Indo para Hogwarts
Já era uma tradição na família Weasley que tivesse um grande almoço na Toca na véspera do embarque para Hogwarts, e nesse ano não foi diferente. Os mais velhos estavam em uma mesa enquanto os mais novos estavam em outra.
- Em que casa vocês acham que vão ficar? – Victorie perguntou para os dois primos que iriam para a escola bruxa pela primeira vez – Já tem alguma idéia.
- Eu vou para Grifinória! – a menina disse com bastante certeza na voz – Meu pai disse que nenhum Weasley esteve em outra casa.
- Isso é verdade! – a outra balançou a cabeça afirmativamente.
- Eu também queria ficar na Grifinória – foi a vez de Alvo falar – Mas não tenha tanta certeza assim.
- Mas é claro que você também vai! – Rose tentou alegrar o primo – Apesar de você ser um Potter, também é um Weasley.
- Sei de tudo isso! – concordou – Mas já cheguei até a sonhar com o dia da seleção das casas. O chapéu seletor vai me dizer: você não tem nenhuma qualidade de um Grifinório.
- Você pode parar em qualquer casa! – foi a vez de Allan dizer – Desde que não seja na Sonserina.
- Verdade! – todos concordaram.
- Não entendo o que vocês têm contra os sonserinos – Laura disse dando de ombros – Eu converso com os que têm aula comigo e eles são até legais.
- Não liguem para o que a minha irmã diz – a mais velha disse – Às vezes ela fica um pouco desligada das coisas.
- Continuo a não entender! – suspirou pesadamente – Acho essa rivalidade ridícula!
- Sonserinos e Grifinórios nunca se deram bem! – tentou explicar – É simplesmente assim e acabou.
- E por que não podemos mudar isso! – sugeriu – Podemos ser todos amigos.
Nesse momento, todos começaram a rir.
- Meu pai disse que os alunos da Grifinória tentam acabar com essa rivalidade há anos – Rose disse – Mas os sonserinos simplesmente não colaboram.
- Então esta bem! – a garota concordou por fim – Não vou dizer mais nada.
O almoço de família terminou mais cedo, pois todos teriam que acordar cedo para irem a King cross.
- Eu vou colocar a Dominique no berço! – Hermione avisou assim que chegaram em casa.
- Já terminou de arrumar a sua mala? – o homem perguntou para a filha mais velha assim que eles se sentaram no sofá.
- Já está tudo pronto desde ontem à noite! – respondeu – E já conferi milhões de vezes, não quero esquecer nada em casa.
- Sua mãe também sempre fazia isso, e ainda insistia para que eu e seu tio Harry fizéssemos a mesma coisa, mas, é claro que deixávamos tudo para última hora – comentou – Mas nada disso tem problema, qualquer coisa que vocês esqueçam te mandamos pelo correio coruja.
- Não quero dar trabalho para vocês – explicou – Além disso, gosto das minhas coisas extremamente organizadas.
- Como queira! – deu de ombros antes de levantar – Vou beber um copo d’água.
- Pai! – a menina disse parada na porta da cozinha.
- O que foi? – virou-se para ela.
- Acha que eu vou para a Grifinória? – quis saber um pouco receosa.
- É claro que sim! – disse se aproximando dela – Você é bastante corajosa, a principal característica dos alunos da casa.
- É que, às vezes eu acho que vou mesmo para a Grifinória – continuou – Mas depois eu penso que não.
- Nós já conversamos sobre isso! – completou – Você vai para a Grifinória ou o meu nome não é Rony Weasley.
- Está bem! – riu levemente.
No dia seguinte todos acordaram bem cedo. Depois de tomarem café da manhã esperaram mais um pouco para se arrumar, pois o trem só sairia da plataforma 9½ mais tarde.
- Já liguei para a minha mãe! – a mulher avisou assim que entrou no quarto – Daqui a pouco ela vai estar chegando.
- E por que ela vem para cá? – o ruivo quis saber.
