Desconfiança

Hermione acordou quando os primeiros raios de sol invadiram o quarto. Estava com as costas doendo por ter dormido em uma poltrona, mas não estava se importando com isso agora. Aproximou-se da menina, que ainda estava dormindo e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha dela.

- Hoje vai acabar tudo isso! – disse – E logo você vai estar em casa novamente.

A porta do quarto se abriu e o curandeiro entrou no local.

- Bom dia senhorita Granger! – disse sorrindo – Eu preciso fazer alguns exames na Roselie antes de começarmos o transplante.

- O Harry já chegou? – quis saber.

- Sim! – balançou a cabeça afirmativamente – Ele está na sala de exames.

- Eu posso ir até lá vê-lo? – perguntou.

- Pode sim! – falou – Acho que já sabe onde fica a sala.

- Sei sim! – assentiu – Vou até lá agora.

Foi andando até o local em que havia estado no dia anterior. O moreno estava sentado em uma poltrona e com o braço apoiado em um dos encostos.

- Mione! – sorriu ao vê-la.

- Tudo bem? – o viu balançar a cabeça afirmativamente – Não se preocupe, isso tudo vai acabar logo.

- Como está a Rose? – ele quis saber.

- Ainda está sobre o efeito de poções! – explicou – Não tem idéia do quanto eu estou aliviada por esse pesadelo estar para acabar.

- Eu também Mione! – mexeu levemente no cabelo dela – Eu também.

A abraçou, nesse mesmo momento uma enfermeira entrou no local e os dois se separaram.

- Bom dia senhor Potter! – a mulher disse enquanto mexia em um monte de papeis em sua mão – Vamos começar logo com isso.

- Quanto antes melhor – suspirou pesadamente – Assim a Rose pode receber o transplante e ficará melhor rápido.

- Eu tenho certeza de que o senhor quer muito que a sua filha melhore rápido – sorriu rapidamente – E ela vai, eu posso garantir.

Hermione se sentiu bastante incomodada e apertou levemente a mão do homem. Agora não tinha mais jeito, o seu segredo teria que ser revelado o mais rápido possível.

- O processo é o mesmo que o do exame, que o senhor já deve ter feito – ela começou a explicar – Nós tiraremos uma pequena quantidade de magia, que o seu corpo, que vai se recuperar em poucos dias. Mas, só por garantia, tente não fazer feitiços complexos por uma semana.

- Tudo bem! – deu de ombros – Você vai ficar aqui comigo?

- Eu ia ver se o Rony já chegou – olhou para o seu relógio de pulso – Ele disse que chegaria aqui bem cedo.

- Por favor, Mione! – ele fez cara de cachorro sem dono.

- Está bem! – suspirou pesadamente se sentando ao lado do amigo – Vai demorar muito?

- É claro que não! – foi a enfermeira quem respondeu.

- Você vai segurar a minha mão? – pediu – Assim eu não vou ficar com medo.

- Deixa de ser bobo Harry! – deu um tapa de leve no braço dele – Você para uma criança.

- E se eu desmaiar? – tinha um sorriso maroto nos lábios – Você vai cuidar de mim.

- Não tem um que temer, é igual a tirar sangue – revirou os olhos impaciente – Aliais, eu não preciso te contar isso.

- Acabou! – a enfermeira avisou enquanto retirava um soro com um liquido dourado dentro - Vou levar isso lá em cima.

- E não doeu nada! – Harry comentou – Na verdade, eu nem reparei.

A morena riu levemente. Não entendia como ele conseguia ser tão infantil às vezes.

- Vocês podem ir para fora – a outra completou – O médico vai lá avisar quando o transplante acabar.

Foram caminhando até a recepção do hospital. No mesmo momento avistaram Rony sentando em um dos sofás. Ele se levantou e caminhou até os dois.

- Oi meu amor! – deu um selinho rápido da na “esposa” – Como estão as coisas?

- Vão começar o transplante a qualquer momento – suspirou pesadamente e sentou.

- Eu vou até a lanchonete tomar café-da-manhã – o de olhos verdes avisou – Depois disso, eu vou para casa. Alvo me mata se eu não levar notícias logo. E mais tarde eu volto para saber como está a Rose.

O casal assentiu antes de ver o amigo entrar no elevador.

- Acho que tudo que podemos fazer agora é rezar – Hermione comentou alguns segundos depois.

- Vai dar tudo certo Mione! – abraçou – Acredite em mim.

Ficaram mais alguns minutos apenas encarando a parede branca a sua frente.

- Sabe o que ainda me deixa confuso – voltou a falar a olhando – O curandeiro disse que somente parentes próximos podem ter magia compatível. Mas, no final, quem doou a magia para a Rose foi o Harry.

A morena engoliu seco. Ela estava totalmente perdida naquele momento.

- Foi você quem pediu para o Harry fazer o exame? – balançou a cabeça afirmativamente – Tem alguma coisa que você quer me contar?

