Namoro escondido



A aula de história da magia era a única que a Grifinória e a Corvinal tinham juntas. Era o último dia de aula antes do início das férias de verão e todos já estavam muito cansados, principalmente por não estarem fazendo nada.


Finalmente o sinal indicando o fim da aula tocou e os alunos do primeiro ano começaram a sair da sala de aula.


- Eu já não gostava de história da magia! – Alvo suspirou enquanto ele e a prima andavam pelo corredor lotado – Hoje como nós não tínhamos nada para fazer, percebi que eu tenho toda certeza.


- História da magia não é tão ruim assim! – a garota comentou rindo levemente – E pense que amanhã estaremos voltando para Londres.


- Acho que foi somente por isso que eu sai da cama de manhã – suspirou pesadamente – Porque essas aulas estão terríveis.


Andaram mais um pouco e pararam em frente a porta que dá para os jardins do castelo.


- Qual é a sua próxima aula? – Rose perguntou.


- Transfiguração – respondeu – Ainda não acredito que essa vai ser a última aula como alunos do primeiro ano.


- Agora eu tenho herbologia! – comentou – Acho que a gente se vê vai mais tarde no salão principal, para vermos as notas finais.


- É! – concordou com a cabeça.


- Rose! – Catharina se aproximou dos dois – Vamos logo para aula. Sabe que o professor Longbotom não gosta que a gente se atrase.


- Tem razão! – concordou – A gente se vê? – virou-se para o garoto.


- A gente se vê! – confirmou.


A menina deu um rápido beijo na bochecha dele antes de sair andando em direção a estufa de plantas.


A última aula do dia demorou bastante para acabar, quando sinal tocou todos estavam bastante aliviados. Rose saiu rapidamente, queria dar uma volta antes voltar para o castelo já que não teria tempo depois do jantar, pois ia terminar de arrumar a aula.


Percebeu que havia alguém encostado na árvore em frente ao lago e resolveu ir ver quem era. Quando se aproximou mais, percebeu que se tratava de Scorpion Malfoy.


- Oi! – o cumprimentou – Posso me sentar aqui?


- Claro! – deu de ombros – É um país livre.


- Você está triste! – continuou – Nem parece que vai para casa amanhã.


- Acho que eu não quero voltar para casa amanhã – olhava para um ponto fixo no horizonte.


- Por que não? – achou estranho – É sempre bom estar com a família.


- Não tenho tanta certeza se isso é mesmo bom – suspirou pesadamente – Por mim, eu ficaria aqui em Hogwarts, sozinho.


- Acho que eu já vou indo! – ela se levantou – A gente se vê qualquer hora dessas.


- Espera! – segurou o braço dela, a impedindo de andar – Estou precisando desabafar com alguém.


- Pode falar! – sentou ao lado dele novamente – Sou toda ouvidos.


- Recebi uma carta do meu pai ontem à noite! – começou – Ele e a minha mãe estão se divorciando.


- Que coisa horrível! – ficou triste por ele.


- Ele nem me disse qual o motivo! – suspirou – Apenas que a gente conversa quando eu chegar em casa.


- Nem consigo imaginar como é passar por uma situação dessas – comentou – Ainda bem que os meus pais são muito felizes juntos.


- Eu também pensava que os meus eram! – olhava para os próprios sapatos – Então eu recebo essa noticia.


- É por isso que não quer voltar para casa? – viu o garoto balançar a cabeça afirmativamente – Acho que você não está fazendo a coisa certa.


- Por que não? – a olhou desconfiado.


- Não querer voltar para casa é tentar fugir do seu problema – explicou calmamente – E nesse caso você tem que encarar tudo de frente.


- Será que é mesmo o melhor a se fazer? – virou-se para olhá-la melhor.


- É claro! – balançou a cabeça afirmativamente – não vai ser fácil se acostumar com essa idéia, mas, com o tempo, você pode ir se acostumando.


- Obrigado pelo conselho! – a abarcou – Estava mesmo precisando de alguns conselhos.


- Por que não pediu ajuda para os seus amigos? – quis saber.


