo da fila, pula o primeiro


Logo o de cima se adianta, seguido do primeiro, do seguinte e do “lanterninha”


Riam quando o último mole desmaia, risadas, risadas na marcha dos Jovens Anti-Trevas, pois


Um do centro fura o outro, salta um, segue dois embaixo, dois encima, um desmaia, que agonia!


Gritaria, algazarra, varinhas em punho.


Contra as trevas marchemos, e jamais perderemos.


 


 


                Apesar de toda agonia crescente, Harry não pôde deixar de sorrir. A marcha dos jovens tinha todo o humor que cercava seu pai e seus amigos.


                -É uma espécie de esboço de uma canção-tema do grupo – falou aos ouvintes, sorrindo. – Alguém mais encontrou outra coisa?


                A mão de James se levantou.


                -É uma espécie de pergaminho com nomes de... inimigos.


                O garoto levou o pergaminho até Harry e o entregou. Com extrema curiosidade, Harry leu, em voz alta:


 


               


 


JOVENS ANTI-TREVAS


 


             LISTA DE INIMIGOS


 


                Um jovem do grupo jamais deve travar qualquer contato com um desses:


 


                VOLDEMORT


                LÚCIO MALFOY


                CRABBE


                BRAD WALLACE


                SEVERO SNAPE (RANHOSO)


 


 


                Harry olhou logo para Draco e Kevin, que o olhavam com expressões de desgosto.


                -Era só o que faltava! – explodiu Draco. – Vim para essa reunião idiota para ouvir ofensas sobre meu pai!


                -Draco, isso já estava escrito aqui, e os nomes deles, aliás, já apareciam nos desenhos do círculo – defendeu-se Harry. – E, de qualquer forma, ajudou.


                -Como? Ajudou somente a queimar mais o nome do meu querido pai e...


                -Ajudou porque encontramos mais sobrenomes que coincidentemente estão na lista negra de Michael Evans. Malfoy, Crabbe e Wallace.


                -Que história é essa de sobrenomes? – perguntou Draco, ainda irritado, com as bochechas avermelhadas.


                -Isso mesmo. Michael Evans está matando os herdeiros dos integrantes do grupo ou, como vimos agora, dos inimigos do grupo também!


                Um silêncio aterrorizante pairou na sala. Rostos tensos, nervosos, encaravam um ao outro, ante a bomba da revelação.


                -Agora resta a dúvida: por que essa obsessão de Michael por esse grupo secreto? Pra que matar os herdeiros dos integrantes e até dos inimigos?


                -Isso realmente é uma obsessão – opinou James. – Criar todo esse cenário macabro por causa desse grupo.


                -E atingindo justamente nós, que não temos nada a ver com isso – suspirou Parvati.


                -Será que nós, filhos, devemos pagar pelos erros de nossos pais? – perguntou Christian.


                -Mas que erros seriam esses? – falou Harry, com a cabeça confusa. – Quais foram os erros que eles tiveram que o levou a matar tanta gente?


                Harry respirou fundo e tentou fazer com que uma idéia viesse à sua mente. Nada. Por mais que passasse horas pensando sobre aquilo, nunca encontraria a resposta sobre esse ódio doentio de Michael em relação aos Jovens Anti – Trevas.


                -A reunião está dada por encerrada – falou, por fim, e os jovens começaram a sair da sala, em silêncio, talvez pensando em tudo que haviam encontrado, assim como ele fazia.


                O que doía em Harry era ter consciência de que pelo menos um deles sabia muito bem qual era a relação entre os crimes e o grupo dos Jovens Anti – Trevas.


                Michael Evans. Michael Evans, que acompanhava cada reunião junto com os inocentes. Michael Evans, que por trás de um daqueles rostos ajudava, opinava. Michael Evans, que, assim como aquela sala, estava camuflado, camuflado num corpo que não era dele.


                Harry virou-se novamente para o desenho no palco.


                Jovens Anti – Trevas.


                Qual segredo estava por trás desse grupo? Que segredo era esse que o tempo fizera questão de esconder? Por que Sirius e Lupin nunca tocaram no nome do grupo para ele?


                Ele iria descobrir. Ah, iria.