- Na verdade eu tenho! – não conseguia encará-lo naquele momento – Mas será que a gente pode conversar sobre isso depois que a Rose estiver em casa e eu não estiver mais com milhões de coisas na cabeça?

- Tudo bem! – aceitou por fim – Eu vou esperar o momento certo.

Duas horas se passaram e eles ainda estavam esperando alguma noticia. Já estavam ficando impacientes, quando o médico apareceu.

- E então? – o ruivo se levantou na mesma hora em que avistou o outro homem.

- Foi um sucesso! – percebeu que eles estavam bem aliviados – Ela vai precisar ficar em observação por meia hora, depois, vocês vão poder vê-la.

- Obrigado doutor! – disse antes de vê-lo se afastar – Eu disse que ela ficaria bem.

- É mesmo! – ela se levantou, mas em seguida, teve que sentar novamente.

- Você tomou café da manhã Mione? – aproximou-se dela um pouco preocupado.

- Para falar a verdade não! – respondeu meio envergonhada – Estava tão preocupada com a Rose que não pesei nisso.

- Vamos até a lanchonete – avisou a ajudando a se levantar – Precisa se alimentar, ou você quem vai ficar doente.

- Tudo bem! – suspirou pesadamente e revirou os olhos – Vamos lá.

Ela tomou um chá gelado e comeu uma torrada com geléia, seu estomago não agüentaria mais nada. Em seguida foram até o quarto de Rose e ficaram duas horas lá dentro.

Acho que eu vou avisar para a família que está tudo bem e também vou buscar as crianças – o homem avisou - E você, vai ficar aqui?

- Sim! – balançou a cabeça afirmativamente – Só vou conseguir sair daqui quando a Rose estiver acordada.

Ele se despediu e saiu.

Fechou um pouco as cortinas para poder entrar menos claridade e, depois, se sentou na poltrona e ficou encarando a porta. A porta se abriu e Harry entrou no local.

- Oi! – acenou para ele enquanto se aproximava da cama e dava um beijo na testa da menina – Me disseram que você está aqui, então eu também vim.

Aproximou-se dela e viu que a amiga suspirou pesadamente.

- Você parece preocupada! – observou enquanto passava a mão pelo rosto dela – O que aconteceu?

- O Rony percebeu que tinha alguma coisa errada – explicou – E começou a me fazer perguntas.

- Era obvio que isso iria acontecer depois da história do transplante – lembrou – Você contou para ele que Rose é, na realidade, minha filha?

- Consegui um tempo para ele, até a Rose sair do hospital – continuou – Acho melhor eu conversar sozinha com ele. E, no mesmo dia, você conversa com a Gina.

- Está bem! – balançou a cabeça – Sabíamos que isso um dia iria acontecer. Até já havíamos combinado isso.

- Eu sei! – revirou os olhos – Mas, eu fico cada vez mais nervosa sabendo que o momento está chegando.

- Vai dar tudo certo! – ajudou a amiga a se levantar a abraçou levemente – Ele vão entender o nosso lado, afinal, já se passaram tantos anos.

- Acho que eu nunca vou saber como te agradecer Harry! – sorriu antes de olhar rapidamente para a filha – Você salvou a vida dela.

- É minha filha também! – lembrou – Não fiz mais do que minha obrigação.

- E eu queria te pedir desculpas por todas as vezes que eu disse que foi um erro termos uma filha juntos – continuou – Na verdade, foi a melhor coisa que já me aconteceu.

- Tudo bem Mione, eu entendo que você dizia isso no calor da discução – deu um rápido beijo na testa dela – A Rose também foi à melhor coisa que já me aconteceu. Por que foi ao seu lado.

Foi se aproximando a beijou profundamente. Ficaram lá por algum tempo até a porta foi aberta e eles se separaram rapidamente e viram o curandeiro.

- Desculpe interromper – disse parecendo envergonhado por ter presenciado aquela cena – Eu preciso fazer alguns exames na Roselie.

- Já estamos saindo! – Hermione avisou, também estava bastante envergonhada, seu rosto estava vermelho.

Caminharam até a recepção e se sentaram em um dos sofás do local.

- Acha que ele está achando que temos um caso? – a morena estava bastante preocupada.

- Acho que ele tem certeza! – riu divertida – Afinal, ele deve ter percebido que eu sou o pai verdadeiro da Rose, já que fui o único que pode doar a magia.

- Era só o que me faltava! – colocou as mãos na cabeça.

- Não se preocupe Mione! – a abraçou, fazendo com que a cabeça dela encostasse no seu ombro – Ele não vai contar nada para o Rony.

- Deram um selinho rápido. Ela sabia que isso era totalmente errado, mas não conseguia se afastar.

- O que acha de irmos até a lanchonete tomar um chá? – ele sugeriu.

- Boa idéia! – concordou.

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