- Ela vai cuidar da Dominique enquanto vamos deixar a Rose na estação de trem – respondeu como se fosse a coisa mais obvia do mundo – Não quero que ela vá para aquele lugar tão tumultuado, ainda é muito pequena.
- Acho que você tem razão sobre isso! – concordou com a cabeça – É melhor a sua mãe fique aqui com ela.
Nesse momento, ouviram batidas de leve na porta.
- Mãe! Pai! – era a voz da filha mais velha – Posso entrar?
- Claro! – disseram ao mesmo tempo.
- Eu só queria saber se já posso ir com o uniforme de Hogwarts? – perguntou rapidamente - Estou louca para usá-lo.
- Está bem! – Hermione disse sorrindo – Mas coloque um casaco cumprido por cima dele. Não queremos que os trouxas te vejam vestida assim.
- Pode deixar! – concordou antes de sair do local.
- Ainda não acredito que ela já está indo para Hogwarts! – o homem comentou se sentando na beirada da cama.
- É verdade! – concordou com a cabeça – Ainda me lembro de quando ela era um bebê.
- Era o bebê mais lindo de todos! – ele tinha um sorriso bobo no rosto nesse momento.
Foi quando ouviram um choro de bebê.
- Falando em bebê! – a morena começou a rir – A Dominique precisa de mim – saiu rapidamente do quarto.
Um pouco mais tarde, todos estavam arrumados e as malas já estavam no carro.
- Ainda não acredito que é a primeira vez que vou dirigir oficialmente com carteira de motorista – Rony disse parecendo bastante feliz – Isso é tão emocionante.
- Verdade! – a mulher estava andando de um lado para o outro e olhava no relógio a cada cinco segundos – Só não se empolgue muito ou pode acabar fazendo alguma besteira.
- Até parece que você não confia em mim! – fingiu-se de ofendido.
- É claro que eu confio em você – ainda parecia bastante ansiosa – Mas onde será que está a minha mãe. Daqui a pouco vamos perder a hora do trem.
- Não se preocupe com isso meu amor! – a segurou pelo ombro tentando reconfortá-la – Ainda temos bastante tempo.
Não demorou muito até a senhora Granger aparecer. Hermione ainda deixou algumas recomendações antes de saírem.
A despedida dos filhos foi bastante dolorosa, principalmente para os que estavam indo pela primeira vez. Mas logo eles foram embora, todos os alunos estavam bastante empolgados com a expectativa do novo ano letivo.
Os dois casais de amigos, juntamente com os filhos, estavam saindo da passagem secreta e indo para a parte trouxa da estação.
- O que acham de irmos todos almoçar em algum restaurante? – Harry sugeriu quando pararam para conversar em frente ao estacionamento.
- É uma boa idéia! – os outros concordaram.
- Eu só preciso avisar a minha mãe que vamos demorar mais um pouco – ela pegou o celular dentro da bolsa (usado somente para emergências) – Ainda bem que deixei bastante fralda e uma mamadeira pronta.
- Não sei se eu estou com vontade de ir almoçar fora! – a outra mulher disse suspirando pesadamente – Estou um pouco cansada.
- Deixa de ser estraga prazeres Gina! – Rony falou para a irmã – Você precisa se divertir um pouco.
Foi então que Draco e Pansy passou por perto deles e decidiu parar para cumprimentá-los.
- Olá Potter! Weasley! – falou olhando para os antigos inimigos da época de colégio – Como vocês estão?
- Muito bem! – o de olhos verdes respondeu.
- Desculpe-me não ter falado com vocês na plataforma – disse – É que estávamos com pressa de colocar Scorpion no trem.
- Sem problemas! – o moreno deu de ombros.
- Seus filhos também foram para Hogwarts pela primeira vez não é? – viu os outros dois balançarem a cabeça afirmativamente – Quer dizer que os três vão ser do mesmo ano.
- Com apenas a diferença das casas – Rony completou.