- Não converso com ninguém da minha casa! – parecia bastante envergonhado nesse momento – Acho que eles não gostam muito de mim.


- Entendo o que você quer dizer – comentou – Quando eu cheguei aqui, me sentia um peixe fora d’água. Sorte que eu tinha os meus primos.


- Eu não tive tanta sorte assim – completou.


- O que acha de irmos até o salão principal – sugeriu – Eles já devem ter colocado as notas finais.


- Boa idéia – concordou.


Foram conversando durante todo o caminho até o castelo. Aquele seria o começo de uma bela amizade.


Viu que o primo estava esperando por ela na porta do salão principal.


- Rose! – disse assim que a viu – Por que você demorou tanto? Toda a sua turma de herbologia já está La dentro.


- Resolvi dar uma volta! – explicou como se fosse a coisa mais natural do mundo – Então eu encontrei o Scorpion e a gente ficou conversando.


- Oi! – olhou atravessado para o outro garoto.


- Acho que já vou indo ver a minha nota! – avisou antes de deixar os outros dois sozinhos.


- Não sabia que vocês agora eram amigos? – pareceu bastante irritado.


- Hoje foi a primeira vez que nós conversamos! – avisou – Mas ele é bem legal. Seria legal se nós três fossemos amigos. Seriamos o novo trio de Hogwarts.


- Já disse o que penso sobre ele! – cruzou os braços – Ele é um Malfoy.


- Alvo! – riu divertido – Se eu não te conhecesse diria que você está com ciúmes.


- Só você mesma Rose! – riu balançando a cabeça negativamente – Vamos entrar? – estendeu o braço para ela.


- Claro! – concordou.


Os dois passaram com excelentes notas. O que os deixou bastante felizes, sabiam que seus pais ficaram muito orgulhosos.


- Sabe Rose! – o garoto estava encarando o chão muito nervoso – Eu queria falar uma coisa com você.


- Está bem! – concordou.


Foram se sentar em um banco que ficava em um local isolado do jardim. Onde ninguém poderia incomodá-los ou vê-los.


- Acho melhor eu ir direto ao assunto! – começou.


- Por mim tudo bem! – concordou – Fale logo, eu estou curiosa.


- Sabe Rose! – suspirou pesadamente – Já tem algum tempo que eu estou tentando uma aproximação e você está sempre me evitando.


- Sempre que é possível estamos juntos – ela não estava entendo nada – Eu nunca te evitei.


- Estou falando em te beijar! – seu rosto estava extremamente vermelho – Sempre que eu tento você se afasta.


- Então é sobre isso que você está falando – não estava conseguindo olhá-lo diretamente.


- Por que você foge de mim? – segurou a mão dela.


- Não é isso! – tentou explicar, mas por algum motivo, sua voz não queria sair direito – Só que é estranho.


- Não vejo nada de estranho isso! – deu de ombros – Qual o problema da gente se beijar?


- Nós somos primos! – algumas lágrimas começaram a se formar no canto dos seus olhos – Como vamos explicar isso para a nossa família?


- “Temos uma coisa para contar: estamos namorando” – disse de forma natural – É simples.


- Não é tão simples assim! – suspirou pesadamente – E se os nossos pais não aceitarem?


- Então a gente foge! – respondeu simplesmente.


Ela riu levemente.


- Rose! – segurou delicadamente o rosto da garota – Já tem algum tempo que estou sentindo algo diferente em relação a você. E não vem me dizer que você não sente o mesmo, posso ver nos seus olhos.


- Está bem, eu admito! – concordou com a cabeça – Mas não podemos simplesmente começar a namorar.


- É claro que podemos! – se levantou e, depois, se ajoelhou em frente a ela – Roselie Marie Weasley. Você aceita ser minha namorada?


Ela ficou algum tempo em silêncio parecendo pensar muito bem no assunto.


- Eu aceito! – respondeu por fim – Mas com uma condição.


- Qualquer coisa que você quiser! – ele tinha um enorme sorriso nos lábios.


- Vamos manter isso em segredo dos nossos pais, pelo menos por enquanto – pediu – Enquanto isso a gente vai preparando eles para receberem a noticia.