                A maldição de Michael havia ressuscitado aquele segredo.


                E, por mais esquecido que esse segredo estivesse, ele teria que vir à tona.


 


* * *


 


                Quando Rony caminhava pelo castelo junto com Harry – apesar de ser um final de semana, nenhum dos dois sentia a mínima vontade de sair – , encontrou Gina, que vinha aos pulos até ele, e passou por Harry como se, ali, houvesse um fantasma.


                -Ótimas notícias! – exclamou.


                -O que houve? – perguntou Rony, ansioso. Ele ansiava por boas notícias.


                -Mamãe me escreveu, contando que o pai de Úrsula está adorando o serviço do papai. E que o salário dele será dobrado!


                -Que bom, Gina – Rony sorriu, com sinceridade. O que mais esperava era que tudo em sua família se acertasse, após a terrível bomba que foi a foto de Gina ao lado de um Malfoy publicada nos jornais.


                -Estou indo agora mesmo atrás de Úrsula, para contar a novidade! E agradecer a ela, claro, pois sem ela nada disso teria acontecido.


                -Posso ir com você, Gina? – ofereceu-se Rony. – Úrsula merece agradecimentos pessoalmente.


                -Claro! Ela vai adorar. Vamos?


                Rony olhou para Harry, que sorriu. Sendo assim, Rony saiu com Gina atrás de Úrsula, deixando Harry sozinho.


                “Então, cada integrante do grupo era escolhido de acordo com uma característica, e cada desenho indicava essa característica. Se eu seguir a idéia de que cada símbolo indica uma das vítimas, e se somente os herdeiros são assassinados, como é que Hermione e Rony estão entre as vítimas se seus pais nunca estiveram no grupo? A estrela de quatro pontas era os líderes… Logo, Hermione e Rony estão na lista por serem os líderes junto comigo! Mas... Sim, isso pode ser considerado agora, mas a lista negra foi feita antes das nossas investigações, claro... Então eles entraram nessa apenas por serem meus amigos... Tenho que organizar tudo direitinho…”, e, nesses pensamentos, voltou às pressas para a sala camuflada na parede. Ao chegar, abriu um armário e, pegando um pedaço limpo de pergaminho, iniciou suas anotações, olhando atentamente para o círculo desenhado sobre o palco.


 


* * *


 


                Rony e Gina encontraram Úrsula no jardim. Ao vê-los, a garota abriu-se num enorme sorriso.


                -Como vão vocês? – perguntou, dirigindo-se aos dois, embora seus olhos só estivessem voltados para o rosto de Rony.


                -Estamos ótimos, e graças a você – respondeu Rony, também sorrindo, fazendo a jovem se derreter por dentro.


                -É – completou Gina. – Graças a você a nossa família está se estabilizando novamente.


                -Fico feliz em saber. Essa era a minha intenção ao arranjar o emprego para o pai de vocês e seus irmãos.


                -Ah, lembrei-me de que tenho que fazer... um dever de Poções – falou Gina, ligeiramente tensa. – Até mais, Úrsula.


                Os dois ficaram sozinhos. Rony, sem graça, resolveu que teria de se mandar também.


                -Eu deixei o Harry sozinho e... Acho que ele está me esperando. É melhor ir andando.


                Ia virando-se, quando Úrsula segurou seu braço.


                -Fique mais um pouco – pediu, ternamente.


                Rony cedeu ao pedido. Os olhos de Úrsula transmitiam um certo brilho que o fez atender ao pedido da garota. Lentamente, Úrsula segurou a mão do garoto.


                -Eu fico pensando se... Você guarda alguma mágoa em relação a mim... Por causa do que houve. Por eu ter denunciado a Hermione.


                Ela baixou os olhos, respirando fundo.


                -Claro que não, Úrsula – respondeu Rony, levantando o rosto da garota. – Não existe mágoa alguma. Você fez apenas o que tinha de ser feito.


                -Sabe o que é – falou ela, e Rony viu uma lágrima se formando no canto do olho esquerdo da garota. – Seria muito ruim eu perder sua amizade... Eu gosto muito de você, Rony.


                O garoto sorriu.