- Mas provavelmente devem ter alguma aula juntos – explicou – Quem sabe eles não acabam virando amigos.
- Não se depender de mim! – o ruivo disse baixinho, fazendo com que só o melhor amigo escutasse.
- Eu tive uma idéia! – Gina disse – O que acham de convidá-los para almoçar com a gente – Assim vocês podem conversar mais.
- Pensei que você não quisesse ir! – estranhou a atitude dela – O que te fez mudar de idéia irmãzinha?
- O que você disse – respondeu – Tenho mesmo que me divertir um pouco.
- Por mim nós vamos! – o loiro respondeu – O que você acha Pansy?
- Claro! – concordou.
- Já podemos ir! – a outra mulher apareceu, mas parou de falar quando viu as novas companhias – O que você está fazendo aqui Malfoy?
- Olá para você também Granger! – respondeu sarcasticamente – Eu vou almoçar com vocês.
- Isso é verdade? – os outros responderam positivamente – Então está bem – deu de ombros.
O restaurante que escolheram não ficava muito longe da estação de trem, por isso preferiram ir a pé. Conseguiram uma mesa grande onde todos puderam sentar e ficaram o tempo todo conversando como se fossem todos velhos amigos de infância.
- Ainda não acredito o quanto brigávamos durante o tempo de colégio! – o loiro comentou rindo – Deveríamos ter virado amigos há mais tempo.
- Nós não viramos amigos – Rony sussurrou para a “esposa”, que deu um chute na canela dele.
- Rony! – o reprimiu.
- Mas eu to falando a verdade – insistiu – E se depender de mim, nunca vamos ser amigos.
- Como queira! – suspirou pesadamente.
- Mas você passou os sete anos em que estivemos em Hogwarts acreditando nas idéias de Voldemort e detestando os Grifinórios - foi à vez do de olhos verdes comentar – Por isso não tinha a menor chance de sermos amigos.
- Nós fazemos cada besteira quando somos novos – comentou – Ainda bem que mudei meus pensamentos antes que fosse tarde demais.
- É mesmo! – concordou.
- E também consegui fazer a Pansy mudar de lado depois do fim da guerra – olhou para a esposa – E pudemos ser felizes e ter uma família linda.
- Exatamente! – mulher sorriu – E eu queria pedir desculpas por qualquer coisa ruim que eu tenha dito para vocês.
- Claro! – os três disseram ao mesmo tempo.
Nesse momento, a morena viu que Draco segurou levemente a mão de Gina, que se afastou quando percebeu que a “cunhada” estava olhando.
- Acho melhor nós irmos embora Rony! – ela disse logo em seguida.
- Mas já? – Harry se espantou – Ainda vamos pedir a sobremesa.
- É por causa da Dominique! – lembrou – Ela está bem com a minha mãe, mas daqui a pouco está na hora dela mamar.
- A Mione tem razão! – o homem concordou – Vamos embora logo.
Despediram-se dos outros antes dos três irem embora para casa. Assim que chegaram, viram que o bebê estava chorando incontrolavelmente, então, Hermione foi amamentá-la. Um pouco depois o ruivo entrou no quarto.
- Obrigado por ter dito que tínhamos ido embora – disse parecendo bastante aliviado – Não iria agüentar ficar mais um minuto no mesmo lugar que o Malfoy.
- Sabe que precisa parar com essa rivalidade – observou – Isso é coisa de criança.
- Sei disso! – concordou – Mas não consigo aturar o Malfoy, não consigo aceitar que ele tenha mudado.
- Mas ele mudou – lembrou – Já tivemos várias provas disso.
- Mesmo assim fomos embora daquele lugar – completou – Eu fiquei feliz mesmo assim.
- Eu não fiz isso por causa do Malfoy – explicou – Foi por causa da Dominique mesmo.
- Você pode até tentar me enganar, mas sabe que não consegue – tinha um sorriso maroto – Você deixou uma mamadeira pronta.
- Não é a mesma coisa – deu de ombros – Sabe que como é importante para um bebê a presença da mãe.