- É claro! – balançou a cabeça afirmativamente – Acho que será melhor assim mesmo.


Beijaram-se profundamente, eles passaram mais algum tempo no local conversando sobre várias coisas e namorando também.


- Está na hora do jantar! – Alvo lembrou.


- Vamos indo então! – se levantou.


- O que acha de jantar na mesa da Grifinória hoje? – pediu – Ainda não estou pronto para me separar de você.


- Está bem! – concordou – Acho que eu também não vou conseguir ficar longe de você – deram um rápido selinho antes de seguiram de volta para o castelo,


O jantar foi bastante tranqüilo. Houve um discurso da diretora McGonagal anunciando o fim do ano letivo e que estava esperando todos no inicio de setembro.


Logo depois o novo casal se despediu e cada um seguiu para o seu salão comunal. A morena se assustou quando viu a amiga sentada em frente a janela, parecia estar esperando por ela.


- Oi Rose! - se levantou e foi andando em direção a ela – Pensei que nós fossemos amigas.


- E nós somos! – estranhou aquela atitude – O que faz você pensar o contrário?


- Por que você não me contou o que está acontecendo entre você e o Alvo? – foi direto ao assunto – E nem pense em negar. Eu vi vocês dois juntinhos hoje na hora do jantar.


- Ele me pediu em namoro hoje! – estava encarando os próprios pés – Eu não te contei porque pensei que você fosse ficar chateada.


- E por que eu ficaria chateada? – cruzou os braços a encarando.


- Eu sei que fosse esperava ter uma chance com o Alvo – se sentou em um dos sofás que tinham lá – Não pense que eu fiz de propósito, não posso controlar isso.


- Eu já superei isso! – explicou- Acho que nunca gostei realmente dele. Só achei que seria legal ser vista junto com ele pelo colégio.


- Sério? – tinha um leve sorriso nos lábios.


- É claro! – se sentou ao lado da amiga – E eu realmente espero que vocês dois sejam felizes.


- Obrigada Cath! – a abraçou – Você é mesmo uma grande amiga.


No dia seguinte de manhã todos os alunos acordaram bem cedo. Alguns para terminar de arrumar a mala e outros para aproveitar as poucas horas que ainda tinham dentro do colégio.


Às 11 horas o expresso de Hogwarts saiu da estação de Hogsmead, seria uma longa viagem até Londres e os alunos teriam bastante tempo para conversarem. Alvo e Rose estavam sozinhos em um vagão no final do trem, ela lia um livro deitada nas pernas do namorado, que olhava a paisagem fora da janela.


- Como vamos fazer para os nossos pais não desconfiarem que estamos juntos? – ele perguntou, de repente.


- Vamos ter que ficar o mais longe o possível um do outro – explicou – E teremos que sair daqui separados.


- Está bem! – concordou – Espero que dê certo.


- Vai dar certo! – estava com bastante certeza.


Já estava de noite quando chegaram a estação King cross. O desembarque foi um “sucesso”, ninguém desconfiou que estava acontecendo alguma coisa.


Foram todos andando juntos até o estacionamento. Quando já estavam chegando nos carros, Harry chegou mais perto de Hermione.


- Não se esqueça! – sussurrou – Amanhã na sua casa, vamos contar a verdade para todos.


- Pode deixar que eu não esqueci! – disse da mesma maneira.


Não demorou muito para chegarem em casa. Rose estava com saudades daquele lugar.


- Eu vou para o meu quarto! – ela avisou – Descansar um pouco.


A morena se sentou no sofá e suspirou levemente, em menos de 12 horas todo aquele pesadelo iria acabar. Aquele segredo guardado a sete chaves estava prestes a ser revelado.


- Sabe Mione! – Rony se aproximou dela e a abraçou nos ombros – O que acha de irmos jantar fora?


- Boa idéia! – concordou – Vou avisar as crianças – se levantou e caminhou em direção as escadas,


O primeiro quarto que avistou foi de sua filha mais velha. Entrou no quarto bem devagar, pois sabia que ela estava descansando. Mas não foi o que aconteceu, Rose estava desmaiada no chão.


- Rony! – gritou – Socorro.

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