                -Eu também gosto muito de você, Úrsula.


                Ele foi pego de surpresa ao ver que o rosto da garota aproximava-se do seu. Úrsula passou uma das mãos no rosto dele, enquanto ia se aproximando da boca do garoto. Ela podia sentir a respiração ofegante do garoto ir de encontro ao seu rosto. Seus lábios estavam perto um do outro, muito perto...


 


* * *


 


                Harry fez suas anotações vorazmente.


                Quando finalmente atualizou a lista dos símbolos, suspirou e contemplou o seu trabalho:


 


CRÂNIO: O pior inimigo


Voldemort


 


LABAREDA DE FOGO: Prováveis inimigos


ANTES: Lucio Malfoy, Brad Wallace, Crabbe pai, Snape - DEPOIS: Draco Malfoy, Kevin Wallace, Crabbe filho, Snape


 


 


ESTRELA DE QUATRO PONTAS: Os líderes


ANTES: Tiago Potter, Sirius Black, Pedro Pettigrew, Remo Lupin - DEPOIS: Harry Potter, Hermione Granger, Rony Weasley.


 


 


OLHO: O espião


ANTES: Frank Baker, Kleiton Parkinson - DEPOIS: Christian Baker, Pansy Parkinson


 


SOL: Inteligência


ANTES: Merita Chang, Calvin Yumi - DEPOIS: Cho Chang, Jennifer Yumi


 


COBRA: Investigação


ANTES: Dennis Sheppard - DEPOIS: Charles Sheppard


 


ARANHA: Agilidade


ANTES: Ludmylla Patil - DEPOIS: Padma e Parvati Patil


 


RAIO: Força


ANTES: Vinny Smith - DEPOIS: James Smith


 


LEÃO: Coragem


ANTES: Coddy Sawyer - DEPOIS: Laurie Sawyer


 


CRISTAL: Amizade


Miss Reynolds (Tia Marie)


 


NUVEM: Membro Secreto


Hagrid


 


 


                -Então... tudo pronto! – exclamou. – Deu trabalho, mas valeu a pena. Esse assassino não perde por esperar. As peças estão se encaixando, e logo, logo...


                Três batidas na porta camuflada sobressaltaram-no. A maçaneta girou e Gina entrou na sala, um pouco hesitante.


                -Desculpe te incomodar, mas... É que eu... Preciso conversar com você.


                Harry a olhou, embora evitasse os seus olhos. O que ocorrera entre eles ainda estava muito claro na mente dos dois.


                -Pode falar. É sobre os assassinatos?


                -Não... É sobre nós.


                Harry engoliu em seco, porém fez o máximo de esforço para não demonstrar o nervosismo.


                -Pode falar...


                Gina tomou ar para começar, mas foi interrompida por ruídos que vinham do lado de fora. Pareciam terrivelmente com gritos.


                Os olhos arregalados da menina encontraram os igualmente arregalados de Harry. Os dois empalideceram numa rapidez assombrosa.


                -Foram... gritos – murmurou Harry, perdendo a voz. Já podia imaginar o que ocorria do lado de fora.


                Os gritos cessaram, mas o silêncio que se seguiu foi ainda mais perturbador. Harry e Gina esperaram, apenas ouvindo as próprias respirações.


                Não tinham como observar o que acontecia do lado de fora, pois a porta camuflada não tinha frestas.


                O silêncio... As respirações ofegantes...


                Murmúrios, que ordenavam alguma coisa do lado de fora...


                Fogo... Havia fogo começando a queimar a porta, a incendiar rapidamente.


                Uma risada... E passos se afastando.


                Harry tentou uma aproximação da porta, uma fuga, mas o fogo já a dominava. Não havia escapatória, não havia alternativa de fuga.


                Colocou a mão no bolso das vestes, à procura da varinha, mas, surpreendentemente, a varinha não estava em seu bolso.


                Olhou para Gina, que também não encontrara a sua.


                Não havia escapatória.


                Estavam presos numa ratoeira.


                Harry sentiu o coração disparar ainda mais, quando viu que, por trás do fogo que já corroera grande parte da porta, começava a surgir um rosto...


 

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