- Mas também não precisa exagerar – riu levemente – Pode me contar exatamente o que houve.
- Eu vi o Malfoy segurando a mão da Gina embaixo da mesa – finalmente contou.
- Você está achando que os dois têm um caso? – viu a mulher balançar a cabeça afirmativamente – Não acho que a minha irmã seja capaz disso.
- Mas se for verdade, ela está enganando o Harry – ficou encarando o chão – Ele e nosso melhor amigo, não podemos deixar isso.
- Não temos certeza de nada Mione – falou – Além disso, não podemos nós meter nos problemas deles.
Ela não disse mais nada, mas tinha certeza de que iria investigar melhor essa história.
Enquanto isso, o expresso Hogwarts ainda estava a caminho do colégio de bruxaria. Em um dos últimos vagões do trem Rose e Alvo estavam sentados um em frente ao outro conversando.
- Acho que já devemos estar chegando! – a menina disse olhando pela janela.
- Pelo tempo em que estamos aqui é o que parece – concordou.
- Então vai logo trocar de roupa! – sugeriu – Não quer entrar no salão principal usando vestes trouxas.
- Tem razão! – pareceu se lembrar nesse mesmo momento – Já vou lá.
Pegou suas vestes novas e totalmente dobradas e saiu da cabine.
A menina ficou sozinha e ficou mexendo os pés para frente e para trás no ar. A cada minuto que passava ela ficava mais nervosa, pois sabia que estava mais perto de Hogwarts.
Não demorou muito para alguém aparecer no local. Mas era James juntamente com uma garota.
- Oi Rose! – a cumprimentou – Onde está o Alvo?
- Foi ao banheiro! – disse em seguida – Colocar o uniforme de Hogwarts.
- Esse meu irmãozinho – balançou a cabeça negativamente – Sempre deixando tudo para última hora.
- É verdade! – riu levemente.
- Então deixa eu te apresentar a Juliet – mostrou a menina que estava ao seu lado – Essa daqui é minha prima. É quase uma irmã.
- É muito bom te conhecer! – Juliet estendeu o braço para outra – James me falou muito de toda a sua família.
- Espero que bem! – riu levemente.
- Pode ter certeza! – balançou a cabeça afirmativamente – Bem-vinda a Hogwarts, tenho certeza de que você vai gostar muito de lá.
- Sei muito bem disso – concordou – Desde que eu me entendo por gente sonho em receber essa carta.
- Também estou torcendo para você ir para a Grifinória – completou – Vai ser muito divertido estarmos na mesa casa, poderemos conversar muito no salão comunal.
- Eu também espero ir para a Grifinória! – completou.
- É claro que ela vai! – o garoto pôs o braço sobre o ombro da prima – Tenho certeza disso.
Foi nesse momento que Alvo voltou já arrumado.
- E então irmãozinho! – o outro se aproximou dele – Preparado?
- Sempre estou! – respondeu.
- Acho que eu vou procurar o pessoal do meu ano! – a mais velha avisou – Combinamos de sentarmos todos juntos na mesa do banquete.
- Está bem Ju! – concordou – A gente se vê mais tarde.
- Então essa é a famosa Juliet! – o menino estava com um sorriso malicioso para o irmão – A por quem você está apaixonado.
- Talvez seja!- deu de ombros – E se me derem licença eu também vou procurar os meus amigos.
O trem começou a parar lentamente, sinal de que estavam chegando a estação de Hogsmead.
- Parece que está na hora! – Rose suspirou pesadamente.
- Não me diga que você está nervosa! – riu levemente – Pensei que você estivesse certa de que iria para a Grifinória!
- Pensei que estivesse! – também começou a rir – Mas depois que eu fui parar para pensar.
Os alunos começaram a sair de seus vagões e a andarem em direção a saída.
- Vamos! – ele estendeu a mão para a prima.
- Claro! – respondeu.
Os dois saíram do local de mãos dadas.
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